No dia seguinte, acordei em meu chalé. Não me lembrava de ter ido para lá na noite anterior.

- Hmm... Percy? - Chamei, meio dormindo.

- Hm? - Resmungou ele, sonolento também.

- O que aconteceu ontem? - Perguntei.

- Você e o Nico dormiram no baile. Peguei você no colo e te trouxe até aqui. - Ele disse.

- E você deixou o Nico lá? - Perguntei, sentando-me na cama.

- Não, eu acordei ele e ele foi pro chalé dele, meio dormindo. Também acordei um monte de outros campistas que acabaram dormindo lá, assim como vocês. Vocês dançaram tanto que acabaram dormindo lá mesmo. - Explicou ele.

- Ontem foi ótimo, e... - Eu disse, e olhei para baixo. - Percy.

- Quê?

- Por que eu tô só de sutiã? - Perguntei e olhei para ele, que corou.

- Hã... Eu achei seu vestido meio desconfortável, aí...

- Você tirou meu vestido?! - Eu disse, me cobrindo até o pescoço com o lençol.

- Foi mal, é que você estava muito desconfortável! - Ele disse.

- Se o Nico souber disso, Percy...

- Ele não vai saber, porque os únicos que sabem são eu e você, e nós não vamos contar pra ele. Certo? - Ele disse, arqueando uma sobrancelha.

- Claro, né. Não quero que meu irmão morra. - Eu disse.

- Ah, tá. Como se o Nico pudesse me matar. Sonha. - Ele disse, e eu revirei os olhos.

- Ele acaba com você de olhos fechados. - Eu disse. - Vou pegar uma roupa.

Levantei e fui até o armário, só de lingerie. Olhei para Percy, que olhava para minha bunda. Ele percebeu que eu o encarava e olhou para o lado.

- Ah, foi mal. - Ele disse.

- Percy, se está tão necessitado, chame a Annabeth, sei lá! - Eu disse, e vesti uma camiseta largona do Nico que ia até metade das minhas coxas. Vesti um shorts, mas ele ficou totalmente escondido embaixo da camiseta. Puis um all star e fui para o chalé do Nico.

Entrei e vi Nico dormindo de smoking na cama dele. Eu ri e comecei a fazer carinho na sua cabeça. Ele acordou e sorriu ao ver que eu estava ali.

- Mesmo estando irresistível nesse smoking, não precisava ter dormido com ele. - Eu disse e ele riu.

- Eu estava com muito sono. E obrigado pelo elogio, você também tá linda nessa... espera. Essa camiseta é minha. - Ele disse.

- Não é mais. Não vou devolver. - Eu disse, e cheirei a camiseta. - Tem o seu cheiro.

- Pode ficar. Ficou ótima em você, mesmo estando enorme. - Ele disse.

- Tira isso, deve estar muito desconfortável. - Eu disse, tirando a gravata que ele usava. Depois, tirei o paletó. Comecei a desabotoar sua camisa. - Tá calor aqui, ou sou só eu?

- Engraçadinha. - Ele disse, e se sentou na cama. Eu roubei-lhe um beijo e ele sorriu. Levantei-me e peguei uma bermuda no armário dele.

- Veste isso. É mais confortável. - Eu disse e joguei a bermuda para ele.

- E a camisa? - Ele perguntou, enquanto tirava o smoking e vestia a bermuda.

- Você não tem o direito de ganhar uma camisa. É proibido esconder abdômens lindos e definidos. - Eu disse, indo até ele e encostando minha testa na dele.

- Eu ia falar uma coisa, mas acho melhor não. Você vai me bater. - Ele disse, e eu ri.

- É o quê eu tô pensando? - Perguntei, arqueando uma sobrancelha.

- É.

- Seu safado! - Eu disse, e bati de leve na cara dele. Ele riu e me beijou. Caímos na cama e continuamos nos beijando. Ele tirou meu shorts, o que não adiantou muita coisa, já que a camiseta cobria tudo. Teríamos ido até o fim de não tivéssemos sido interrompidos por Percy, que entrara no chalé de repente.

- Não sabe bater? - Perguntei, revirando os olhos e saindo de baixo de Nico. Considerando que ele estava só de bermuda e eu só de camiseta, achei melhor suavizar a situação.

- Foi mal, é que eu precisava te dizer uma coisa. Mas acho que pode esperar. - Ele disse.

- Se pode esperar, porquê veio até aqui? - Perguntei, irritada.

- Nada, só achei que você gostaria de saber que papai lhe deixou um presente.

- Poseidon me deixou um presente? Considerando a situação, acho que isso pode mesmo esperar. - Eu disse, lançando um sorriso malicioso para Nico.

