Código Zero escrita por Rhyca Corporation


Capítulo 13
Capítulo 12 - Magnus Plantae e o Palácio de Gelo




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   Não havia muito o que se fazer. Esperar que a Anelise acabasse com o BARON de gelo não seria uma opção sensata a se escolher. Eu não poderia pará-la e, mesmo que eu conseguisse, seria desperdício de poder meu e dela. Eu gastaria uma quantidade absurda de magia para impedi-la e acredito que aquele totem que ela invocou também tenha gastado muito do poder dela.

   Tudo estava confuso.

   Com o fim do Swan e o descontrole da Anelise, uma missão que poderia ser simples acabou sendo um grande desastre.

   Depois de pensar um pouco, cheguei à conclusão de que eu teria que derrotar o BARON antes que a Anelise chegasse a ele e isso talvez a trouxesse de volta ao normal. Seria uma verdadeira corrida contra o tempo.

   Levantei e comecei a correr para a mansão. No caminho, pude ver as pessoas olhando pelas janelas com expressões preocupadas e sofridas, porém ninguém saiu das casas ou sequer reagiu e outro jeito. Estava claro que eles eram oprimidos pelo Zardmaru.

   Enquanto eu corria, decidir ligar pro shishou para coletar informações de como parar aquele monstro gigante:

 - Shishou, preciso que me diga como vencer o Magnus Plantae da Anelise! Todos correm risco de vida!

 - O Magnus Plantae?! Que dizer que ela invocou aquilo?! Shion, fuja daí como Swan imediatamente! Não há como vencer aquela coisa!

 - Não posso fugir agora! O Swan... Já se machucou bastante e a Anelise perdeu o controle. Preciso fazer algo antes que ela destrua a cidade!

 - Bem... Eu sei que o ponto fraco de coisas altas fica na base deles, ou no caso, nos pés da criatura. Não acho que vá adiantar muito, mas...

 - Isso é perfeito! Já sei o que vou fazer. Obrigado shishou. – Agradeci e desliguei o comunicador.

   Ainda correndo, peguei meu baralho e selecionei quatro cartas: Um Rei de Paus, um Ás de Paus, um Rei de Copas e um Ás de Copas. Juntei todas elas numa carta só e quando ultrapassei o monstro de planta, fiz menção de lançar o golpe, mas a cena vista me paralisou completamente.

   O rosto daquela criatura era horrendo, muito mais do que eu imaginava. Haviam olhos vermelhos por toda a face e pequenas bocas circulares ao redor de uma maior no cento do rosto, também circular e repleto de dentes afiados.

   A criatura continuou andando enquanto fiquei paralisado na frente dela. Anelise pareceu não me notar, mantendo aquele olhar fixo na mansão do BARON.

   O monstro continuava avançando enquanto minhas pernas não me respondiam, me mantendo naquele lugar. Os tremores causados pelos passos daquela criatura me fizeram cair e com isso, acabei me libertando do choque. Lancei as cartas nos pés do totem monstruoso e o mesmo emitiu um urro de dor ensurdecedor. A criatura cambaleou e caiu de joelhos e logo depois começou se inclinar em minha direção. Comecei a me rastejar para escapar daquele impacto que seria fatal.

   O desespero tomou conta de mim enquanto eu tentava inutilmente fugir daquilo. A sombra formada pelo monstro de madeira aumentava cada vez mais sobre mim até que fechei meus olhos quando a criatura caiu.

   Tudo tremeu e algumas construções começaram a ceder, indo a baixo. Ao abrir meus olhos, vi o rosto de Swan, o que a assustou ainda mais do que a cara do Magnus Plantae.

 - Eu... Morri? – Perguntei enquanto ainda estava zonzo.

   Swan me deu um cascudo e falou:

 - Mas é claro que não! Tenho cara de alguém do alem? Mas é cada um que me aparece...

 - Mas eu vi você morrer e...

   Ele me deu outro cascudo e continuou falando:

 - Me viu morrer coisa nenhuma! Quem disse que eu morri? Você sentiu esse cascudo que te dei? Isso é sinal de que tô muito vivo! Ou vai querer outro pra comprovar?

