Entramos no quarto e para meu desespero Luísa não estava lá. Desespero, essa era a palavra que me definia nesse momento. Já tínhamos olhado por toda casa, e eu podia ouvir um dos policiais falar com Michelle.

- Onde a menina está?

- Como eu posso saber? Eu não sei do que vocês estão falando. – Disse tentando parecer inocente sem sucesso. Logo podia-se ver outro homem chegar na casa algemado seguido de outro policial.

- Olha quem eu encontrei, é seu cumplice, e agora vocês não podem mais mentir. Tudo leva até vocês. – Falou o policial que chegou com o homem. Cheguei em frente a eles e olhei com desprezo para os dois.

- Cadê a minha filha? – Eles me olharam e ouvi Jimmy me chamar de dentro de um quarto, olhei para o policial que me mandou ir até lá.

- O que foi girafa? – Perguntei e vi que também se encontravam ali Johnny, Matt e Zacky.

- Tem um sótão. Ela pode estar lá em cima, mas tá trancado. – Zacky despejou.

- E estão esperando um aviso do governo pra arrombar essa porra aí? – Perguntei meio irônico.

- Queríamos te dar as honras de abrir. – O pigmeu falou sorrindo. Ele tinha problemas, sérios por sinal.

- Ok, e como eu faço isso?

- Aqui, eu achei a chave na porta. – Jimmy falou calmo e eu olhei como uma interrogação e ele apenas deu de ombros. Meus amigos são realmente estranhos

- Passa logo isso aqui. – Disse pegando a chave de sua mão e puxando uma escadinha para subir. Abri o cadeado e adentrei no local. Era um “quarto” com uma cama e um criado mudo. Rolei meus olhos pelo local e vi minha pequena encolhida no canto do quarto, provavelmente com medo. Ela levantou seu rosto e pude ver suas lagrimas. Ela correu até mim e eu me abaixei para abraça-la. Não aguentei e me pus a chorar logo em seguida junto dela. – Calma meu bebê, papai tá aqui agora. – Dei um beijo em sua cabeça tentando confortá-la.

- Papai, nunca mais me deixa, por favor. – Ela disse entre soluços e aquilo cortou meu coração. Naquela hora só consegui pensar em tira-la de lá.

- Meu amor, eu te amo. – Falei a apertando mais e ela envolvia meu pescoço com os pequenos bracinhos e chorava.

- Eu também te amo, muito muito. – Disse em meu ombro, logo a puxei para baixo junto comigo e os outros quatro marmanjões foram a abraçar e quase não a soltaram.

- Ei pequena, nunca mais dá um susto desses em nós, caramba. – Jimmy disse enquanto quase a esmagava.

- Desculpa tio Jimmy, não foi minha culpa. – Ela fez uma carinha chorosa para ele.

- Filha, vamos para casa tomar um banho? Eu vou te levar para ver a mamãe. – Falei olhando para ela.

- Onde ela tá? E onde tá aquela fedida que me trancou aqui? – Ela falou parecendo um pouco brava ao falar de Michelle.

- No caminho de casa eu te falo onde tá a sua mãe, e quanto a tia fedida, ela tá lá em baixo, mas ela vai ser presa. – Falei.

- Fizeram alguma coisa com você, pequena? – Johnny perguntou a ela se abaixando de uma forma com que ficasse de sua altura.

- Não fizeram nada dindo. Só me deixaram sem comida. E eu tô com fome. – Falou colocando a mãozinha na barriga nos fazendo rir.

- Tudo bem, nós podemos comer alguma coisa depois. – Disse pegando-a no colo e começando a andar com os outros atrás de mim.

Ao chegar à sala os olhares se direcionaram a nós, e eu apenas dei um sorriso vencedor e disse:

- Ainda vai negar que ela estava aqui?

- Michelle, eu acho que você perdeu agora. Pela primeira vez não é? – Matt disse e sorriu sínico.

- Eu consegui o que eu queria cunhadinho. Eu fiz eles sofrerem.

- É uma pena que vocês vão sofrer bem mais na cadeia não é mesmo? – Johnny interviu.

- Já chega vocês dois estão presos em flagrante. Nada que alguns anos na cadeia não resolvam. – Disse o policial levando eles para as viaturas.

Algumas horas depois, com Luísa de banho tomado e bem alimentada, fomos ao hospital. Larissa precisava ver a filha, e eu precisava vê-la. Entrei no quarto primeiro e olhei para ela dando um sorriso, ela apenas forçou um.

- Amor, como você tá? – Perguntei chegando ao seu lado e depositando um beijo em sua testa.

- Triste. – Falou um pouco desanimada.

- Eu tenho uma surpresa pra ti, espero que fique feliz. – Falei sorrindo e ela me olhou curiosa. Saí do quarto e chamei Luísa, a peguei no colo e falei:

- Filha, eu vou te levar para ver a tua mãe, sorria bem grande pra que ela possa sorrir contigo, tá?

- Tá bom papai. Tô com saudade da mamis. – Falou sorrindo. Passei pela porta do quarto e larguei Luísa no chão e a mesma saiu correndo para abraçar a mãe, eu sorri vendo a cena. Nada poderia ser melhor do que ter a minha família toda ali reunida. – Mamãe, eu tava com saudade.

- Meu amor, como você está? Fizeram algo com você? Brian, onde a Michelle está? – Perguntei tudo meio rápido.

- Eu tô bem, mãe. E a Val feia foi presa junto com o tio feio. – Ela falou fazendo careta. Larissa sorriu, e eu apenas observava. – E como você está, mamãe?

- Eu tô bem meu amor, só com um pouco de dor. – Falou olhando para ela e sorriu, a pequena a abraçou quase deitando na cama junto de Larissa. Fui chamado pelo doutor para conversar.

- Então Brian, os resultados dos exames saíram, e eu tenho ótimas notícias. – Falou sorrindo.

- Então me diga se meu dia ainda pode melhorar.

- A Larissa vai ficar mais essa noite no hospital e amanhã mesmo daremos alta, e quanto à outra notícia, eu preferi falar primeiro com você, para você poder dar essa surpresa a ela.

- Você pode falar agora. – Falei e ri logo em seguida.

- Brian, você vai ser pai de novo. A Larissa está grávida. – Ele falou e eu sorri, mais um filho? Ele só podia estar de brincadeira.

- Você está brincando né? – Perguntei ainda sorrindo, eu tinha ganhado mais uma vida, agora Larissa carregava um pouco mais de mim consigo. Eu não poderia estar melhor.

- É verdade, conte a ela, vai ser melhor saber de ti. – Ele disse e se retirou, eu estava muito feliz, espero que ela fique tão feliz quanto eu.