In love with my... cousin? escrita por Lady Dreaming


Capítulo 6
5. Porras, caralhos e tudo o que há


Notas iniciais do capítulo

Ta. Ta. Ok, não sei bem o que dizer agora. Acabei de ver que faz uns bons meses que não posto e, ok, podem me chamar de puta babaca.
Eu sei bem que sou uma puta babaca.
Foi mal, acho que é isso que eu posso dizer, sei la, tenho motivos pra atrasar um pouco, mas não pra atrasar (tenho vergonha de dizer, mas vamos lá, coragem) oito meses. Céus, viram, é tanto tempo que daria pra eu estar em trabalho de parto agora.
Ok, sei também que muitas de vocês gostariam que eu estivesse em trabalho de parto agora e morresse de hemorragia. Tudo bem, podem admitir isso também, eu mesma estou a um passo de pular pela janela, mas acho que quatro metros não fazem um estrago tão grande quanto uma hemorragia, se bem que eu acho que essa viria do mesmo jeito se eu pulasse pela janela.
Céus. Ok, to calando a boca agora e deixando vocês com esse cocô de capítulo que realmente não chega a altura do quanto voces são incriveis.
Foi mal, gente, sério, acho que preciso de alguém me chicoteando todos os dias pra me obrigar a fazer as coisas... Não sou boa com prazos (acho que é uma redundancia escrever isso num capitulo que veio 8 meses atrasado) e bloqueio de criatividade é foda, mas vou me empenhar tanto que essa fic vai dar um avanção, prometo, prometo, prometo.
Ia postar o capítulo há 15 dias, mas fui pra Disney e não dava pra escrever lá, né... Mas não fiquem com raiva de lá, porque essa viagem me deu um impulsinho. Sei que não tem nada a ver, mas, cara, que vontade de conhecer o mundo
Perdoem-me, meninas que queriam ver o Hugo nesse capítulo, esse nosso filho da puta quase não aparece.
Tirem as crianças da sala, é só o que eu digo.



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"Uma obra da minha cabeça, era isso que ele era. E, como uma obra da minha cabeça, eu posso destruí-lo e posso me fazer esquecer"

Ter passado a semana toda evitando o Hugo talvez seja uma coisa meio infantil. Mentir para mim mesma sobre isso, talvez seja infantil também.

Mas esses meninos na minha frente que acham que vão me atrair se engasgando com um gole de whisky de fogo são infantis também, e eu não vejo ninguém jogando pedras neles. Infelizmente, claro. E é claro que eu estou contando para essa ser uma situação temporária, visto que meu próximo passo é petrificar o professor de poções e jogá-lo em cima de todos eles.

Não, eu não sou uma pessoa infantil, muito menos vingativa ou impaciente. Só sou uma menina cansada que não aguenta mais tantos meninos iguais, e é aí que você se pergunta por que diabos eu não paro de reclamar e saio logo para experimentar situações novas com pessoas novas para encontrar pessoas diferentes. Tudo bem, sei que você está com as genitálias latejando para jogar logo a pergunta na minha cara. E tudo bem também, porque eu, no momento, estou com a genitália latejando mais ainda para dizer que eu já fiz tudo isso, e acontece que acabei transando com meu primo e agora cheguei aqui, no ponto de ficar observando esses idiotas para ver se volto a sentir atração por eles, pensando numa desculpa para faltar ao passeio em Hogsmead ao invés de estar pensando em qual roupa usar.

Veja só até onde esse fluxo Hugo Weasley está indo, eu estou prestes a perder meu sábado só para não vê-lo. E ele não vale tudo isso, mas minha sanidade mental, sim, e é por isso que estou aqui no jardim, tentando, além de tudo, inventar um feitiço para o tempo ir mais devagar. Ou talvez um feitiço que desfaça alguma coisa do passado. Ou talvez eu só pense num feitiço capaz de inventar uma gelatina em quaisquer condições. Eu só quero uma solução.

O que eu ganhei? A não ser que Annie tenha mudado seu nome burramente para solução, eu só ganhei um ser que anda mais insuportável que o normal.

–Vamos, Lily, essa sua cara de bunda já trabalhou a semana toda, poupa ela dos fins de semana, ok? – como sou criativa, fiz o que ando fazendo a semana toda sempre que ela manda um comentário idiota: a ignorei. E ela, que é mais criativa ainda, fez o que anda fazendo sempre que eu a ignoro: continuou insistindo – Credo, Lily, você anda insuportável – bom, pelo jeito não somos tão criativas assim, já que compartilhamos o mesmo pensamento – Qual é, você vai continuar aqui no jardim? Daqui a pouco a gente vai sair pra Hogsmead e você nem está arrumada ainda!