- Tá bom, então. Só mais uma coisa. - Disse Percy, se virando e abrindo a porta do chalé.

- O quê?

- Usem camisinha. - Ele disse. Nós coramos, mas depois rimos. Me virei para Nico. Sentei em seu colo e voltamos a nos beijar. Comecei a beijar seu pescoço, e fui descendo meus lábios até seu abdômen. Fiquei dando beijinhos e Nico riu.

- Você... é muito safada, Han.

- Eu sei. E você adora isso.

Ele riu e me beijou. Nos deitamos, mas minha cabeça continuava no presente de meu pai. O que seria aquilo? Um tridente? Um escudo? Eu estava curiosa.

- Nico... - Eu disse, arfando. - Eu estou curiosa. Quero ver o que Poseidon deixou para mim.

- Bom, não creio que sejam camisinhas. Hades já cuidou disso. - Ele disse, apontando para o presente de seu pai. Eu ri e vesti minhas roupas.

- Você vem? - Perguntei.

- Acho que não. Mas volte para cá, depois. - Ele disse e eu ri.

- Entendi. Voltar aqui depois de abrir o presente porque você está doido pra transar comigo. É um bom argumento. - Eu disse e ele correu a mão pelos cabelos, rindo.

- Até daqui a pouco. - Ele disse, e eu dei-lhe um selinho. Corri para o meu chalé, ansiosa.

Entrei no chalé de Poseidon e vi um embrulho azul em cima da minha cama. Corri até lá e comecei a abrir.

- Achei que você e o Nico iam... - Disse Percy, mas eu o interrompi.

- Fiquei muito curiosa! - Eu disse, terminando de abrir o pacote.

Dentro da caixa, havia uma linda tiara de princesa. Coloquei em minha cabeça e me olhei no espelho. Eu parecia realmente uma princesa do mar.

- O quê é? Deixa eu ver, deixa eu ver! - Disse Percy, pondo a mão no meu ombro.

- É uma tiara. Espera, tem um bilhete aqui. - Eu disse, e peguei o papel. Nele, estava escrito...

- DEIXA EU VEEEEEEEEEEEEEER! - Berrou Percy, afobado. Ele estava com uma mão no meu ombro e a cabeça ao lado da minha.

- Espera, tá escrito uma coisa aqui... Laegnus?

No momento em que pronunciei essa palavra, tudo ficou azul. Comecei a gritar, mas nada acontecia. Percy estava comigo, pois estava encostando em mim no momento em que eu disse aquilo. Era como uma Viagem nas Sombras, mas em azul. Como se eu estivesse no fundo do oceano.

- Você realmente está no fundo do oceano. - Disse Percy, como se pudesse ler minha mente. - Sim, eu posso realmente ler sua mente, pois estamos no fundo do mar. Podemos fazer isso.

Me concentrei em sua mente. “Olha, tem uma ostra ali.“, pensou Percy. Ok, não era a mente mais legal de se ouvir, mas foi engraçado. Me senti muito poderosa.

- É porque estamos no território do papai. Somos mesmo muito poderosos aqui. - Disse Percy, novamente lendo minha mente.

- Pode parar de ler minha mente agora? Você pode ouvir alguma coisa... constrangedora. - Eu disse, e ele riu. - Onde estamos? 

- Olhe para lá. - Ele disse, apontando para o leste. - Está vendo?Avistei um enorme palácio. Era lindo. Todo feito de rochas marinhas, pérolas, algas e estrelas do mar. 

- O palácio de Poseidon. - Eu disse. Eu nem sabia que aquele lugar existia.

- Esse é o poder de sua tiara. Te transporta para o palácio quando você a usa e diz aquela palavra estranha. Vamos entrar, você vai adorar esse lugar. - Ele disse, e nadamos até lá. 

Dentro do palácio não havia água. Era lindo, e eu me senti muito bem lá. No final do corredor havia um grande trono, e sentado nele estava...

- Poseidon. - Eu disse.

- Olá, filha. Filho. Sejam bem vindos. - Ele disse, com um sorriso caloroso. - Vejo que gostou do meu presente, Hanna. Ficou ótima em você.

- Sim, é linda. Obrigada... pai. - Eu disse. Era verdade, a coroa era realmente muito linda. Era de ouro branco, com pérolas incrustadas que brilhavam como estrelas.

- Será útil quando estiver em apuros. - Disse o deus dos mares. - Ou quando quiser apenas enfeitar o cabelo.

