Eu dirigia o mais que podia, enfiei o pé no freio tão forte que quase o quebrei. Toda hora ligava ao hospital para perguntar de Tyler, o hospital tinha que ser tão longe?

Quando cheguei estacionei o carro numa vaga que tinha na porta de entrada.

– Tyler – disse - Tyler Hawkins, qual é o quarto? – berrei pra recepcionista do hospital.

– Quarto n° 20 moça – disse ela com um tom de calma.

Corri o mais rápido para o quarto e quando o vi deitado lá, imóvel na maca quase me esqueci de respirar. Como eu pude mentir pra ele? Como pude não confiar nele, logo ele que confiou em mim todos os seus segredos? Provavelmente não teria as respostas.

– Você deve ser a senhora Hawkins, certo? – disse o médico metido a galã que entrou no quarto.

– Sim... Quer dizer não. Meu nome... – hesitei – Acho melhor não saber.

– Ok – respondeu ele desapontado?

– O que vai acontecer com ele? Ela vai acordar logo?

– Bom, o impacto com o caminhão foi muito forte – disse – ele teve as duas pernas quebradas e está em coma – continuou.

– Coma? Mas, como? Não pode, não o Tyler.

– Como eu disse – tentou dizer ele – o impacto com o caminhão foi muito forte – continuou mais uma vez – desculpe dizer isso, mas... Não temos muitas chances de vê-lo abrir os olhos de novo.

Sentei-me numa poltrona que havia logo a frente, lembro-me de ter chorando bastante, não me caia que eu não veria os – lindos – olhos de Tyler.

Fui ao lado dele.

– Tyler – sussurrei – se estiver me ouvindo... Por favor... Não desista. – minha ultima palavra quase não era audível - Eu te amo tanto.

Quando eu menos esperava aquela televisãozinha toda preta - que eu nunca soubera o nome – começou a apitar. ‘Piii’ fazia a maquina com o desenhar de uma linha reta.

Os médicos e enfermeiros chegavam com muita pressa, eu não sabia o que estava acontecendo. Eles me tiraram de Tyler – de novo – á força. Fecharam todas as cortinas do quarto. Fiquei esperando na porta uns 15 minutos até que uma frase me abalou:

– Hora da morte 21 horas e 57 minutos.