–Annie, é um passeio em Hogsmead, um vilarejo que não pode ser mais simples do que já é. Não é nenhum desfile de moda, não preciso me arrumar – bufei, entediada e distraída, pensando se Hugo notaria minha ausência hoje.

–Lily, qual é? – Annie parou na minha frente e segurou meu rosto, puxando-o para frente.

–Annie, você é incrivelmente linda e sensual, mas não sou de meninas, você sabe – talvez isso só a tenha estressado mais, porque ela soltou meu rosto e deu um passo para trás.

–Eu fiz alguma coisa? Você está toda estranha desde o fim de semana passado. Me fala, o que é que eu fiz?

–Você não fez nada, Annie. Não é nada... – percebi que foi difícil demais mentir que não era nada, então continuei – Não é nada que você fez.

–Então por que diabos a cara de bunda é pra mim? Desembucha logo o que fizeram com você

Droga, é verdade. A culpa não é dela. Por que eu estou sendo tão infantil? Ela não fez nada de errado, e talvez eu só esteja um pouco chateada porque não posso contar o que aconteceu pra ela, mas nem isso é culpa dela. Não posso ser uma idiota por uma escolha minha. Eu estou agindo como se ela tivesse me julgado, mas ela nem sabia de nada.

Céus, como eu sou uma idiota.

–Foi mal, Annie! Foi mal mesmo – levantei e a agarrei – Como eu fui idiota, desculpa, eu não sei por que eu fiz isso – mentirosa – Tudo bem, olha, não foi nada que você fez – eu não queria ficar falando mais nada, tudo isso pareceria um discurso, mas eu sabia que, se eu falasse só isso, ela continuaria perguntando, então continuei com as mentiras – Não foi nada que ninguém fez! Você conhece tpm, né, aquela coisa chata e insuportável...

–Chata e insuportável? Conheço sim, mas se chama Lily Luna, você conhece? – ela bagunçou meu cabelo e me afastou.

–Graças a Merlin, não conheço – fiz o sinal de cruz e olhei pra cima, mas, pro meu azar, encontrei os olhos curiosos de Hugo quando olhei pra frente de novo. Eles refletiam o olhar do pai, eram estranhamente carinhosos e maliciosos. E então eu tive certeza de que não queria ir naquele ‘encontro de primos’ que não seria só um encontro de primos, e eu sabia que não ia conseguir ficar fingindo na frente dele. Eu tive certeza que aquilo não daria certo.

Então, contradizendo todos meus pensamentos que diziam que eu não era infantil, saí correndo para dentro do castelo.

Não sei por que fiz isso.

Foi ridículo.

Olha o que você faz, Hugo, você me faz ser ridícula. Isso que eu fiz foi tão ridículo.

Ridículo, mas... Genial. Hugo vai me achar ridícula agora, e vai perceber que eu só sou – modéstia à parte – boa de cama. E talvez a mente dele também se ilumine, e talvez ele perceba que não vale a pena continuar com isso, porque não tem futuro nenhum. E talvez ele pare de mentir pra si mesmo também, e pare de dizer que é só um ‘encontro de primos’. Talvez a mente dele funcione que nem a minha. Talvez a genética venha a ser útil nesse nosso ‘relacionamento’. Talvez ele perceba, então eu vou poder parar de criar um monte de ‘talvez’, porque é só isso que minha mente anda criando ultimamente.

Talvez minha família aceite. Talvez me expulsem de casa.

Talvez ele seja o cara. Sei lá, talvez eu nem goste dele.

Talvez ele seja quem eu imaginei. Talvez eu esteja completamente errada.

Talvez eu nem goste dele.

Talvez eu nem goste dele.

Talvez seja coisa da minha cabeça. Talvez tudo isso esteja na cabeça dele também.

Talvez a gente termine junto. Talvez não dê em nada.

Talvez ele estrague tudo. Talvez eu estrague tudo.

Talvez não tenha nada pra ser estragado.

Talvez eu nem goste dele.


Vinte minutos depois que cheguei no quarto, Annie passou pela porta, irritada e mortal.

–Sempre te achei bipolar, Lily, e eu já sabia que você não era normal. Mas aquilo foi demais. Que ceninha ridícula foi aquela?

–Eu não sei, foi mal – assim que me lembrei da cena, comecei a rir. Annie, obviamente, não achou tão engraçado assim – Qual é, Annie, não sei o que me deu, mas não é pra tanto também, né?

–Você não está nem pronta ainda, Lily – tudo bem, é agora, ela nem vai ligar. O ditado diz “o que é uma gota de chuva pra quem já está molhado”, não é? E o que é mais uma merda pra quem já está todo cagado, não é mesmo?

