Dama de Sangue escrita por samgray


Capítulo 1
Uma visita inesperada




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Aquela teria sido a mais maravilhosa das noites que Livia e Heitor passaram juntos. As velas que deram início à ocasião, juntamente com a bela música, fizeram com que cada segundo durasse uma verdadeira eternidade mágica. Os beijos dados logo envolviam os corpos aproximando as almas e misturando as mentes. Cada mínima ação de um terminava, sem ensaios, na reação perfeita do outro. O sincronismo até mesmo parecia dança de um velho clássico.

Mas nada dura para sempre. O fim da noite levou o moço embora e abandonou Lívia sozinha.

A moça ainda esboçava as réstias do maravilhoso dia pelo belo sorriso encantado e ainda pelos pequenos suspiros saudosos que enchiam sua cabeça pelos mais recentes acontecimentos. A lua alva parecia brilhar com mais intesidade do que nunca, acompanhando gentilmente os sentimentos de Livia. Tudo aparentava ser nada mais que continuação da noite que mal se inciara.

Com o simples fechar de olhos, voltavam os toques calorosos das mãos frias de seu namorado e, se se esforçasse ainda era capaz de ouvir o delicioso som do roçar dos corpos. As velas aromáticas que ainda queimavam sobre a mesa marcavam verdadeira presença na intensa sala de estar onde há pouco tempo se encontrava o casal e garantiram uma iluminação mais ou menos suficiente quando, repentinamente, todas as luzes se apagaram.

Ainda deitada no sofá, Livia deixou escapar mais um suspiro intenso enquanto relembrava as carícias passageiras. Mas, por alguma razão estranha, a falta de luminosidade era desconcertante e os bons pensamentos logo fugiam das ideias que tinha. O luar logo se escondia por trás da chuva que, em fortes trovões, anunciava a sua chegada.

Veio ligeira e forte, fazendo com que a calmaria terminasse subtamente. Os relampagos corriam pelo céu escuro permitindo, hora ou outra, uma visão mais ampla do que havia em sua volta. Foi, justamente, em um desses flashs de luz que, escondida entre as cortinas de sua varanda, Livia percebeu a nítida sombra de um homem cujas feições não podiam ser identificadas. A moça fechou os olhos com força, descrente que haveria qualquer movimentação estranha no nono andar na capital do país. No relampago seguinte, a imagem sumira, mas o coração dela de maneira alguma era capaz de se acalmar.

As batidas acelaradas eram sentidas pelo corpo todo, o sangue pulsava com força pelos braços e pernas. O medo eriçava seus pelos, corrompia sua mente. Breves imagens dos mais diversos filmes de terror pairavam sobre a sua imaginação. Lembrava de mortes repentinas, de demônios malignos que adentravam com facilidade o corpo de quem queriam, de espíritos que se rebelavam durante a noite, de zumbis que invadiam a cidade...

– Não existem. Não existem. É tudo mentira. Minha mente está me traindo - repetia em voz alta porque qualquer frase dita inúmeras vezes há de se tornar verdade. Fechava os olhos com força, passava as mãos trêmulas sobre eles, deveras assustada.

– Não existem mesmo - uma voz masculina e, teremos que confessar, extremamente sexy fazia-a abrir os olhos.

– Como entrou aqui? - assustada, empurrava o sofá com os pés, como se tentasse, de alguma forma, fugir, mas conseguia apenas deixar de se manter deitada para sentar-se com as pernas dobradas junto ao corpo.

– Ora, pela janela... Por onde mais eu entraria? A porta está trancada. - falava com sarcasmo, pronunciando cada mínima sílaba lentamente como se conversasse com uma criança de menos de três anos de idade.

– O que é você? - embaralhava as palavras, amontoando-as e tornando-as quase impronunciáveis.

– Sou um mensageiro. Vim anunciar a sua morte. Você tem sete dias. - disse e riu-se, encontando lentamente os dedos sobre o pescoço da moça e levando-a a um desmaio .


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Notas finais do capítulo

Críticas de todo o tipo serão bem-vindas, sejam elas a respeito do enredo da história ou até mesmo de detalhes menores como ortografia ou concordância. É fundamental que me ajudem a perceber meus erros para que, assim, eu possa fazer um trabalho cada vez melhor para vocês, leitores.