Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 16
Deixei pra você um cupido com lembranças suicidas


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁ OLHA QUEM REAPARECI NA VELOCIDADE DA LUZ. Vcs voltaram a ser legais então eu resolvi compensar minha maldade da demora do capitulo passado. Queria agradecer a CatharinaRock pela recomendação lindissima q ela fez pra fanfic, muito obrigada mesmo flor eu fiquei mt triloca de felicidade. Agradeçam a ela tb pq foi ela quem pediu outro capitulo no feriado HUASHUDHAS
Obrigada pelas reviews lindas do capitulo passado, olá leitoras novas, sejam bem vindas.
E vamos logo pro capitulo
*Vaca da Laís q betou*
Boa leitura
Bjs



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Afastei o corpo dele com um pouco de cautela que manteve os olhos fechados por mais alguns segundos, o que eu acabara de fazer? Enfim aqueles olhos negros se abriram, parecendo um pouco surpresos, porém felizes.

- Allie...

- Pare – saí do colo dele e fiquei de pé, uma trovoada forte soou do lado de fora, uma tempestade começava a cair. Caminhei a passos curtos de um lado para o outro. Ele se curvou um pouco pra frente e apoiou os cotovelos nos joelhos, coçou a cabeça, um pouco atordoado, e olhou para mim.

- Sei o que vai dizer, foi um erro, você na verdade não queria isso, não é?

- Não, eu quis, é esse o problema, há algo de errado – levei as mãos á fronte novamente e falei quase em um sussurro – Está errado.

Ele se levantou e se colocou perto de mim.

- Quer que eu vá embora? Assim pode colocar a mente em ordem.

A imagem de Joy com meu Jimmy veio novamente à minha mente, ele sabia que ela não era eu. Levei meu punho fechado à boca e mordi os nós dos dedos com força. Engoli o choro com raiva.

- Não, fica aqui comigo até o Max chegar, Joy não deve voltar hoje.

Ele me puxou para junto de si e me abraçou, só então percebi que meu corpo tremia, meu sistema nervoso estava em curto.

- O que tem de errado com você? Está com frio?

- Me abraça forte, por favor.

Ele me apertou no abraço e beijou o topo da minha cabeça. Voltamos a nossa posição inicial, ele se sentou no sofá e eu apoiei minha cabeça em seu colo, acabei adormecendo com o toque suave dele nos meus cabelos.

Campainha incessantes e batidas aflitas na porta fizeram com que meus olhos se abrissem assustados, Samuel permanecia na mesma posição, com o pescoço caído para trás e adormecido, levantei em um salto, corri meio trôpega rumo a porta e a abri.

- VOCÊ! QUE CARALHOS ACONTECEU COM VOCÊ? – Max nem esperou entrar na sala, ali mesmo na porta me abraçou atordoado, o cabelo caramelo estava muito arrepiado e seu corpo frio.

- Senti tanto a sua falta! – Retribui o abraço e em seguida abri passagem pra que ele entrasse.

- SENTI SUA FALTA O CARALHO, ONDE É QUE ESTÁ O INCENDIO? – Ele olhou em volta e se assustou ao ver Sam, que a essa altura já estava acordado e coçando os olhos sonolento – O que esse fedelho faz aqui?

- Fedelho? – Sam se levantou um pouco irritado – Fui eu que liguei pra você, seu babaca.

- Está tudo bem Max, ele me fez companhia – Me virei um pouco constrangida para Sam – Sammy, será que pode me deixar a sós com o Max?

- Sammy? – Ele abriu um sorriso um pouco bobo – Claro! Mas por favor, não me deixe às cegas.

Ele caminhou até junto a mim e me deu um beijo no rosto, saindo logo em seguida. Enquanto isso Max me encarava perplexa

- Pode me explicar que caralhos está acontecendo aqui? Achei que ia te achar dura feito pedra.

- Max, minhas memórias estão se confundindo com as da Joy. Acho que ela está alterando demais o passado, eu estou quase em curto circuito.

- Onde ela está?

Desviei o olhar e mordi o lábio inferior, minha voz saiu fraca.

- Está com ele.

Os olhos azuis dele se arregalaram

- O QUE? COMO DEIXOU ISSO ACONTECER?

- Não pude controlá-la.

- Ai meu deus – Ele começou a andar de um lado para o outro, levava a mão à cabeça bagunçando ainda mais os cabelos – Ela mudou a história, caralho! E o James?

- Jimmy? – Eu ri fraco – Eu achei que ele tivesse se confundido, mas a verdade é que ele sabe que não sou eu quem está com ele. Está se divertindo, rindo da minha cara, fodendo a minha “gêmea”.

A porta se abriu e um grito eufórico ecoou pela porta, e um vulto atravessou a sala e saltou sobre Max.

- MAX!!! AI MEU DEUS NEM ACREDITO QUE ESTÁ AQUI!

Ele a afastou do abraço, mantinha a expressão séria e olhou pra mim, ato que foi repetido por ela.

