The Both Sides escrita por auter_delacor


Capítulo 12
Capítulo 12 - Alma Suja de Sangue




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-Tem certeza disso Nessie? Bella ficará furiosa. – Jacob segurou gentilmente a fina cintura dela e a girou para que pousasse com suavidade sobre a neve fofa. A ruiva revirou os olhos debochando com um chiado que escapa por seu nariz.

         -Tem que ser mais confiante, lobinho. – dá um toque com a ponta do indicador no nariz dele. – Todos estão preocupados demais com Psique para notarem que sai. E, além do mais, vamos voltar logo, só preciso de uns dez minutos. – deu de ombros indo à frente.

         Jacob ficou parado ouvindo o burburinho dentro da casa com sua audição avantajada. Ninguém notara a falta da presença de Nessie lá dentro. Suspirou resignado e foi em passos largos atrás de sua silhueta que desaparecia entre os pinheiros.

         -O que vai fazer?

         -Porque você é tão diligente? Deveria aproveitar mais Jacob. Fica sempre se preocupado com tudo... Blá, blá, blá. Deve ser muito chato dentro da sua cabeça. – o lobo ouvia apenas sua voz abafada pela grande quantidade de neve que caia das nuvens. – Não agüento mais dentro daquela casa, queria poder espairecer um pouco. – argumentou evasiva.

         Suas botas afundavam e eles tinham que erguer os pés cada vez mais alto para continuar com o ritmo da caminhada. Jake não fazia ideia para onde estava indo, mas a seguia como um cão segue ao dono sem questionar. Então ela para abruptamente e sorri.

         Estavam em um plano vale que se estendia por metros e metros de chão liso e imutável. Renesmee ergueu a cabeça para o alto e aspirou com cuidado do ar gélido. Sentiu traços mesclados de ursos polares, vampiros e um grupo de alpinistas ao oeste.

         -Se queria caçar, porque não falou com seus pais? – ele perguntou.

         -Shhh... – ela colocou o indicador nos lábios pedindo silêncio. Tomou oxigênio suficiente para encher todo seu peito. – Se importa de esperar um pouco? – virou o rosto corado pelo frio para ele. – Queria correr um pouco. Mamãe nunca me deixa sair de perto dela quando caçamos juntas. – tinha os olhos suplicando docemente.

         O lobo vacilou. Não podia recusar nada que ela pedisse.

         -Ficarei aqui. – afirmou totalmente rendido aos encantos dela. Nessie sorriu e depositou um beijo em sua bochecha quente. Avançou velozmente da direção das montanhas próximas com os cabelos sendo atirados pelo vento. Jacob sentou em uma pedra e ficou observando ela desaparecer.

         Fazia anos que Renesmee havia imposto uma nova barreira entre eles, e essa era mais intransponível do que as outras. Se Jacob bem se lembrava, a última vez que ela havia tocado nele de uma forma que não amigável, foi quando Psique ainda era pequena e ela brigava com a família diariamente.

         Jake apenas não aprovava Psique, porque Renesmee a detestava. Ele sempre teria impulsos em concordar com Ness, e se manteria ao seu lado sob qualquer circunstância, mas não poderia negar que Psique de certo modo havia aproximado-os. Quem sabe ela os aproximaria novamente? Ele se questionava todos os dias se seria capaz de fazer Renesmee se apaixonar por ele do modo que era apaixonado por ela.

         Renesmee flutuava como uma aparição. Seus pés mal tocavam o chão congelado em seu mover suave. Ria jogando os braços para cima e re-experimentando a liberdade de que fora privada. Girou na ponta dos pés e parou a cem metros de uma manada de trinta alces adultos e que cheiravam terrivelmente mal. Renesmee franziu o nariz em uma careta desgostosa.

         Possuía o paladar refinado demais para conseguir suportar ter a base de sua alimentação de herbívoros nojentos. O máximo que seu estômago conseguia aguentar eram ursos. Carlisle disse que ela se acostumaria, mas Renesmee sabia que nunca se acostumaria. Suspirou encarando os alces pastando tranquilamente.

         -Uni, duni, te... Vou escolher... – largou os ombros indecisamente.

