Little Red Riding Hood escrita por Susan Salvatore


Capítulo 11
Tique-taque, tique-taque


Notas iniciais do capítulo

Bem leitores, como sempre, desculpe a demora. Dessa vez o problema foi inspiração, mas acho que até saiu legal (:
Ah, e Isabelle Munhoz, não querida, essa é a única fanfic Klena que eu conheço.
E queria agradecer às novas recomendações. Obrigada mesmo, BSalvatore e Susana Salvatore *-*



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Com Damon lá embaixo, bebendo como sempre, o crepitar da lareira era o único barulho na casa inteira. Eu estava num dos vários quartos de hóspedes, encarando o teto e tentando desesperadamente conseguir controlar meus pensamentos. Eles eram como abelhas zunindo no meu cérebro; cada vez que desaparecia após dar a sua ferroada, outros mil surgiam para substituí-lo.

Eis o problema: eu não sabia o que Klaus havia feito, só que ele apagara uma coisa muito importante da minha memória. Sei que ele me machucara feio e tudo o que eu sentia agora era medo – na verdade, esperava que alguém pulasse em mim e atacasse novamente. Mas algo estava errado, pois havia um sentimento em mim que eu não podia reconhecer. Era quase como uma ânsia, mas eu não sabia exatamente do quê.

Imagens do que Klaus fizera ficavam entrando e saindo da minha mente, mas havia uma espécie de lacuna que eu não conseguia entender.

E... doía.

Não percebi que havia adormecido até sentir o sol esquentando o meu rosto. Quem é que acorda alguém com o sol na cara da pessoa? Um cretino.

- Ah, Damon, feche essa droga de janela! – falei, cobrindo o rosto.

- Não sou Damon – respondeu alguém, com a voz dura.

E, por um momento, meu coração acelerou. Mas não havia medo, somente aquela ânsia de novo. Ah, e se fosse Klaus? Pulei da cama e havia alguém de costas para mim, na janela. Alguém meio loiro. Antes de pensar em qualquer coisa fui até lá e o abracei.

Ele se virou com um sorriso, mas não era o sorriso.

Não era Klaus.

Era meu namorado, Stefan.

Você pode querer me bater por isso, mas lá vai: eu me senti decepcionada. Como eu queria que fosse o cara que iria me matar. Deus, por que sinto isso?! Se ele ao menos me deixasse lembrar...

- Elena? – chamou Stefan, ainda sorrindo. – Tudo bem?

Tirando o fato de que eu queria que fosse meu assassino aqui, ao invés de você, tudo OK.

Ele me beijou e eu pude ver o quanto sentira minha falta. Aquilo doeu em mim.

- Tudo. – falei, abraçando-o.

- Vamos descer, tem alguém que quer vê-la.

Não, coração estúpido. Não é ele.

Não era ele, mas era quase ele.

Era Elijah.

- Olá, Elena – cumprimentou-me ele.

- Elijah – respondi, com um aceno de cabeça.

- Elena, nós encontramos a solução! – disse Damon, vindo até mim e pegando minha mão. Stefan enrijeceu-se.

- Solução?

- Sente-se. Eu lhe contarei um segredo. Em particular. – disse Elijah.

Quando os irmãos se foram, eu me sentei ao lado dele. Era meio estranho, sabendo o que tinha acontecido entre mim e o irmão dele. Sabendo um pouco.

Ele começou a falar.

- Como deve saber, antes de você, Klaus perseguia Katerina.

Ah, cara, não fale o nome dele!

- É, ela me disse.

- Katerina não era como é agora. Ela era especial. Era boa. Ainda era boa. Klaus me encarregara de vigiá-la, dia e noite. Tornamos-nos amigos e eu estava apaixonado por ela.

- Quê? – perguntei, impressionada

- Ela era muito como você, na verdade. Era tão dócil. Não podia deixar Klaus matá-la, então passei meses procurando algo que resolvesse. Até que encontrei a solução. Era uma poção que a traria de volta, mesmo depois de Klaus matá-la.

- Mas ela não esperou você contar isso não é? Katherine achou sua própria solução...

- Tornando-se vampira, exato – completou Elijah – No mesmo dia que ela fugiu de nós, eu contei a Klaus o que faria. Sabe, no fundo, eu ainda achava que meu irmão era bom. Mas ele não era. Quando lhe contei, ele ficou furioso. Disse que eu estava tentando sabotá-lo. Então tomou a poção de mim e a escondeu. Fiquei com medo por Katerina, então fui avisá-la. E quando vi o que ela tinha se tornado... Ah, de certa forma, ela era como meu irmão.