 - N-não... Mas como você sobreviveu? Mesmo que você usasse a defesa do Dom, não iria ser suficiente por ser de pedra. Estamos falando de uma explosão. Não tem pedra que agüentaria a um ataque daqueles, principalmente sendo tão perto.

   Swan me deu um terceiro cascudo e falou:

 - Não me subestime! Não sou de morrer fácil. Consegui escapar graças ao Dom mesmo. Finalmente consegui mudar a composição dele de pedra para metal e com isso, sua barreira também teve o material mudado. Agora posso alternar entre esses dois tipos. Mas isso só aconteceu com o Dom. O Nick ainda continua de pedra. Alias, agradeça a ele por ter salvado a sua vida. Se não fosse por ele, você teria virado panqueca embaixo daquilo ali. Inclusive...

 - Ah não! A Anelise! Não a vi saltar daquele monstro antes dele cair! Tenho que ver se ela está bem e...

   Swan levantou-se e usou uma sequência de cascudos em mim, que me deixou grogue por um tempo. Ele voltou a falar sem paciência:

 - Não me interrompa quando eu estiver falando!

 - E você pare de me dar cascudos...

 - É impressão minha ou VOCÊ ME INTERROMPEU? – Swan falou com uma expressão assombrosa.

 - D-de jeito nenhum! P-pode prosseguir... – Falei rapidamente com medo de levar mais uma sequência daqueles golpes.

 - Pois bem. Já cuidei da Anelise também. O Dom a pegou antes que aquilo caísse. – Dom apareceu carregando-a. – Ela está desacordada, pois usou muita magia pra invocar aquilo. Não sabia que ela tinha tanta, a ponto de conseguir invocar o Magnus Plantae. É uma técnica de alto nível. Ela deveria ser uma General, embora não tivesse controle pleno sobre essa conjuração. Mas, sem duvida, ela é muito boa com as plantas que usa normalmente.

   Depois de algum tempo, decidimos deixar a assistente descansando na casa de uma senhora que se ofereceu para cuidar dela. Já havia escurecido quando combinamos que o Nick ficaria responsável pela segurança dela e que invadiríamos a mansão logo após deixar a Anelise na casa da senhorinha. Eu ficaria responsável pelos ataques e o Swan ficaria com a defesa, já que ele só estava com o Dom. Não tínhamos mais como invadir pelo esgoto, então decidimos entrar pela porta da frente quebrando tudo que aparecesse. Caso acontecesse alguma emergência o Dom também poderia atacar, mas como seu ataque é lento, esse recurso só seria usado em situações críticas... Ou não.

   De frente a mansão, Swan deu a ordem para que Dom investisse contra o portão de ferro, quebrando-o. Obviamente já haviam SLAVES nos esperando no jardim da frente, mas não nos deram trabalho. Evitamos usar nosso poder para lutarmos contra o BARON, caso fosse necessário.

   Na sala de estar apareceram alguns SLAVES e GARGOYLES, e esses também não nos deram trabalho algum. A cada sala que passávamos, a quantidade de inimigos aumentava e mesmo assim nada nos impedia. Acho que passamos por umas vinte salas antes de chegarmos num laboratório que era subterrâneo.

   Cautelosamente, entramos no lugar e ao percebermos que não havia ninguém, pudemos procurar com calma pela Rosa da Eternidade. Haviam vários tubos com líquidos estranhos dentro deles, mas até então, nada da Rosa.

   Segundo shishou, a Rosa era um cristal esculpido na forma de uma flor. Achamos de tudo lá: Olhos, braços, pernas... Tinha até uma arcada dentária completa!

   Chamei o Swan para examinarmos uma prateleira que havia no canto do aposento:

 - Cara, é só uma prateleira! – Ele reclamou. - Não é igual aos filmes em que você puxa um livro e uma passagem mágica se abre.

 - Não disse que tinha algo aqui, só achei que deveríamos explorar já que não encontramos nada.

 - Ainda acho uma perda de tempo. Porque não vamos procurar em outro lugar?

