– Oi amor, de quem é essa criança ranhenta?

– Ãh... ãhm... – Fiquei sem palavras, e ouvi um carro cantando pneu na frente da casa dos meus pais, e segundos depois Johnny entrando pela porta assustado e com os olhos estralados, gritando e apostando para Michelle.

–Você não era pra estar aqui! – E logo depois Larissa, Lea, Val e uma garota que não conheço entraram correndo, e Larissa veio até mim e pegou Luiza, que por sua vez começou a chorar chamando por mim.

– O que está acontecendo aqui? – Michelle fala com raiva.

–Larissa, vem comigo pra fora, vamos galera, deixa o casal ter a DR em paz. – Olhando para mim, Johnny diz – Agora é contigo mano. E saem me deixando sozinho com a coizinha.

– Você pode me explicar o que tá acontecendo? - Michelle falava irritada.

– Ãh... você acabou de conhecer a minha filha.

– O QUE? FILHA? Desde quando você tem uma filha? Por que não me falou nada? Quem é a mãe? Você me traiu? – Ela fala gritando, sem dar tempo para eu falar um ‘ai’.

– Posso falar?

– Pode, rápido.

Expliquei tudo que aconteceu, ocultando alguns detalhes, afinal, ela não precisava saber da historia toda. Tudo que ela precisava saber era que a Luiza era minha filha, e a Larissa era a mãe.

– Ah coizinha devia criar a filha dela sozinha lá na Inglaterra, e não trazer os problemas dela pra você.

– Acontece Michelle, que a filha é minha, eu ajudei a fazer ela, eu tenho responsabilidades que se você não quer assumir agora, não precisa, você pode sair pela porta da minha casa e não voltar.

– Não meu amor, só acho que a Larissa, mãe dessa menina, não é responsável o bastante pra ficar com ela, afinal, ela deixou você longe dela por uma ano e meio...

– E nesse um ano e meio ela cuidou da Luisa muito bem, com muito amor, muito melhor do que eu teria cuidado. – Falei já não gostando do rumo da conversa.

– Garanto que teria cuidado muito bem dela com a minha ajuda. – Ela falou com um tom de indignação. Olhei meio surpreso.

– Com a sua ajuda? – Ela nem gostou da Lu para falar isso.

– É amor, nós seriamos ótimos pais para ela, não acha?

– Michelle, ela tem mãe – Não sabia onde ela queria chegar, só estava com medo do que viria a seguir.

– Eu sei bebê, mas seria ótimo se criássemos ela, não acha?

– Onde você está querendo chegar Michelle?

– Eu acho que você deveria pedir a guarda dela meu amor, só isso. Você merece ficar com ela. – ela me olhou séria. – a Larissa já ficou com ela todo esse tempo, agora você pode ficar com ela algum tempo.

– Ãh, é verdade, eu amo ela... A Luisa, sabe? E ela aqui comigo ia ser muito bom, mas e o meu trabalho? Eu fico muito tempo fora.

– Nós contratamos uma babá. – Ela fala olhando para as unhas, parecendo não estar mais muito a fim de falar e cuidar da Lu.

– Ok, eu vou pensar nisso. Tudo bem? – Falei sorrindo, gostei mesmo da ideia, só não sei se eu poderia mesmo fazer isso com a Larissa.

– AI AMOR... Até podemos usar ela pra treinar quando tivermos a nossa. ADOREI.. – Michelle disse pulando em cima de mim e me beijando avidamente.

P.O.V. – Larissa

Ficamos algum tempo ali fora esperando por algum sinal de que a briga teria acabado. Lea e Val estavam paparicando Lu como loucas, falando com ela e rindo das caretas de minha filha. Johnny estava do meu lado, escorado no carro.

– Eu vou ali dar uma olhada mana – Ele falou sorrindo, me passando confiança.

Andou até lá calmamente e abriu a porta olhando para dentro, depois de alguns segundos ele continuou na mesma posição, resolvi ir até lá ver o que havia. Andei calmamente como ele, até poderia dizer que tinha medo de saber por que ele estava parado olhando pela porta e então olhei sobre seu ombro e vi Brian. Como eu gosto dele, como é lindo, mas estava lá beijando outro alguém, e essa não sou eu. É ela. É a Michelle.

Saí andando em um ritmo constante, ele ia aumentando toda vez que pensava no Brian, e diminuindo toda vez que pensava na Luisa, que estava no carro com as meninas. Conhecia a cidade muito bem, então peguei a próxima rua a direita e comecei a correr, tinha que chegar em algum lugar, até que vi a lanchonete em que passei a infância indo tomar meu café da manhã com meu irmão, e entrei. Pedi meu cappuccino com chocolate e esperei ele chegar, estava na metade dele quando Matt entrou pela porta da lanchonete e sorriu ao me ver. Veio na minha direção e falou:

– Pequena, o que você está fazendo aqui? A Val me ligou e disse que você sumiu. – Matt disse em tom de preocupação. Sorri de lado.

– Como me achou aqui?

– É o seu lugar favorito para comer, eu te acharia aqui ou na praia, seus lugares favoritos. – Sorri de lado. Matt se preocupava comigo. Sorri para ele.

– Obrigada. – Falei com lagrimas nos olhos. – Obrigada por ser meu amigo Matt e por estar sempre comigo.

– Ohh você é muito querida por mim sabia? Vem cá. – O abracei apertado, peguei minha bebida e nós dois entramos no carro dele, no caminho para a casa do Johnny ele perguntou algumas vezes se eu estava bem, sempre olhando pela janela.

Saí do carro e entrei na casa do meu irmão.

– Lari, tá tudo bem? – Johnny perguntou parecendo preocupado, eu não posso mais ficar um tempo sozinha que todos acham que eu morri?

– To legal, Val, vou pra casa com a Lu, to louca por um banho e cama.

– Sim, o dia foi cheio hoje, a Lu ta quase caindo no sono no meu colo.

– Posso levar você, é no caminho pra casa – Fala Matt pegando minha filha do colo de Val com cuidado. Aceitei seu pedido, me despedi de todos e fui para casa com meus amigos. No caminho para casa fomos falando sobre diversos assuntos, e paramos conversando sobre o quanto Luisa tinha crescido.

Quando cheguei em casa preparei algo para Luisa comer, devia estar com fome, após isso coloquei-a para dormir, fui para meu quarto e fiz o mesmo. O dia foi longo, precisava de um descanso.