Contos Da Infância escrita por Blue


Capítulo 1
A Birra de Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Escrevi isso já faz algum tempo... É a 1º fic que eu posto aqui e espero que gostem.



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O pequeno Sasuke, de apenas quatro anos, estava sentado no chão do seu quarto; onde ao seu lado havia vários lápis coloridos. A criança desenhava freneticamente algo que era irreconhecível, aos olhos de um adulto; claro.

- Sasuke... Venha para o banho meu amor. - Mikoto chamava com uma voz maternal.

- Mãe! Quando eu vou poder tomar banho sozinho? - O pequenino disse correndo para a porta, se aproximando da mãe que secava as mãos no avental florido.

- Quando você conseguir lavar o cabelo sozinho. - A mãe disse sorrindo para o pequenino, e o pegou no colo o levando para o banheiro.

- Mas eu quero que o Itachi dê banho em mim! - Sasuke disse desprendendo dos braços maternais e querendo descer para o chão.

- Filho o seu irmão acabou de chegar de uma missão, ele não pode agora. - A mulher o desceu e começou a tirar a sua roupa, começando com a camisetinha que tinha um emblema do clã Uchiha nas costas.

- Eu quero o Itachi! - Gritou fazendo bico e manha.


O grito foi alto o suficiente para chamar a atenção de Itachi, que estava tentando descansar. Afinal ele podia ser um gênio, mas ser chefe da ANBU com apenas 13 anos, não era tão fácil assim.

Levantou-se e foi até o banheiro, onde pode ver uma Mikoto cansada, tentando tirar a roupa de um Sasuke travesso.

- O que houve dessa vez, Okaa-san? - O adolescente perguntou; olhando para a dificuldade da mãe.

- O Sasuke não quer me deixar dar banho nele. - Falou se dando por vencida, soltando a criança que se debatia.

- Nii-san! Pode dar banho em mim? - O pequeno agarrou em uma das pernas de Itachi, e com os seus grandes olhos negros, quase implorando pelo irmão.

- Sasuke! Eu já disse que ele não tem tempo para isso. - Repreendeu a mulher, tentando puxar o garotinho que ainda estava agarrado as pernas do irmão.

- Tudo bem, Okaa-san. Eu posso dar banho nele. - O mais velho pegou o menor no colo e o levou até o centro do banheiro.

- Se é assim que quer, eu vou separar a roupa dele. - Mikoto disse; fechando calmamente a porta e deixando os dois a sós.


Sasuke mostrou um belo sorriso, e o irmão só pode retribuir. Pegou o pequeno, terminou de tirar a sua roupa e o colocou na água que a mulher já havia colocado na banheira.

Depois que terminou, enrolou a toalha nele e o levou para o quarto. A mãe já o esperava com uma pequena roupinha em mãos. Apesar da pouca idade, Sasuke, já sabia falar muito coisa; mais ainda errava bastante.


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Já era almoço e todos já estavam reunidos na mesa. Até Fugaku, que tratava de assuntos do clã, resolveu voltar para comer em família.

Mais uma vez Mikoto tinha dificuldades. Não conseguia alimentar o pequeno Sasuke. Ela tentava de tudo, desde truques clássicos; como o do aviãozinho, e de caretas que fazia. Nada. Não conseguia, ele não abria a boca de jeito nenhum.

- O que há com Sasuke hoje? - Fugaku olhou de relance para a criança.

Apesar de o pai ser sério, a criança não mostrava medo. Pelo contrário, o amava muito.

- Ultimamente ele não quer fazer nada que eu preço, só vive fazendo birra. - Disse se dando por vencida, novamente- Fugaku pode tentar dar comida á ele? Ontem foi o mesmo, á dias que não come direito.

- Claro.

Fugaku se levantou, foi até onde o filho estava e pegou o hashi para fazê-lo comer. Tentativa totalmente em vão. O pequenino virou a cara como fez das outras vezes com a mãe.

- E se Itachi lhe der de comer? - O pai pergunta, já que não tinha muita paciência resolveu desistir.

- Itachi? - A criança perguntou curiosa.

- Você comeria? - Terminou de perguntar.

- Hai! - Respondeu feliz. Mikoto ficou completamente boquiaberta, o garotinho preferia o irmão a os pais.

O Uchiha mais velho olhou para o primogênito, que comia tranquilamente, e com um olhar pediu para que ele desse de comer para a criança.

Itachi por sua vez, se levantou e deu comida para o pequeno; que dessa vez comeu tudo.


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 Dessa vez foi "O fim da picada" pensou Mikoto. Não entendia por que Sasuke, de uma hora para outra, virou a criança mais mimada que já viu, e ainda, queria ter a atenção de Itachi toda hora...