 - Se acha uma perda de tempo, porque ainda está examinando a estante, hã? – Falei claramente provocando.

 - Pff... Vou procurar naquela gaveta ali. Talvez haja algo lá.

 - Então deixa que eu vou procurar no lado de lá e...

   Assim que eu me virei, pisei em uma parte solta do chão, e a parede da prateleira começou a virar, revelando uma sala secreta.

 - Não acredito! - Disse Swan - Que coisa mais clichê!

   Quando entramos, percebemos que não estávamos exatamente em uma sala. Era um corredor, todo coberto de gelo. Ao que parecia, a porta escondida levava a outra ala do castelo. Sentia que estávamos cada vez mais perto de encontrar Zardmaru.

   Entramos em várias salas, mas todas estavam vazias ou com móveis destroçados. Só nos restava a última sala, e quando entramos lá, a vitória: a Rosa da Eternidade estava ali, embaixo de uma redoma de gelo. Já estava correndo pra cima dela quando Swan falou:

 - Cuidado Shion, pode haver armadilhas por aí.

   Mal ele terminou de falar, e nós escutamos um barulho muito alto, seguido de tremores. Algo me dizia que o dono da casa estava vindo nos recepcionar...

   A porta pela qual entramos foi fechada bruscamente. Alem disso o Swan pareceu perceber algo e começou falando:

 - Shion, é impressão minha ou as paredes estão se mexendo?

 - Que droga! Não acredito que caímos numa armadilha tão barata! – Falei desapontado. – Espera! Não são as paredes. É o chão que está descendo como se fosse um elevador.

   Nos colocamos de costas um para o outro e ficamos alerta para o que pudesse acontecer lá embaixo até que a descida pareceu parar. Logo depois, ela voltou com toda a força, como se estivesse em queda livre. Felizmente não faltava muito até chegarmos ao chão de verdade.

   Nesse andar ainda mais subterrâneo havia uma enorme sala, apenas com pilares para a sustentação do teto. Parecia uma espécie de garagem, embora não houvesse nenhum carro ali. Depois de nos levantarmos daquela queda brusca, ouvimos uma voz:

 - Olha só se não são aqueles dois que vimos mais cedo. Onde está aquela garota estranha que estava com vocês? – Disse a primeira voz.

   Ficamos em posição de batalha e nos viramos para o lugar de onde a voz tinha vindo. Uma figura estranha estava imersa nas sombras e foi andando em nossa direção. Enquanto isso, uma segunda voz pode ser ouvida atrás da gente. Nos viramos novamente enquanto ela falava:

 - Maninho! Maninho! São aqueles que vimos hoje cedo! Mas... Espera um pouco... Não tinha uma garota com vocês?

 - Mas eu acabei de falar isso! – A primeira voz voltou a falar. – Ah Kurikura... Sempre tão retardado...

 - Que cruel maninho! Peça desculpas pra mim!

 - Não vou te pedir desculpas coisa nenhuma! Você deveria deixar de ser retardado.

 - Ta vendo, já me chamou de retardado duas vezes só agora.

   Eles continuaram discutindo durante algum tempo. O tédio dançava naquele lugar como se não houvesse amanhã. Olhei por Swan e ele olhou de volta com a mesma expressão tediosa que eu estava. Os caras que deveriam estar lutando com a gente, estavam simplesmente brigando entre si!

   Tentamos escapar daquele local enquanto eles discutiam afinal, não havia necessidade de lutar contra eles e era mais poder economizado para a inevitável luta que aconteceria contra o BARON. Estava claro que ele não nos deixaria sair dali, embora não tivéssemos pegado a Rosa.

   Um dos irmãos (O mais inteligente) percebeu nossa tentativa de fuga e falou enquanto olhava pra gente:

 - Kurikura, teremos que terminar nossa conversa mais tarde. Alguns convidados estão querendo ir embora sem se despedir. Infelizmente eles não poderão se despedir de mais ninguém. – Ele abriu um sorriso maligno.

