Maio de 2002

Já tinha passado cinco meses desde o ocorrido em minha festa de aniversário, mas a minha relação com o Bill havia ficado totalmente estranha, não era mais a mesma coisa. Com isso tudo o que aconteceu, eu me distanciei um pouco dele e me aproximei mais do Tom, nossa amizade ficou bem mais forte a partir daquele momento. Tom era realmente incrível e um ótimo amigo, sem contar que ele sempre estava me fazendo rir.

Janeiro de 2003

As coisas continuavam da mesma maneira, eu mais próxima do Tom e mais distante do Bill. Esse tempo distante dele me fez perceber uma coisa que eu julgava ser impossível, gostar do Bill como mais que amigo. Eu decidi não falar nada, eu teria que sufocar aquilo que eu sentia por ele dentro de mim. Imagina só se eu conto para ele!? Nossa amizade nunca voltaria a ser como era antes, e poderia até mesmo acabar.

Março de 2003

Eu estava sentada na escada de minha casa com o meu cachorrinho, chamado Pluck, Tom havia me dado ele no meu último aniversário. Eu estava tão distraída ouvindo música que nem percebi a presença daquele ser na minha frente.

- Karolina, eu acho que precisamos conversar. – falou ele

- Ah, oi Bill! Desculpa, eu não tinha te visto aí... – falei

- É, há muito tempo que você não me vê, ou pelo menos finge isso – disse ele sentando-se ao lado de Pluck

- Bi... – tentei falar, mas ele me interrompeu

- Olha, eu sei que agi errado na festa, mas já faz algum tempo e eu já te pedi desculpas. Mas isso que você está fazendo, não é coisa que um amigo se faça. Você praticamente me deixou de lado e agora só vive agarrada ao Tom.

- Bill, me desculpa. Mas é que as coisas entre a gente tinham ficado estranhas e eu não queria que continuasse daquele jeito, então eu decidi me afastar até elas voltarem ao normal.

- Hm... Entendo... – falou ele fitando o chão

- Me desculpa... – falei em tom de sussurro

- Tá desculpada... – disse ele dando um dos seus melhores sorrisos

Ficamos um tempo em silêncio, e depois ele o quebrou.

- Senti a sua falta... – disse ele

- Também senti... – admiti

Abraçamos-nos e ficamos abraçados por alguns minutos.

- Hm... Para compensar esse tempo todo que você ficou longe de mim... Que tal passarmos a tarde toda juntos? - falou ele

- Até que não é uma má idéia... – falei

Fomos tomar sorvete, fomos ao shopping e depois voltamos para a minha casa para passar o resto do dia assistindo filmes. Ao mesmo tempo em que era maravilhoso ficar ao lado do Bill, também era ruim, por que isso só fazia aumentar o que eu sentia por ele. E eu não poderia deixar que ele soubesse disso, ele nunca poderia saber que o que eu sinto em relação a ele agora, vai muito além do que uma simples amizade. Não, isso eu nunca poderia deixar acontecer.