P.O.V – Larissa

Eu e Luísa brincávamos com as mãos, ela me ensinava brincadeiras da escola e eu mostrava as antigas como “soco, soco, bate, bate” e ríamos muito. Era tão bom ter o meu bebê comigo depois de tanto sufoco. Era bom ver como ela ainda era a minha criança.

Brian atravessou a porta com um sorriso de orelha a orelha, pediu que Luísa nos deixasse a sós, nós duas relutamos, mas no fim ela foi e ele se sentou ao meu lado e acariciou o meu rosto, olhei um pouco curiosa para ele que sorriu novamente.

– Amor, você se lembra de quando nos conhecemos? – Perguntou e eu sorri lembrando, era um dia de sol e ele chegou à minha casa junto com os outros garotos, eu devia ter apenas uns quatorze ou quinze anos e me assustei quando eles chegaram, eles fizeram uma farra e Johnny ajudava. Meus pais ainda eram vivos e deram uma bronca no Johnny.

– É claro que eu lembro, tu era um cara estranho amigo do Johnny que fez uma baderna na minha casa. – Sorri junto a ele.

– E você era uma pirralha que gostava de popzinhos. – Gargalhei com o fato, era realmente verdade. – E me odiava.

– Você era irritante. – Ele riu e começou a falar de novo.

– Eu te amava, desde aquele dia sendo aquela pirralha estouradinha. E desde que nos conhecemos eu sonho com esse dia. – Ele parou de falar e ficou olhando para o teto. – O dia em que nós estaríamos juntos, com filhos e superando tudo de ruim que acontece com nós juntos.

– E vai ser sempre assim meu amor. Eu e você, lembra? – Falei lembrando do dia em que nos beijamos pela primeira vez.

Should it all come crashing

Down around me

Would you be there

Should I stumble and fall

Pick up the pieces

Forget about the shit that we've been through

I wanna stay here forever and always

Flashback on

Era sábado, eu estava de luto e acabava de voltar do enterro dos meus pais. Eu e Johnny ficaríamos sozinhos a partir de agora, dava graças a Deus que ele já tinha idade o bastante para vivermos sós. Os meninos decidiram que ficariam com nós por um tempo, até que estivéssemos bem o bastante para não fazer nenhuma besteira.

Sentei-me em baixo do carvalho da minha casa, a vista era ótima e dava direto na praia. Deixei minhas lágrimas tomarem seus rumos e apenas admirando aquela vista eu queria meus pais de volta. Senti alguém se parar ao meu lado e passar a mão em meu cabelo. Era Brian, reconheceria o perfume de longe. Ele deu um beijo na minha cabeça e se sentou ao meu lado passando a mão pelos meus ombros para que eu chorasse em seu colo.

– Hey princesa, não chora mais. É difícil, e eu sei como é, mas vai ser ainda mais difícil se você não tentar viver. – Ele disse e beijou minha testa. Eu o amava e ele nem sabia disso, mais um motivo para chorar.

– Como eu vou viver agora Brian? Sem a minha mãe, sem meu pai, sem família? – Levantei meu rosto e o olhei nos olhos.

– O Johnny é sua família, nós somos a sua família pequena. Todos lá dentro amam muito você e o Johnny, ou por que você acha que viemos ficar aqui com vocês? Seus pais eram nossos pais também.

– Mas agora eles não estão mais aqui e vai ser uma droga e eu não quero mais viver Brian. – Falei deixando as lagrimas rolarem. Eu devia estar muito vermelha e feia, sentia meu rosto arder.

– Como você vai saber? Tem que viver para saber, e eu vou estar sempre do seu lado, minha pequena. E como você acha que o Johnny está lá dentro sabendo que a pirralha dele está aqui mal e chorando? – Ele perguntava e eu apenas chorava. Ele limpou o meu rosto com a mão e falou perto do meu rosto: - Nós te amamos, e eu amo ainda mais Lari. – E então me beijou, um beijo calmo, ele tinha os lábios macios e eu larguei uma ultima lágrima ali. – Eu e você, pequena, para sempre. – E selou nossos lábios novamente.

These days are dead again

It's empty from the start

Flashback off

Ele soltou um riso baixo.

– Você era tão pequena. – Sorri ao lembrar. – Mas amor, o motivo dessa conversa é outro. É estranho te falar isso.

– O que houve Brian?

– É que você está grávida, pequena. Nós vamos ter outro filho. – Eu o olhei assustada e por impulso pus a mão na minha barriga, outro filho? – Mas dessa vez eu vou participar de tudo, e vou te dar a devida atenção e você não vai fugir. – O vi sorrindo e automaticamente sorri junto ainda assustada com a notícia.

– Nós vamos ter outro bebê? – Perguntei, provavelmente meus olhos brilhavam, eu estava feliz e completa.

– Vamos, e espero que depois fechemos a fabrica. – Nós rimos e Luísa abriu a porta.

– Hã, era só pra ver se vocês não estavam se pegando. – Ela falou e eu a olhei com olhar reprovador. Brian riu. – Foi o tio Jimmy que mandou mãe. – Começamos a rir.

– Filha, vem aqui um pouco. – Brian chamou e ela caminhou até ele que a pegou no colo.

– Nós temos algo para te falar meu amor. – Falei e ela me olhou curiosa.

– Filha, sabe quando dois adultos se gostam muito e... –

– Vai me contar de onde vêm os bebês pai? Por que se não, não perde seu tempo, eu já sei. – Falou cortando ele enquanto falava.

– Quem te falou? – Perguntei e ela riu.

– Tio Zacky. – Falou sorridente.

– Aquele gordo...

– Brian, palavrão na frente dela não. – Falei e ri junto com ele.

– Vocês querem me contar o que afinal?

– Bom filha, vamos pelo caminho mais curto. – Comecei e Brian emendou.

– Sua mãe está gravida. – Ela o olhou com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso no rosto.

– É serio isso, mãe? Eu vou ter um irmão?

– É sim filha. – Ela sorriu e pulou em mim rindo. Logo entrou no quarto todo o resto do pessoal e estava feita a folia. Logo uma enfermeira velha e gorda entrou e mandou todo mundo calar a boca e eu só ria.

TCHÊ. LÊ AQUI EM BAIXO OK? OK.