Danny P.O.V on.

Havíamos tido um avanço, eu consegui conversar com Katie sem que ela tentasse fugir com uma criança medrosa. Ela até sorriu pra mim, ok falando assim eu pareço um adolescente de 14 anos apaixonado pela professora de matemática, mais eu estou me sentindo estranho em relação a ela.

Eu nunca tinha me interessado por uma garota como ela, Katie é diferente, não só pelo que aconteceu, que no caso eu ainda não sei, mais logo eu descubro, Katie é diferente por que ela mexe comigo e eu perco o controle, perco a razão. Não fazia sentido eu me interessar por uma garota tão complexa como ela, mais já era tarde demais...eu realmente quero Katie.

O jantar no apartamento da Jessy, nós conversamos, não muita coisa por que ela não fala e eu tenho que ir devagar.

O primeiro passo pra me aproximar mesmo de Katie, seria descobrindo o que realmente aconteceu. Não consegui muita coisa, falando com conhecidos a única coisa que eu descobri foi, havia morte no meio de tudo.

Mais eu levantei decidido a saber de pelo menos 60% da história. Peguei o carro e fui ao apartamento de Jessy e Katie.

- Danny? Não esperava te ver aqui. – Jessy abriu a porta surpresa.

- É eu decidi de última hora. Preciso falar com você sobre a Katie. – fui direto ao assunto.

- É aproveita que ela não está. – Jessy fez gesto pra mim sentar no sofá.

- Eu sei, Harry comentou comigo que de quarta-feira ela tem terapia. – suspirei fundo e Jessy sorriu fraco.

- Você está interessado nela né? – Jessy arqueou uma sobrancelha.

- É eu estou afim dela. – concordei com a cabeça.

- Então o que você quer saber da Katie? – Jessy sorriu sapeca.

- O que foi que aconteceu com ela? Como ela vive hoje, essas coisas. – me virei pra ela. Era estranho eu falar dessas coisas pra Jessy, eu não conhecia ela muito pra mim me abrir com ela.

- Em primeiro lugar...se você machucar, ferir, fazê-la chorar ou deixá-la pior de como ela está, eu mato você. – Jessy falava calma, mais suas palavras era bem sérias, confesso que fiquei com medo, ela estava parecendo aqueles psicopatas que sorri e te apunha-la pelas costas.

- Ok eu já entendi. – passei a mão na testa e Jessy me olhava vitoriosa, ela realmente queria me passar medo.

- Eu não sei muito bem o que aconteceu, por que a Katie não entrou muito em detalhe. Mais eu vou te contar a história resumida. – Jessy se ajeitou no sofá e eu fiquei prestando atenção nela.

- Katie namorou um cara barra pesada Jesse Carter, eles brigavam muito, então o namoro acabou, Katie se apaixonou por Brian Thompson e Jesse não aceitou, Jesse começou a perseguir Katie e disse que mataria os dois, depois de certo tempo Jesse seqüestrou Katie, ele queria matá-la, então decidiu que se Brian se encontrasse com ele, ele soltaria Katie...Jesse cumpriu essa parte do acordo, mais sem dó nem piedade matou Brian na frente dela. – Jessy terminou de contar a história e eu fiquei pasmo.

Era muita informação pra mim absorver...namorado mal-caráter, triângulo amoroso, cativeiro, morte.

- Por isso Katie é assim? – olhei pra Jessy que suspirou fundo.

- É, no começo parecia só uma depressão passageira, mais com o tempo se tornou síndrome do pânico, e todo tipo de paranóia. – Jessy falou triste.

- É como ela vive hoje. – eu realmente estava interessado pra saber tudo da vida de Katie.

- Ela tem todo tipo de medo, não sai de casa sozinha, não fica sozinha em casa, não dorme com tudo apagado, quase não assiste filmes, quase não ouve músicas, não atende ligação desconhecida no celular, no telefone ela só atende depois que secretária eletrônica fala e ela descobre quem é, não dirige, não entra no elevador sozinha, tudo isso á 3 anos. – Jessy citava todas as coisas que Katie não fazia e eu sentia um aperto no peito, como uma pessoa vive assim? Ela era nova demais pra “não viver a vida”.

