In love with my... cousin? escrita por Lady Dreaming


Capítulo 5
4. Hm... Não tão perto demais


Notas iniciais do capítulo

*se desvia de pedras, panelas, winchesters 22, professora babaca*
OK OK GENTE, EU SEI QUE ATRASEI, MAS POR FAVOR, VAMOS DEIXAR OS PROFESSORES DE FORA DISSO U.U Quero assinar um tratado de paz. Eu vim em paz... E com um capítulo novinho em folha :D
Tudo bem, meio escroto falar isso depois de meses, mas sabe o capítulo mais frustrante da sua vida? Não porque ficou ruim, mas por outro motivo, e o motivo é: eu NUNCA perdi tantas vezes um mesmo capítulo na minha vida. Sério, ou era essa droga de computador (que só liga quando quer) ou eu salvo e faço merda, aí o cap some, ou eu perco o pendrive e, quando encontro, descubro que o capítulo não ta lá... Tudo bem, são INÚMEROS motivos. Mas eu deixei minha frustração de lado, e finalmente sentei a bunda na cama pra acabar esse capítulo logo, e tava doida pra postar.
Esse é o típico capítulo em que não acontece muita coisa (tipo, o capítulo é 'dividido' em quatro acontecimentos, no máximo), mas, ao mesmo tempo, acontece um monte de coisas. Tipo, acontece mais coisa na cabeça da Lily do que de verdade, deu pra entender? É, acho que não...
Mas enfim, diferente da minha fanfic ACO, essa vai ter capítulos menores, mas com mais frequencia (por favor, vamos esquecer esse incidente :3), e eu quero que os acontecimentos rolem de forma mais rápida... É que eu percebi que, se os capítulos forem muito grandes, as pessoas se assustam e nem lêem, o que é uma pena, mas enfim... Ah, e essa fanfic nem tem motivo para ter capítulos tão longos, contanto que aconteça algo de importante em cada capítulo.
Tudo bem, to calando a boca, e mil desculpas. Além da minha frustração, ainda aconteceram mil coisas na minha vida, e isso sempre prejudica ): foi mal, e bom capítulo



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"Eu não quero conhecer meu inimigo. As coisas sempre vão longe demais quando isso acontece."


–É melhor... – comecei, enquanto me levantava. Minha voz estava baixa e a culpa tomava conta dela – Nós... – eu não sabia se conseguiria continuar, e aquele olhar de Hugo, com um brilho de expectativa, só deixava tudo mais difícil. Mas respirei fundo antes de continuar... Não é como se nós fossemos casados, ou como se nossas almas algum dia tivesse sido entrelaçadas. – Acho que é melhor nós esquecermos... A noite, e tudo o que aconteceu nela. É o melhor para... Família, e tudo mais. – Hugo murchou completamente. Seus ombros, que antes estavam tensos, caíram, em total desapontamento. Comecei a andar, não era certo ficar lá, assistindo-o nesse estado triste, como se fosse algo bom, mas algo me fez parar no meio do caminho. Eu estava sendo escrota, e esse foi o pior fora que eu já dera na minha vida, e bem com a melhor pessoa. Girei com meus calcanhares e sorri solidariamente para ele, que continuava daquele jeito – Mas... A noite foi ótima. Você foi maravilhoso, Hugo... Eu só acho que você devia saber.

E continuei meu caminho, deixando Hugo para trás. Mas, depois de eu ter dado uns cinco passos, ouvi barulho de algo se mexendo na grama, e alguém gritando meu nome.

–Lily! – Hugo gritou com a voz rouca... Uma voz que me lembrava de noite passada. Oh, meu Merlin! O que eu fiz para merecer isso? – Lily, espera... – então me virei, e o que eu vejo? Vejo Hugo, com um sorriso de lado, andando lentamente na minha direção – Se a noite foi ótima, me dê um bom motivo para não repetirmos ela. – Senti minhas pernas ficarem bambas. Não sabia que Hugo teria aquela coragem... Logo ele, tão tímido, estava colocando a timidez de lado, para repetir as noites comigo... Não pude negar que tinha me sentido... Poderosa diante dessa situação, mas toda essa sensação foi embora rápido demais, me impedindo de mudar de ideia.

