Second Love escrita por minsantana


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Postando mais um cap só por causa da chantagem emocional barata feita pela Thaís... hehehehehe
FELIZ NIVER ADIANTADO MIGA! =D



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Cada um tomou seu banho, envergonhados o suficiente para arriscar encarar o rosto um do outro dentro de um espaço 1,0 x 1,5. Nos vestimos e saímos em direção à escola.
- Gerard. Posso lhe fazer uma pergunta?
- claro.
- por que sempre anda de táxi?
Eu senti meu rosto arder. Era mais fácil quando alguém já tinha lido minhas entrevistas e sabia qual era a resposta. Ter que explicar o motivo me deixava sempre pra baixo.
Fiz sinal pro táxi e entramos.
- desculpe, se não quiser contar...
Respirei fundo e comecei pelo início. Era dolorido, mas necessário.
- há 3 anos eu ainda era casado com a mãe da Angela. O nome dela era Lyn. – Lauren percebeu logo assim que usei o verbo no passado. – Nós nos casamos ainda jovens, éramos livres e queríamos mudar o mundo com o poder da música. E foi a música uma das razões por eu tê-la perdido. – abaixei a cabeça.
- como assim?
- nós estávamos saindo de uma festa em comemoração pelo disco de ouro da minha banda, ex-banda, quando eu perdi a direção do carro e... desde então eu não consegui mais dirigir. Nunca mais. Minha sorte foi ter deixado a Angela na casa de meus pais. Eu não suportaria perder as duas.
- nossa... me desculpe, eu não sabia...
Fiz um sinal com a mão para ela não se preocupar.
- muitas pessoas já conhecem minha história, pois eu costumava dar entrevistas, eu era famoso e tudo mais... – fiz uma careta sem graça.
- eu não sabia. – ela ficou vermelha. – eu não ouvia muita música até... algum tempo atrás.
- não se preocupe, ainda dói um pouco, mas eu vou superar isso.
- pela Angela. – ela disse.
- pela Angela. – confirmei.

Chegamos na escola e eu saí primeiro, como um verdadeiro cavalheiro abri a porta do táxi para Lauren. Ela sorriu e deixou a mostra o sorriso mais lindo que tinha. A senhora Lovato abriu o portão para a saída das crianças e quando nos viu juntos, deixou escapar um sorrisinho nada discreto. Fiquei vermelho, constrangido. Lauren também sorriu pra ela, acho que a felicidade estava evidente demais em seu rosto para fingir.
Logo assim que nos viu, Angela veio correndo em nossa direção e abraçou minhas pernas, na única altura que ela conseguia alcançar. Seu sorriso de alegria era a coisa mais linda!
- Meeeelllllll!!!!!!
Lauren abaixou e ficou da mesma altura dela, como sempre fazia. As duas permaneceram em um abraço demorado por um longo tempo.
- anjinha, precisamos ir embora. Acho que vai chover logo, logo.
As duas se soltaram do abraço sorridentes e Lauren voltou a ficar quase da minha altura. Angela segurou nossas mãos, uma de cada lado, e voltamos ao táxi que ainda nos esperava. Nessas horas fico feliz em poder ser amigo de quase todos os taxistas de NJ.
Dentro do táxi, Lauren e eu não conseguíamos manter nossas mãos afastadas uma da outra por muito tempo...
- a Meelll vai pra casa conosco, papai?
Depois de um longo olhar, Lauren respondeu por mim.
- sinto muito minha pequena, mas eu preciso ir pra casa agora. Já fiquei bastante tempo fora de casa por hoje. – ela sorriu pra mim e eu retribuí.
Na mesma hora, Angela ficou triste.
- ela precisa mesmo ir, minha anjinha. Mas que tal se nós a convidássemos pra ir com a gente no parque amanhã, hein?
- eu adoraria! – Lauren respondeu segurando minha mão ainda mais forte.
- obaaaaaaaa!!! Obrigada papai! Te amo! – Angela me encheu de beijos e me abraçou o mais forte que seus bracinhos pudessem conseguir.
Os olhos verdes de Lauren me diziam tudo o que eu queria saber naquele momento e por uma fração de segundo percebi que eu me sentia verdadeiramente feliz ao seu lado. Muito feliz.