   Voltamos para a posição de combate enquanto eles caminhavam em direção a luz. A primeira coisa que pude perceber é que eles eram muito diferentes para serem irmãos. O que era inteligente era muito alto, enquanto o que se chamava Kurikura era baixinho. Também puder perceber que eles eram humanos como nós e não SLAVES ou BARONS como eu imaginei. Acho que Swan pensou o mesmo que eu por causa do que ele falou:

 - Vocês... São humanos! O que fazem trabalhando para um BARON?

 - Não importa o que eles são, eles nos atacaram hoje mais cedo e quase te mataram! A Anelise só tá daquele jeito por causa disso! – Falei ainda de costas para o assistente.

 - Os nossos motivos não interessam a vocês. – Disse o cara alto. - Além do mais, pra quê contar alguma coisa se vocês vão morrer? – Ele falou enquanto avançava em nossa direção e nos atacou logo em seguida.

   Nos esquivamos do golpe e com isso acabamos nos separando. Rapidamente falei para Swan:

 - Eu cuido do cara alto. Você fica com o menor!

   Ele balançou a cabeça concordando e então nos concentramos somente em nossos oponentes.

   Meu oponente atacava com socos e chutes enquanto eu desviava deles sem realizar nenhum ataque. Ainda atacando ele falou:

 - Vai ficar se esquivando até que eu use minha habilidade, não é? Não vai me atacar até ver meu estilo de combate e técnicas... Garoto interessante, mas já que quer tanto ver, lhe darei uma amostra que fará se arrepender por não ter me atacado antes. – Um brilho amarelo se formou na mão que avançava contra mim enquanto ele dizia o nome da técnica. – Kazumi Bomb!

   A luz explodiu num tom azul depois que usei meu Seis de Paus para congelar aquele golpe. O inimigo avançou com a outra mão contendo a mesma luz amarela. Desviei do golpe dando um pequeno mortal para trás enquanto lancei uma lâmina de vento, ainda usando a mesma carta, contra o cara alto.

   Ele saltou para trás e depois pulou girando horizontalmente, falando o nome daquela habilidade:

 - Kazumi War!

   Dezenas de luzes amarelas surgiram ao redor dele e, enquanto ele girava, elas voavam para todos os lados e em todas as direções. Rapidamente puxei um Cinco de Paus e juntei com a carta que eu tinha, totalizando 11 de poder e com isso lancei um grande furacão.

   Como o impacto das explosões é causado por uma grande quantidade de ar em movimento, pensei que se eu continuasse usando o vento, seria o bastante para anular o poder destrutivo das luzes bombas.

   Depois de algum tempo lutando, decidi em dar uma leve olhada para a luta do Swan. Ao que me pareceu, o baixinho chamado Kurikura não tinha poder nenhum e estava simplesmente tentando atacar sem sucesso. Com isso eu pude me concentrar melhor na minha luta contra o cara que eu ainda não sabia o nome. De vez em quando ele lançava algumas luzes explosivas. Outras vezes ele tentava atacar de perto com as luzes na mão. Acabei tento uma idéia que acabaria rapidamente com a batalha e a coloquei em pratica.

   Esperei para que ele lançasse uma daquelas luzes e quando isso aconteceu, usei minha fusão de cartas para lançar uma palma de vento que devolveria o golpe dele, explodindo-o.

   As luzes eram do tamanho de uma mão fechada, mas tinham explosões muito potentes. Aquilo explodiu tão forte que lançou pedaços do chão para todos os lados e deixou uma densa nuvem de fumaça. Por um momento fiquei preocupado com meu oponente e me senti mal por aquilo ter terminado daquela forma. Me virei para Swan e vi que ele ainda estava lutando, então decidi ajuda-lo. Ao dar meu primeiro passo, escutei algo que me assustou bastante:

 - Kazumi Bomb!

   Virei-me rapidamente para trás e vi uma luz voando em minha direção. Protegi meu rosto com os braços cruzados porque eu tinha abaixado a guarda depois da ultima explosão e não esperava por aquilo.

   O golpe me acertou em cheio, me causando um ferimento profundo na barriga. Enquanto eu caia, o usuário de bombas falou euforicamente:

 - Não adianta usar bombas contra mim porque sou imune a elas! Sou Kazumi, o encantador de bombas!


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