Apenas apertei um lábio contra o outro. Soltei algo que devia significar ‘não podemos...’, e virei as costas, indo em direção ao castelo.

Por que não podemos repetir a noite, Hugo? É isso que pensava naquele momento. Não podemos, porque eu sou uma baita de uma filha da puta, que não tem coração, não sabe esconder algo da família, e tem medo de ser descoberta e de não ser mais vista como a certinha, a queridinha, e ser vista como a ovelha negra. Como a menina que estragou a família. Não podíamos continuar com isso porque eu era covarde, medrosa. Tinha medo da imagem que o mundo tinha de mim. Era exatamente por causa disso que eu não podia continuar com isso.



Estava deitada na minha cama, olhando para o teto, desolada. O pensamento que martelava minha cabeça era o mesmo... “Você pode ter acabado de cometer o maior erro de sua vida!”.

É... Eu acho que fiz besteira dessa vez.

Tudo seria apenas carnal, não haveria amor nem nada, então não haveria problema nenhum, certo? Certo?!

Errado, e eu devia parar logo de viver nessa mágoa. Havia sido só uma noite, ora essa... Quantos meninos ainda existiam aqui em Hogwarts? Exato, muitos. E muitos devem ser muito bons de cama também... E eu devia melhorar logo minha cara, antes que a Annie me fuzilasse com o olhar dela.

Annie, minha melhor amiga e, provavelmente, a menina mais legal daquela escola. Pelo menos era essa a minha opinião. Acontece que ela era compreensiva, engraçada, meiga, e muito, muito pervertida e maliciosa, o que era ótimo, já que eu podia conversar abertamente com ela sobre... Hm, certos assuntos. O que devia ser a brecha para eu contar tudo sobre a minha noite com Hugo, mas ela tem uma certa repulsa sobre coisas que se dizem respeito ao incesto. O motivo? Eu não sei! Ela devia ser a menina mais ligada ao incesto, já que quase toda pervertida ama um incestinho... Fala sério, isso é a coisa mais excitante do mundo! Mas não, ela é contra, e nunca me contou o motivo, e acredite, ela é tão cabeça dura quanto eu...

Eu sou azarada. Já sei disso. Porque, tem tantas coisas que eu posso contar pra Annie, mas, a coisa que eu realmente preciso contar, é a única coisa na qual ela não é tão compreensiva assim.

–Annie... – comecei, emburrada, me virando para ela – Fuzilar minha cabeça não vai fazer com que ela exploda, sinto lhe informar isso...

–Mas vai fazer com que você fale comigo, não é? – ela perguntou divertida – Está funcionando... Daqui a pouco você solta algo de importante.

–Não tem absolutamente nada para soltar... – comentei, bufando igual a um búfalo (N/A: Palhinha, homenagem pra você :D )

–Nem um pum daqueles bem fedorentos que você solta quando você está naqueles dias? – ela perguntou misteriosa. De início, fiquei vermelha, mas depois comecei a rir, mesmo envergonhada.

–Annie! Pode parar que nem fede tanto assim... – e me preparei para o contra-ataque – Pelo menos não são mais fedidos que os seus, depois que você come frango assado... – Parei para fazer suspense, tentando ao máximo não rir – O que, a propósito, é todo dia – ela também soltou uma risada estrondosa, e joguei uma almofada na cara dela. Ah, o amor entre amigas...

–A questão é... Você não voltou para cá, noite passada. – uma expressão maliciosa tomou conta de seu rosto – E isso te coloca na parede, minha amiga. Levanta altas suspeitas de quem foi o sortudo da vez.

O que eu mais gostava em Annie, talvez, era que ela me entendia, não me julgava... Mas o que eu menos gostava, era que ela me obrigava a contar tudo. Mas não dessa vez. Dessa vez eu não contaria nada, principalmente para o bem de Hugo.