Deixamos Lauren em casa e seguimos até nossa casa. Eu havia marcado com Lauren de buscá-la no sábado pela manhã, mais precisamente às 9 horas. Mas confesso que nunca vi uma noite demorar tanto para passar. Nem mesmo quando eu e Lyn éramos namorados e vivíamos apaixonados a todo o tempo. Isso era diferente, era um sentimento que eu não sabia como explicar. Eu me sentia diferente, como se o mundo fosse acabar a qualquer momento e eu precisasse de algo a mais para me manter de pé, para me manter seguro. Lauren era a resposta, ela era a minha ‘válvula de escape’, o ar que eu precisava pra respirar.

O ponteiro do relógio demorava tempo demais para alcançar o próximo número e isso me dava aflição. Que tipo de sentimento é esse que nos deixa desprotegidos, que ataca todas as nossas forças e nos deixa incapazes de escolher a razão ao invés do coração? Uma voz na minha cabeça dizia a resposta, mas eu ainda teimava a acreditar que eu ainda era capaz de amar depois de tudo que passei. De todo o sofrimento, de toda a agonia por perder uma parte de meu coração. Será que eu ainda tinha chance? Eu estava mesmo amando novamente??

Após Angela dormir e depois de muito pensar, vesti minha jaqueta e saí sem fazer barulho. Eu sabia que era errado deixar uma criança de apenas 4 anos sozinha, mas eu não iria demorar. Pelo menos, esperava que não. Eu já sabia o que ele iria dizer.

Eu precisava de ajuda. Precisava ouvir conselhos, mesmo sabendo quais eles seriam na verdade. Eu já podia imaginar todas as respostas. Mas ainda assim era bom ouvir.

[...]
Toquei a campainha e esperei pela reclamação. Afinal, já se passavam das 2 da manhã e até mesmo ele não ficava acordado até tarde todos os dias.
A porta abriu e eu deixei meu sorriso mais cara-de-pau tomar conta do meu rosto. A cara feia de Frank não durou muito e ele acabou rindo comigo. Seu cabelo estava todo bagunçado, confirmando minha idéia de que ele estava mesmo dormindo.
- o que faz aqui, cara? Aconteceu alguma coisa com a Angela??
- não, não aconteceu nada. Ela está dormindo.
- então por que diabos resolveu me acordar a essa hora da madrugada?? – eu já devia imaginar que por trás do sorriso, seu humor não estaria muito bom...
- eu precisava conversar com alguém.
- comprasse uma boneca inflável, oras!
- Frank...
- tudo bem, tudo bem... entre.
Entrei sem modéstia alguma. Eu conhecia a casa de Frank há muito tempo, desde quando a usávamos em nossos ensaios com a banda, há alguns anos atrás...
- não preciso dizer para não reparar na bagunça neh? Sente-se.
- tem certeza de que não quer que eu vá embora?
- agora que já me acordou, pode contando tudo. – era inevitável não rir com o mau humor de Frank.
- às vezes você parece uma mulher bem fofoqueira, pirralho. – eu ri.
- anda logo, cara! Conta tudo! É sobre a professora gata, não é? Você é um cara de sorte, viu. Ela é mesmo muito gata!
- Frank, será que pode parar com isso? – fechei a cara e ele ‘engoliu’ rapidamente o sorriso. – eu estou num grande dilema. Eu acho que... estou completamente apaixonado.
- aleluia Senhor!!! Ele finalmente aceitou a verdade!!
- pára de graça, é sério! Eu não sei o que fazer, estou perdido!
- mas por que?? O que há de difícil em amar? Tá, essa pergunta é meio irônica demais vindo de um cara como eu, mas... o que te impede de amar, Gerard?? Esqueceu do que conversamos outro dia?? A Lyn não vai voltar, você precisa seguir em frente, cara.
- eu sei disso, mas tenho medo de sofrer de novo. Eu não iria agüentar, meu coração não agüentaria.
- cara, não delira! A gata está bem aí, doida por você e você fica pensando em decepção?? Ah, vamos lá! Dá pra ver no olhar dela que ela também está caidinha por você e só você não percebe que vocês dois são o casal perfeito! – a resposta de Frank me fez sorrir. Ele estava certo de novo. – olha, você nunca irá saber se não tentar, não é mesmo? Arrisque. Vocês serão felizes, acredite em mim.

Confesso que tudo o que ouvi de Frank aquela noite eu já sabia, mas sempre é melhor ouvir de outra pessoa, não é mesmo? Nós nunca acreditamos no que está bem na nossa frente e não conseguimos enxergar. Basta apenas um empurrãozinho pra tudo ficar bem mais claro. Frank definitivamente era o ‘empurrãozinho’ que faltava.


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