         Seu nariz foi assaltado por um delicioso cheiro de algo terrivelmente quente e doce. Apetitoso. Lambeu os lábios sentindo a queimação em seu interior crescer. Os humanos alpinistas estavam a menos de quatrocentos metros de onde ela se encontrava. Em dois passos estaria ao lado deles.

         Nessie mordeu o lábio. Provava sangue humano uma só vez, e nunca se arrependeu da sensação eufórica e sublime de poder que desceu sua garganta. Era como estar plena. Renesmee sentia que não tinha forças suficientes para fugir de sua natureza. Não entendia o porquê de renunciar aqueles prazeres.

         Ela era capaz de se alimentar sem matar.

         Passou a ponta da língua mais uma vez em sua boca, estava salivando terrivelmente. Repreendeu a si mesma por querer tão ardentemente fazer aquilo. Quando decidiu fugir de casa por alguns instantes, queria apenas irritar seus pais um pouco e poder respirar livremente. Sua casa havia se toldado em um cárcere, onde ela era a prisioneira julgada.

         Só dessa vez... Murmurou para si mesma esgueirando-se em direção ao acampamento montado pelo grupo de três rapazes. Ficou observando enquanto eles conversavam em russo e atentou ao alto bronzeado usando um grosso casaco forrado a pele de lobo que se distanciou dos outros para posicionar uma câmera.

         Foi na ponta dos pés em direção a suas costas musculosas. Ela podia sentir o bater febril de seu coração ribombando em seus ouvidos. Aquela devia ser a melodia mais esplêndida que já ouvira. Em gestos fluidos e rápidos ela tapou-lhe a boca e manteve as mãos firmes até que ele desmaiasse por falta de oxigenação no cérebro.

         Arrastou seu corpo até a proteção de um pinheiro e afastou os quilos de proteção de seu pescoço. O batimento cardíaco ficou lento e tonto, mas ainda atrativo. Renesmee se inclinou sobre a artéria dele e foi veloz ao sugar-la avidamente.

         O homem semicerrou as pálpebras de forma grogue. A mestiça travou uma luta íntima para afastar sua boca do ferimento. O alpinista fitou o bonito rosto dela e balbuciou algo como “Estou sonhando? Porque sinto uma dor terrível em meu pescoço, mas quero seu telefone.” O russo de Renesmee era meio fraco.

         Ela se levantou e desapareceu rapidamente entre as folhagens, deixando o homem só e perdido. Correu até estar à beira de um espelho d’água congelado e encarou o reflexo. Os joelhos afundavam no leito cheio de seixos e ela sentia o cheiro de sangue humano impregnado em sua pele.

         Havia uma tênue linha vermelha envolta de sua íris castanha.

         A híbrida sabia se livrar do cheiro, mas teria que bolar algo em relação a seus olhos. Deu um soco firme na camada congelada do lago e observou a água glacial ondular. Colocou a ponta dos dedos no líquido e sentiu-os adormecerem com o contato.

Sou um monstro. O que papai diria se me visse fazendo isso? Sorriu malevolamente para seu reflexo. Adotariam Psique e a deserdariam. Seria expulsa. Poderia ir aos Volturi, afinal, ela roubou minha família, porque não roubar a dela? Um prazer desmedido arrepiou seu corpo.

Renesmee parou com seus devaneios. Sentia-se má e devastada. Terrível por sentir tanto prazer em relação a algo que sua família desprezava ao máximo. Suspirou tomando coragem enquanto submergia o corpo e purificava a alma manchada de vermelho.

Bella saiu possessa de casa juntamente com Edward. Os dois rastreavam com cuidado a trilha que Renesmee fizera recentemente. Estava nevando, e isso ajudou a apagar parte dos rastros. A vampira morena rosnava constantemente ao retomar parte do caminho e grunhia xingamentos ao perdê-lo novamente.

         Andaram por mais de dois quilômetros até encontrarem Jacob sentado em uma pedra, distraído com o céu eternamente azul do Alaska. Edward fechou as mãos em punhos e furtivamente prendeu o pescoço do lobo com os dedos raivosos.

         Jake rosnou se livrando das mãos frias de Edward.

         -Qual é o seu problema? – resmungou.

