Feitiços Em Meio À Corte De Inazuma escrita por Miyuki Suzuno Oowashi


Capítulo 7
Novo aliado e novo inimigo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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-Droga! O que aconteceu aqui?!- gritava Suzuno, com as mãos na testa, levantando um pouco seu cabelo, mostrando que estava desesperado.

-Certamente, o que aconteceu aqui não foi nada bonito.- falou Itzuko, segurando um pedaço de madeira que havia sido queimado.

-Bem, mas isso não foi fogo comum. Foi um feitiço forte, pronto para matar.- falou Lika, olhando para uma pedra ao qual havia sangue.

-Tem certeza?- perguntou Burn.

Lika olhou para trás, por cima do ombro, sorrindo, e disse:

-Quem aqui já foi a “bruxa do mal”?

-Bem, eu conheço este feitiço.- disse Sakura. Todos se viraram para a mesma. -Isto aqui mata só pelo mais leve toque! Reika deve estar muito mas muito fraca mesmo. Por que eu já fiz este feitiço sem querer uma vez e eu fiquei de cama por três dias.

-Então vamos aproveitar a chance e atacar Reika enquanto temos tempo.- falou Nitsuke.

-Não antes de sabermos onde está a Miyuki.- falou Fubuki.

-Isso mesmo. Pelo menos você sabe o que é prioridade.- falou Sandara, olhando para Nitsuke, sem um sorriso no rosto.

-Ei!- gritou Fukuda. Todos olharam para uma parte da mata. -Encontrei uma marca de sangue no chão e a marca leva a uma estrada!

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Seus olhos fraquejavam, imposibilitando-a de ver o local com certeza. Em cinco minutos, sua vista já estava normal. Olhou ao redor, vendo um quarto extremamente chique. Os móveis eram feitos de ouro e carvalho. O quarto em si era azul bem claro, fazendo-o um ambiente bem calmo. Olhou para seu corpo e viu que seus cortes haviam sido tratados e que sua nuca não estava mais sangrando. Tirou o lençól de cima do seu corpo e andou até a porta.

Saiu do quarto, vendo a parte interna de uma mansão no mesmo estilo do quarto em que estava aparecer na sua frente. Cautelosamente, desceu as escadas e passou por uma porta, entrando em um belíssimo jardim de inverno em que todo tipo de flor que conhecia parecia ter sido cultivada. Ao ver lírios, andou até eles e os cheirou, sentindo seu adorável perfume.

-Gosta de lírios?

Andou para trás, assustando-se. Em sua frente, havia um belo garoto, vestido com uma roupa azul-marinho. Ele tinha cabelos cor-de-mel e olhos verdes. Miyuki levou uma das mãos á cintura, tocando no cabo de sua única adaga. O garoto deu um sorriso e falou:

-Não se preocupe, não vou machucá-la. Devo dizer que meus médicos tiveram muito trabalho para tratar de seu ferimento atrás da cabeça. Eles me falaram que você poderia ter morrido de hemorragia.

Miyuki sabia exatamente o que esse garoto estava fazendo. Ela retirou a mão da adaga e fez uma leve reverência.

-Arigato, senhor…

-Oh! Perdôe-me por não me apresentar formalmente. Meu nome é Mark Kruger. Qual é o seu nome?

-Meu nome é… meu nome é…- Miyuki se agachou, levando a mão ao cabelo. -Por que eu não me lembro do meu nome?! Por que eu não me lembro de nada?!

Mark correu até Miyuki e se ajoelhou, tocando em suas costas.

-Acalme-se. Deve ter sido a pancada. Tenho certeza que você vai voltar a se lembrar das coisas.- Miyuki olhou para Mark, que sorriu. -Vou lhe chamar de Belle. Significa bela e graciosa.

-Senhor Kruger?- perguntou uma voz fina. -Mandou me chamar?

Mark se levantou e ajudou Miyuki a se levantar. Era uma de suas empregadas.

-Ah, sim! Leve esta bela dama para se vestir apropriadamente. Ela não teve um bom dia.- Mark se virou para Miyu… Belle, e disse: -Minha criada vai ajudá-la a se vestir apropriadamente, senhorita Belle.

Belle assentiu com a cabeça e seguiu a criada. Novamente estava no quarto azul, onde três criadas a aprontavam. Subiu em cima de um banquinho para que as criadas podiam ver o tamanho de suas roupas. Primeiramente, as criadas perguntaram qual vestido que ela gostava mais e Miyuki escolheu um vestido vermelho, que era justo na área do busto, mas que era bem aberto na área da saia. Na parte da saia, o pano vermelho se abria ao meio, mostrando uma parte negra da saia por baixo. Depois, seu cabelo foi amarrado, formando um coque em que alguns fios pequenos caíam por seus ombros, dando á aparência de Belle um ar de nobreza muito grande.

Ela desceu até a sala de jantar, onde encontrou Mark, jantando. A comida estava lhe parecendo muito tentadora e seu estômago estava começando a doer. Limpou a garganta, fazendo Mark se virar para trás.