Pobre Elijah! Eu estava imersa em sua história. Ele era um dos poucos vampiros que eram bons. Verdadeiramente bons. Afaguei sua mão.

- Depois do que aconteceu, eu não podia simplesmente deixá-lo matar você, Elena. – disse ele, levantando-se. – Então fui atrás da poção. Por incrível que pareça, ela estava no mesmo lugar onde eu havia encontrado. Estranho, porque Klaus nunca é descuidado.

- Você... vai dá-la pra mim? – perguntei, mal acreditando.

- É claro, Elena! Não há ninguém que mereça mais. O que Klaus faz não é certo. Alguém tem que concertas os erros dele.

- Obrigada. Mesmo. Eu não sei o que eu faria se você não me ajudasse.

- Não tem que agradecer. Tome a poção uma hora antes. – disse ele, entregando-me um vidrinho com um líquido transparente. Elijah se virou para a porta.

- Espere – falei, indo até ele e o abraçando – Mais uma vez, obrigada, Elijah. E... você não tem que concertar os erros dele. Você pode viver a sua vida. Você ainda pode ter Katherine.

- Obrigada Elena, mas eu não acho que é ela que eu amo. Não mais. – disse sorrindo.

E se foi.

Sem dúvida, eu estava impressionada. Sabe, se vivêssemos um mundo diferente, uma vida diferente, se eu nunca tivesse conhecido os Salvatore, Elijah poderia ser tudo o que eu procurava.

Mas eram “se” demais e nunca poderia dar certo.

Talvez eu só estivesse agradecida demais. Talvez.

Mas ainda assim, ele era um vampiro também. Duvidava seriamente que qualquer um deles podia me fazer feliz. Não pense que sou mal agradecida, de maneira nenhuma. O problema sou eu. Eu não sei o que acontece, mas tudo o que faço acaba ferindo alguém.

De qualquer forma, aquela foi uma ideia idiota. Como eu posso sequer pensar em Elijah sabendo – ou quase isso – o que eu sinto pelo irmão dele? Era algo duvidoso e incerto e eu mal tinha um nome para aquilo, mas sem dúvida era algo. Eu não era Katherine e não faria o que ela fez.

Uma pessoa normal aproveitaria suas últimas – talvez – horas de vida da melhor maneira possível, certo? Infelizmente, eu não era uma pessoa normal, portanto passei horas na sala de visitas dos Salvatore, apenas observando-os discutir e tomar decisões.

Mas o tempo passa e um dia ele se esgota.

Quando olhei no relógio do celular de Stefan, eram 21h58min. Dois minutos.

Tão pouco...

Stefan e Damon se entreolharam. Eu me levantei. Já tinha bebido a poção há algum tempo mesmo, não havia porque protelar.

- Não, Elena – falou Stefan – Pode dar errado. Não vou deixá-la ir.

- Não há nada que possamos fazer – respondi

- Você. Não. Vai. Entendeu? – gritou ele, desesperado.

Damon se adiantou e injetou nele uma dose de verbena.

- Cara, por que você sempre me obriga a fazer isso? Sinto que um dia você vai acabar se vingando. - disse ele, olhando o irmão caído. E então olhou para mim – Escute Elena, tem algo que você precisa saber e Klaus está quase chegando, portanto apenas escute.

Eu balancei a cabeça, concordando.

- Enquanto você estava... fora, nós planejamos algo. Nessa noite iremos matar Klaus.

- Vocês o quê? – perguntei, minha voz se afinando.

- Shh, não se preocupe, ele vai pagar pelo que fez. Agora, ele está quase chegando na porta – falou ele, usando os sentidos de imortal – Só mais uma coisa.

Ele se inclinou e me beijou.

Sem nem ao menos tocar a campainha, Klaus abriu a porta. Não posso dizer se meu coração se acelerou ao vê-lo ou se era efeito de Damon em mim.

- Elena, minha querida, vamos? – disse ele, sorrindo como se fôssemos velhos amigos.

Damon lhe lançou um olhar de ódio. E a mim, lançou um outro tipo de olhar. Um dos poucos que eu vira em toda a minha vida.

Saí da pensão dos Salvatore e acompanhei Klaus para o que provavelmente seria a morte de nós dois.


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