–Nossa, grande coisa! O sortudo da vez foi... Quer saber quem foi? - vi seu rosto se encher de expectativa, como se esperasse o resultado da loteria – O Filch. Caramba, esse sabe como ser sensual, oh meu Merlin, acho que cheguei ao ápice do prazer ontem! Nada melhor que um corpo magrelo para apimentar a relação, você não acha? – ri da cara de saco de pão que ela fazia. Sabe? Aquele saco de pão que as pessoas colocar no rosto, com furo e tudo mais. Então, essa cara mesmo, com o olhão e tudo. Claro que ela não achou tão engraçado quanto eu, então ela, carinhosa como sempre, me respondeu com uma travesseirada na cara – Caramba! Você rapta tijolos e esconde no seu travesseiro, por acaso?

–Sua mentirosa, você não estava com o Filch! – Céus! Será que ela, em algum momento, teve dúvidas disso? Ew! – Me conta o que você estava fazendo ontem, por favor! Eu nunca te escondo nada!

–Eu estava monitorando, tudo bem? Estava com a cabeça cheia de coisas e... – dei mais um passo para perto do banheiro... Estava tão perto...

–Coisas tipo o que? Tipo com quantos meninos você transou? Ah, e nada melhor na vida para relaxar, como monitorar! Sabe, só a ideia de monitorar enche meu coração de alegria e paz... – ironizou, inflando as narinas de um jeito que me deu vontade de testar se Gordon, o menino que comia meias, cabia lá dentro.

–Olha, quer saber, eu acho que você devia se acalmar e, não sei, tentar fazer alguma coisa de útil além de me achar uma criminosa ninfomaníaca – mais um passo e eu estava dentro daquele banheiro. Só mais um passo...

–E eu acho que você devia tomar banho, já que você está FEDENDO A SEXO! – gritou, furiosa.

BLAM!

Tudo bem, eu já estava segura agora, não tinha com o que me preocupar. O interrogatório tinha acabado, e aquela discussão não tinha sido nada. Ela já esqueceria, e tudo voltaria ao normal de novo.

Normal...

Nada voltaria ao normal. Eu não voltaria a enxergar os meninos de novo, agora eu sempre vou olhar para eles, imaginando como não são bons o suficiente, como não são o Hugo.

Tudo bem, é aí que você pensa: “mas eles se conhecem há muito tempo e nada nunca aconteceu, não tem como tudo mudar só por causa de uma noite.”

E, se você pensa assim, é porque você nunca experimentou o poder que uma única noite pode ter.

Uma única noite tem o poder de te fazer mudar completamente de ideia, pode te fazer mudar de familiar comum para incestuosa, pode te fazer criar uma imagem, e se apaixonar por ela.

É, eu estava apaixonada por uma imagem, e talvez isso pudesse me confortar.

Eu não estava apaixonada por Hugo, estava apaixonada pela imagem que eu tinha criado. Tudo era uma ilusão, ele era uma ilusão.

Entrei no banho pensando como eu era idiota. Quer dizer, como você consegue se prender tanto a algo inexistente? E se entregar a isso como se fosse normal, como se você fosse receber algo em outra, algo que não fosse sofrimento. Porque, não sei quem seria burro para não enxergar, mas é óbvio que nada de bom vai sair desse relacionamento. Eu digo, nada mesmo. Talvez um momento de alegria e prazer, yupi, tudo bem, mas depois é tudo sofrimento.

Como fazemos isso? Como temos a capacidade de pegar uma pessoa normal, sem nada diferente dos outros, mudar essa pessoa para alguém incrível, e então simplesmente nos apaixonar por ela? Por uma criação nossa? Da noite para o dia?

É claro que eu estou fantasiando, porque Hugo não demonstrou nenhum um pouco sobre ele mesmo, e pelo o que eu conhecia sobre ele...

Espera.

Eu não conhecia Hugo. Não sabia nada sobre ele... Bom, eu sabia que ele tinha uma mania irritante de falar ‘ye-yeah’ quando via alguma coisa gostosa, e que fica extremamente irritante quando ficava bêbado, chegava a ser admirável o quão irritante ele podia se tornar... Ele também parecia não ter coragem de se expressar, como se tivesse vergonha...

