Capitulo 24  – Labirinto sem fim

                As coisas não pareciam tão bem. Na verdade o clima começara a ficar tão tenso naquele colégio que o silêncio parecia ser sempre a melhor escolha quando algo acontecia. Aquilo no começo parecia ser tão anormal, mas depois de tantas mortes algo dentro de Minnie a fizera sentir que aquilo havia se tornado parte de sua rotina. Encarar a morte todos os dias. Pensava nisso o tempo todo ao tentar acalmar Smooth que tremia enquanto encarava o nada, parecia estar em choque. Kyuhyun olhava tudo atônico, mantinha-se quieto apenas ouvindo e vendo a namorada consolar a amiga, ela parecia lidar bem com as mortes. Talvez tão bem quanto ele.

- Smooth olha para mim. –repetiu Minnie pela quinta vez.

- Minnie o que vamos fazer? O que vai acontecer? –ela perguntou nervosa.

- Não vamos fazer nada. Vamos deixar as coisas se ajeitarem sozinhas.

- Como assim Minnie? –perguntou Kyu tocando gentilmente o ombro da namorada. –Temos que falar com o diretor! Olha o estado da Smooth ela…

- Eu sei o que estou dizendo! –gritou a garota tirando rudemente a mão do namorado de seu ombro. Dirigiu-se para Smooth que agora a olhava assustada. –Confie em mim, eu sei que estou dizendo Smooth.

                Smooth balançou a cabeça tentando confiar na amiga. Parecia que uma nuvem negra e extensa havia tomado conta da alma da pequena Minnie, a garota ficava um tanto fria e má em momentos como aquele. Ela começava a se parecer com Jessica Jung nesse aspecto, fria e má coisas que Minnie nunca pensou em ser.  A garota pediu que Smooth fosse ao dormitório e esperasse por ela lá, a garota – um tanto desolada e assustada – assentiu dirigindo-se ao quarto. Assim que Kyuhyun viu a garota se afastar olhou incrédulo para Kim Min Young que o encarava esperando a “bronca”.

- Como pode ser tão fria?

- Fria?! Estou sendo realista Kyuhyun, não podemos fugir desse lugar, temos que encarar isso tudo de frente. Não dá para fugir da morte, e eu quero privar quem eu amo dessa dor… Kyu vejo-me na obrigação de acalentar aqueles que têm medo do que pode acontecer no futuro.

- O que? Minnie fale algo que faz sentido! –exclamou Kyu segurando-a pelos ombros.

- Krystal Jung ela… Donghae…

                Kyuhyun olhou-a de maneira estranha. Donghae estava morto! Como ela podia estar se referindo a alguém morto e ainda por cima citar o nome da Jung mais nova?! Kyuhyun apertou mais forte os ombros da garota esperando que ela falasse algo que tivesse realmente sentido. Até agora suas palavras frias e desconexas pareciam o levar a lugar nenhum. A garota olhou nos olhos do namorado, o cara que um dia ela julgou ser misterioso, mas que quando a conheceu se abriu completamente. Agora, ela deveria fazer o mesmo, pelo bem de todos que ela amava e queria proteger.

- Donghae é um assassino amador.

- Ele está morto!

- Não Kyu, ele não está. Eu e ele… fizemos um acordo.

- Minnie-ah, não pode estar falando sério.

- Estou Kyu, estou falando sério.

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                Smooth tremia. Estava no escuro do quarto tentando esquecer o que havia visto. Agora sabia como a amiga – Kim Min Young – se sentia diante de tudo aquilo. Agora ela começava a ter medo, medo de ser a próxima, medo do assassino. Aquilo tudo fazia sentido, o assassino, os desaparecimentos, o jeito como as coisas haviam mudado, e como as pessoas mais amáveis como Minnie haviam se tornado pessoas frias e más como a Jung mais velha.

- Não quero compará-la a aquela víbora, mas Minnie está tão fria quanto à rainha do gelo. –comentou para si mesma.

                Fechou os olhos deixando que lágrimas quentes, e doloridas descessem por sua face. Passou a mão no rosto limpando-as. Tudo parecia tão bem no começo, seria tão mais fácil fugir daquilo tudo, ela só queria fugir para algum lugar longe o bastante daquilo tudo. O que o diretor devia estar fazendo a respeito? Será que ele sabia de tudo aquilo? Eram tantas perguntas que – para a garota – não tinham respostas. Resolveu dormir e pensaria mais tarde no que faria. Ela tinha que descobrir o que estava acontecendo naquela maldita escola.

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– Eu fiquei sabendo que havia sido ferida... – seus olhos correram rapidamente para o local que ela tentava esconder e rapidamente voltaram para sua face. Sua expressão aflita era substituída pela seriedade momentânea – Quem fez isso? – ele perguntou sem delongas, deixando com que uma ruga de interrogação se formasse em sua alva testa.

- Professor eu não quero falar sobre isso.

- Por favor, Krystal! –exclamou o professor exalando desespero. –Quem fez isso com você?

- Foi… Lee… Donghae. –disse a garota lentamente, mas mantendo a expressão séria e assustada. –Ele não está morto! Ele é o verdadeiro assassino por trás disso tudo! Professor vocês precisam…

- Senhorita Jung, creio estar havendo um equivoco, Lee Donghae está morto.

- Precisa acreditar em mim. Se alguém fez isso comigo, esse alguém foi Lee Donghae.

                O professor olhou-a interrogativo. A garota parecia estar sendo sincera. Seu corpo tremia de medo ao falar o nome do suposto morto/vivo que a atacara.

- Precisam encontrá-lo professor. –disse em tom choroso quase em suplica. –Por favor, encontrem-no e façam tudo isso parar. Vidas de inocentes estão em jogo! Como podem não perceber isso?! Como podem ainda esconder isso tudo?! Que tipo de pessoas vocês são?!

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– Você sabe popping? – ele perguntou recebendo “não” como resposta – Então vamos começar por esse estilo de dança, é bem fácil e legal, é só relaxar os músculos e... – ele continuou os seus ensinamentos.

                Passaram-se longos minutos após o começo da pratica entre Taemin e Sunny. Os dois pareciam empenhar-se na dança, o garoto ensinando os passos para a garota que os seguia e executava com grande êxito. As horas passavam, e nada parecia importar apenas aquela dança que parecia ser tão boa que os fazia esquecer todo e qualquer problema que os assolava. De repente, as luzes da pequena sala de dança apagaram-se e em seguida começaram a piscar furtivamente. Sunny segurou com força o braço de Taemin demonstrando o medo que começou a assolá-la.

- Acho melhor sairmos daqui. –sussurrou a garota.

- Também acho. –disse em tom rouco e preocupado.

                Sunny soltou-se de Taemin e correu para pegar suas coisas e as coisas do irmão para que saíssem logo daquela sala. Longos minutos se passaram a garota que havia sumido em meio à escuridão não retornava. As luzes que piscavam furtivamente cegavam Taemin que continuava parado estático esperando por Sunny. As luzes pararam de piscar, e para total desesperado do garoto sua querida irmã Sunny havia desaparecido.