–Er, então, Annie, eu... Não vou hoje – ela parou, piscou duas vezes e riu um pouco – o que foi?

–Nada, pensei que tivesse acabado de ouvir você falando que não ia hoje.

–Mas foi isso que eu acabei de dizer – ela ficou séria de novo e balançou a cabeça.

–Eu não acredito, Lily, por que não? A gente vai pra Hogsmead sempre, o que é que deu em você? – antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ela colocou a mão para a frente, me indicando que, se eu abrisse a boca, ela faria algo mortal – Quer saber, eu não estou nem aí, você faz o que quiser... Quer ficar se isolando, fica se isolando, faz o que você quiser – e, com isso, ela saiu do quarto, fazendo questão de bater a porta.

Como diabos eu perguntei se ela conhecia tpm? Óbvio que ela e tpm têm uma amizade muito forte, porque olha...


Depois de um tempo, olhei pela janela para ver os alunos indo embora para Hogsmead. Me amaldiçoei dez vezes quando encontrei quem eu não devia estar procurando, e vi que ele me procurava também. Não dava para enxergar direito, mas, na minha cabeça, ele estava preocupado porque eu não estava lá.

Eu sou uma idiota, não sei quantas vezes vou ter que admitir isso hoje para eu finalmente parar de ser assim. E não sei quantas vezes vou ter que mentir para mim mesma para eu finalmente perceber que eu estou me afogando na ilusão, e que não sairei ilesa de lá.

Os alunos saíram andando, mas demorei pra perder Hugo de vista. Queria que ele não fosse ruivo. Queria que ele não fosse idêntico ao pai. Queria que ele fosse adotado. Queria que ele fosse diferente, então seria mais fácil me iludir, e eu poderia mentir mais para mim mesma e pensar que ele era só mais um garoto.

Inferno, ele não é só mais um garoto.

Num súbito desespero, comecei a procurar meu álbum de família no armário. Não sei o que aconteceu comigo, não sei o que queria fazer. Quando encontrei a foto que procurava, só sabia que eu era toda errada. Na foto, a família inteira estava reunida e, que inferno, Hugo estava do meu lado. Nós não nos tocávamos. Nós não nos conhecíamos. Então a verdade me atingiu em cheio mais uma vez, e percebi de novo que não o conhecia. E, mesmo assim, eu estava me empurrando para uma coisa que não existia, para um relacionamento ilusório e para um fantasma. Eu nunca tinha gostado de ninguém, e o mais perto que eu estava chegando era de uma pessoa que eu nem sabia se existia. E eu estava sofrendo por isso. E, não posso mentir, criei um monte de cenas nossas na minha cabeça, e agora eu estava sofrendo porque, toda vez que o via, é como se algo entre nós tivesse acabado. E eu consigo detestá-lo porque, na minha mente, ele fez tantas coisas erradas, mas, ao mesmo tempo, me fez tão feliz.

Mas a verdade é que Hugo nunca fez nada.

Por Merlin, onde estou me metendo? Eu estou enlouquecendo.

Estou me entregando ao nada mais rápido do que é mentalmente aceitável. Será que ele está também? Aposto que ele não se importa. Não sei nem porque estou assim, eu não me importo também, certo? Sou independente. Independente, e não preciso dele, porque ele não é nada na minha vida e preciso sair dessa fantasia de uma noite só.

A noite foi ótima, uau, grande coisa. Mas noites acontecem sempre, nem todas são incríveis, mas qual a diferença? O que significa um momento incrível no meio de tantos que podem acontecer?

Acho que consigo mentir mais vezes antes de cair de cabeça nessa obsessão. Não acredito que estou obcecada no meu primo. No nada. Tudo está girando em torno disso, e está me afetando de um jeito que eu nunca pensei que me afetaria.

Maldita noite.

Essa não sou eu. Desde quando saio correndo dos problemas? Eu estou tão covarde que não me reconheço mais. Estou culpando a única pessoa que poderia me ajudar, mas, na verdade, nunca poderia. Queria tanto contar tudo, mas a verdade é que só havia uma coisa pra realmente contar, e era aquela noite. Nada mais havia acontecido, mas só isso era o suficiente para ela me achar repugnante.

Passei a semana afastando Annie de mim, com medo de ela não me entender. E claro que ela não me entenderia, nem eu me entendo, então como eu poderia culpa-la? Ela me perguntou tanto o que fez para mim.

Você não fez nada, Annie.

Perguntou tanto o que fizeram comigo.

Não fizeram nada comigo, Annie. Eu estou fazendo tudo isso comigo mesma, e como posso me culpar? Sei que poderia sair dessa se realmente quisesse, mas uma parte de mim não quer. Uma parte de mim se viciou nessa sensação de gostar de alguém – gostar de qualquer um ou de ninguém, que fosse –, e era tão bom que eu tinha que me entregar a isso para viver tudo. O drama, os pensamentos direcionados a uma pessoa só, tudo.