         -Onde está Renesmee? – encontrou palavras em meio a seus dentes cerrados. – Você sabia que ela não podia sair, contrariou as regras e a ajudou a escapar! Acolhemos você em nossa casa, e aceitamos sua companhia de bom grado, e é dessa forma que retribui?

         -Ele não tem culpa Edward. – Bella interrompeu a discussão que se formava. – Sabe que não pode negar nada a Renesmee. – completou arqueando as sobrancelhas soturnamente. – Onde ela está? – repetiu a pergunta do marido.

         -Ela disse que queria ficar um pouco sozinha, caçar sozinha. Falou que você sempre controla ela muito. Pediu que eu esperasse. – encolheu os ombros, carrancudo. – Nessie não está errada, deixe que ela possa pensar um pouco sem vocês abafando-a.

         A vampira ignorou os protestos do lobo e retomou o caminho indicado por ele. Edward segui-a de perto enquanto subiam a encosta de uma montanha reclinada. Jacob ficou tentado em seguir-los, mas Renesmee expressamente mandara ele esperar. Bella ficou em silêncio durante metade do caminho, ponderando sobre todos os anos com Renesmee.

         Ela sempre fora uma menina difícil. Impossível de se contrariar talvez. Sempre teve aquela lábia louvável e fácil manuseio de todos, sempre tinha o que queria. Mimada. Ciumenta e possessiva. Só a simplória possibilidade de compartilhar seus bens com outra pessoa pareciam aterrorizar-la.

         Bella se indagava onde tinha errado. Amava tanto a filha, e faria tudo por ela, mas sentia-se uma perdedora ao constatar que sua princesinha havia se tornado uma megera egoísta. Amava Psique também, e ter de escolher entre as duas seria o pior de todos seus infortúnios.

         Os anos que Psique passou longe foram calmos e suaves. Renesmee voltara a ser a doce filha deles. A pianista talentosa que gostava de agradar a todos de qualquer forma. Orgulhava-se de sua prole, mas não desejava tapar o sol com a peneira, remediar a parte obscura dela. Tinham que arranjar uma forma de dissipar aquela raiva mesquinha. Mas... Como?

         -Bella. – Edward pronunciou seu nome como uma carícia. Repousou as mãos em seus ombros. – Não fique triste, tudo se ajeitara. – afirmou convicto. Ele sabia perfeitamente como persuadir a esposa. Bella sabia que ele não tinha tanta convicção, mas gostava de seu iludir na seda de seu timbre.

         Enroscaram seus dedos ao sentirem o perfume adstringente de humanos. Fazia alguns dias que eles não se alimentavam e tiveram de prender a respiração enquanto davam a volta pelo acampamento sem notar a presença dos homens.

         Estavam afastados e Edward puxou o ar com força.

         -Nessie esteve aqui. Seu cheiro acaba logo à frente. – andou com passos elegantes até o vertente de um rio congelado. – Mais adiante. – apontou para o leito rochoso alguns metros abaixo. Então ele parou tão de repente que Bella se bateu em suas costas.

         -O que houve? – perguntou desperta. Os olhos de Edward estavam arregalados de compreensão. Bella seguiu o caminho que eles faziam e viu o gelo quebrado em um perfeito círculo. – Ah meu deus! – ela gritou se atirando na água de qualquer jeito.

         Afundou quebrando todo o resto da calma que contornava o rio. Edward saltou logo atrás dela provocando milhares de bolhas que ocultaram sua visão da água densa. O contorno do corpo de Nessie estava difuso logo à frente, e ela impulsionou seus braços com força em direção a filha.

         Chegou diante dela em poucos segundos. Agarrou seus braços e a puxou para cima, arrastando-a para a margem. Ela cuspia água e se engasgava com o novo jato de ar que inflava seus pulmões. Bella colocou a cabeça da filha em seu colo e acariciou seu rosto sereno.

         -Ah meu deus Renesmee. O que estava fazendo? – exclamou horrorizada alisando os cabelos úmidos da jovem. O pai surgiu em seu campo de visão tão preocupado quanto à mãe. Uma compreensão lenta passou pelo rosto da menina. Tossiu mais uma vez e se levantou abraçando Bella com força.

         Começou a soluçar descontroladamente.