Tirando isso, eu tinha que me contentar com o fato de que não o conhecia, e não tinha como eu nem mesmo gostar de alguém desse jeito. Mas eu continuava fingindo como se o conhecesse, como se pudesse prever o que ele vai fazer, como se fosse normal gostar dele, como se ele fosse um cara qualquer. A questão era que ele não era um cara qualquer, na verdade, ele não existia! O meu Hugo, aquele que eu sei tudo sobre ele, e que é disponível, não existe. O outro Hugo eu não conhecia, simples assim. E, para cortar com um sofrimento todo, eu tenho uma solução, lógico que tenho, e, mais simples que todo esse meu esquema maluco é essa solução.

Eu não vou conhecer Hugo. Pronto.

Porque ele pode acabar sendo tudo isso o que eu acho que ele pode, e devia ser, caso ele fosse o meu Hugo. E, se ele fosse tudo isso, eu simplesmente não ia aguentar, eu ia acabar gostando dele. E qual o problema disso?

Simples, claro, qual o problema de gostar de um menino que, por acaso, é seu primo, não é mesmo?!

Será que alguém, além de mim, gosta das minhas ironias? Bom, tanto faz, a questão é que eu não preciso sofrer por uma coisa que não vai acontecer, e eu simplesmente não lembro por que eu comecei a pensar em tudo isso, porque agora um pensamento me veio: eu gosto dele, pro acaso? Quer dizer, de verdade? Ou só é aquela sensação de que você gosta de alguém, quando a pessoa simplesmente te fez experimentar algo novo?

Bom, isso não significa que eu vou me aproximar dele, claro, porque ele tem algo no jeito dele que me alerta para ficar longe, porque, apesar de eu não gostar dele, isso é uma possibilidade.

Hugo agora é o inimigo, e temos que ficar longe de inimigos.

Eu não quero conhecer meu inimigo. As coisas sempre vão longe demais quando isso acontece.

–Annie? – gritei enquanto me secava, procurando um pouco de normalidade na vida, mas quando não ouvi nada, presumi que ela já tinha ido embora.

Me troquei rapidamente, colocando uma roupa qualquer. Não queria me preocupar com nada, só queria comer minha gelatina. Por que gelatina? Simples, desde pequena, quando eu estou estressada, eu me alivio comendo gelatina... Não sei, ela é mole, flexível, e... Fria?

Ei, sabe aquela sua teoria que você tem desde pequeno, mas nunca parou pra pensar nela? E quando você pensa, a única coisa que vem na sua mente é: minha mãe me enganou, brigadeiro uma ova, aquilo era estrume de hipogrífo.

Andei estressada pelos corredores, a propósito, são todos iguais. Às vezes eu sinto como se nada mudasse em Hogwarts, o que por um lado é bom, porque, se a cozinha mudasse de lugar, por exemplo, eu não estaria indo aproveitar minha gelatina (eu vou ficar estressada com a história da teoria por um tempo), mas isso estava começando a encher. Eu me sentia perdida em Hogwarts, e enquanto todos os alunos aproveitavam o sábado lá fora, eu ficava aqui dentro, procurando a maldita cozinha!

Não me senti tão sozinha quando ouvi passos atrás de mim, aliás, era outro perdido. Mas então eu dei uma olhada disfarçadamente, e me senti abençoada pela graça de Merlin: nada melhor que Hugo Weasley atrás de mim, enquanto eu tento me focar na minha sobrevivência sem gelatina... Sinto os sinais da abstinência chegando.

Tentei apressar o passo, mas percebi que seria inútil, uma vez que são corredores de uma escola, não de um labirinto, e não teria como eu fazer um vipt vapt e sumir. Me certifiquei de que não tinha mais ninguém mesmo no corredor, e me preparei para ignorá-lo, mas mudei de ideia. Apesar de todo o meu plano, esquema e tudo mais, eu não queria fazer isso. Queria conversar com ele, queria mandá-lo embora, só para ver se ele ficava. Estava sendo egoísta e errada – tão errada quanto minha teoria da gelatina –, mas queria ele por perto, porque me sentia bem.

–Você está me seguindo... – afirmei, tentando reprimir um sorriso.

