Mais três meses se passaram e agora eu estava dentro do hospital em uma cama esperando o médico chegar para fazer meu filho nascer. Brian não fazia ideia de que o bebe iria nascer, ele estava em uma turnê pelo México e Luísa foi junto já que estava de férias e tinha acabado de passar seu aniversário de oito anos.

– Lea, por favor manda esse médio apressar, essa criança vai acabar comigo. – Disse choramingando.

– Ele nem chegou ao hospital ainda, fica calma mulher.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAH. – Gritei quando senti uma dor muito aguda na minha barriga. – Eu mato o Brian por isso. – Falei ainda alto.

– Credo mulher, para de gritar. Você vai me deixar tão traumatizada que eu não vou querer ter filhos. – Gena entrou no quarto falando, ela e Zacky tinham avançado um bom bocado na relação e ela virou uma grande amiga minha e das meninas.

Algum tempo depois quase morrendo de dor, o tal médico chegou e fez o parto.

P.O.V – Brian

Nós estávamos no meio de Dear God quando eu vi Luísa subir no palco e correr na direção de Matt fazendo com que todos se assustassem sem parar de tocar, Matt parou de cantar e falou.

– O pirralha, o que você tá fazendo aqui? – Ele perguntou e ela sorriu o puxando para baixo e falando algo em seu ouvido. – Ow, sério isso? – Ela assentiu e ele sorriu.

– O que tá acontecendo? – Johnny perguntou para mim e eu dei de ombros.

– Brian, parece que a sua filha tem algo pra te falar. – Matt disse e alcançou o microfone para Luísa.

– Fala então meu amor. – Disse para ela.

– Antes disso, eu quero pedir ao público todo aqui presente para ouvir com atenção ok? – Matt puxou o microfone de volta e disse. Eu fui andando até Luísa e me agachei ao seu lado colocando a guitarra nas costas.

– Pai, a mamãe tá no hospital agora.

– O que? Como assim? Ela está bem? – Eu falei e não deu dois segundos e Johnny já estava ao nosso lado também preocupado.

– Ela tá bem sim, quer dizer. Segundo a tia Val, ela tá estourada. – Quando ela falou isso todos riram e eu a olhei com uma cara engraçada.

– Estourada filha? – Olhei para o lado e vi Valary na entrada do palco rindo.

– É, e ela quer te ver morto, picado e assado. – Ela falou e eu ri.

– Será que dá pra falar logo? – Perguntei e ela riu, Matt pegou o microfone de Luísa e disse.

– Seu puto, ainda não entendeu que teu filho nasceu? – Quando ele falou isso eu arregalei meus olhos e fiquei estático. Ouvi Luísa rir ao meu lado e o público todo gritar. Matt disse algo no microfone animando o povo e Valary veio com o telefone na mão e me entregou. Era Larissa.

– Meu amor, ele é lindo. – Falou do outro lado da linha e eu sorri instintivamente.

– Como você está? – Perguntei ainda sorrindo.

– Até que estou bem.

– Se liga Brian, deixa eu falar com a minha irmã. – Johnny tentou puxar o celular de mim e ouvi Larissa rir no outro lado da linha.

– Põem no viva-voz e me dá que todo mundo vai ouvir isso. – Matt falou e depois pediu silencio. Entreguei o celular e ele pôs o microfone na saída de som. – Fala aí moreninha, nossos fãs podem te ouvir agora. – Falou e ela riu.

– Vocês são uns psicopatas. – Nós rimos e eu não poderia estar mais feliz e ansioso.

– Tudo bem, isso pode ser um elogio. Como tá tudo por aí? O bebê? – Matt perguntou para ela que falou.

– Ai, ele tá lindo, nasceu quase mais gordo que o Zacky. – Dito isso bastou para que todos caíssem na gargalhada.

– Que pena, ele deve ser tão fininho então, por que eu sou tão magro. – Zacky falou.

– Não me faça descer daqui pra mostrar pra ti quem é magro. – Jimmy falou no microfone ao seu lado e fez todos rirem.

– Ok meus meninos, continuem o show, cuidem da minha filha e toquem 4:00 AM para mim, e outra coisa. Brian, se eu descobrir que tu fez qualquer coisa tu tá com a cabeça cortada e teu corpo picados e assados. – Ela falou e eu arregalei os olhos e encolhi os ombros levantando as mãos.

– Amor, eu juro que não fiz nada.

