John
Eu tinha que encontrar o Carlos. Não que eu seja contra festas como essa, mas na minha casa? Isso não.
Procurei por ele e o encontrei no sofá da sala, junto de sua namorada Sophia. Ela é... meio estranha, mas inofensiva.
Me aproximei deles.
— cara, que que é isso? - perguntei.
— isso o quê? - perguntou meu irmão.
— você disse que ia convidar algumas pessoas - eu disse.

— então? - ele perguntou indiferente - Eu tive que deixar de convidar tanta gente...

— você não presta - eu disse.
— que seja - disse Carlos - e a sua amiga?
— o que tem ela? - perguntei.
— cadê ela? - ele perguntou.
— sei lá - eu disse - deve estar na entrada, com blusa azul.
— legal, depois a gente fala com ela, né amor? - Carlos perguntou à Sophia.
— claro, baby - disse ela no seu jeito estranho de ser.
Dei de ombros e fui buscar uma bebida.

   Mary

Tá certo, o John me largou aqui, o folgado.
Bom, acho melhor eu entrar.
Entrei na casa - muito bonita por sinal -, e tinha muita gente lá dentro.
Alguns já se encontravam - isso se é possivel - rindo ou agindo como se já estivessem bebâdos, sendo que a festa mal tinha começado.
Fui para cozinha onde, estranhamente, tinha uns caras conversando e - não sei bem porque - pegando ovos da geladeira e jogando pela janela. Acho que tinham pessoas sendo atingidas.
Saí pela porta dos fundos e me deparei com uma cena muito pertubadora. Tinha uma piscina - daquelas de plástico -, com algo que lembrava assustadoramente achocoltatado dentro e uns caras que deviam ter seus quarenta anos, segurando canecas e bebendo o liquido. Sinceramente? Acho que nunca vou esquecer essa cena.
Tentei ignorar os caras na piscina e olhei em volta.
Tinha muita gente dançando, alguns correndo uns dos outros e outros parados conversando.
Fiquei lá, sem nada para fazer, quando um cara incrivelmente parecido com John foi até mim.
Ele tinha cara de ter vinte anos e pouco e como falei, parecido com John. O estilo dele, no entanto, era horrivel. Usava uma bermuda até a canela vermelha, meias brancas e uma camisa listrada vermelha. Estava usando um boné do tipo que algumas jogadoras de volei geralmente usam, só que ao contrario e para baixo, além de usar vários cordões.
— oi - eu disse.
— oi, eu sou o Carlos - ele disse - você deve ser a amiga do John, não?
— talvez - eu disse. Eu não sabia o que eu era do John, na verdade.
— qual é o seu nome? - perguntou ele.
— Mary - eu falei e perguntei algo que já estava na minha cabeça a algum tempo - você e o John são irmãos ou algo do tipo?
Ele deu de ombros.
— talvez - ele disse - porquê?
— vocês são muito parecidos.
— ah, tá - disse ele.
— então, eu ouvi dizer que vocês estão ficando, é verdade? - eloe perguntou direto.
— acho que sim - eu disse.
Ele me olhou de cima para baixo.
— ele tá piorando o gosto - comentou.
Era para eu ficar ofendida?
— mas enfim - ele continuou - essa é minha namorada Sophia - ele olhou para trás e chamou o nome dela.
A tal Sophia veio. Ela... era estranha. Usava uma saia que ia até o tornozelo, um top branco, vários cordões - um deles com o signo da paz -, cabelos que iam até o cotovelo e usava um readband, além de estar descalça.
— olá, ser humano insignificante para mim - cumprimentou Sophia.
— hum... oi... - eu cumprimentai de volta incerta.
— Mary, você vai desculpar a Soph - disse Carlos - ela sempre fala o que pensa, não é culpa dela.
— ah, tá... - eu murmurei.
— bom, foi um prazer te conhecer - disse Carlos - mas temos que ir - ao dizer isso ele e Sophia foram embora. Ah não! Eu estava gostando tanto da compania deles... ser chamada de insignificante faz o dia de uma pessoa...
Dei uma volta na casa e encontrei John na cozinha.
— você me deixou sozinha - eu disse e ele deu de ombros.
Do nada surgiu uma mulher de no mínimo cinquenta e cinco anos, parecendo se mexicana e baixa. Ela foi até John e começou a gritar com ele uma mistura de espanhol com português.
— seu irresponsável ...blá blá blá... você não tem o direto...blá blá blá ... como ousou dar uma festa...blá blá blá... e ainda por cima com garotas!...blá blá blá... não estamos tecnicamente juntos...blá blá blá ... mas ficar com outras é traição!...blá blá blá .
Hãn? O John namora aquela mulher ou algo do tipo? O que era estranho ficou mais estranho ainda.
Do nada escutei o som de sirenes de viaturas e a mulher foi embora correndo.
— o que você tá fazendo parada? - perguntou John - corre!
Como a polícia estava no jardim dos fundos, fomos correndo para sair pela porta da sala.
Estava quase saindo quando senti algo agarrando meu pé direito e quando fui ver era um bebâdo qualquer.
— me solta, seu louco - eu disse, mas ele não me soltou.
— John, me ajuda - eu disse, mas ele só olhou para mim e foi embora.
A policia chegou eu me colocaram na viatura junto com outras pessoas e fomos para a central da polícia, provavelmente.