                -Está tudo bem querida... Tudo ficara bem. – Bella murmurava afagando os cabelos dela enquanto olhava significativamente para o esposo. A pele de Renesmee estava fria como um pedaço de gelo. Ela ergueu a filha com cuidado, mas os joelhos dela tremiam. – Vamos para casa meu amor.

         Sussurrou enquanto Edward tomava Nessie em seus braços.

         Os três refizeram o caminho de volta rapidamente, a temperatura do corpo de Renesmee vacilava de forma preocupante. Quando chegaram na planície, Jacob correu assustado até eles, mas foi ignorado rudemente pelos três. Seguia-os em sua forma lupina com as orelhas baixas em reprovação, sentindo-se culpado pelo que nem tinha ideia ser.

         Mesmo com as orientações de Carlisle, Psique ficou esperando pelo retorno deles no jardim nevado. Seus olhos profundos perdidos no caminho de onde haviam partido. Sabia que aquilo era culpa sua. Tudo sempre se resumia a ela. Psique tinha uma forte tendência megalomaníaca a achar que o problema era sempre ela.

         Seth estava quieto ao seu lado. Recusava-se a deixar-la só após o incidente.

         Usava grossas roupas permeadas que mantinham seu corpo com o calor termino necessário a um humano. Aquilo a deixava nervosa, e com uma vontade desmedida de arrancar-las, mas não queria ficar doente novamente. A voz mental dos vampiros dentro da casa estavam descontroladas de novo, mas dessa vez Psique conseguia se isentar parcialmente deles.

         O que levou Nessie a fazer isso? Pelo amor de deus, será que ela está depressiva? Sabia que tinha raiva, mas não depressão. Os nervos de Bella estavam em frangalhos. Psique sentia que eles chegavam antes de os verem ou sentirem. Um minuto mais tarde os quatro atravessavam a porta com uma Renesmee tremendo.

         Todos, menos Jacob, estavam molhados.

         Minha culpa.

-Dei um antitérmico para que a febre baixe. – Carlisle saiu do quarto de Renesmee fechando a porta e deixando-a na companhia de Alice e Rosalie. Psique estava encostada no corredor, os braços cruzados no peito e uma expressão indecifrável em seu rosto. Havia espantado Seth há algum tempo, queria ficar sozinha. – Ela não teve hipotermia, ficara bem em alguns dias, é apenas um resfriado. – comentou Carlisle enquanto sai do quarto com Edward.

         -Vamos conversar no escritório? – Edward pediu em voz baixa. O líder concordou e guiou o filho para o cômodo no fim do corredor. Ninguém parecia notar a presença espectral de Psique, e ela julgava melhor assim. Bella subiu as escadas com um prato fumegante de sopa em uma bandeja.

         Parou diante de Psique quebrando sua paz mental.

         -Sei o que está pensando. – murmurou.

         -Achei que ler mentes fosse o dom de seu marido. – Psique tentou forçar um sorriso, mas saiu como um fraco esboço amarelado.

         -Não se culpe. – Bella exigiu.

         -Ela só fez isso por minha causa Bella. Vou embora o quanto antes.

         -Conversaremos depois. – a vampira completou entrando no aposento da híbrida. Psique deixou que seu peso cedesse e escorregou as costas até estar sentada no chão. Focou seus ouvidos na conversa na extremidade oposta, mas a parede era feita de um material grosso, para assegurar privacidade, o que dificultou bastante.

         -Não sei o que aconteceu Carlisle, acha que Renesmee pode estar em depressão? Ela tentou se afogar. – a respiração da híbrida era baixa e regular e fechara os olhos para facilitar a concentração. As vozes insistentes em sua cabeça não ajudavam.

         -Jacob falou que ela estava totalmente normal antes de subir a montanha. Que saiu de casa otimamente bem. Não creio que seja depressão o que perturba Renesmee. Sabemos bem o que a deixa dessa forma. – enfatizou.

         -A ponto de mergulhar em um lago congelado?

         -Psique se sente culpada. – Carlisle pensou um pouco. – Temos de arranjar um jeito de controlar esse ciúme obsessivo de Renesmee. Isso já se tornou uma doença Edward.

         -Sei que sim, pai, mas não faço ideia de como.

