Você Estará de Volta escrita por VenusHalation


Capítulo 17
Capítulo 16 - Consciência




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A cabeça latejava, a consciência do homem gritava em seu pensamento não deixando a "casca" humana descansar. Malachite levantou o corpo suado da cama, jogando os lençóis ferozmente para cima e cambaleou, apoiando-se com ambos os braços na parede fria do quarto.

– Pare de lutar! – Resmungou.

"Então saia do meu corpo!" – A voz ecoou dentro da própria cabeça.

– Não o pertence mais. – Levou a mão direita a cabeça, sentindo outra pontada feroz. – Já disse milhões de vezes.

"Eu já disse que não vou desistir." – Pigarreou ainda mais forte. – "Nem eu, Nephrite ou Jadeite!"

– Seus amigos foram tão fracos quanto você. – Argumentou.

"Você é um grande bastardo!" – Gritou em mente.

– Você vai acabar nos matando, Lorde Kunzite! – Sentiu como se o crânio fosse explodir com a ferocidade, mas não perdeu a compostura.

"Meus planos incluem mais do que matar apenas nós, acredite!" – Vociferou – "Pode ter certeza que quando sair daqui, Beryl e todos os envolvidos estarão em minha lista!"

– Apenas tente e eu vou...

A porta abriu de uma vez e assustou o General Shitennou, o companheiro de longos cabelos loiros e feições delicadas entrou e o olhou com certa confusão. Malachite fechou os olhos empurrando a consciência pra longe, onde a voz não passava de um zumbido distante.

– Kunzite? – Zoicite chegou mais perto observando a expressão cansada do amigo. – Está se sentindo bem?

– Ótimo! – Riu sem emoção, Kunzite ainda estava agitado lá dentro. – Apenas uma dor de cabeça inconveniente.

"Zoicite, vá embora... Ele o quer, vá embora, rápido!" – Implorou.

– Certo, desde o ataque temos trabalhado bastante, deve ser cansaço. – Olhou desconfiado. – Estava na ronda da noite e Lady Beryl pediu para lhe chamar, parece ser algo urgente... Ao menos ela diz que é. – Deu de ombros.

– Certo... – Passou a mão pelos cabelos. – Eu já vou.

– Vou indo, então. – Virou-se para ir embora.

"Isso, vá!" – Quase sentiu uma sensação de alívio até ver Zoicite virar.

– Seus olhos sempre foram verdes? - Olhou o superior curioso.

"Claro que não, Zoicite! Droga!" – Reclamou como se pudesse sacudi-lo com os pensamentos. – "Vá embora daqui, estúpido!"

– É uma bela cor! – Malachite olhou profundamente para Zoicite, era sua chance e havia sido muito conveniente.

– Mas o q... – O ruivo entrou em transe, seus olhos escureceram, sua mente foi tomada. Os olhos ganharam o mesmo tom de verde musgo.

"Zoicite... Não!" – Podia sentir a onda de prazer e vitória dançando em seu corpo tomado. – "Não pense que..."

– Agora vá e não entre sem bater novamente. - Ordenou Malachite e viu o shitennou mais jovem sumir pela porta sem falar uma única palavra. – E você fique quieto! Ele é apenas o primeiro.

Mais uma vez empurrou a consciência para o fundo, dessa vez conseguindo silenciá-lo. Malachite caminhou calmamente até o baú e pegou as vestes imaculadamente dobradas de dentro. Colocou-se no alinhado uniforme branco do Shitennou, prendeu a capa nos ombros e caminhou tranquilamente pelos corredores do castelo até chegar ao seu destino.

Beryl estava sentada majestosamente eu seu novo trono, um cetro sinistro estava apoiado ao seu lado e no topo de sua cabeça estava uma coroa prateada. Malachite adiantou-se e ajoelhou diante da bela e sinistra mulher que ela havia se tornado.

– Minha Rainha. – Reverenciou, fazendo a capa dançar ao redor de si.

– Mandei-lhe uma oportunidade maravilhosa, Malachite. – Olhou para baixo desdenhosa. – Você o fez?

– Sim, majestade.