Eu ri e continuei a contemplar o palácio. Ao lado de nós, vi uma sala com vários seres com um olho só, forjando espadas e lanças. Cutuquei o braço de Percy.

- Quem são? - Perguntei, apontando para eles.

- São ciclopes. Eles trabalham nas forjas de Poseidon. Aquele ali é Tyson. - Ele disse, apontando para um ciclope alto e forte, como a maioria dos outros.Tyson nos viu e veio até nós. Fiquei com um pouco de medo e me escondi atrás de Percy. Ele riu.

- Tyson, bate aqui, cara! - Ele disse, estendendo a mão para que Tyson batesse.

- Oi, Percy. Quem é essa? - Ele disse, apontando para mim.

- Essa é Hanna. Nossa irmã. - Disse Percy, me tirando de trás dele.

- Eu tenho uma irmã? - Ele disse, sorrindo. - OI, MANINHA!!!

Ele me abraçou e me levantou do chão. Ele quase me esmagou.

- Oi... Tyson. - Eu disse, respirando com dificuldade.

- Eu gosto de pôneis, e você? - Ele perguntou, me colocando no chão.

- Hã... claro, pôneis são... adoráveis. - Eu disse, e ele abriu um sorrisão.

- Eu adorei nossa irmã, Percy! Vamos brincar de Reino dos Pôneis? - Perguntou Tyson para nós.

- Talvez outra hora, grandão. Temos que ir. - Disse Percy, deixando Tyson realmente decepcionado.

- Tudo bem. Até depois! - Ele disse, e voltou cabisbaixo para as forjas. Eu ri.

- Ele é uma graça. - Eu disse, e Percy riu.

- Assim eu fico com ciúmes! - Ele disse, e eu revirei os olhos.

- Menos, Percy. Você sabe que é meu irmão favorito. - Eu disse, e o abracei.

- Opa, separados. - Disse Poseidon, se intrometendo. - Eu sei muito bem o que vocês fizeram naquele dia, em meu chalé! Isso se chama incesto, mocinhos!

Corei, assim como Percy.

- Você... Você viu? - Perguntei, temendo sua resposta.

- Claro que vi, eu sou um deus. Também vi você e Nico, no chalé dele, se agarrando na cama dele, e depois...

- Já entendi. - Interrompi. - Tchauzinho, pai. Obrigada pelo presente.

Agarrei o braço de Percy e disse, claramente:

- Laegnus!

Fechei os olhos com força, e quando abri, estávamos no Acampamento Meio-Sangue, em nosso chalé. Sorri e olhei para Percy.

- Adorei isso. - Eu disse, guardando minha tiara na caixa de veludo em que ela viera.

- É, bem legal. - Ele disse.

- Tenho que ir, agora. - Falei, abrindo a porta.

- Transar com o Nico. Tô sabendo. - Ele disse, casualmente. Eu corei.

- Legal como todo mundo se mete na minha vida! - Eu disse, e ele riu. Saí do chalé e fui para o chalé de Nico.

- Oi. Nossa, você demorou. - Ele disse, vindo até mim e passando o braço por minha cintura.

- Você nem sabe o que aconteceu! - Eu disse, e olhei em seus olhos. Ele estava com uma cara de “Eu não quero saber agora, só me beija porque eu quero muito te pegar.“ Eu ri e o beijei. Ele passou uma mão por dentro de minha camiseta e eu tirei sua mão de lá. Ele pois a mão de novo e eu tirei de novo. Ele parou de me beijar e riu.

- Pára com isso! - Ele disse, e eu ri.

- Não. Quero te deixar doido. - Eu disse, provocativamente.

- Tá funcionando. Mas eu também posso fazer isso.

Dito isso, ele me beijou. Continuou me beijando até que eu não resisti e passei a mão em seu abdômen. Ele tirou minha mão de lá e eu puis de novo. Ele tirou de novo e eu puis de novo. Ele tirou e eu parei de beijá-lo.

- Seu chato! Vou embora. - Eu disse, para provocá-lo. Sim, eu sou má.

- Não vai, não. - Ele disse, e me puxou pela cintura. Eu lutei para me libertar de seus braços mas ele me segurava com força. Novamente, era inútil resistir. Me virei para ele e puis as mãos em seu cabelo, puxando seu rosto para perto do meu. Nós nos beijamos e eu tirei a camiseta dele. Ele partiu para meu shorts e o tirou. Tirei sua bermuda e ele tirou minha camiseta. Sua mão subiu por minhas costas alcançando o fecho de meu sutiã.

Sim, minha vida estava perfeita. E assim continuou, cada dia me surpreendendo mais e mais com as reviravoltas do destino...