A mulher andava de um lado para o outro no quarto, e de vez em quando apenas "debruçava" o olhar para a porta que dava para sala, vendo o seu pequeno filho desenhar.

Mais ao ver o desenho ficou curiosa. Na imagem a criança estava de mãos dadas com um homem, mas de longe era impossível ver quem era. Foi até a sala, se abaixou na altura do menino e perguntou:

- Sasuke, esse no desenho, é o papai? - Ela perguntou; prestando muita atenção na provável resposta.

- Não... É o nii-san. - Respondeu com poucas palavras. Provavelmente estava ocupado demais com a finalização da "sua obra".

A mulher suspirou...

- Okaa-san... Eu estou com fome. - Falou o garotinho, soltando o lápis no chão.

- Claro meu amor. Mamãe vai pegar alguma coisa para você comer. - Foi o mais rápido possível, vai saber se ele iria desistir e pedir ao Itachi.

Chegou à cozinha e quando foi abrir a geladeira; deu de cara com um ANBU, quase morreu de susto, mais se acalmou. Virou para trás e percebeu que o filho mais velho estava na porta da cozinha. Com certeza o ANBU queria falar com ele.

Mikoto pediu licença e foi ver como Sasuke estava. O pequeno ainda continuava desenhando.

- Mãe! Você demorou tanto que pedi para o Itachi me trazer comida. - Disse feito um adulto, sem tirar os olhos do papel.

- Eu não demorei! E o que está acontecendo com você Sasuke?! Está virando a pessoa mais mimada que eu conheço! E pior ainda, só quer atenção de Itachi! - Já estava muito estressada com a situação - Por que não pede a Itachi para ser sua mãe! Já que ele é tão "perfeito"!

A criança aos poucos levantou a cabeça, e olhou com os olhos lacrimejosos para mãe.

- É que... - Ia falar, mas foi cortado pelo seu próprio choro.

- "É que" o que Uchiha Sasuke?!

O garotinho sabia que; quando a mãe o chamava pelo o nome completo, ela estava muito brava.

A única coisa que pode fazer foi; chorar feito o bebê. Um choro alto que fazia qualquer um que ouvisse sentir pena.

- Pare com isso! Você não é mais um bebê! - A mulher tentou o pegar no colo, mas antes ele sai correndo para fora de casa.

- O que aconteceu? Eu pude ouvir o choro dele lá da cozinha. - Itachi apareceu com um copo de bico em mãos, cheio de leite.

- Acabei-me estressando com ele... E gritei... - A mulher olhou triste para o filho mais velho.

- Eu vou ir atrás dele. - Deu o copo para Mikoto e saiu à procura do irmão.


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Sasuke saiu correndo o mais rápido que pode. As suas pernas ainda eram muito curtas para alcançar uma alta velocidade. Sentou-se na ponte de madeira; que ficava em cima do clássico lago dos Uchihas. Muitas vezes viu o seu Onii-san treinado vários jutsus poderosos, então de certa forma; esse lugar o acalmava.

O pequenino sempre pensava: "Um dia eu vou ser como ele, e talvez até mais forte". Pensava nisto, mais com palavras bem mais simples, pois mesmo sendo um gênio Uchiha, ainda estava perto dos seus cinco anos.

Itachi apareceu calmo como sempre fazia. Sentou perto da criança e começou a fita-la. Sempre soube que esse era o ponto fraco de Sasuke, então como todo irmão mais velho, adorava perturbar o "pirralho".

- Nii-san... Por que a Okaa-san foi mau comigo? - Perguntava com a mais limpa cara do mundo, como se não soubesse do tamanho da pirraça que fez. E o pior é que não sabia.

- Otouto... A okaa-san só queria entender o que estava acontecendo. Aliás, tenho certeza que o Otou-san também. - Disse com o rosto sereno e os olhos típico de "um Itachi", como Sasuke pensava.

- Mas... Eu não posso gostar do meu Nii-san? - Perguntou com as lágrimas prestes a brotar, nos cantos dos olhos.

- Sim mais deve gostar também do Otou-san e da Okaa-san. Sasuke eu entendo que quer ficar comigo quando estou em casa, - O que é poucos momentos, pensou- mas também deve ficar com o Hahaue... Se não ela fica triste.

O garotinho abaixou a cabeça, e com apenas esse gesto, Itachi, sabia que havia acertado no palpite. Sorriu e depois acariciou a cabeça do pequeno.

- Mas... Nii-san... A mamãe está... Com ciúmes? - Perguntou curioso vendo o irmão soltar mais um sorriso.