- Isso é tão triste. – soltei sem nem me importar.

- Eu sei, no começo era pior...- Jessy tinha a voz embargada.

- Ela não falava, tinha pesadelos todas as noites, quase não comia e só dormia de luz acessa. – Jessy enxugou uma lágrima que caia.

- Mais do que ela tem medo? – baguncei o cabelo sem entender.

- O corpo de Jesse nunca foi encontrado, mais ficamos sabendo que ele foi morto em uma briga. Eu e todo mundo acredita nisso, mais a Katie acha que ele está vivo, neura dela. Ela acha que ele vai vir buscar ela, é por isso que ela toda semana visita a psiquiatra, as sessões vem ajudando ela. – Jessy terminou de explicar e eu comecei a entender, tudo fazia sentido. Mais deve ter sido muito mais terrível, porém eu nunca ia consegui arrancar isso de Katie.

 - Então é isso dude, você está afim da amiga da Jessy? – Tom falou interessado. Estávamos na casa do Tom aproveitando os poucos dias de folga que tínhamos, era só nós, a noite dos homens, nada de namoradas por perto.

- Isso por que eu falei pra ele se manter longe dela. – Harry balançou a cabeça rindo.

- Não tinha ninguém mais complicada hen Danny. – Dougie colocou a mão no queixo.

- A gente não escolhe por quem se interessa. Além do mais, todo mundo adora um mistério. – ri fraco e Tom concordou com a cabeça.

- E você já sabe como se aproximar dela? – Harry se virou pra mim, duvidando da minha capacidade.

- Eu tenho que ir com calma, não posso simplesmente chamá-la pra sair e no meio do encontro tentar beijá-la. – me expliquei.

- Além do mais, se você fizer isso é capaz dela te espancar. – Dougie falou e todos nós rimos.

 A capainha tocava insistentemente e eu xinguei com vários palavrões o dono do dedo que apertava a campainha. Eu estava sonhando, um sonho estranho com Katie, eu tentava falar com ela e ela se afastava, e quanto mais eu corria atrás dela, ela corria de mim, basicamente era esse o sonho.

Desci a escada tropeçando no Bruce, meu cachorro, e quando abri a porta dei de cara com Harry.

- Preciso de um favor seu, que vai servir pra você. – Harry falou sem nem me dar bom dia.

- Mais hen? Não entendi nada. – cocei a cabeça confuso.

-Aliás, bom dia pra você também Harry.- fiz careta e Harry riu sem-graça.

- Bom dia Danny, vai me ajudar? – Harry estava elétrico e eu ainda sonado.

- Explica primeiro. – sentei e Harry sentou na poltrona de frente pra mim.

- Eu quero fazer uma surpresa pra Jessy, mais a Katie não pode ficar sozinha. – foi a vez de Harry coçar a cabeça. Em outra situação eu me sentiria uma babá.

- Quando a Jessy vai trabalhar ou precisa sair, Katie fica com a vizinha mais a vizinha vai ficar fora a semana toda. Resumindo, eu preciso que você fique com ela. – Harry suspirou fundo.

- Já falou com a Jessy? Você fica jogando a amiga dela de um lado pro outro, eu não sei se ela vai gostar. – ri fraco e Harry fez uma cara pensativa.

- Danny, eu e você vamos sair ganhando. Eu vou poder fazer a minha surpresa pra Jessy e você vai ter mais tempo com a Katie. – Harry sempre sabe como convencer as pessoas, não que pra mim fazer o que ele quer precise de muitos argumentos. Bem que, eu não sei qual vai ser a reação da Katie, afinal ela é instável.

- Certo eu topo.- levantei do sofá e Harry ficou sorrindo feito idiota.