Nada tinha acontecido entre Hugo e eu, mas eu insistia sentindo como se houvesse uma história entre nós. Mas não tem nada, nada aconteceu, e ninguém se importa. Não tem nada com o que se importar.

Ele vai esquecer, Annie nem vai se lembrar mais dessa semana, e vou me forçar a viver as coisas como vivia antes. E vou me contentar com os clones idiotas que aparecem na minha frente, porque é só isso que tem por aí. E vou me contentar com a ideia de que eu não consigo gostar de ninguém.

Essa sensação dentro de mim poderia esperar – já esperou todos esses anos, o que custa esperar mais um pouco? Mais uns dez anos? Mais uns cem? Quem liga, não é mesmo –, aliás, eu tinha que aprender a me controlar.

E, além de tudo, esse Hugo não existia. Uma obra da minha cabeça, era isso que ele era. E, como uma obra da minha cabeça, eu posso destruí-lo e posso me fazer esquecer.

De repente, foi como se tudo tivesse passado. Céus, como fui idiota por ter esse ataque! Ridícula e insensata, vamos lá, Lily, você vai esquecer Hugo porque é isso que você tem que fazer. E, no final, vai ser tão fácil e simples, que você vai rir de toda essa cena.

Me olhei no espelho e vi que eu estava ridícula e bagunçada. Meus olhos estavam tão desesperados, mas eu nem entendia mais o motivo. Aquela cena foi uma perda de tempo, eu não precisava ficar me desgastando por uma coisa que não estava lá. Eu estava bem.

Estava bem até olhar aquele maldito álbum de novo e perceber que eu não estava bem. Eu estava bem na foto, quando eu nem imaginava do que Hugo era capaz. E lá estavam meus ‘talvez’ de novo, mas, no meio de tantos ‘talvez’, descobri algumas certezas, mas todas se contradiziam, formando uma confusão em minha mente.

Com certeza ele não existe, não preciso me preocupar.

Preciso tirá-lo da minha cabeça. Ele não vai embora. Preciso esquecer.

Vou esquecer.

Estou obcecada.

Ele logo vai embora e vou ficar bem de novo.

Já estou bem.

Não estou bem.


Estou enlouquecendo.

Vendo tudo o que pensei, percebi que esses pensamentos eram mais subjetivos que meus ‘talvez’ e, a única certeza que realmente tive naquele momento, era que precisava da minha gelatina mais que tudo.



No final, não peguei minha gelatina. Dei dois passos fora do quarto, mas então me lembrei da semana passada, quando encontrei Hugo pelos corredores e, mesmo sabendo que não o encontraria, não queria encontrar mais nenhum desafortunado na escola, então decidi que aquele seria um sábado propositalmente esquecível, e me limitei a fazer todas as tarefas.

Annie estava demorando demais e já estava muito escuro lá fora. Qual é, ela estava tão brava a ponto de montar uma cabana pra dormir longe de mim? Eu já estava amaldiçoando todas as gerações dela, desejando que ela dormisse com um menino com herpes por ser tão orgulhosa, quando ela passou a porta do quarto com um sorriso de ponta a ponta e me dando um abraço.

Ok, talvez a orgulhosa fosse eu.

–Lily, a vida é linda, não é?! – ok, com certeza a orgulhosa da história não era ela – Por Merlin, onde ele estava o tempo todo... ? – a bipolaridade decidiu atacar todo mundo, é isso?

–Do que diabos você está falando, Annie? – ela se jogou em cima de mim e caímos na cama, ela por cima de mim.

–Eu o amo tanto! Foi coisa do destino, Lily, você não ter ido! A porra do destino decidiu aparecer pra fazer tudo dar certo... Eu não estou brava com você, ok? – assenti com a cabeça, assustada e com uma vontade imensa de rir – Foi um conto de fadas, tão lindo...

–Opa, opa, opa – me coloquei nos meus cotovelos, balançando a cabeça – Acho que já concordamos que não existe essa baboseira de contos de fada, não é?

–Eu o amo, Lily – pelo jeito, minha amiga encontrou alguém muito bom de cama.

–Ama o caralho, Annie, você o conheceu hoje – respondi, rindo, a jogando para o outro lado da cama.

–Ok, não amo – revirou os olhos – mas curti ele, tudo bem?

–Ah, é? – Ergui uma sobrancelha, e percebi que ainda estava rindo. Era tão bom poder me esquecer de tudo – E você já entrou nas calças dele, sua safada?

