A Peça Que Faltava escrita por emeci


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas. Tudo bom? Bem, gostava de pedir a quem lesse a fic, que deixasse um review, pode ser?
Obrigada por tudo.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/184964/chapter/2

– Justin -

Finalmente sentado.
Coloquei os braços atrás de minha cabeça e estiquei as pernas.
Oh, sim.
Eu estava cansado. Super cansado.
Os ensaios árduos e seguidos para o concerto de sábado e ter que carregar com a pressão de escrever duas boas canções novas enquanto estivesse de férias estava me levando ao limite.
E depois, o pior de tudo isso.
Ter que se o Justin Bieber, a super – estrela, 24 horas por dia.
Suspirei, tirando o boné da cabeça e jogando-o para qualquer canto do meu camarim.
Penso que às vezes, se eu fosse só o Justin, sem todo este mundo da fama, que não teria metade dos problemas que tenho.
Mas também não teria metade das alegrias que tenho. Umas delas são as minhas fãs. Perdão, minhas Beliebers, Ah, como é bom…

–-Bieber! – ouvi uma voz masculina gritando meu nome do outro lado da porta daquele espaço.

Bufei. Logo agora que eu ia ter descanso, após um longo dia de trabalho, é que ele decidia me chamar?
Virei a cabeça em direcção à porta para dizer um “Pode entrar, Scooter” quando reparei que ele já estava me encarando, bem perto do puff roxo onde eu estava semi-deitado.
Ué, e bater à porta?!

–-Oi Scooter. – disse, passando a mão pelo cabelo.

O cara de cabelo preto e olhos castanhos, vestido com um terno e gravata azul clarinha…
Wow. ‘Pera aí! O que Scooter Braun, mas conhecido como não-tô-nem-aí-para-roupa-f ormal faz vestido desse jeito?
Vai se casar e eu não sabia?
Ah, é. Ele teve uma reunião importante hoje com não sei quem. Enfim, negócios…

–-E aí, moleque? – ele perguntou com um sorriso nos lábios. – Muito cansado? – se sentou, noutro puff, também roxo, à minha frente.

–-Isso está me levando ao limite. - desabafei enquanto passava as mãos pelos olhos com o objectivo de me manter acordado.

O sono já lutava contra meus olhos. Minhas pálpebras estavam ficando pesadas.
Que foi? Ficar a noite no twitter dá isso. Ok, não foi a noite toda. Duas horas no máximo. Quinze minutos para responder a comentários das minhas doçuras e o resto para contar as novidades a Ryan, meu melhor amigo.

–-Mas pelos vistos, não sou o único. – sorri malicioso.

Ele riu, revirando os olhos.

–-Não se preocupa cara. Sábado você arrasa!

–-Veremos. – disse, apoiando as mãos atrás da nuca. – E a reunião, como foi?

Scooter bufou, passando a mão pela testa, num sinal de alívio.

–-Como todas as reuniões. Chata p’ra caramba.

Eu ri. Aquele homem era uma comédia. Se alguém falava de negócios, Scooter estava fora, certamente.

–-E o que fez você vir aqui? – perguntei, finalmente, lutando mais uma vez contra o sono. – Não vai dizer que foi só para estragar minha paz e sossego, vai? – perguntei, encarando meu amigo nos olhos.

Sim, meu amigo.
Apesar de nossa diferença de idade, Scooter era como se fosse irmão mais velho que eu nunca tive. Ele é aquele cara que está sempre disposto em ajudar você, não interessa o que esteja acontecendo. E eu gosto dessa característica nele. E, afinal, se não fosse Scooter, eu nunca estaria aqui, rico, famoso, com um monte de fãs que eu amo e, sobretudo, feliz.
É só impressão minha, ou esse mini-discurso soou meio… gay?!

–-Não. Nada disso. – Fez uma pausa e tirou a gravata azul clarinha. Pelos vistos ele não se sentia muito bem com elas.

Otimo! Já éramos dois.

–-Lembra daquela sessão fotográfica que eu sugeri que você fizesse? – perguntou.

Sessão fotográfica?! Quando é que você me sugeriu isso?
Percorri minha mente até que encontrei o que queria.

–-Aquela para a capa da revista “The People”? – perguntei.

Ele se sentou como deve ser. Afinal, era assunto importante.

–-Exacto. – um sorriso se formou em seus lábios. – E aí, você quer?

Para ser sincero, o apenas-Justin, nunca foi muito fotogénico. Simplesmente preferia fazer outras coisas com os amigos do que tirar uma foto para recordação.
Mais com o Justin, a super-estrela, a história é diferente.
E que diferente.
Eu não consigo não dar nas vistas. Não que me orgulhe. Às vezes, simplesmente queria poder ir a todo o lugar sem ter paparazzis e seguindo.
Mas como eu pensei, é impossível não atrair as atenções. Se estou na rua tem um paparazzi; se estou num concerto as fãs querem uma foto; se estou em casa, mamãe tira um “retrato digital” para, consoante ela, nos pudermos lembrar de todos os momentos.
É… ser famoso por vezes cansa. Porém, estando uma vez nesse mundo, você simplesmente não quer sair. Nunca. Não importa a razão.
Conheço pessoas que arriscaram a sua fama por amizades e até mesmo por amor. Eu, pessoalmente, não acredito nisso. Para quê deixar uma vida tão boa como essa?
Tudo bem que eu sou romântico… Mais amo as minhas Beliebers e, não vejo nenhuma garota capaz de substitui-las. São minhas. Elas me amam, e eu as amo. Não é perfeito?
Ah, com esses pensamentos bons, me esqueci de um ponto na lista acima: se eu estou no meu camarim, meu manager pergunta se eu gostaria participar de uma sessão fotográfica para a capa de uma revisa famosa.

