Alguns meses depois.

Tudo agora parecia ter se encaixado perfeitamente. Johnny e Wendy estavam felizes e juntos. Matt e Val esperavam um bebê, o qual eu e Brian seriamos padrinho. Zacky tinha firmado com Gena e já estavam juntos a mais ou menos um ano. Jimmy e Leana? Bem, não tinha palavras para defini-los, casal sorrisos talvez. Lea tinha ganhado uma menina linda a qual deram o nome de Giovanna.

Brian e eu estávamos finalmente com nosso final feliz, um pouco estressante, mas feliz. Nossos filhos estavam bem e nós mantínhamos nosso amor imbatível. Algo que misturava tudo, até mesmo ódio por ele deixar a toalha molhada na cama, ou esquecer-se de tratar o coelho que Luísa tinha exigido. Derek estava enorme, com um aninho já conseguia nos enlouquecer.

Meu irmão estava cada dia mais radiante, e eu amava tê-lo por perto, éramos uma família de dois, mas com certeza dois irmãos que se amavam e muito. Tinha vezes que íamos visitar nossos pais e lá chorávamos juntos por todas as mágoas e lembranças inesquecíveis, mas não era ruim, longe disso, era bom chorar com meu irmão do meu lado. Sabíamos que jamais nos abandonaríamos. Johnny era meu porto seguro em todos os momentos. Irmão é aquela pessoa que você pode contar a vida toda, sem medo de se perder. Irmão é aquela pessoa que não vai ter medo de te dizer nada, vai apontar teus erros e vai te ajudar a corrigi-los. Irmão é a única pessoa que você pode contar indefinidamente, afinal, irmão não consegue mentir. Eu e Johnny éramos além de irmãos, éramos amigos. Amigos que jamais serão esquecidos. Ele era meu irmão.

No dia do seu casamento o mundo fica perfeito, e nervoso. Era assim que eu me sentia. Nervosa. Saber que o homem da minha vida me esperava a alguns quilômetros de mim, na frente de um altar vestido com um terno. E nem conseguia imaginar a minha princesinha vestida de daminha junto com o irmão, Giovanna e MacKenna. Não conseguia imaginar meus melhores amigos como meus padrinhos. E o pior, não conseguia aceitar que meu pai não me levaria ao altar. Ao invés dele entraria Johnny.

– Garota para de chorar. – Val disse ao me ver chorando mais uma vez.

– Não dá Valary. Eu vou me casar com o homem que eu amo e meus pais não vão estar comigo. – Disse olhando-a através do espelho. – Eu queria que eles estivessem aqui. Queria que minha mãe me visse agora e me desse dicas, e que meu pai estivesse esperando do lado de fora desse salão para me levar ao casamento. – Disse me virando para ela.

Estávamos no salão do spa onde eu tinha passado o dia. Eu já estava completamente pronta e esperava Johnny chegar. Meu vestido (http://www.sempreinformando.com/wp-content/uploads/2012/03/modelos-de-vestido-de-noiva-tomara-que-caia-com-calda.jpg) era lindo, simples, mas maravilhoso.

Val iria à igreja quando Johnny chegasse.

– Eles estão com você sim Lari. Estão contigo onde for, sabe disso. Eles estão no teu coração, eles te amam e sempre vão estar aqui. Aposto que eles estão acompanhando tudo de perto seja lá onde estão. – Ela disse isso e me deu um beijo na testa. – Para de chorar agora se não a maquiagem não aguenta nem com fixador. – Sorriu e me fez sorrir também.

– Cadê a minha irmã? – Johnny entrou apressado perguntando para a moça da portaria. Ela apontou para nós e ele veio até nós. Estava lindo trajando um terno preto com gravata azul marinho.

– Ok, ele chegou e eu ‘tô saindo. Johnny cuida dela e não se atrasem mais do que já estão. – Disse sorrindo e Johnny assentiu sorrindo também.

– Oi meu amor. – Johnny disse e beijou minha testa. – Nervosa?

– Um pouco. – Sorri torto e ele continuou.

– Vai dar tudo certo. Vamos? – Levantou e estendeu o braço. Encaixei meu braço junto do dele e ele foi me levando para o lado de fora. Entramos no carro, que era lindo de época, e nos dirigimos à igreja. Quando chegamos ao local tivemos que esperar alguns minutos, até que desse a minha deixa.

Johnny me dirigiu à porta que estava fechada ainda. Pude ouvir a marcha nupcial começar a tocar abafada pela porta. A mesma foi aberta dos dois lados e fomos caminhando em direção a mesma.

Passei pela porta e então pude ver todos os que eu amava ali. Meus filhos já entravam junto com Giovanna e MacKenna, os quatro estavam lindos. Luísa e MacKenna tiveram que dar a mão para os outros dois que não conseguiam caminhar direito. Logo à frente, no altar, estavam nossos padrinhos, minhas melhores amigas sorriam e estavam deslumbrantes com vestidos vermelhos. E meus melhores amigos com sorrisos brincalhões na cara. Os pais de Brian estavam ali também e apesar dos pesares estavam lado a lado.

E então meus olhos chegaram à única pessoa que realmente eu procurava agora. Nossos olhares se cruzaram e então eu deixei uma lágrima rolar, ele segurava o choro. Ele estava perfeito, a mistura perfeita do meu homem largado com a formalidade do casamento. O cabelo arrepiado, sem maquiagem alguma, as tatuagens cobertas, as mãos nervosas e o corpo rígido. Era o meu Brian, era o meu amor.

Chegamos à frente das escadas e Brian me esperava ansioso. Johnny o abraçou e sussurrou:

– Cuida dela irmão, ela merece toda a felicidade. – E então foi ao seu posto de padrinho.

Brian beijou minha testa e limpou a lágrima caída. Demo-nos as mãos e fomos ao nosso lugar.

O resto da celebração foi cansativo, mas emocionante. Na hora dos votos foi como o tradicional, mas ainda assim emocionante. E então o padre falou:

– Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. – Brian me deu um selinho demorado e encostou sua testa na minha. Eu o abracei e chorei um pouco mais. Era isso então? Estávamos casados definitivamente, e nada poderia mudar o sentimento, éramos marido e mulher agora. Eternos amantes. Amávamo-nos e seriamos felizes por toda eternidade.

Assim é a vida, cheia de altos e baixos, mas pense bem, se estiver tudo certo há algo de errado. E se está tudo errado, na verdade, está tudo certo. Temos apenas uma parte de nós, temos que encontrar a outra parte, e não ter medo de arriscar. Afinal, a vida é única, não teremos outra chance para viver, então aproveitar cada segundo é o caminho, mesmo que este seja tortuoso. E se for difícil aguentar, olhe para o céu e procure um motivo para viver. Os meus? Estão na terra e no céu, e me amam tanto quanto os amo.