–Hm, eu diria que não... – notei um pouco de Rony Weasley em sua voz, e o pensamento de que ele era da mesma família que eu, espantou minha vontade de jogar charme para ele e fazer qualquer coisa. Foi como uma martelada me jogando para a realidade, e queria ele longe dali. Não queria causar mal.

–E ninguém te ensinou que perseguir os outros é feio? – resisti a vontade de virar e encará-lo, e quis esquecer que ele estava do meu lado.

–Já disse que não estou te perseguindo – sua voz era confusa – Só estou indo atrás do que quero.

Hesitei por um instante, mas depois continuei meu caminho.

–Ah, você está indo para a cozinha também?! Vejo que você é bem igual ao seu pai, acho que comer muito é de família... – me fingi de desentendida, mas vendo que isso não acabaria o assunto, decidi mudar a tática – Sabe, você mudou. Desde quando você diz o que pensa? – desafiei, me esquivando, sem sucesso, de Nick-Quase-Sem-Cabeça, e senti o gelo de sua alma dentro de mim, me fazendo estremecer – Não parece o Hugo que eu conheço... – murmurei, mais para mim mesma, mas depois tentei me lembrar de não esquecer de que eu não o conhecia. Uou, essa frase ficou confusa.

–Desde quando eu transei com uma desconhecida e achei normal. Desde quando eu percebi que só falava o que queria quando bebia. Desde quando uma menina teve mais iniciativa do que eu... – ele hesitou, e as próximas palavras saíram como uma reflexão – Desde quando eu percebi que, aquilo que eu vivia, não era vida.

–Profundo... – balancei a cabeça, como se estivesse sendo compreensiva. Eu não tinha que ser legal com ele, ou simpática. Eu tinha que ser insuportável, e talvez, assim, ele ficasse longe – Vida mesmo é perseguir a prima, não é? – alfinetei um pouco mais, apenas para garantir, mas não consegui me segurar, e tive que fazer um assunto que abordasse o assunto mudanças – Mas eu fico realmente impressionada com a rapidez com que você mudou. Parabéns, um brinde à nova vida!

Apesar de eu não estar sendo legal com ele por querer, não era exatamente isso o que eu queria fazer. Apesar de eu tentar negar, eu sentia alguma coisa por ele... Talvez não fosse algo romântico, mas eu sabia que alguma coisa eu sentia, só que ele tinha que ficar longe, bem longe. Numa distância longa o suficiente para eu não gostar nem da imagem que eu tinha projetado.

–Bom, não sou muito bom com isso – ouvi ele falar depois de certo tempo – Mas quer ir para Hogsmead sábado que vem? – vendo que eu ia retrucar, ele continuou - Comigo?

–Pare. Sério, para com isso. A gente não vai continuar com isso – me apressei, deixando-o para trás – Você sabe muito bem o que vão falar!

–E desde quando você liga para o que falam? – respirei fundo, reprimindo um gemido frustrado, mas o mesmo acabou escapando depois que ele repetiu minhas próprias palavras com a voz debochada – Essa não é a Lily que eu conheço...

–Você NÃO me conhece! – gritei, indo até sua direção, e não me segurei ao dar um tapa em seu peito – E eu não ligo para o que vão falar, mas ligo para nossa família! Ou será que você ainda não percebeu que não somos de famílias diferentes? – tentei me acalmar, e suspirei antes de continuar – Aquilo foi errado, e vai continuar sendo só isso, uma memória... – Seu olhar decepcionado me matava, mas não me impediu de continuar – Eu amo nossa família. Amo. E sabe como vai ser quando descobrirem? Vai ser guerra – fechei meus olhos, imaginando a cena – Todos vão começar a se culpar, e nós vamos nos culpar e perguntar se podíamos ter feito algo diferente... E vamos nos odiar por ter feito o que fizemos, e, por incrível que pareça, eu não quero te odiar – admiti, baixando o olhar – Não quero.

–Ninguém precisa saber... – insistiu, pegando no meu ombro.

–Mas vão! – resmunguei, o empurrando. Estava com uma vontade tremenda de ir embora, mas de ficar lá ao mesmo tempo – Você é transparente como água, e ninguém na nossa família é idiota – virei as costas, indo embora dali – Eu já disse, nós não podemos.

