Miyuki estava com o olhar de fúria, com seu cabelo ainda caindo parcialmente em seus olhos, o que fez todos perceberem que ela estava com muito ódio de Suzuno. Ela pulou na direção dele, com as mãos abertas que, quando segurasse Suzuno, suas unhas cravariam em sua pele. Mas antes que pudesse tocar nele, Fukuda a segurou pela cintura e a puxou para trás.

-ME LARGUE! LARGUE-ME!!

-Miyuki, controle-se.

-Não antes de matá-lo!

-Miyuki, ele deve ter uma bela explicação para o que aconteceu, não é mesmo Suzuno? - disse Fukuda, olhando mortalmente para Suzuno.

-ME SOLTA FUKUDA!

-Acha que eu não quero matá-lo também! Acalme-se primeiro e depois agente decide o que fazer com ele.

-Kuso! Tudo bem, mas que ele não chegue perto de mim!

Nessa hora, Miyuki parou de se mexer e Fukuda a largou. Sandara puxou Miyuki para longe de Suzuno, para evitar que ela fizesse algo que acabasse em uma tragédia. Itzuko e Sakura fizeram (juntas) uma magia para que Suzuno apenas falasse a verdade, de surpresa, e lançaram nele. Sakura se aproximou e falou:

-Suzuno, o que aconteceu naquele dia?

-Eu beijei a Reina.

-Você fez aquilo de propósito?-Questionou Itzuko.

-Não.

 -Você já namorou com ela?

-Já.

-Faz quanto tempo?

-Faz três anos.

-Mesmo assim... Você ainda gosta dela- perguntou Sandara.

-Sim.

-Se ainda gosta dela, por que namora Miyuki?- Questionou Itzuko.

-Gosto mais da Miyuki.

-Se sente culpado por ainda gostar da Reina e namorar a Miyuki ao mesmo tempo

-Mais ou menos.

-Como se sentiria se a Miyuki gostasse do Fukuda e ao mesmo tempo namorasse você?

-...

Suzuno nada respondeu, apenas ficou como se pensasse na resposta. Miyuki estava do lado de Sandara e olhou para o chão, em desgosto. Mas quando olhou um pouco mais para frente, viu um brilho e, dentro de sua mente, sorriu. Pegou na parte de madeira e empurrou Sandara para o lado. Quando estava prestes a fincar a lança no lugar do coração de Suzuno, Fubuki segurou seu pulso e Itzuko fez uma magia que a congelou.

-Estou calma, me liberte, por favor, Fubuki e Itzuko.

-Promete que não vai tentar matá-lo?- Perguntou Itzuko.

Miyuki deu um suspiro e respondeu entre dentes:

-Tudo bem.

Miyuki pareceu calma quando a soltaram. Mas logo em seguida lançou a lança que caiu a poucos metros do pé de Suzuno e saiu correndo em direção à floresta, fazendo todos ficarem de boca aberta. Sandara deu um passo à frente e disse:

-Vou segui-la. Eu sei como conversar com ela quando ela fica nesse estado.

Miyuki corria adentrando cada vez mais na floresta, sua visão estava embaçada por causa de seus olhos estarem marejados. Ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo, como ele teve a audácia de fazer isso consigo? Por que ele fez aquilo? Perguntas como essa rondavam em sua cabeça, nunca pensou que ele fosse assim, durante três anos, ele escondeu isso dela, como ele poderia gostar da Reina e ao mesmo tempo namorá-la?

Parou, seus olhos continuavam marejados, decidiu sentar encostada em uma árvore para pensar com calma o que estava acontecendo quando ouviu passos se aproximando rapidamente, ficou em posição de luta, já que estava desarmada. Aos poucos uma sombra foi se aparecendo no meio das sombras, revelando ser Sandara. Aquilo a fez relaxar e voltar a sentar-se apoiada no caule da árvore, logo Sandara sentou-se ao seu lado e disse:

-Calma Miyuki.

Aquilo foi a gora d’água.

-CALMA?! CALMA?! COMO ASSIM CALMA?! SANDARA, O FUUSUKE ESTÁ ME NAMORANDO, MAS AO MESMO TEMPO GOSTANDO DA REINA E DE MIM!

-ACALME-SE! Sei que ele der alguma explicação plausível para isso.

-Tomara que estejas certa.

Sandara se levantou e avisou:

-Vou voltar para a nossa casa, não demore muito.

-Tudo bem.

