Fast And Furious- Miami escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 26
On My Own


Notas iniciais do capítulo

Enjoy :)



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26- On My Own.

Eu e Kendall conversamos acho que duas horas a fio. Então Kendall me deixou sozinho, saiu, fechou a porta e eu olhei para baixo. O que fazer? Eram tantas coisas para pensar, eu até quis sair do quarto, mas, quando ouvi a voz de Steve, me contentei em ficar preso ali dentro por mais um tempo. Sabe, ouvindo música, olhando para cima, folheando livros meus, passando o tempo, pensando. Será que as coisas que eu estava decidindo fazer eram as coisas certas? Algo me dizia que sim, e outro algo me dizia que não.

Enfim, eu recebi um telefonema pelo meu celular. Era Mirage. Perguntou por que eu havia desaparecido do radar novamente, eu disse que estava completamente bem, que só estava passando por uma fase ruim da vida.

- Hum... – Ela disse, num murmúrio tão baixo que eu quase não ouvi. – Sei que fase ruim é essa.

- É. – Falei. – É isso mesmo.

- Você vai mesmo fazer isso? Se distanciar da sua família? – Ela perguntou. Eu nem havia contado a ela o porque de estar fazendo aquele tipo de coisa. Eu suspirei longamente e escolhi as palavras certas.

- Não sabe como é... Passar por isto que eu estou passando. Sim, agora eles... Me tratam como filho, quase, mas... Foi só por que eu quase morri. Eles iam voltar ao formato antigo. Mais cedo ou mais tarde. E eu não quero passar por isso de novo.

- Justin, pense bem nisso. – Mirage disse. – É uma decisão muito séria.

- Eu sei, e eu já pensei. – Falei. – Está feito.

Demorou um pouco para que eu desligasse o telefone e voltasse á brisar. Eu saí do meu quarto só quando eu estava certo de que Steve não estava ali. O que aconteceu de noite, quando ele e Kendall foram testar o motor novo que Steve havia projetado quando havia me enxotado.

Flashback On:

Eu caminhei timidamente até a sala, aonde Steve estava, fazendo algum projeto na mesa, e o chamei.

-O que foi? – Ele me perguntou, ríspido.

-E-eu... Estou precisando de ajuda com...  O dever. – Falei. Steve nem sequer me fitou.

-Eu estou ocupado aqui, Justin. – Ele respondeu.

-Mas... Você não pode... – Gaguejei.

-Justin, eu tenho coisa mais importante para fazer!! – Ele gritou, me fazendo dar um passo atrás. Eu assenti, conformado.

-Tá... Tá bem. – Falei. – Eu... Vou... Tentar fazer sozinho. – Murmurei, me virando.

-Ótimo. – Steve respondeu. Quando eu dei dois passos, ele me parou. Eu me virei de novo, torcendo para que ele me desse atenção. Steve me chamou para mais perto, e eu vi o projeto dele. – Você acha que o Kendall vai gostar?

Eu abri a boca, sem saber o que responder.

-Claro. – Falei, sem emoção. – Ele vai amar. – Falei, num tom com uma fraca ironia.

-Muito bom... – Steve disse. – Agora, me dê licença, por favor, Justin? Eu tenho coisas mais importantes a fazer!

Flashback Off;

Eu não deixei de sentir a pontada de dor no peito ao lembrar daquilo, mas logo sumiu. Quer dizer, ficou menos forte. Para minha surpresa, Selena estava lá, com Kate, na sala de jantar. Ela arrumava a mesa para o jantar. Contei cinco pratos na mesa.

- Justin! – Kate disse, logo ao me ver. – Finalmente saiu da toca!

Eu ri.

- Oi... Oi, Sel... – Cumprimentei-as, e cambaleei em direção á Selena. Fiquei do lado dela, e tentei racionar. – Mãe... O que...

- O que eu estou fazendo? – Ela perguntou. – Um jantar! Espaguete à bolonhesa! É até melhor para nós conhecermos sua namora...

- Ela não é minha namorada. – Murmurei, entredentes. Ainda. Selena riu. – Mas, hein, espaguete à bolonhesa?

- Sim, algum problema? – Kate disse. – Você não gostava?