Ele olhou para Belle, mal reconhecendo-a. Ele jamais tinha visto uma moça tão bonita quanto ela. Ele rapidamente se levantou, quase derrubando vinho em si e fez uma reverência. Belle pareceu voltar a si e também fez uma reverência. Ela, pela primeira vez, viu o quanto Mark era um Conde bonito.

-Boa noite, senhorita Belle. Está com fome? Gostaria de jantar comigo?

-C-Claro, senhor Kruger.

-Por favor, me chame de Mark.- Belle assentiu e foi até a cadeira ao lado da de Mark, onde um de seus homens tocou na cadeira, para que Belle sentasse. Mas Mark o parou e disse: -Por favor, a senhorita Belle é minha convidada.- então puxou a cadeira, sendo gentil com Belle. Ela se sentou e começou a comer. Mark pôde perceber que Miyuki tinha ótimos modos, mas que não estava confortável com seus homens a observando silenciosamente. -Saiam.

Os homens se inclinaram para frente e saíram. Belle olhou para Mark e sorriu.

-Você é sempre gentil desse jeito com suas convidadas?

-Nah! Você é muito diferente do que daquelas garotinhas frágeis. Você é forte e isso é algo que eu aprecio muito.

Belle deu um sorriso e continuou a comer. Pelo resto da noite, ela e Mark conversaram sobre coisas relacionadas a vida na mansão. Depois do jantar, Mark a convidou para uma caminhada pelo jardim externo, onde haviam várias lanternas acesas, formando um caminho por entre as flores. Em certo ponto da caminhada, onde havia praticamente um muro com flores pequeninas que cresciam no sentido do muro, Mark pegou um lírio por trás e o deu para Belle, que sorriu e aceitou a flor, cheirando-a.

-Arigato

-De nada. Apenas sinto que você é especial. Tem algo de diferente. Você não é má pessoa. Ou é?

-Posso não lembrar do meu passado. Mas sei que sou uma boa pessoa.

-Que bom. Isso significa que fiz algo bom em lhe salvar.

-Desculpe a pergunta, mas… você sabe como eu me machuquei?

-Não precisa se desculpar. Eu que devo me desculpar mas… não sei como a senhorita se machucou. Apenas lhe achei sangrando no meio da estrada.

Belle tocou em sua nuca, ainda dolorida pela pancada. Olhou para cima, olhando para Mark. Ele pareceu petrificado, olhando Belle com os olhos bem abertos. Ele se aproximou ainda mais, fazendo Belle andar para trás, se encostar no muro.

-Belle, eu…

Então Mark fez algo sem pensar, mas que precisava ser feito. Beijou-a.

Por um instante, Belle ficou assutada, sem saber o que fazer. Ela gostara do beijo, mas sentia que era errado. Mas no momento, fechou os olhos e retribuiu o beijo. Mark rodeou seu braço pela cintura de Belle, trazendo-a mais para perto, enquanto Belle o segurava pelos ombros.

Depois do beijo, Belle olhou para Mark assustada. Mark estava mais assustado ainda. Como pôde ter sido tão ousado ao ponto de beijar uma dama sem seu consentimento? Ele se afastou um pouco e disse:

-B-Belle… eu…

-D-Deixe-me descançar. Por favor.

Então Belle saiu correndo, voltando para a mansão. Ela entrou correndo em seu quarto e se encostou na porta. Seus olhos não acreditavam no que estava acontecendo. Ela levantou uma mão e a levou aos lábios, tocando-os com delicadesa. Então sorriu e pulou em sua cama, abraçando um dos travesseiros.

Pela manhã, ao acordar, percebeu que havia dormido com seu vestido e que seu cabelo estava uma bagunça. Ao olhar para o lado, viu uma bandeja de prata com frutas e um suco de uva. No canto da bandeja, uma carta. Belle sentou-se em cima das pernas e pegou a carta.

Belle, me perdôe pelo beijo de ontem, mas você é, de certo modo, especial para mim. Hoje á noite haverá um baile e eu gostaria que você aparece. Mandarei um vestido e suas jóias, mas não posso sair do escritório pela manhã. Mas fique á vontade de andar por onde quiser pela mansão. Se não for ao baile, entendo que não vá querer mais me ver, mas não se preocupe: mesmo que não queira me ver mais, ainda poderá viver nesta mansão até descobrir seu passado. Sempre lhe apoiarei, Belle.

Belle olhou para a carta e a colocou na mesinha de canto. Não o culpava pelo beijo. Também havia sido sua culpa. Se virou para a comida e a comeu inteira. Quando uma criada entrou em seu quarto para recolher os pratos, Belle perguntou:

-O senhor Kruger está bem?

-Ele está bem, senhorita. Apenas trabalhando no escritório. Ele pediu para lhe perguntar se a senhorita prefere verde ou lilás.

-Humm... verde. Mas… ele não mandou nenhuma outra pergunta ou mandou me avisar de algo?

-Não, senhorita.

-Ok. Pode ir.

A criada fez uma reverência e se foi.

Será que o Mark-kun está com raiva de mim?