– Está tudo pronto? – Um sorriso malicioso enfeitou o rosto de Beryl.

– Esse era o último general. – Confirmou. – Foi mais difícil do que pensei.

– A lua de sangue se aproxima, meu querido Malachite...

– Enfraqueceremos os exércitos lunares, minha senhora. – Levantou e chegou mais perto, beijando-lhe a mão.

A porta estalou, uma figura masculina entrou, fazendo Beryl se elevar do trono e tirar a atenção de Malachite. Adônis entrou tranquilamente no covil improvisado da rainha e ajoelhou-se diante dela, ignorando a presença indesejada do general Shitennou ao seu lado.

– Rainha Beryl, trago boas novas. – Abaixou a cabeça em total servidão.

– Adônis, querido, muito me agrada vê-lo depois de tantos dias. – Afagou a cabeça dourada com satisfação.

– A guarda está aberta. – O loiro olhou para cima recebendo um olhar de aprovação.

"O que esse infeliz..." – Kunzite gritava dentro da própria cabeça em uma explosão de raiva.

– Então é isso? – Malchite sorriu para si mesmo, era muito mais fácil empurrar Kunzite para fora quando ele estava com raiva. – Sei como mantê-lo quieto. – Olhou para Adônis e sondou a memória daquele com quem dividia o corpo, a imagem de um abraço em uma sacada o fez conseguir empurrar Kunzite completamente.

Mercury estava concentrada mapeando cada satélite natural dos planetas aliados. Todos tinham seus habitantes e suas peculiaridades, assim como o povo da Lua tinha para com a Terra. Parou no meio de uma investigação das incontáveis luas e Urano quando os sensores demonstraram grande agitação próximos a atmosfera terrestre, algo estava errado. Revirou os dados do alarme, arregalou os olhos e correu para fora quando se deu conta da energia que se aproximava, quase trombando com Mars que vinha à passos largos e apressados.

– Eu vi nas chamas! – A morena só conseguiu dizer isso.

– É perigoso? – Mercury perguntou inocentemente.

– Temos de evacuar a área sem causar pânico, certo? – Deixou a pergunta sem resposta. – Onde estão Venus e Jupiter?

– Jupiter está com a princesa dando lições, eu mesma a pedi para fazê-lo. – O coração da senshi da água batia ferozmente contra o seu peito. – Venus está na arena com os soldados trazidos do reforço.

– Melhor ainda. – Tentou ser firme, mas estava claramente tensa. – Chame Jupiter e cuidem das pessoas com cuidado, vou reunir-me a Venus e esperar por sua decisão.

– Mars... – Acenou com a cabeça concordando com a estratégia. – É perigoso o que você viu?

– Proteja nossa princesa, Mercury... – Trocou um olhar preocupado com a senshi, não havia tempo para explicar, lançou um olhar apertado e compreensivo.

– Protegerei. – Mercury entendera o recado.

Correram para lados opostos. Mercury subiu as escadas até o quarto da princesa tentando não tropeçar. O coração parecia que ia lhe saltar pela boca quando bateu apressadamente, sendo recebida por uma Jupiter confusa.

– Se está aqui pela lição eu juro que es... – Jupiter tentou argumentar.

– Precisamos ir para o abrigo do cristal, agora. – Gaguejou e tropeçou nas palavras, não era muito boa em interromper os outros.

– Jupiter, leve a princesa para o abrigo do cristal de prata, eu chamarei os civis.

– Mercury, o que está acontecendo? – Os orbes verde de Jupiter a fitaram.

– Acho que estamos sob ataque. – Concluiu. – Mars viu aquela pessoa nas chamas.

– Não... A maldição... – A respiração falhou e Jupiter levou uma das mãos a boca.

– O que vocês estão cochichando aí? – Serenity apareceu atrás de Jupiter com um olhar curioso.

– Vem, majestade. – A morena agarrou a princesa pelo pulso rapidamente. – Vamos buscar a sua mãe.