- Vamos dizer que sim... Mas o que você faria á respeito? - Perguntou Itachi sério, mas por dentro, estava se contorcendo de tanto rir.

- Estaria em empate. Então eu não precisaria fazer nada. - Disse fazendo uma careta, uma bem engraçada aos olhos de um adulto, mas bem séria para os pequenos olhos inocentes de uma criança. - O Otou-san só fala de você e não me vê como um grande ninja. - Disse fazendo outra careta, mais engraçada que a primeira.

- Yare Yare... Olha só quem está com ciúmes... O meu querido Otouto... Uchiha Sasuke. E que careta é essa?- Falou com uma cara divertida.

- Eu não estou com ciúmes... Só estou falando a verdade... Mas essa careta foi o Naruto que me ensinou... Ele disse que quando quer comer rámem de graça, faz essa cara para o "tilzinho" da lanchonete. - Falou olhando para o rosto de Itachi, que parecia estar se divertindo com ele.

- Comigo não vai funcionar Sasuke. E eu sei como desmanchar essa careta... - Começou a fazer cócegas na barriga do pequeno; agora Sasuke dava altas gargalhadas.

- Para nii-san... Para nii-san... Desse jeito você me mata... Hahahahaha.

Itachi parou com as cócegas e logo depois voltou a ser sério.

- Vamos entrar agora. - Segurou o garotinho pela mão e logo depois seguiram para dentro de casa. - Não se esqueça de se desculpar com a mamãe... Se não ela vai ficar triste, e você não quer isso não é?

- Não...

Entraram em casa. Mikoto estava sentada numa poltrona, e lia um livro. Ela parecia estar triste.

- Hahaue... Gomenasai... Eu sinto muito. - Falou Sasuke quando viu que a mãe realmente estava triste.

- Não Sasuke... Eu me estressei com você; não precisa se culpar. - Levantou-se de onde estava e afagou o cabelo da criança.

- Vamos jantar meus amores? - Mikoto perguntou com mais um rosto maternal.

- Hoje eu não vou poder jantar com vocês... Tenho que partir em uma missão. - Itachi falou vendo o irmão olhar triste para ele.

- Mas faz pouco tempo que você voltou... Esses ninjas de Konoha não conseguem fazer os serviços sozinhos? São incompetentes! - Sasuke bufou, fazendo um bico e no mesmo momento recebeu os olhares reprovadores do irmão e da mãe.

- Eu prometo que quando voltar eu terei uma surpresa para você. - Itachi disse, como se fosse a coisa mais obvia do mundo- Eu te ensinarei a usar uma kunai.

- Itachi! O Sasuke é muito pequeno para essas coisas... Ele não vai conseguir. - Repreendeu a mulher, achando a idéia de Itachi maluca.

Está certo que um dia Sasuke iria ter que usar os dons do clã. Mas quanto mais tarde melhor... Não que não quisesse que o filho se tornasse um ninja, esse era um desejo dela e claro também de Fugaku. Só não queria que o seu "pequenino" perdesse a infância com Itachi perdeu...

Desde pequeno o seu filho mais velho foi sempre recatado. Não falava se nada fosse perguntado a ele. Era quieto e extremamente calmo... Nunca chorava se a coisa não fosse grave e jamais fez pirraças como Sasuke. Bem que diziam que quando um filho é calmo demais o outro era o inverso... "Parece que os mitos populares são verdadeiros". Pensou fugindo da conversa com o filho.

- Mas mãe eu já sou grande! - Falou Sasuke convencido que já tinha idade suficiente para empunhar uma kunai.

Mikoto pensou. Pensou. Pensou... Suspirou.

-Okay Sasuke... Mas só poderá treinar se o Itachi estiver por perto. – Disse se dando por vencida. Discutir com crianças não vale apena. Elas são teimosas e sempre dizem o que pensam.

- Eba! Nii-san eu vou estar te esperando. – Falou balançando os braços de um lado para outro e correndo pela sala.

E assim Itachi partiu para mais uma missão. Para trás foi deixado um Sasuke contente com a noticia do irmão; uma Mikoto com olhar maternal e um Fugaku – que acabara de chegar- nervoso por não saber sobre detalhes sobre as missões do filho.




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Notas finais do capítulo

próximo capitulo:
- Okaa-san...
- Diga Fofucho.
- Não gosto quando me chama assim!- Sasuke virou a cara fazendo bico. - Mas... De onde vêm os bebês?
O sorriso de Mikoto quebrou em mil pedaços. O que o seu filho caçula, que iria fazer cinco anos em duas semanas, estava lhe perguntando?
Será que escutei direito? Pensou.
- Einh... Okaa-san? De onde? Onde?