Sei que o normal era falarem que “esse menino quer entrar nas suas calças”, mas, sinceramente, quando se tratava de Annie e eu, a expressão podia servir pra qualquer um dos lados. Qual é, direitos iguais, nós queremos transar tanto quanto eles, qual o problema disso?

–AAAAAAAAAAH – ela gritou, frustrada – Não – cerrou os dentes.

Não? Como assim, “não” ? Ela estava aqui agora pouco, em cima de mim, dizendo que o amava, não estava? Ela ia pra cama com meninos que ela só sentia um puta tesão, como assim ela declara o amor por um menino e não faz nada?

–Não? Mas você chegou super tarde, dava pra você ter transado com ele umas sete vezes, o que é que aconteceu? – ela me agarrou pelos ombros, me balançando várias vezes.

–Lily, eu estava com um puta tesão, mas nada acontecia! Eu estava quase chupando o moleque para mostrar que eu o queria.

–Realmente, uma forma bem sutil de demonstrar seu tesão... – coloquei um dedo no queixo, fingindo refletir.

–Argh, Lily, para, eu já estou super frustrada, não precisa me fazer querer ir até o Filch e me satisfazer – algum dia eu ainda descubro por que diabos usamos o Filch de exemplo. Só de pensar nele, meus mamilos já saem pelas costas.

–Querida Annie, sinto lhe dizer, mas você nunca se satisfaria com Filch.

–Ew, é verdade – ela riu anasalado – Mas você não está me entendendo, a gente ficou até tarde e não rolou nem um beijo.

–Que porra de moleque é esse que não aproveita uma mina gostosa que nem você? Pula fora dessa, Annie, meus mamilos já estão batendo na parede de tão broxa que esse menino é.

–Eu sei, tá, sei que não aconteceu nada, mas... Sei lá – ela olhou pro nada, sonhadora, e abraçou o travesseiro. Annie, já deu dos clichês – A gente ficou conversando e foi diferente – bufei. Annie se apaixonando por causa de conversas? Talvez bizarro.

–Do jeito que as iniciativas desse menino estão no auge, imagino como o papo foi animado.

–Mas ele tinha iniciativa! Era esse o problema, ele se aproximava, tinha iniciativa, e depois parava. Parecia que ele sabia como me provocar, eu já não estava me aguentando mais, cheguei à beira da frustração!

–Frustração? Mas que mau uso do eufemismo, por que você não admite logo que chegou à beira da excitação, que estava quase enfiando a mão na calcinha na frente do menino, mas queria pagar de boa moça?

–Eu estava mesmo... – admitiu, com olhar derrotado – Mas olha, foi diferente mesmo, e ele tinha um papo legal, tá? Não sei, eu... Gostei dele.

–E quem é esse bendito que fez minha amiga ficar melosa do jeito que está? – ele me lançou um olhar censurado – Qual é, você está melosa, nem vem... Esse moleque deve ser um deus pra te deixar toda apaixonadinha só jogando uns lero.

–Hage... – ela suspirou, e eu, automaticamente, coloquei as mãos nas costas.

–Quem diabos se chama assim? Caralho, que nome broxa! Ouch, Annie, eu não tenho nem mais piada pra fazer sobre meus mamilos! – o travesseiro, que antes estava em seus braços, acabou no meu rosto – Ai, sua vaca! – ela começou a rir. Ela achou isso engraçado? Será que um soco na cara soa engraçado pra ela também? – Já te contei da minha teoria sobre você roubar tijolos e deixar no seu travesseiro, não contei? – ela não parava de rir. Talvez um soco na cara não seja o suficiente, talvez ela queira que eu tampe a vagina dela com fita isolante, não sei o que diabos podia fazer ela parar com esse ataque.

Ela não parou o ataque.

Ela não vai parar. Porque está feliz demais gostando de alguém – tão feliz que só consegue rir e achar a vida linda – e essa sensação pra ela é melhor do que o gostar que eu sinto. E, quer saber, deixei que ela tivesse aquela droga de ataque e deixei que ela jogasse aquela droga de prisão de tijolos em mim mais algumas vezes, porque eu devia isso a ela. E, de alguma forma, isso me deixou feliz, porque não posso ser tão azarada assim a ponto de nunca poder ficar do jeito que ela está por causa de alguém.

Eu tinha a sorte dos Potter, afinal.



Já comentei que meus pais me deserdaram? Como assim, não posso ter deixado ninguém desinformado dessa novidade ainda. Acontece que me deserdaram mesmo sem saber tudo o que faço na escola... Não que transar loucamente seja algo errado, mas não acho que meu pai conseguiria imaginar sua filhinha transando mais que o normal e dizendo “bom, o que ela faz, ela faz direito, pelo menos”.