         Psique cansou de ouvir a conversa e ficou de pé novamente. Sentia uma dor fulgurante em suas juntas enquanto se movia escada abaixo. Esme estava sentada na mesa e analisava revistas de decoração. Os vampiros estavam se organizando em grupos para tratar de Renesmee, Psique podia ver o nervosismo nos dedos tamborilantes dela na mesa de vidro.

         -Ah. Olá querida. – ergueu os olhos dourados e amáveis. – Está com fome? Fiz uma sopa deliciosa para Renesmee, talvez você goste. – sugeriu carinhosamente. Analisou a expressão abatida da filha. – Não se culpe Psique. – todos sempre estavam dizendo o que ela deveria fazer e sentir.

         -Vou voltar para Paris Esme. – murmurou. – Já fiquei tempo demais afastada. Devem estar precisando de mim. – completou piscando longamente e contemplando a vista das grandes vidraças. – Aqui é o lugar de Renesmee, ela já deixou bem claro que sou indesejada.

         -Sempre será o seu lugar também.

         -Sinto-me malquista aqui. Não quero causar problemas, já os fiz por tempo demais. Desde que cheguei só abalei a harmonia de vocês e os coloquei em risco. Devo partir, e não volto mais. – engoliu as lágrimas que insistiam em fugir pelo canto dos olhos.

         -Nos trouxe uma alegria desmedida. – Esme afirmou.

         Psique parou de falar ao ter a garganta apertada. Era uma intrusa no ninho. Não culpava Renesmee por odiar-la, queria apenas ter paz, almejava o perdão da prima, sem nem saber o que tinha feito de errado. Psique detestava se sentir impotente, quase que humilhada. Nunca rastejaria por desculpas de algo que nem tinha ideia da razão.

         Suspirou levantando da mesa.

         Subiu as escadas novamente e parou diante da porta de mogno. Tomou coragem e deu parcas duas batidas na superfície de madeira. Empurrou-a devagar até estar olhando para as quatro presentes. A face de Renesmee empalideceu de raiva.

         -Não quero brigar. – afirmou rapidamente erguendo as mãos e sem se mover da soleira. Aquele era território dela, seria uma indelicadeza tremenda entrar ali sem ser convidada. – Gostaria de conversar um pouco com você Renesmee. Prometo que não vou roubar muito de seu tempo.       

         -Já está. – sibilou irritada.

         -Nessie. – Alice a repreendeu.

         -Preciso falar com você antes de tomar minha decisão definitiva.

         Renesmee ficou curiosa, assim como todos os presentes.

         -Tudo bem. – deu de ombros cedendo. – Nos dêem licença, por favor. – olhou docemente para as tias e a mãe. As três saíram mirando seriamente Psique. Não faça nada de que se arrependera. Bella lançou um último olhar para as duas ao fechar a porta. – Você tem dez minutos. – falou sobriamente olhando o relógio de cabeceira e se aconchegando na cama.

         -Hã... – Psique gaguejou sem saber muito bem por onde começar. Sentou-se em uma cadeira e entrelaçou os dedos no colo enquanto encarava as mãos cobertas. – Porque me odeia? – perguntou levantando o rosto.

         -Já achei que tinha deixado claro. Você roubou tudo de mim.

         -Nunca te tirei nada Renesmee. – Psique sabia que era uma batalha perdida, mas simplesmente não conseguiu impedir a verdade de lhe escapar pelos lábios.

         -Nunca aceitarei que uma desconhecida partilhe de minha família. Meus direitos.

         -Só porque acha que é da mesma carne que Bella e Edward julga-se melhor que eu? – Psique mostrava uma indignação elegante. – Alice, Jasper, até mesmo Bella, foram todos adotados. Carlisle é o que nos une. Somos iguais perante os direitos. – retrucou desdenhosa.

         -Não me importa. Nunca gostarei de você.

         -Poderia pelo menos me suportar.

         -Já te suporto, não tentei te matar enquanto você dormia. – deu de ombros.

         Psique suspirou preparando mentalmente outro discurso, imaginando motivos que poderiam causar paz entre elas, mas um bater na porta as interrompeu. Carlisle colocou a cabeça para dentro do quarto e olhou condescende para Psique.

         -Tem um telefonema urgente para você Psique.

         O coração dela deu uma guinada frenética.

         Doug.


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