Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 15
Derrube com lágrimas essa fiel parede


Notas iniciais do capítulo

Olá. Gente eu demorei pra caralho dessa vez. Nem vou pedir desculpa, porém vou, só que não. Me desculpem a demora, mas a principio ela foi proposital ~SIM FOI PQ EU QUIS~ sério, galera vcs mal deixaram review no capitulo passado, demorei pra ver se alguém se animava e tals, mas nada. Me senti super desprezada vei, super mesmo, e demorou mais do que eu tinha planejado pq minhas aulas começaram e eu to com o tempo super curto. Quero ver vcs nas reviews ok? To carente.
Esse capitulo foi betado pela lambisgóia da amazônia da Laís Barcelos, qlqr erro é culpa dela.
Espero q não tenham me abandonado
Bia leitura
Bjs



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Perdida. A cada dia que se passava a minha mente ficava mais perdida. Minha cabeça se alternava entre o lúcido e o insano, era difícil de controlar. Que idiotice havia sido aquela que eu havia feito? O reflexo no espelho me assustava. Arranquei o prendedor que mantinha meu cabelo em um rabo de cavalo e deixei que os fios castanhos despencassem sobre os meus ombros. Allie deveria estar quase chegando do trabalho, tirei as roupas dela rápido e coloquei as minhas de volta. Não bastava ter que aguentar uma cópia de mim circulando por ai, agora eu parecia estar ficando bipolar? Eu estava muito encantada pelo Sam, os olhos sombrios dele, seu caráter e sua personalidade eram fascinantes, mas havia uma parte de mim que desejava muito ter o Jimmy, que articulava pequenos meios de tê-lo para mim. Eu sentia que estava ficando doida.

Ouvi o ruído da porta da frente se abrir, ela estava sorrindo, provavelmente Jimmy resolvera entrar, meu corpo tremia. Me levantei e fui até o corredor, as vozes já eram mais nítidas.

- Vem até aqui, olha só a ideia que eu tive pra uma música.

- Hum, isso é legal.

- Imaginei isso com um ritmo que grude na cabeça rápido, e que contagie desde o começo tipo “Hey kid! Posso ter sua atenção?”.

- Haha, eu adorei!

Que ótimo, ele discutia até sobre música com ela, e comigo? Nem sequer olhava na minha cara. Criei um pouco de coragem e desci as escadas, ele estava estirado no sofá com ela sobre o seu corpo, desviei o olhar. Aquela cena me deixava muito irritada.

- Oi Joy! – falou e fui obrigada a esboçar um sorriso.

- Oi Jimmy.

Passei para cozinha sem falar mais nada, e eles retomaram a conversa.

- Quer ir pro estúdio comigo amanhã? Ai a gente mostra esse esboço pro Matt, ele deve saber bem como continuar a música.

- Ah, eu queria muito ir, mas amanhã é dia de muito movimento no Sugar Shack, os meninos não vão dar conta sem mim.

- Eles que se fodam!

- Haha, não é tão simples assim Jimmy.

- Tudo bem então, eu acho que sobrevivo.

Ela sorriu e o beijou, o que fez com que eu quase vomitasse. Era estranho, era parecido com os meus sonhos, eu abraçada com ele o beijando, mas a diferença era que ali não era um sonho, e era uma eudiferente.

Subi as escadas novamente e o meu celular estava com a tela iluminada, uma mensagem.

“Não faça nada de estúpido. Sam”.

Samuel. Eu estava me sentindo muito boba por ter me passado pela Allie do futuro, ele era o único que ainda conversava direito comigo aqui nessa cidade e eu tinha brincado com ele. Devia estar querendo cortar minha garganta, e tinha certeza que essa mensagem de texto não era por preocupação comigo, era com ela. Aquilo me deixou com mais raiva. Larguei o celular num canto qualquer e me joguei de bruços na cama, não dava mais pra ficar parada.

  Xx

 - Pensei que não viesse!

- É, mas eu acabei resolvendo vir.

Ele me puxou pela cintura e me estalou um beijo nos lábios.

- Que ótimo! Vamos deixar o Sam um pouco puto da vida haha – ele entrou rápido dentro da casa e saiu com um molho de chaves, trancou a porta e pegou minha mão, eu estava muito nervosa. Aparentemente ele não notara nada. Começou a falar muito empolgado de ideias novas para a música, e eu não sabia nada sobre aquilo, o que fez meu coração acelerar apavorado.

- E então?

- Ahm, eu... Quer dizer, acho muito legal tudo isso que você está dizendo.

Ele olhou para mim por alguns instantes, eu estremeci dos pés a cabeça.

- Obrigada, agora entra no carro que já estamos atrasados.