Mars caminhou rapidamente. Nunca os corredores do castelo pareceram tão grandes, ela podia sentir toda a força esmagadora vindo de dentro da atmosfera terrestre e avançando sobre a lua gradativamente, era como se as chamas dentro de si agitassem cada vez mais como um aviso ou alarme natural que só ela tinha. Atravessou o pátio até a entrada da arena de treinamento aos tropeços, parando e recompondo-se para não causar alarde, respirou fundo e encontrou a senshi do amor, ao lado do conselheiro Artemis, rondando e gritando com algumas dezenas de soldados em meio a um treinamento de espadas.

– Venus, Artemis... – Se aproximou e chamou a ambos para o canto da arena.

– Continuem, estarei olhando ainda! – Venus caminhou calmamente até Mars. – O que foi?

– Mande que os soldados parem. - Mars franziu o cenho. – Estamos sob ataque.

– Do que você está falando, Mars? – Artemis curvou-se para mais perto tentando compreender o tom trêmula.

– É a energia dela... Eu sinto. – Os lábios tremeram ainda mais. – A maldição...

– Não! - Os olhos azuis de Venus fulminaram. – Quanto tempo nós temos?

– Não sei, tudo dentro de mim se agita quanto mais perto eles chegam. – Mars levou as mãos ao peito. – V-chan, eles vão chegar logo.

Eles? Quem são eles? – Pensou. E sem ter qualquer raciocínio sobre as suas ações, a loira virou-se para os soldados no pátio. - Eu quero todos armados e protegidos até os dentes, agora! – Gritou altiva. – Artie, você pode cuidar disso?

– Sempre, minha princesa. – O homem de olhar felino afirmou indo para o seu posto.

– Quero todos no pátio em cinco minutos, obedeçam Sor Artemis e isso não é um treinamento! – Acenou com a cabeça para o guardião e voltou a atenção para Mars. – Onde está Serenity?

– Com Jupiter e Mercury.

– Vamos até elas, agora! – Voltou para olhar para trás, onde seu guardião começava a preparar o exército para a batalha.

Venus acompanhou Mars em um silencio tenso e perturbador. Sabia que a amiga podia sentir as energias malignas de uma forma como nenhuma outra, viu em cada ação de Mars que aquilo a deveria estar consumindo como fogo vivo, jamais duvidaria da gravidade que o ataque representava e do medo que a morena sentia.

A garganta de Venus apertou em um nó quando chegaram a câmara do cristal de prata onde Jupiter e Mercury tentavam acalmar os empregados do palácio. Sentiu uma tristeza imensa ao notar a princesa confusa e Selene falando em sua voz doce e monótona aos seus súditos palavras de consolo. A rainha enviou a líder das senshi um olhar que lhe era de total compreensão, o que a fez assumir o posto que lhe era confiado.

– Jupiter, Mars, Mercury. – Puxou as três guerreiras. – Temos de ir, vocês sabem. – Recebeu a afirmação das três meninas, levantou a cabeça e puxou o ar. – Minhas rainha e princesa, povo da lua, deixo-vos sobre os cuidados de Luna. Hoje provarão o verdadeiro poder de uma Sailor Senshi!

Os gritos e aplausos ecoaram pelas paredes brancas da câmara subterrânea. As quatro guardiãs trocaram olhares e receberam a permissão da rainha para ir embora. Então, juntaram as mãos, sumindo em uma nuvem de poeira brilhante e colorida.

Os homens de Elysion pairavam sobre a imensidão cósmica em seus navios de guerra. Muitos sentiam a pressão da atmosfera pressionando seus corpos pela primeira vez e ansiavam por isso. Seguiram todas as ordens do generais Shitennou que afirmavam em cada palavra jorrada de ódio e ressentimento contra o povo da lua. Os quatro homens haviam plantado a semente em seus exército aos poucos sobre a impureza dos povos de fora: Mercurianos podiam matar-lhes com sua inteligência e astúcia; Jupiterianos roubariam sua força, suas matas e seu cultivo; Marcianos iriam fazê-los queimar e roubar-lhes a alma com seu ocultismo; Venusianos eram a escória e o retrato da promiscuidade que lhe roubariam o coração com feitiços e o Lunares que lhes roubavam a energia vital, a vida longa à qual tinham direito. Tudo plantado em suas mentes devagar e escondido, todos mudados em questão de dias, pelas costas de seu príncipe e tudo que precisaram foi de uma justificativa como o ataque quando a princesa lunar apareceu, quando hospedaram a jovem guerreira senshi.