Eu podia ficar e dar um soco na cara dele, talvez se ele for menos bonitinho, eu possa pensar em outras pessoas. Ou eu podia comer minha gelatina logo, e acabar com toda essa palhaçada. Ou eu podia... Droga, o que eu podia fazer?

–Você podia dizer logo ‘sim’ para Hogsmead para acabar com essa... Como você disse? Palhaçada – Saí correndo atrás dele, que, na verdade, continuava parado no mesmo lugar.

–Seu otário, sai da minha mente! Seu merda! – cinco, talvez seis. Sim, com certeza foram seis socos que eu dei nele, e o idiota só ria. Caramba, já disse que isso me tirava do sério? Qual era aquela história de sintonia entre os seres humanos e tudo mais? Ele devia estar em sintonia comigo, ou seja, devia estar sério! Droga, eu preciso de gelatina.

–Lily, Lily, espera! – ele continuava rindo quando segurou meus dois punhos, e então o instinto animal de que os mais fortes devem sobreviver falou mais alto. Olhei ferozmente para nossas mãos, e então olhei para seu amiguinho, que na verdade não era ‘inho’, mas iria ficar se ele não largasse minha mão.

–Largue minha mão agora, ou terei que acabar com seu sonho de ter filhos.

–Lily, você devia prestar atenção, eu nem sei entrar na mente dos outros, mas você falou muito alto, sabia? Acho que você nem sabia que pensava alto.

–O.que.você.ouviu.seu.merda? – rosnei, sentindo que minhas narinas tinham inflado dessa vez, e não as de Annie. E, se eu não estivesse tão ocupada pensando em matar Hugo, eu podia sair procurando Gordon, e ver se ele entrava nas minhas narinas de búfalo saltitante.

–Calma, Lily, eu só ouvi a parte da gelatina! – e então largou minhas mãos, e meus músculos relaxaram – Então tinha alguma coisa que eu não podia ouvir? – completou de forma maliciosa.

–Talvez o quão babaca você é... Será que esse pensamento é o suficiente para você? – continuei andando, decidida a ir embora.

–Não, na verdade, um pensamento bom o suficiente seria a sua resposta para Hogsmead. Veja bem, somos primos...

–Poxa, obrigada, Hugo, eu estava com essa dúvida até agora, mas você salvou minha alma da perdição da incerteza – debochei.

–Bom, como eu ia dizendo, somos primos...

–Hugo, isso eu já entendi. Acho que seria interessante você falar logo até onde você quer chegar.

–Acho que você devia ir para Hogsmead comigo. Acho mesmo – abri minha boca para dizer ‘não’, mas então ele levantou a mão, dando sinal para eu nem tentar continuar – Fala sério, nós somos primos, quantas vezes a gente conversou de verdade?

–Da última vez não deu certo, e eu acho melhor a gente não...

–Por que não? Vamos, Lily, você não vai a um encontro comigo, você só vai beber uma cerveja amanteigada, conversar e, se eu tiver sorte, você vai rir. Se estiver chato, pode ir na Dedosdemel para comprar doces, mas pague sua conta antes. Não vai ser um encontro, e eu não costumo pagar bebidas para estranhas, sabe? – me diverti com seu comentário, e até me senti mais tentada a aceitar – E não vou xingar você no Profeta de Hogwarts. – levantou as mãos para mostrar como era verdadeiro – Juro – ri debochada, essa era minha brecha.

–Por favor, você não tem coragem...

–Tenho sim, eu mudei e...

–Não me venha com esse papo de mudança e tudo mais – me estressei – Use toda essa coragem para chamar alguma garota para sair. Alguma que não seja eu. Você não é o destemido, ué? Queria ver você chamar uma garota para beber cerveja amanteigada e vocês fazerem todas aquelas baboseiras de um encontro.

–Eu sei que não sou um manual ambulante sobre garota, mas eu sei como agradá-las na maior parte do tempo. Você é um exemplo delas – corei, e fiquei paralisada por um tempo – Então, você vem para Hogsmead comigo, não vem?