Não entendo essa conspiração contra mim. Me diz, Merlin, se você me deu uma vagina, eu não devia fazer bom uso dela? Não sou uma pecadora, se é que é isso que você quer saber. Tudo bem que eu quero ser uma pessoa boa, mas isso não significa que você pode pegar o azar do mundo e enfiar em mim. Pode mandar essa porra de azar para o inferno.

Estressada, eu? Eu só não estaria se fosse uma porra de freira virgem com uma porra de paciência dos infernos, o que eu não sou. Na verdade, sou só uma porra de incestuosa com um azar do caralho, que não sabe resolver os problemas, então crio duas opções:

Completar meu pensamento do sábado de manhã e petrificar a porra do meu professor de poções e jogá-lo pela janela para eu não me machucar tanto quando pular por ela

Ficar repetindo palavrões até que eu só consiga pensar em porras, caralhos, putas que pariu, e fique tão entorpecida a ponto de não entender mais nada que não seja a porra de um palavrão

E ainda cogito a terceira ideia de simplesmente vender meu corpo para ficar rica e poder pagar alguém para me explicar o sentido das coisas. Imagino quantas noites vou ter que trabalhar para pagar alguém que me explique por que diabos fiquei feliz quando cheguei atrasada e vi que não teria que sentar em dupla com Hugo – que estava sozinho –, porque tinha lugar do lado de Gordon, o amigo babaca de Hugo, e por que diabos pensei que Merlin não me detestasse tanto assim. E por que diabos aquele idiota do Gordon tinha que comer a porra das meias dele e ser tão fraco para vomitar em cima dos meus sapatos? Por que diabos tive que ser tão paciente e não saí da sala quando o professor me autorizou?

Por que diabos o idiota do professor pensou que seria legal passar um trabalho em dupla?

Por que diabos ele pensou que seria caridoso da parte dele não me deixar sozinha? Trabalhos em dupla foram feitos para serem feitos em dupla, quem somos nós, meros mortais, para contestar as leis da vida e fazer um trabalho de dupla com três pessoas? Não me importo em fazer o trabalho sozinha. Por que diabos não consegui contestar quando o professor disse que eu faria o trabalho com Hugo e – diabos, Merlin devia considerar mais as consequências antes de, simplesmente, não enfiar a porra do dedo divino no destino e deixar todo mundo chegar atrasado e sentar sozinho – John Klaus? Por que diabos fiquei repetindo todos os palavrões existentes e batendo minha cabeça na mesa, por que deixei tudo rolar?

–Srta. Potter, está tudo bem com você? Você sabe que pode ir limpar seu sapato, não sabe? – a porra do meu querido professor perguntou enquanto eu estava aproveitando meu mantra do “caralho”.

–Caralho, caralho, caralho, caralho, caralho... – continuei repetindo baixinho, batendo minha cabeça com mais força, na tentativa de criar um buraco na mesa e poder resolver meus problemas, enfiando a droga do John Klaus naquele buraco – não acredito, porra, porra, porra, porra...

–Por Merlin, alguém controle essa menina! – o professor riu, e talvez ninguém nunca tenha avisado pra ele que não é tão engraçado assim provocar o próprio chute nas bolas – por favor, será que alguém pode acompanha-la até a enfermaria?

–Se você me permitir, senhor, eu posso acompanha-la – alguém disse com uma malícia que me dava um soco na cara de tão exposta que era, e eu sabia muito bem quem era esse alguém.

Acho que posso fazer o sacrifício de vender meu corpo mais algumas vezes para entender por que diabos Annie achou bacana matar a primeira aula hoje.

–Ótimo, senhor Klaus, pode ir – saí do meu transe rápido o suficiente para impedir o puto do John de sair do seu lugar.

–Não, professor, na verdade, não é ótimo... Olha, eu vou sozinha, muito obrigada, Klaus, mas vou te poupar de gastar toda essa gentileza que você tem para dar.

–Srta. Potter, não acho que seu sarcasmo seja necessário – bom, nem eu acho que sua caridade de não me deixar sozinha seja necessária, mas não estou te contestando, não é mesmo? – Ele só estava tentando ser...

–Gentil, é, eu sei. E eu só estou tentando poupar a gentileza dele, como já disse, não quero que ele perca essa aula maravilhosa por alguém que não tem nada com ele... Vamos deixar essa tarefa difícil para os bons amigos.

–Ah, minha cara Lily, você sabe bem que a gente tem uma ligação... E que ligação – mais um comentário malicioso e eu pulo pela janela direto. Mais um comentário e eu não me importo mais em me machucar com o vidro. Mais alguns risinhos da sala e eu petrifico todo o mundo e volto a me importar com a porra do vidro da janela.