- Sim, eu gosto, mas... Há alguma ocasião especial? – Perguntei.

- Simplesmente o fato de você ter se destrancado daquele quarto já é motivo para comemoração. – Selena disse. A fitei com um olhar de Obrigado pelo apoio, e ela sorriu, me lembrando que eu não conseguia me irritar com ela. Fiquei com Selena no sofá da sala, enquanto o jantar não ficava pronto, e, meu pai não aparecia com Kendall. Tive um arrepio quando soube que Steve iria jantar junto com a gente, mas, logo uma coragem estranha me invadiu. Quando Steve apareceu e me viu ali, percebi que ele quis me estrangular com os olhos, mas logo teve de se controlar, graças a um olhar penetrante de Kate, e então ele cumprimentou Selena, e me esqueceu.

Eu olhei para baixo quando Steve passou reto por mim, e Selena tentou me consolar.

- Eu sinto muito por isso estar acontecendo. – Ela murmurou no pé do meu ouvido.

- Está... Tudo bem. – Falei para ela, e me apoiei em seus ombros. Um tempo depois Kate disse que o jantar estava na mesa. Eu e Selena nos sentamos lado a lado, Steve e Kate nas pontas da mesa retangular, e Kendall ficou do outro lado da mesa, de frente a mim. Estava claro que eu estava incomodado por ser fuzilado pelo olhar de Steve a todo momento. Talvez seja por isso que eu fiquei de cabeça baixa o jantar inteiro, olhando para o prato. A comida estava ótima, espaguete á bolonhesa era meu prato favorito, e eu usei aquilo como desculpa para ficar olhando para a comida o tempo todo.

Quando eu terminei, simplesmente empurrei o prato e disse que estava sem fome. Me levantei e saí dali. Não agüentava mais o olhar de Steve em mim. Caminhei até meu quarto, entrei nele e fechei a porta atrás de mim. Me sentei na cama, mesmo que com dificuldades, por causa das pernas quebradas, e fechei os olhos, suspirando e apoiando minha cabeça nas mãos.

Nem percebi Selena abrindo a porta.

- Justin. – Ela disse, me chamando a atenção. – Está tudo bem?

- Não. – Falei. – Eu... Eu quero parar de ter de vê-lo logo...

- Por quê?

- Por que... Eu não quero ver mais que ele me odeia agora. – Disse. Minha voz fraquejou, como se eu fosse começar a chorar. Mas não chorei.

Seja forte, minha mente me alertou.

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No dia seguinte, o Conselho Tutelar apareceu. Eu não mudei de idéia, e fui embora naquele dia mesmo, de tarde. Minhas coisas já estavam arrumadas, então, eu simplesmente fui com a mulher do Conselho para o orfanato, sem me despedir de Steve. Normal. Ele nem estava ali. Nem queria dizer um simples tchau para mim. Já com Kate e Kendall, eu os abracei com força, e disse que sentiria falta deles. Muita falta.

Eu ia sair com minha mochila que meu notebook estava, mas então eu parei, e a abri. Tirei de lá o modem portátil que eu tinha guardado, e entreguei para Kendall, que era o verdadeiro dono. Ele só não usava e me emprestava.

- Quase que eu esqueço. – Disse. Ele riu, e me deu o modem. Nem era nada importante, era um pendrive que captava sinal de internet somente, mas, de repente, aquele aparelhozinho branco e prata virou uma lembrança importante.

- Fica. – Kendall disse.

- Não, eu... É seu... – Eu disse, fazendo menção a devolver o objeto. Kendall o fechou em minha mão.

- Desde que eu dei pra você, é seu. Não se preocupe com a conta, ok? É uma lembrança minha.

- Vamos nos ver ainda? – Perguntei.

- Mas é claro. Mas isso é só... Ah, fica.

Ele riu, e eu ri também, colocando o pendrive em minha mochila de novo. Quando eu entrei na van junto com a mulher do orfanato, eu me permiti olhar mais uma vez para a casa dos Knight. Kate e Kendall estavam na porta, e acenavam para mim. Kate me mandou um beijo. Eu acenei de volta, e a van arrancou. Dali em diante eu estava voltando a ser órfão. Voltando ás origens. Voltando a ficar sozinho.


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Notas finais do capítulo

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