–Na verdade, você estava bem desagradável no começo.

–Vem ou não? – insistiu, alisando a camiseta.

–Quantos copos você bebeu, quatro? Rumores dizem que você é meio fraquinho para bebida – ele respirou fundo.

–Tudo bem, a gente se encontra às dez da manhã, no salão comunal.

–Eu preferia você quando não falava comigo, sabe?

–Você está mentindo – afirmou, me olhando com uma intensidade que eu desconhecia.

Mas eu não estava mentindo, eu o preferia longe, mesmo. Pelo menos, do jeito que sempre tinha sido, eu nunca tinha nem cogitado sentir alguma coisa por ele, era como uma coisa fora da minha realidade. Mas agora, com ele tão perto que eu podia decifrar a cor do seus olhos e o que eles queriam dizer, eu só sentia mais algo por ele, coisa que não aconteceria se nós tivéssemos mantido distância um do outro. Odiava estar com a dúvida se ele sentia algo por mim ou não, mesmo ele me chamando para sair, eu ainda tinha essa dúvida. Mesmo que tenha começado ontem a noite, já me corroia, e imaginei quanto tempo demoraria para passar. Sabia que ir com ele para Hogsmead não ajudaria em nada, e que eu tinha que acabar com isso que eu sabia que estava se formando entre nós, mas eu estava sendo masoquista, criando algo que não poderia desfrutar, e, de alguma forma, gostava dessa pequena esperança que nascia em mim cada vez que pensava nele.

–Acho que alguém está muito cheio de si – prendi meu cabelo com um nó, estava quente demais – Tire esse sorriso do rosto, eu não sou de contar mentiras, conviva com isso – e então meu alerta de MENTIROSA apitou no meu ouvido, e eu desejei com todas as minhas forças que eu não estivesse pensando alto mais uma vez. Sério, seria patético. Mas tudo bem, talvez eu mentisse às vezes só, mas era só quando era extremamente necessário, que nem a minha necessidade de provar que ele não é nada demais para mim – Eu vou aceitar, mas porque somos primos e isso, de certa forma, ajuda a família, sabe, o convívio em paz e tudo mais... Agora, se me dá licença, eu preciso muito pegar minha gelatina, acordei tarde hoje e não quero ficar de mau humor o resto do dia.

Logo após dizer essas palavras, vi o efeito que elas causaram, e comecei a procurar um buraco para enfiar minha cabeça, mas todos eram pequenos demais para meu cabeção cheio de merda. Droga de vida injusta, por que não criaram buracos maiores?

–Ah, eu sei bem... – sua risada ecoou pelo corredor e, maior que a vontade de bater nele, foi a percepção de que eu nunca tinha prestado atenção na sua risada, e odiei o fato de ela ser linda.

Evitei falar qualquer coisa, e minha sorte foi que ele parou de me seguir. Aí vai meu azar: durante a nossa conversa, nada mudou nessa droga de castelo, ou seja, todos os corredores são iguais, e eu continuo me perguntando aonde a merda da cozinha foi parar.

–Ei, Lily! – gelei, pensando que fosse Hugo de novo, mas a voz era grossa demais para ser dele, e me tranquilizei ao ver que era só John Klaus. Bom, sabe como é, moreno de olhos verdes, com topetinho que, por incrível que pareça, fica bem nele, lhe dando um ar másculo, e não ridículo. Corpo definido e todo esse blá blá blá... Péssimo na cama. Não que ele ficasse urrando como uma jamanta ou algo do tipo, mas ele era do tipo de menino que não tinha intimidade nenhuma, mas já se sentia no direito de gritar obscenidades para mim, e se trocou rápido demais para o meu gosto, então não foi amor, nem sexo, foi um pinto na minha vagina, só isso. Típico menino sem personalidade.

–Ah, oi, John. – ‘oi, Lily, tudo bem? Como você anda? Ei, desculpe por aquele dia, eu estava muito apressado, não sabia como agir diante daquela situação, sabe?’

–Ta gostosa, hein?