Continou sentada por um tempo apoiada na árvore, refletindo, realmente aquilo parecia que só acontecia consigo. Sua linha de raciocínio fora interrompida pelo barulho do balançar do arbusto próximo a si. Pegou da pequena bolsa de couro que portava em sua perna uma kunai e atirou na direção do arbusto, onde pode ouvir um grunhido. Levantou-se temerosa, foi se aproximando lentamente do arbusto, quando avistou o que tinha acertado: uma pequena raposa. Aproximou-se devagar e viu que a acertou um pouco acima da pata e sangrava bastante, sentiu-se culpa e olhou ao redor para ver o que poderia ajudá-la naquele momento, acabou por encontrar um pouco distante uma planta medicinal necessária para aquele momento, correu até lá e pegou 3 folhas, aproveitou e pegou duas pedras.

Voltou para onde estava a raposinha, sentou-se ao lado dela, pegou uma das pedras e usou de apoio, pegou outra para usar de moedor, colocou uma das folhas no meio e começou a amassá-la rapidamente para virar um tipo de pasta. Ao vira uma pasta, pegou as outras folhas e passou a pasta lá deixando tudo pronto, então correu para um pequenino rio que tinha lá perto molhando um pedaço da blusa que arrancou e voltou correndo para limpar o ferimento. Após fazê-lo, colocou as folhas sobre o ferimento, rasgou a borda da camisa novamente e prendeu em um curativo. Pegou-a no colo e voltou-se a sentar ao pé da árvore e começar a acariciá-la fazendo-a se acomodar em seu colo. Ficaram assim por um tempo até ouvirem um enorme estrondo e uma enorme nuvem de poeira levantar, impossibilitando a visibilidade a qualquer distancia, virou rapidamente para proteger a raposinha, com a força que a fumaça veio sendo levantada acabou por fazer leves cortes em sua roupa.

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Na casa:

-O QUE FOI ISSO?!- Exclamou Itzuko assustada.

-Não consigo ver nada!- Desesperou-se Sakura.

-Essa não... –Preocupou-se Sandara.

-O que foi Sandara?-Questionou Fubuki, procurando-a.

-O ESTRONDO VEIO DE ONDE A MIYUKI ESTÁ!-Gritou Sandara.

-Kuso!-(Suzuno).

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De volta à floresta:

A poeira aos poucos baixava, o permitia ter uma visibilidade melhor ao redor. Virou-se e olhou em direção a uma sombra que vinha andando calmamente entre o pueril que mesmo sendo pouco ainda não deixava a visibilidade completa. Deitou a raposinha no pé da árvore para mantê-la segura e protegida de quem quer que fosse aquela pessoa, apesar de já saber quem era, queria ter plena certeza de que era ela.

Mas seu sorriso era o que mais a revelou. Aquele sorriso maligno e branco que se destacava em meio á poeira

-Reika, já não me fez sofrer o suficiente?! Não está contente com o desastre que causou?!

-Shimizu, sei que está querendo morrer neste momento, então vou fazer esse favor para você.

A raposinha se assustou e correu para um buraco que havia na árvore, que foi tapado por uma pedra que caiu na frente da entrada. Miyuki se levantou e ficou em posiçao de luta. Não queria morrer, mas ao mesmo tempo não tinha a mínima felicidade no seu coração. Reika deu uma risada sombria e lançou uma esfera de fogo na direção de Miyuki, que usou a espada e desviou a esfera. Reika ficou com raiva, sabendo que Miyuki sempre conseguia desviar de seus ataques caso ela tivesse a espada. Mas no fundo de sua mente, deu um sorriso maligno e fez uma esfera de cor turquesa em suas mãos e a lançou contra Miyuki. Aquela era a esfera mais forte que Miyuki já havia sentido e sabia que sua espada não aguentaria, então simplesmente desviou do feitiço, que quebrou uma árvore ao meio. Mas quando mal havia desviado, outra esfera a atingiu e ela bateu “com tudo” em uma pedra, batendo sua nuca. A visão de Miyuki começou a falhar e ela esperou o pior por causa disso. Mas ao invés de matar Miyuki de uma vez, Reika simplesmente sumiu, dando risadas.

Miyuki se apoiou na pedra e começou a andar pela floresta, se apoiando nas árvores para não cair. Em menos de quarenta segundos, encontrou uma estrada e caiu no chão, mas ainda acordada. Olhou para cima, vendo um par de cavalos marrons e uma carruagem que aparentava ser bem cara. Sua visão apenas conseguiu ver um par de olhos verdes que ficavam bem em um belo e sedoso cabelo cor-de-mel, antes de desmaiar.