Pov Harry

O cordão ainda estava em minhas mãos, enquanto eu olhava para Hermione que estava estarrecida. Parecia não conseguia acreditar que aquilo que estava em minhas mãos realmente existia.

– E o que é isso, Mione? - Ron perguntou.

Hermione demorou alguns segundos para lhe responder.

– Um vira-tempo, oras. - Disse, eu franzi a testa.

– Vira-tempos são diferentes, Hermione!

– Ah, mas este é diferente! - Disse com os olhos brilhando. - O meu era um simples, apenas para voltar algumas horas, talvez alguns dias. Este pode voltar anos! Séculos, se as histórias não estiverem erradas...

Engoli a seco. - Anos?

– Sim, claro que sim! Ele é muito poderoso, qualquer descuido e nós podemos parar há anos daqui e não seria agradável ter um encontro com os antepassados de Sirius.

Tornei a guardar o vira-tempo na bolsinha de couro e me larguei em uma poltrona.

Se... Se podia voltar anos, eu poderia ter uma chance de salvar meus pais? Evitar que Voldemort se torne poderoso? Matá-lo antes de todo o mal se tornasse verdade?

Só de pensar que existia essa possibilidade, senti um sorriso esperançoso se espalhar pelos meus lábios.

Ouvi o ranger das poltronas ao meu lado quando Ron e Hermione se sentaram. Estava distraído demais pensando em como seria maravilhoso ter meus pais, Remus e Sirius comigo.

E eu tinha uma chance bem em minha mãos.

Não irei desperdiçá-la!

– Hey, Hermione! Você sabe fazer aquela poção de Rejuvenescimento?

– Sim, é claro! Apesar de ser um pouco complicada, não é nada impossível. Por quê?

– Eu estava pensando em... Em voltar para o passado, sabe? Impedir Voldemort de matar os meus pais. De matar qualquer pessoa que nós perdemos nessa batalha...

– Isso é loucura, Harry! - Hermione começou - E eu só posso estar perdendo o juízo, mas tudo bem. Vamos fazer isso!

– Obrigada, Hermione!

Primeiro fui à Gringotes apanhar algum dinheiro. Foi um sufoco passar pelas ruas ainda desertas de Diagon Alley e ver aquela forte estrutura de Gringotes destruida. Os duendes não ficaram nem um pouco alegres ao me verem, mas, relutantemente, me deixaram pegar parte do meu dinheiro.

Chegamos ao Largo Grimmauld e encontramos Hermione com um livro aberto, um caldeirão e uma expressão concentrada. Nem ousamos interrompê-la, subimos direto para o quarto e começamos a arrumar os malões.

Como os livros eram os mesmo, ao invés de comprar todos novos, simplesmente levaríamos os nossos. Ron resmungava como seria entendiante estudar tudo aquilo de novo.

Guardei o dinheiro em um saco e joguei no fundo do malão, bem escondido.

Voltamos a descer.

– E então, Hermione?

– Ah, está quase terminada! - Disse ansiosa. - Faltam alguns minutos, apenas.

– Ótimo, porque já está tudo pronto para a nossa partida.

Um nervosismo passou por mim. Cruzei as pernas nervoso, metendo a mão nos cabelos e apertando meu couro cabeludo. Não podia acreditar que daqui algumas horas eu estaria finalmente conhecendo os meus pais, vivos, jovens!

– Bem, está pronta e eu acho que temos o suficiente por um ano.

– Perfeito, Hermione! - Elogiei, fazendo as bochechas de Hermione ficarem vermelhas. - Agora precisamos ir. Antes de tudo, temos que conversar com Dumbledore.

Aparatamos nos Jardins de Hogwarts, como estava completamente destruída, não existia mais qualquer feitiço de proteção.

Nós nos aproximamos mais do castelo em ruínas e colocamos o cordão ao redor de nossos pescoços. Apertamos firmemente os malões e Hermione começou a girar a pequena ampulheta.

Aquele vira-tempo passava um ano a cada volta, assim, Hermione deu 27 voltas. Tudo girou e ficou preto a minha frente. A próxima coisa que eu vi foi o castelo de Hogwarts.

Tinha dado certo!

Nós estávamos mesmo em 1971!