Ele fez uma cara de espanto e logo torceu as sobrancelhas. Senti seus olhos me fuzilarem, sua raiva penetrar em meu coração. Não parecia que estava tão amoroso igual há alguns minutos atrás.

- Qual é o seu problema Mônica? – Ele me perguntou enquanto ajeitava suas roupas.

Meu cérebro não me obedecia, minha voz não saia. Apenas mexi a cabeça, negando. Eu não tinha problema algum! Foi ele que chegou aqui todo assanhado. Eu estava bem no meu canto, quieta.

- Vai ver que é por isso que ninguém te quer, você é bruta. – Comentou.

Eu estava a ponto de explodir, ainda mais com aquele comentário idiota do garoto mais besta que eu já conheci. Bruta, eu? Ele que não se enxergava. O único sem noção aqui era ele. O loiro me fitava com desprezo e eu dei de ombros, fazendo uma meia volta, para entrar na casa da Carmem novamente.

- Vai catar coquinho, Fabinho Boa Pinta. – Atingi seu ponto fraco.

De Boa-Pinta aquele garoto não tinha nada, a não ser a fama de pegador. O jeito que ele gostava de ser chamado era, sim, igual a ele. Cheio da grana, mesmo! Ô garoto insuportável! Sim, na infância, eu era gamada nele. Também, era o garoto mais bonito do bairro, bom... Sem contar o Ricardinho da rua de baixo, que agora mora na rua de cima e o Bernardinho, o Ronaldinho, o Luca... Credo, eram tantos.

Dei as costas pra ele, e caminhei da direção da porta para dentro da casa, onde ocorria a mega festa. Com as mãos eu limpava o amargo gosto daquele beijo sem graça da minha boca e não pude deixar de ouvir o que ele falava.

- Dentuça. - Um tom de zombaria se encontrava ali.

- Como é que é? Perdeu o respeito comigo garoto? – Berrei, apontando o dedo indicador perante o seu rosto.

Ele sorriu; era um sorriso malicioso. Estranhei e minha testa enrugou. Meus olhos soltavam faíscas de raiva. Encarei-o. Ele, sem perder tempo, me agarrou novamente. Pressionava-me contra seu corpo. Arrancava de mim um beijo sem gosto, nojento. Descolei nossos lábios e, segurando-o pelos braços, o arremessei na piscina gelada. Ainda sou forte. Trêmulo de frio, ele gritava sem parar, me xingando. Fingi que não o escutava e, virando as costas pra ele, mostrava minha língua.

- Idiota!

Logo a turma correu, curiosa, até onde eu nós nos encontrávamos. Todos arregalaram os olhos e fizeram as mais diversas perguntas.

- Ai meu Deus Fábio, o que aconteceu com você, fofo? – Carmem o ajudava a sair da água.

- O que foi, Mô? – Magali apoiava sua mão em um dos meus ombros.

- Cretino! – Mostrei a língua pra ele novamente.

- Cala sua boca Mônica! – Ele retrucava.

- Ai, os loucos. – Denise comentava, segurando o queixo.

O clima de festa tinha ido, praticamente, embora. Senti-me um lixo, uma gorda, dentuça, baixinha. Não demorou muito e o pai do Fábio havia chegado pra levá-lo embora. Tranquei-me no banheiro até o final da noite, sozinha. Queria ir embora, dormir, esquecer de todos os problemas. Entrei no carro, quando meu pai chegou, e olhei para fora da janela. Notei que Cebolinha me olhava de um jeito diferente, um tanto... Confuso.

Fim do 3º Capítulo.

Oi pessoas! :D Capítulo um pouco menor eu sei : mas os próximos serão melhores :D Comentem amores e amoras (: Beijos mil ;*