Correção: Estava muito apressado porque eu gozo muito rápido e estava prestes a gozar de novo, mas na segunda gozada eu choro, sabe como é, né? NÃO É TÃO BACANA ASSIM SER BROXA QUANTO FALAM.

Já deu de gente idiota para mim, mas, ao me afastar dele, esbarrei numa daquelas armaduras que tinham pela escola. Claro que ele seria cavalheiro e pegaria para mim, né? NÃO É O LÓGICO? Mas não, a besta continuou me olhando, como se eu fosse um pedaço de carne.

–Vai ficar me encarando, é? – resmunguei enquanto tentava levantar aquela droga – Quer que eu diga o que? Que estou lisonjeada? Desculpa, eu não estou.

–O sexo com você foi ótimo, Potter, você realmente sabe o que fazer... – bom, pena que você não sabe o que falar, meu amigo.

–Nem vem com essa, não transo por caridade.

–Vamos, Lily, eu sei que você quer. Eu estava pensando em... Repetir a dose... – depois de levantar aquele lixo, encarei nele, não tão surpresa com o que tinha ouvido. Aliás, ele era tão típico, tão óbvio, que estava me cansando já.

–Ah, você estava pensando em repetir a dose, é? Interessante... Acontece que eu não sou nenhum whisky de fogo para você... Como é mesmo? “Repetir a dose”. Cai fora, não quero nada com você – ele se aproximou furioso, tentando parecer ameaçador.

–Então não é só boato, Lily Luna é uma puta mesmo.

Eu podia me defender, podia falar que não era nada disso, mas não era isso o que ele pedia...

Quero dizer, não vamos deixar as boas maneiras morrerem, vamos voltar com a cortesia: se eles querem uma puta, dê uma puta a eles.

–Own, que triste, bebezinho, deve ser o horrível o fato de que nem essa puta aqui te quer. E agora, vai partir pra quem?

Ele virou as costas e saiu andando em passos largos, mas eu ainda tinha mais uma coisa para dizer.

–Que tal a Madame Norra? Talvez seu ‘amiguinho’ tenha o tamanho proporcional para ela. Aliás, coloca ‘inho’ nisso.

...

Gente, eu não to mentindo, era pequeno mesmo, então esqueça essa história de que meninos bonitos são bem dotados, isso é pura propagando enganosa.

Mas, a partir de agora, eu prefiro algo diferente ao que eu estava acostumada.

Prefiro algo mais legítimo.

Prefiro... o Hugo. Meu Hugo.






Merda, vai se foder, Weasley!



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Notas finais do capítulo

E ENTONCES, GALERA? O QUE ACHARAM? É, eu quero deixar claro que eu nao fiquei meeeeeses escrevendo esse capítulo... Só demorei meses pra postar :/ Gostaram da novidade de uma frase do capítulo lá em cima, antes de o capítulo começar? Sei lá, eu curti, dá um ar de suspense haha
Gente, por favor, já batemos esse papo antes, mas eu gostaria de mais reviews... Eu sei, eu não to no direito de pedir nem um toddy com leite, mas é sério, vocês sabem que isso incentiva o autor. Autores que me acompanham, vocês sabem como isso faz a mente fluir mais, trazendo capítulos melhores e mais frequentes... Eu quero saber o que vocês acham, QUERO OUVIR A VOZ DO POVO U.U
Hoje não vou exigir nada de vocês, mas só porque eu demorei demais para postar... Mas eu realmente gostaria de ter um feedback de vocês, galera. Leitores fantasmas não são muito minha praia, sabe? Pra incentivar vocês, ofereço UM HUGO WEASLEY DE BRINDE, O QUE ACHAM? OK, MENINAS, MORDER A ORELHA DAS OUTRAS NÃO VAI LHES IMPEDIR DE COMENTAR AQUI, E GANHAR HUGO TAMBÉM, ENTÃO CADA UMA ESPERA SUA VEZ... MENINAS, NÃO SE MATEM!
Tudo bem, péssima oferenda, apesar de ser tentadora haha comentem e ganhem um hugo, pode ser? Sem violência.
DIGA SIM À PAZ
beeeeeeeeeeeeeeeeijos, galera, espero que tenham gostado



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