–Engraçado, não acho que você seja o suficiente pra criar uma ligação entre nós, sabe. Não é... Grande o suficiente pra fazer uma conexão profunda... Se é que me entende – a sala explodiu em risadas e aproveitei esse momento para me levantar. Infelizmente, ficar batendo a cabeça na mesa por cinco minutos traz consequências, e agora eu estava tonta demais para conseguir ficar em pé sem me desequilibrar.

–Ei, meninos, fiquem quietos – o olhar do professor era confuso, e eu sabia que ele não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Céus, professor, saia desse seu mundinho da terceira idade! “Grande o suficiente”, “conexão profunda”, “se é que me entende”, será que eu tenho que ser menos sutil para mostrar que estava falando sobre sexo? Não sei se fico feliz por ele não ter entendido, ou se fico frustrada com a falta de pensamento das pessoas – Srta. Potter, não tem condições de você ir sozinha até a enfermaria, aceite logo a ajuda do...

–Eu vou com ela – a voz rouca de Hugo atingiu meus ouvidos e, por um momento, me senti leve por ouvir aquela voz. Mas então me lembrei de que meu plano era esquecê-lo e não me importar, e tentei ser fiel ao que eu prometia a mim mesma.

–Você não é nada meu, obrigada, não preciso de ajuda – o professor ia contestar, provavelmente iria me dar uma bronca por ser tão grossa com todos, mas o poupei de levar um soco na cara – Sério, professor, eu estou bem, não está vendo? Eu consigo muito bem ir... – será que hoje é o dia de interrupções? Me parece que ninguém está acabando as próprias frases hoje. E Hugo, como um bom fiel a datas especiais, me interrompeu com uma risada debochada e indignada.

–Não sou nada seu? Lily, eu sou seu primo – o olhei e ele parecia estressado, bravo demais para uma segunda feira de manhã e, além de tudo, não parecia o Hugo que se encolhia diante de todas as situações desafiadoras.

–Exatamente, você é meu primo! – falei, alto demais para alguém que devia não se importar. A sala toda me encarava, e sabia que ninguém me apoiaria porque ninguém sabia da história entre Hugo e eu. Ninguém me viu como uma menina tentando poupar a família do sofrimento de um relacionamento incestuoso, eles me viram como a puta grossa que acham que sou – Obrigada, professor – obrigada o caralho, por que diabos essa porra de professor não faz a porra de trabalho dele? – Se você me dá licença... – murmurei, enquanto saia da sala.

“É só um sapato, por Merlin!” o professor disse.

“Eu já sabia que ela era uma fresca” comentou outro aluno filho da puta.

“Fresca, fresca... Mas na hora de ser a puta que é, ela nem liga para as frescuras” outra filha da puta respondeu.

“O Klaus que o diga”

“Que dó do Weasley” quando Marietta, a menina que tem dó de tudo e de todos, disse isso, olhei para trás, tendo a maldita visão de Hugo me encarando, parecendo desacreditar naquela situação toda.

“Não sei por que vocês estão impressionados, ela sempre foi uma puta” foi o último comentário que ouvi antes de virar as costas mais uma vez e sair correndo para o banheiro.

–Eu não me importo – murmurei para mim mesma – não me importo.



Sou fiel ao que prometo a mim mesma. Sou fiel à minha família e prometi que nunca os decepcionaria. E é isso que andei fazendo nesse tempo todo, não só desde que decidi não matar o resto das aulas, mas por todos esses anos. Porque é isso que faço, tento não decepcionar as pessoas erradas, mas algo me diz que isso não anda dando muito certo.

Algo me diz que não ando conseguindo ser alheia ao que dizem de mim também. Sei que o que dizem não importa, sei que são todos idiotas e que, no final, alguém vai cantar uma música sobre paz e tudo isso vai virar uma porra de High School Musical. Mas, enquanto ninguém faz um sacrifício pelo grupo e corta a franjinha de lado, tudo o que eu posso fazer, é tentar não me importar.

–Não me importo – é o que disse para mim mesma quando me sentei à mesa da grifinória com Annie nos meus calcanhares.

–Sua louca, esse é seu novo mantra? Você está repetindo isso desde o momento em que me agarrou pelo cabelo no dormitório.

–Da próxima vez te agarro pela bunda, quero ver você seduzir seu querido Hage sendo uma desbundada – debochei, antes de soltar outro ‘não me importo’ baixinho.

–Querida Lily, por trás dessa grande bunda, tem um grande cérebro... Acho que você me subestima – ela deu uma garfada na minha comida – Além do mais, ele gosta de mim pelo o que eu tenho por dentro, ok? Ele me acha adorável.