Malachite liderava o barco flutuante na linha de frente, riu ao perceber a agitação da consciência ainda acordada tentando escapar e pará-lo, era inútil. O Youma já havia aprendido a lidar com tal teimosia nos últimos dias, bastava puxar da memória algumas cenas que envolviam Sailor Venus e o soldado Danburite, às vezes até ele mesmo montava cenas em sua imaginação para irritá-lo e mandá-lo embora, era extremamente prazeroso brincar com a revolta de alguém que ao menos podia se defender.

"Se pensa que esse ataque será bem sucedido, esqueça." – Desdenhou.

– Será que é pedir demais para você ficar calado? – Revirou os olhos.

"Não enquanto eu puder atrapalhar."

– Vamos ver... – Fechou os olhos começando a mentalizar uma cena nada comportada entre Venus e Adônis, criada por sua imaginação.

"Pare!" – Gritou, mas continuou recebendo as imagens tão insatisfatórias como presente. Kunzite sabia que não podia ter raiva ou medo, o Youma se alimentava daquilo, mas era impossível evitar... Pensou que dessa vez iria cair em inconsciência profunda quando tudo balançou e pode ver através dos seus olhos novamente. Algo explodira o barco ao lado, Sailor Marte voava logo na linha de frente do exército que os aguardava, a senshi do fogo atirava flechas em chamas no navio. Pouco mais ao lado, Mercury controlava o avanço do outro navio com ondas e Jupiter destruía velas com trovões, essas desabavam e brilhavam em fogo verde e mágico.

Os terráqueos começaram a revidar, em poder, magia negra e força tal qual os soldados do outro lado. Malachite ordenava os ataques aos berros enquanto ainda mantinha-se no controle do timão, as mãos apertadas ao redor do objeto de madeira afrouxaram quando a quarta senshi surgiu diante dos seus olhos. Kunzite lutou novamente dentro dele e captou a decepção de Sailor Venus quando viu a mulher morder os lábios.

– Eu não posso acreditar. – Venus levou o dedo indicador aos lábios e enviou-lhe um beijo, um beijo quase fatal, um beijo que destruiu boa parte do lado do navio e que varreu soldados terrestres para fora.

Malachite sentiu na pele a força do sentimento e da dor do general de quem ocupava o corpo. Nojo o inundou daquele sentimento inútil de amor e culpa, levantou-se do chão pronto para revidar, Kunzite o segurou, conseguiu de volta o movimento do corpo e por dois segundos conseguira fazer o que não foi capaz nos últimos dias. Jogou os braços de volta para o timão e jogou o barco contra outro da própria frota, este liderado por Jadeite. Ambos os veículos perderam a utilidade.

– Recuem! - Nephrite ordenou e rapidamente manobrou recebendo os outros generais, largando a mercê os outros dos seus perdidos em meio ao ataque.

Malachite grunhiu, queria matar aquele idiota com quem foi obrigado a conviver dentro de si, ele estragou tudo! Pulou para fora do navio destruído, mas antes olhou para trás contemplando as quatro guerreiras senshi fechando a guarda com seus poderes, elas eram, de fato, poderosas.

Lá dentro, impotente, Kunzite apenas conseguia ver o olhar decepcionado de Venus sobre ele.


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Notas finais do capítulo

Eu não revisei(de novo huashuashusahusa)
Psé galerö, agora acho que entendem que o Kunzy e os outros generais estão meio que possuídos. xD
As coisas estão caminhando para o fim(awwwwn D:) Talvez uns 3 capítulos marquem o fim da história...
#TodosChora
Maaaas como disse antes, se sentirem orfãos de mim amorecos, corram ali no meu perfil que tem várias fanfics VenusxKunzy, viu?
Inevitável, Life After You e Pela Eternidade
E se ficarem orfãos de Milênio de Prata e tretas, leiam Suntuoso Passado da autora Darin que tá ó... MARAVILHOSA! Recomendadíssima