– Eu sei, mas é só pra lembrar, vai que... – Ela não chegou a terminar a frase e só ouvia-se risos.

– Ok amor, vou me comportar, cuida do nosso filho, o Derek tem que estar saudável quando eu chegar aí amanhã. – Falei sorrindo. Meu filho tinha nascido. Não dava para acreditar. Eu estava vivendo meu sonho e tinha as pessoas que eu amava do meu lado. Minha filha era uma mini roqueira e meu filho tinha acabado de nascer.

Minha vida só tinha um rumo agora. O da felicidade. E se dependesse de mim, agora nada mais daria errado.

P.O.V – Larissa

O dia amanheceu claro e com céu limpo, eu não podia levantar ainda com as dores do parto. Logo Brian chegaria. Ouvi-lo cantar minha musica favorita para mim em um show, mesmo que no celular e a quilômetros de distância, era algo que me deixava simplesmente extasiada. Sentia saudades de minha filha. Nunca passei tanto tempo longe dela por puro capricho, mas logo ela estaria comigo de novo e iria brincar com o irmão que acabara de nascer.

A enfermeira entrou no quarto trazendo meu bebe em seu colo, hora do café da manhã.

– Com licença, parece que o mocinho está com fome. – Sorriu me entregando o pequeno. Sorri de volta. Lea e Gena foram convencidas por mim a irem para casa na noite passada, era injustiça faze-las dormir no sofá e na poltrona do quarto.

– Bom dia meu bebe. – Falei olhando para ele que me encarava com seus grandes olhos verdes. Era o menininho mais lindo que eu já vira. Posicionei-o em meus braços para amamentá-lo. A enfermeira deixou-nos a sós. Derek mamava enquanto me olhava atento, parecia curioso e ao mesmo tempo feliz. Ele era lindo e pequeno, muito pequeno. Dava tanto medo de quebra-lo.

Ouvi a porta se abrir e Leana entrou sorrindo, sem fazer barulho.

– Oi, como ele está? – Sussurrou chegando perto e o olhando.

– Quietinho e pequeno. – Sorri e ela deu uma gargalhada baixa. Novamente a porta se abriu, mas dessa vez apenas uma fresta, um buquê de rosas vermelhas apareceu entre a fresta com uma mão o segurando. Eu não saberia quem era se não fosse pela tatuagem.

– Entra Marlboro. – Sorri e ele pôs a cabeça na porta e disse:

– Como adivinhou? – Perguntou sorrindo.

– Da próxima vez usa uma luva. Eu conheço as tatuagens. – Falei sorrindo e ele veio na minha direção. E seu sorriso aumentava a cada passo ao perceber que Derek estava em meus braços. Ele me deu um selinho quando chegou perto de mim e olhou o bebê atento, o mesmo o olhava sem largar meu peito.

– Ei garotão, papai chegou. – Brian falou e fez carinho em sua cabeça com uma das mãos.

– Onde a Luísa está? – Perguntei e ele me respondeu sem tirar os olhos de Derek.

– Foi buscar uma coisa que eu esqueci no carro. – O olhei em dúvida e ele me olhou e fez um bico estranho. – Que foi?

– Nada. Onde foi a Lea? Ela estava aqui... – Falei e ele olhou para trás procurando por ela, mas tinha sumido.

– Não sei. – A porta se abriu revelando uma pulante Luísa entrando no quarto.

– Mamãe. Que saudades. – Ela disse quando veio me abraçar, mas não o fez, pois viu o pequeno em meu colo que agora largava o peito. Brian o pegou no colo e Luísa me abraçou e me encheu de beijos.

– Eu também senti sua falta minha pequena. Gostou da viajem? – Perguntei e ela me olhou com seus grandes olhos azuis escuros.

– Estava muito legal mamãe. O tio Zacky quase caiu do palco. – Ri quando ela falou isso. Levantou em um salto e foi perto do pai que tinha Derek no colo. Pediu para o mesmo se abaixar para mostrar o menino que parecia tranquilo.

– Ele é lindo. – Falei mais para mim e Brian me olhou sorrindo.

– Como você. Alias, ele tem muito mais de você do que de mim. – Falou sorrindo.

Esse tinha sido apenas mais um fruto de nosso amor. Um amor que tinha superado barreiras, enfrentado inimigos e crescido ao longo do tempo. Nós agora éramos definitivamente uma família. Uma grande e linda família.