–Annie, se você não quer ficar sem bunda e sem sua preciosa vagina, sugiro que você não pegue mais comida do meu prato – ela riu, me mostrando toda a comida que tinha na sua boca – Imagino que ele te ache adorável mesmo, me diz, foi esse truque que você usou pra seduzi-lo? – ela riu mais uma vez – Credo, Annie, isso virou alguma espécie de programa dos anos 80 em que todo mundo ri no final das frases? – ri – Olha, nesses trinta segundos que demorei pra falar tudo isso, fiquei pensando no que você disse... Ele gosta de você? Mas já? Se vocês continuarem indo rápido desse jeito, você acaba bêbada em Las Vegas mais rápido do que o protocolo manda – debochei, puxando seu cabelo de leve.

–Lily, Lily, Lily, Hage e eu vamos acabar nos embebedando em Vegas... Isso vai dar certo, tá? – andei percebendo que Annie anda soltando muitos ‘tá’ e ‘ok’ no final de todas as frases, como se ela precisasse de uma prova de que eu entendi o que ela quis dizer – Eu estou sentindo algo em relação a isso e, olha bem como eu quero que isso dê certo, estou me proibindo de ter mais paus que não sejam dele.

–Bom, geralmente as pessoas pagam promessa com algo mais divino e puro, mas tá, acho que “sem mais paus que não sejam do Hage” serve também – ela ia rir porque ainda acha que estamos na porra do programa dos anos 80, mas então viu algo além de mim, e saiu correndo gritando um “é ele!”

Não sei por que me impressionei quando a vi correndo até alguém que estava na nossa mesa. Com tudo o que ela disse, era bem claro que o tal do Hage não era sonserino. Ela pulou em cima de um menino, e o mesmo a enlaçou pela cintura. Será que ele sabia que, segundo Annie, eles já tinham até uma viagem marcada para Vegas?

Ela sussurrou alguma coisa no ouvido dele e saiu de sua frente, apontando discretamente para mim. O menino sorriu maliciosamente para mim, mas, quando Annie se virou de novo, ele voltou com o olhar simpático, como se dissesse que adoraria me conhecer.

Seu filho da puta, o que acha de um encontro no inferno?

–Não me importo, não me importo, não me importo... – foi tudo o que consegui dizer até Annie se sentar do meu lado de novo – Annie, ele é...

–Lindo, eu sei! – ela suspirou, apaixonada.

–O nome dele não é Hage, Annie! – meus instintos assassinos floresceram, e eu imaginei se aquele idiota tinha dado até um nome falso para ela.

–Eu sei que não é, quem é que se chamaria Hage? – ela respondeu, entediada, como se eu não tivesse feito essa mesma pergunta há dois dias – Ele é o Hugo Weasley e... Ai meu Merlin, Weasley! – ela me pegou pelo ombro, mais animada do que deveria com uma mera descoberta – Ele é seu primo!


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Notas finais do capítulo

Argh, ta, curti esse capítulo, mas sei que vocês mereciam muito mais. Não vou nem me prolongar aqui porque tenho que arranjar mais formas de fazer meu cérebro funcionar (escutar miss jackson do panic! anda me ajudando e, puta que pariu, nao existe musica melhor pra fazer os ovarios explodirem e a criatividade vir), se alguém tiver algum dica, seria ótimo.
Antes que eu vá embora e vá montar logo uma armadura pra me proteger de voces, gatinhas que devem estar furiosas comigo, queria desejar feliz aniversario pra vaca da Palhinha (ou Blair C... Só não digo "como preferirem" porque só eu chamo ela de palhinha u.u), e você já sabe, né, palhinha, já tive aquele meu ataque de feliz aniversario no facis... Quer dizer, eu espero que você já saiba, senao eu acabei de estragar a surpresa.
Falando um pouco do capitulo agora... Perdoem-me pela quantidade absurda de palavroes, nao sei o que me deu. E, sei la, sei que ela é um fruto da minha imaginação e que eu podia evitar esse meu sentimento ruim em relação a ela, mas to com uma raivinha da Annie tambem, o que é ridiculo, porque ela é uma personagem minha, mas fazer o que, né? Essas coisas acontecem.
P.s.: John Klaus, vai tomar no cu :)
P.s.2: cara, que porra de notas foram essas que eu acabei de escrever? Céus, perdi o jeito até pra isso... To vendo que tenho um grande trabalho pela frente (e, consequentemente, voces tambem, com a quantidade de palavroes que vao ter que mandar pra mim. O que eu nao acho que seja problema, visto que todo mundo, pelo menos eu to assim, vai sair do capitulo virando uma maquina ambulante de porras e caralhos e tudo o que há)
P.s.3: vejo vocês em menos de 8 meses. Não virem maes até lá
P.s.4: porra, teria sido mais facil ter escrito logo uma outra nota...



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