Pela noite, Belle andava de um lado para o outro, achando que Mark não havia enviado seu vestido, por alguma razão que imaginava ser que ele sentia raiva. Então, quando já eram seis e meia, começou a ver algumas carruagens parando na frente da mansão e várias mulheres nobres entrando na mansão. Mas na mesma hora, cinco criadas entraram no seu quarto. Seu vestido era verde bem escuro, o que combinava com seu cabelo castanho. Suas jóias eram da mesma cor, mas estavam envolvidas com pedrinhas que pareciam ser diamantes. As criadas perguntaram se Belle iria á festa. Ela assentiu quase em seguida e as criadas começaram a vestí-la. Já eram sete e meia quando as criadas terminaram de vestí-la.

-Senhorita Belle, a senhora é namorada do senhor Kruger? Se não for muita ousadia.

-Não é ousadia. Mas… bem… me perdoem, mas eu realmente estou atrasada.

Então Belle saiu correndo, entrando no salão onde ocorria a festa. Quando mal entrou no salão, Mark veio até ela e perguntou:

-A-A senhorita não está com raiva de mim?

-Você não está com raiva de mim?

Então os dois deram uma risada. Mark levantou um braço na altura do tórax e perguntou:

-A senhorita me daria a honra de dançar com você?

Belle assentiu e os dois começaram a dançar. A noite foi animada, tendo várias danças, conversas engraçadas e até mesmo alguns malabaristas estrangeiros. Em certo ponto da festa, quando Belle e Mark estavam brindando uma taça de vinho, uma das criadas veio até Mark e disse:

-Senhor Kruger, tem algumas pessoas na porta procurando pelo dono da mansão.

-Estou indo.- disse Mark. Ele se virou para Belle e disse: -Se a senhorita me der liçença…

-Claro.

Mark levou sua mão ao queixo de Belle e a beijou, antes de ir até a porta da frente.

Lá, ele encontrou um grupo de quatro pessoas, sendo que apenas uma era uma mulher. Ela tinha longos cabelos brancos e… estava usando calças, o que fez Mark a achar muito estranha. A única razão para Mark não achar Miyuki estranha é que ele achava que ela havia passado por uma terrível situação. Um dos garotos tinha cabelos azuis. Os outros  dois tinham cabelos brancos com diferenças apenas nos tons.

-Sou o Conde Mark Kruger, sou o dono desta mansão.

-Perdão pela intrusão senhor, mas minha amiga está desaparecida e queríamos saber se ela passou por aqui.

Mark abriu a boca para falar, mas uma de suas criadas veio correndo até o mesmo e falou:

-Senhor! Senhor! Uma fagulha de sua lareira foi até a cortina e pegou fogo! Por sorte o fogo foi apagado, mas precisamos do senhor para decidir o que fazer!

-Certo. Estou indo.- Mark olhou por cima do ombro e falou: -Mil perdões pela intromisão, mas eu realmente estou muito ocupado hoje. Fiquem á vontade para procurar sua amiga pela festa. Várias damas que estão presentes sabem de notícias pelo reino.

Então Mark saiu correndo.

-O que faremos? Não estamos vestidos para festa.- falou Sandara.

-Vamos ter que perguntar das senhoras. Não temos outra escolha.- falou Suzuno.

Então todos entraram no salão e se dividiram. Cada um perguntava para o grupo de senhoras se haviam visto alguém parecida com Miyuki, mas todas negavam. Em certo ponto, Suzuno foi até um grupo de duas mulheres e perguntou sobre Miyuki.

-Hummm… Ah! Será que é aquela garota com o senhor Kruger?- perguntou a primeira mulher á segunda.

-Isso, Marrí! Ela se parece muito com sua amiga!- a segunda mulher fez uma cara triste e disse: -Poxa, eu bem que gostaria de ser aquela garota. O senhor Kruger é tão bonito…

Suzuno não acreditava. Não poderia ser Miyuki. Ela poderia não querer mais ser sua namorada, mas não seria tão terrível ao ponto de namorar outro garoto tão cedo.

-Onde eles estão?- perguntou Suzuno. A primeira mulher levantou a mão com a taça e apontou para uma janela.

-Eu os vi perto daquela janela há pouco tempo.

Suzuno se virou e passou por entre as pessoas, com cuidado para não bater em ninguém e foi até a janela. Quando parou, não acreditou no que viu. Era Miyuki mais linda do que já tinha visto. Mas não foi isso o que o assustou. O que o assustou foi o fato de ver o odioso Mark com a mão ao redor da cintura dela, beijando seu rosto e depois voltando a rir junto com Miyuki.

-O que pensa que está fazendo com a Miyuki?! Minha namorada?!- gritou Suzuno, empurrando Mark para o lado e o segurando pelo colarinho da blusa.

-PARE!- gritou Belle. Todos no salão estavam vendo o que estava acontecendo. Suzuno estava assustado com a reação de Miyuki. Será que ela poderia ser cruel a esse ponto? Belle deixou que lágrimas caíssem pelo seu rosto e falou algo que assustou tanto á Suzuno quanto a seus amigos: -Pare! Eu não sou sua namorada. Nem sei quem é você. Por que me chamou de Miyuki? Descupe, mas deve estar me confundindo com outra pessoa.


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Notas finais do capítulo

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