- Onde estava? – Eu disse ríspida, meu corpo inteiro vibrava.

O sorriso dela desapareceu, ela olhou para Max buscando algo para escapar, mas o olhar dele era quase tão firme quanto o meu. Ela me encarou.

- Não preciso responder, seus olhos dizem que você já sabe.

- Por que fez isso Alison? Nunca devia ter te deixado você vir para cá! Será que não tem ideia da idiotice que fez?

- Por que me julgam assim? Eu o queria também! – Um sorriso debochado escapou de sua boca – e ele não reclamou.

Aquilo foi demais pra mim, meu corpo vibrava de maneira descomunal, a puxei pelos cabelos com toda a minha força e choquei seu rosto contra a maçaneta da porta, uma marca roxa e arredondada se formou em sua testa. Ela caiu de joelhos, a empurrei contra o chão com um chute forçando-a a deitar, ela chorava e parecia em pânico. Estapeei seu rosto que sangrava e a xinguei com muita raiva, eu queria bater muito nela, desfigurar seu rosto, fazê-la aprender que nem tudo podia ser como ela queria, mas um par de braços me levantou com força e me tirou de cima dela.

- FICOU MALUCA? – Max me afastou, ainda pude vê-la encolher-se e chorar soluços baixos – VAI PRA COZINHA E FIQUE LÁ ATÉ EU MANDAR – Eu ofegava e minhas unhas estavam levemente sujas de sangue, meu peito arfava, só então eu notei que também chorava – Sei que está machucada, mas agora precisamos ser sãos – ele falou baixo pra mim e me empurrou na direção da cozinha.

Minhas pernas fraquejavam quando eu me sentei, em seguida me debrucei sobre a mesa e comecei a chorar.

Joy

Um machucado arroxeado tomava conta da minha testa, meu rosto tinha marcas nítidas de uma mão com unhas bem afiadas, meu estomago doía e o choro saia desesperado pela minha boca, eu não conseguia parar, como eu deixei que ela me batesse daquela forma sem revidar? Esse era o problema, eu era fraca demais. Sabia que Max estava do lado de fora do banheiro com a expressão mais decepcionada que ele tinha, de repente o que eu havia feito parecia tão infantil.

Abracei meu próprio corpo, o cheiro férreo do sangue se sobressaía sobre o aroma do corpo dele. Ele havia gostado de mim, eu sei que ele gostou, mas talvez eu nunca mais conseguisse me aproximar dele outra vez. Ela nunca deixaria.

- Vamos lá, é só pra lavar o sangue freak, precisamos nos resolver logo – a voz abafada de Max atravessou a parede.

Joguei mais um pouco de água no machucado e estanquei o sangue com uma gaze. Eu estava péssima e me sentia a mais repugnante das vadias. Abri a porta, e como eu imaginava, Max estava totalmente frio comigo, desci as escadas escoltada por ele e me sentei encolhida no sofá.

- Espere aqui – ele ia se distanciar, mas eu o impedi segurando em seu pulso.

- O que vai acontecer agora? – Eu não queria parecer tão atordoada, mas era difícil.

- Você atrapalhou o curso do tempo, sabe lá que caralhos vai acontecer agora.

Ele foi em rumo à cozinha, ficou lá alguns instantes e depois reapareceu sendo seguido por ela. Eu tremi levemente, talvez com medo de que ela tivesse outro surto violento, mas agora além de mais calma também parecia absurdamente ferida. Como ela soubera que eu estava com Jimmy? O idiota do Sam deve ter contado. Merda. Por que eu insistia em confiar nele? Ele não gostava de mim.

Allie se sentou numa poltrona um pouco longe de mim e me encarou.

- Você está alterando minhas memórias, nesse inverno você devia estar com seus pais em Wisconsin. Minhas memórias agora viraram borrões por sua causa, afeta meu sistema nervoso e principalmente, está confundindo minha missão – Ela falava quase que de maneira robótica, eu ainda estava confusa – Precisa voltar pra Madison.

- O que? Eu não vou a lugar algum! – Alterei um pouco o tom de voz e ela fechou os olhos e respirou fundo algumas vezes – Max?

Olhei para ele em busca de algo ao meu favor, mas sua expressão permanecia congelada.

- Não pode mais ficar aqui Alison, vai estragar tudo.

- O CARALHO! SÓ ESTÁ FALANDO ISSO POR QUE TEM MEDO DELE TE TROCAR POR MIM!

Allie apertou os olhos.

- Max, por favor – ela falou pra ele e rapidamente Max veio até mim.

- Se controle, não sei se vou poder evitar que ela te machuque outra vez.

Olhei boquiaberta pra ele.

- Então está no lado dela? Não vai me ajudar?

- Você não está entendendo, eu estou te ajudando.

Qualquer relutância da minha parte foi em vão, e antes do meio dia Allie se trancou no quarto e Max foi me ajudar com as malas. Estava muito magoada por ele ter preferido ficar do lado da Allie, será que ninguém via que eu amava Jimmy tanto quanto ela? Aquilo não era justo.