–-Por mim tudo bem. – disse, finalmente, voltando a encostar as costas no puff, estando totalmente confortável.

–-Que legal! – disse Scooter, com um entusiasmo na voz fora do vulgar.

Nossa. Por momentos eu pensei que fosse ele que ia ficar posando para a câmara.

–-Então o negócio é o seguinte, moleque – ele disse – o fotografo é o Peter Newton, muito famoso pelo seu trabalho. – pausa – Julgo que você já ouvir falando sobre ele, não? – acenei com a cabeça afirmativamente e ele continuou – Ele é americano, porém, vive no Brasil, o que vai ser fantástico porque é onde vai ser o seu próximo show no sábado…

Jura, Scooter?! Até porque nem é por causa dos ensaios que eu estou aqui, mais dormindo do que acordado para esse show sabe?
Rolei os olhos com um sorriso nos lábios.

–-…e assim você só tem que fazer o show, dar algumas entrevistas, fazer a sessão e voilá! Está de férias!

–-Ok, manager. Tudo muito bacana. Agora, será que pode deixar aqui o Bieber dormir? – perguntei, me aninhando no puff. É, eu ia dormir no puff mesmo. Para quê procurar uma cama se, daqui a duas oras eu tinha que estar novamente acordado para fazer as malas, uma vez que amanhã iria embarcar?

–-Sim posso, moleque. – respondeu ele, enquanto e fechava os olhos.

O último barulho que ouvi foi a voz de Scotter enquanto meu amigo falava com alguém do outro lado da linha.
Depois o cansaço devido aos ensaios e a noite mal dormida, se apoderou de mim.


– Kensie –

Eu me encontrava sentada no sofá amarelo da sala de estar. Não tinha nada que fazer.
O chão de madeira envernizada cobria todo aquele compartimento. As paredes beges preenchidas com diversos quadros que minha madrasta pensava serem considerados puras obras de arte, davam àquela pequena sala um ar confortável e acolhedor.
Na televisão que se encontrava à minha frente, passava um canal qualquer sobre culinária da Ana Maria Braga. No entanto, eu não estava nem aí.
Minha mente era dominada por pensamentos. Mais propriamente, meus problemas.
Desde há quatro anos que falta qualquer coisa em meu pequeno mundo. Há quatro anos que tem um espaço por preencher em minha alma.
Porque foi há quatro anos que meus pais se separaram.
Pode parecer infantil da minha parte, eu sei. No entanto não deixou de custar. De doer.
Até há quatro anos meu mundo estava perfeito. Tudo se encaixava. Eu fazia o que queria, tinha os melhores amigos do mundo, uma ótima relação com meu pai – exacto, apenas com meu pai. Sempre achei minha mãe demasiado fútil. Como era ligada ao mundo da moda, sempre ocupada com seus novos projectos, nunca muito tempo para mim.
Eu não a acho uma má mãe. Mais sempre foi um tanto ausente na minha vida, o que veio a piorar com o divórcio. Nós não éramos chegadas, mas eu sentia falta dela. E ainda sinto. Só a costumo ver no Natal e na Páscoa, o que não dá para matar a saudade. Apesar de ela ser convencida e uma pessoa fria, para além de ser o meu calcanhar de Aquiles, uma vez que eu odeio falar sobre ela porque me deixa triste, ela já foi uma mulher meiga e simpática…E é como se um modelo para mim. Eu quero ser tudo o que ela é. Bonita, independente, rica, famosa… e apesar de tão distantes talvez ela influencie o meu mundo de uma maneira incontrolável. Porque para Sophie Wale, tudo tem que ser perfeito. Fabuloso. E é assim que eu tento que minha vida seja. Seguindo as regras dela. As passadas dela.
Mais há quatro anos o meu mundo desabou. Foi como se toda aquela fantasia que eu imaginara ser a minha vida, tivesse ruído, aos poucos.
E a partir desse momento, nada era como fora.
Porque a vida tem que ser tão dura? Porque não é simplesmente um conto de fadas e de princesas como os filmes nos fazem acreditar que ela é?
Ah, é. Eu vivo no mundo real.
Me deitei, deixando minha cabeça se enterrar na almofada.
E como se não bastasse, papai voltou a casar.
E não, o problema não é Margaret. Muito pelo contrário, ela é como se fosse minha segunda mãe, ou minha primeira, uma vez que se preocupa verdadeiramente comigo.
Não, o problema é Sindy, minha meia-irmã mais velha.
Marg, como a trato carinhosamente, também estava se casando pela segunda vez. E do primeiro matrimónio, trazia Sindy, uma garota dois anos mais velha que eu, com cabelo loiro e olhos verdes.
Desde o inicio que nós não gostávamos uma da outra. Ela fazia me lembrar Sophie, sempre com aquele ar de superior e enjoada, uma total fã da moda e do bom gosto, porém, ao contrário de mamãe, nunca vi seu lado meigo – se é que ela tem algum.
No entanto, com o passar do tempo, a relação foi passando de má a insuportável.
E, ela é extremamente vingativa e invejosa. Porém, obviamente ela só mostra essa faceta arrogante perante mim e a mãe. Com meu pai, é sempre aquele açúcar falsificado que eu odeio. Manipuladora, é o que ela é.
Pequenas brigas uma vez por semana, se tornaram grandes brigar três vezes por dia.
Eu não a suporto. E ela nutre o mesmo sentimento por mim.
O mesmo já não acontece com Cassandra – ou Cassie – a minha flor pequenina que eu tanto amo. Aquele docinho tem três anos, é embirrenta, chata e adora comer porcarias, mais é um amor. Tirando o fato de ser uma Belieber.
Que bonito! Primeira semana de férias e eu aqui, deitada num sofá amarelo, pensando em meus problemas.
Sério, Verão não serve para relaxar?!
Parece que não para Kensie Newton.
Me levantei, cheia de ficar olhando para o nada. Precisava me mexer. Precisava me sentir útil.
Antes que pudesse fazer mais alguma coisa, o telefone do escritório do meu pai começou a tocar.
Meu pai, mais conhecido como Peter Newton, fotógrafo da revista mundialmente famosa “The People” é um homem ocupado.
É, parece que minha família tem tendência a ficar famosa, e a, consequentemente se afastar de mim por causa do emprego.
Muito ocupado.
Metade do seu dia passa na empresa, fazendo sessões fotográficas ou algo do género.
E curiosamente é como eu passo um terço do meu dia: fazendo sessões fotográficas ou algo do género.
Não sou fotografa e acho esse emprego uma chatice. Sou modelo.
Faz um ano e meio que poso para as capas da revista em que papai trabalha.
E sim, eu amo o que faço. Estar em frente a uma câmara digital, já faz parte da minha rotina, e se ganha uma boa grana por isso.
Ah, é! O telefone!
Saí correndo da sala e entrei no enorme escritório. O próprio compartimento cheirava – isso mesmo, cheirava - a luxo. Minha casa é grande (lê-se enorme) com direito a piscina exterior, uma sala apenas com aparelhos de som e de canto, ligados ao mundo musical e um jardim relvado bastante grande. Já para não falar dos quartos gigantes, da cozinha colorida e de tantos outros recantos que essa mansão tem.
Atendi o telefone o mais rapidamente possível, notando que o número não era do Brasil. Era americano.

–-Sim? – perguntei.

Uma voz masculina do outro lado da linha, com um sotaque britânico acentuado, falou:

–-Boa tarde. – fez uma pausa – será que poderia falar com Peter Newton, o famoso fotografo da revista “The People”?

Suspirei, rolando os olhos.
Mais uma popstar querendo uma foto na capa d revista esse mês, quer ver?

–-Ele de momento não está. – respondi, também em inglês britânico, uma vez que era a minha língua materna.

Pois, eu nasci em Londres mesmo, e minha mãe continua vivendo lá. Porém, devido ao trabalho e uma vez que o Brasil tinha grandes ofertas a nível empresarial, eu, papai, Marg e Sindy nos mudamos para cá, logo após o casamento, antes de Cassie nascer.

–-Mas pode deixar recado. – aquele discuros já estava mais que ensaiado.

–-Não, obrigado. Mais me poderia dizer então outro meio para o contactar, por favor? – perguntou.

–-Claro. – respondi, enquanto procurava o meu telemóvel nos bolsos da calça jeans que vestia, para procurar o dito número. Tirei o meu Express Music 6800 e procurei “papai trabalho”. – O número da empresa onde ele deve estar neste preciso momento é: 9879543556 (haam, este número foi feito em três segundos, e é só para perceberem a intenção. Por favor, não liguem para lá! Não sei se ele existe. Espero que não. No entanto se o JB atender, avisem tá? ^^).

– Quando ligar basta pedir para falar com ele.

–-Obrigado.

–-De nada. – disse, desligando o telefone preto e colocando-o no sítio.

Saí do escritório, fechei a porta, e uma vontade súbita de ir para a praia me percorreu. Através da sala de estar, observei o mar. Nem estava calmo, nem estava agitado. Exactamente como eu gosto.
Um sorriso surgiu nos meus lábios.
Ainda eram cinco da tarde. Porque não aproveitar o sol e ir dar um mergulho?
Me dirigi às escadas para ir para o meu quarto, pensando no que precisava levar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Deixem um review, pode ser? Não se esqueçam que são vocês que me motivam. SEm reviews não tem história; não tem história, não têm autor; não tem autor, não tem Nyah.
Ok, minhas fofas,
Bieberkisses