- Vai me ignorar agora?

- Por que fez isso comigo?

- Por que suas besteiras podiam causar um colapso na sua cabeça do futuro! Pare de ser estúpida!

- Mentira! Você gosta mais dela do que de mim.

- Não é verdade, vocês são a mesma pessoa. A diferença é que você ainda não se tocou que é uma adulta que responde pelos seus atos.

Fechei o zíper da mala de maneira quase grosseira e me joguei na cama

- Pronto, quando vai me arrastar daqui como uma vadia qualquer?

Max revirou os olhos e se deitou ao meu lado.

- Pare de ser dramática, me deixa ver essa porra ai – ele me obrigou a olhar para ele e ficou analisando as feridas no meu rosto, depois tocou a pior delas com a ponta do dedo – Dói?

- Ai seu filho da puta! É claro que dói!

- Você ficou muito violenta com a idade.

Eu fui forçada a sorrir, vendo por esse lado, a Allie do futuro era tudo que eu mais desejava ser, apesar de que era insuportável ficar na sombra dela. E também tinha ele, era como acordar do sonho mais lindo do mundo. Não acredito que estou sendo forçada a deixar para trás o amor da minha vida. Uma vida sem o toque do Jimmy não seria nunca mais a mesma.

- Mande lembranças minhas aos Sevenfolds, e diga pro Johnny aparecer qualquer hora dessas lá em Madison pra gente tomar umas, to com saudade daquele viado – ele deu um abraço forte em Allie e depois fez sinal para que eu fosse caminhando em rumo ao taxi, eu queria chorar, queria gritar e espernear, não queria deixar aquele lugar, mas agora eu não tinha mais opção.

Entrei no carro e aos poucos a imagem de uma Califórnia nublada foi ficando para trás.

Allie

Ele ligou uma porção de vezes, mas eu temia o que poderia sair da minha boca caso eu atendesse. Caminhei para o trabalho sem pressa, já tinha perdido meio expediente, mas Timmy não se importaria se eu explicasse que não estava em condições. O dia estava nublado, dias assim eram os meus favoritos, eram frescos o suficiente e não eram frios como os dias de neve ou de chuva.

Meu cabelo, mesmo preso em um rabo de cavalo, se esvoaçava com o vento forte, eu me sentia muito mal, mas acreditava ter feito a coisa certa mandando Joy de volta para Madison. Talvez ela tivesse razão, eu tinha medo que Jimmy gostasse mais dela do que de mim, seria mentira se eu dissesse que era apenas para proteger minha missão ou minha saúde.

Jimmy. Levei o punho fechado à boca e mordi, apenas a lembrança dele estava me deixando irritada, como eu pude me deixar ser tão boba? Ele sabia que ela não era eu.

Uma freada brusca ao meu lado fez com que eu me dissipasse dos meus pensamentos.

- Merda.

Eu imediatamente reconheci o carro, ele saltou do banco do motorista com uma expressão um pouco irritada.

- Já estava indo no seu trabalho, por que não atendeu minhas ligações.

Minhas pernas ficaram bambas, mas eu não estava apenas magoada, eu também estava com raiva.

- Por que transou com a minha irmã?

Ele ficou boquiaberto

- Eu não sabia que...

- Mentira – minha voz saía mais branda do que imaginei.

- Allie me de desculpe, quando eu dei por mim já tinha ido muito longe.

- Até quando vai me fazer de idiota assim?

- Não estou te fazendo de idiota Allie.

- Pare! – respirei fundo – Estou cansada. Eu sei que você busca por esperança, mas você usa todo mundo, ou melhor, você me usa James. Eu estava aqui ao seu lado por que eu achei que podia te ajudar, mas você é estúpido demais pra ser ajudado.

- Espera, o que? Ficou maluca? Eu te amo Alison.

- AMA? E que tipo de filho da puta diz que ama uma pessoa e fode a irmã dela?

- JÁ DISSE QUE ME CONFUNDI CARALHO.

- PARA DE MENTIR PRA MIM JIMMY! Eu cansei. Eu to pulando fora.

- Vai me deixar morrer então?

- Não, eu ainda continuo aqui pra você – fiz uma pausa breve para olhar para as folhas se agitando com o vento, voltei o olhar pra ele outra vez. Ele não parecia tão amedrontado com o fim quanto da outra vez – Só não tente morrer outra vez okay? Faz esse favor pra mim.

- Okay, acho que nesse ponto ela realmente é melhor do que você.

Meu corpo inteiro gelou

- Quê?

- Pelo menos perto dela eu não me sentia um ser humano tão ruim, você paga de boa moça demais, chega a irritar. Quer saber? Vou ficar melhor sem você.

Eu congelei, prendi minha respiração enquanto o vi caminhar a passos firmes rumo ao carro. Quando o veículo dobrou a esquina minhas pernas perderam as forças e eu cai de joelhos na calçada, e esse era só o começo do mês de dezembro.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, eu tenho um peixe e duas samambaias pra criar