Talvez Sam fosse mais perceptivo. Ele acelerou o carro de maneira tão brusca que meus olhos se espantaram, cravei as unhas no banco do carro. Passou por várias avenidas movimentadas, cheguei a achar várias vezes que o carro ia bater e alguns minutos depois notei que ele parara em frente a um prédio alto com vidros espelhados. Voltou-se pra mim sorridente.

- Olha só como é bonitão, vamos lá, já estão esperando por nós – se curvou novamente e me deu um selinho, eu sorri um pouco nervosa – Que cara é essa Wade?

Respirei fundo, precisava ser o mais natural possível, o problema é que aquela situação não era natural. Eu estava no carro com o meu ídolo, lindo, perfeito, sorrindo pra mim e achando que eu era outra pessoa.

- Você veio tão depressa que eu fiquei um pouco sem fôlego.

- Sério? Achei que já tivesse se acostumado.

Merda.

- Quer dizer, sim, mas hoje você foi mais rápido do que o normal.

- Ah, foda-se. Desce logo da porra do carro que estamos atrasados demais pra ficar falando besteira.

Assenti com a cabeça e o obedeci, pulei do carro e o acompanhei a passos rápidos, o que era um tanto difícil já que ele tinha as pernas muito longas e andava depressa.

O estúdio era bem amplo, os rapazes da banda estavam sentados em torno de uma grande mesa oval, conversavam muito animadamente e lógico, reclamaram do nosso atraso.

- Até que enfim! A pegação tava tão boa que se esqueceu de trabalhar é Sullivan?

- Vai pro inferno projétil de baixista.

- Olá Wade, veio conhecer nosso buraco?

Johnny me abraçou sorridente, ele tinha um cheiro muito bom e aparentemente estava sóbrio.

- É, vim me infiltrar no clube do bolinha.

Os rapazes sorriram e Jimmy apontou um dos poucos lugares vagos na mesa, ao lado de Zacky e de frente para ele. Uma discussão muito agradável se deu continuidade, eu fiquei sendo uma mera espectadora da beleza do processo de construção de uma música.

- Pensei em um toque que lembrasse uma canção de ninar, sabe? No começo. Ia dar um ar mais sombrio.

Zacky falou.

- Tai, acho legal – Matt anotou tudo em um bloco de papel – Falta muito pouco, agora é só começar as gravações.

Ele disse sorrindo

- Ah, olha eu andei tendo outras ideias também – Jimmy começou a falar depois de jogar um chiclete na boca e puxar um papel um pouco amassado do bolso – Olha aí.

Ele entregou o papel pro Gates que esboçou um sorriso assim que o leu.

- Mas que merda é essa?

- Merda se tivesse saído da sua cabeça, seu cuzão – ele deu um soco com um pouco de força no amigo.

- Saca só a porra louca que esse cabeçudo escreveu, parece minha professora do ginásio, parece que foi ontem – Brian afinou a voz – “Brian, será que pode me dar um minuto da sua atenção? Sei que esse rabisco que você ta fazendo parece muito interessante, mas agora é hora de aprender”.

Todos ali gargalharam.

- E o que você fez? – Johnny falou ainda sorrindo

- Eu? Mandei ela ir se foder.

Mais gargalhadas estridentes e altas tomaram conta do ambiente, até que logo em seguida Matt retomou o controle da situação.

- Me deixa ver essa porra ai – ele tomou o papel da mão de Brian e analisou, logo em seguida lançou um olhar curioso pra Jimmy – Hey cabeção, ta mesmo colocando fé nisso aqui?

- Sim.

Matt olhou para o papel novamente e o estendeu para Zacky.

- O que você acha, Baker?

Zacky leu o papel e sorriu.

- Acho que é uma merda – Todos riram, e então ele acrescentou – Mas sei lá, vindo da cabeça desse mané do Sullivan é capaz que dê algo do caralho. Posso tentar escrever alguma coisa.

- Ta falando sério? – Brian disse rindo

- Vai tomar no cu Gates – Jimmy socou Brian novamente, recebendo um soco de volta

- Ninguém me passou essa porra, eu também quero opinar – Johnny disse emburrado.

- Baixista não precisa opinar, só obedecer e tocar o que a gente manda, você ainda é nosso escravo esqueceu? – Brian falou

- Fala sério, eu já sou adulto okay?

- Adulto? Onde? Só se for esse seu pulmão de idoso, por que o resto é tudo de criança né Little Johnny?

A reunião foi toda nesse clima. Mesclada entre a seriedade da composição e a imbecilidade desses cinco caras idiotas, eu tentei não falar muito, mas aos poucos fui perdendo um pouco do medo.

18h da tarde Jimmy se levantou e se espreguiçou, o cabelo escuro mais arrepiado do que nunca, parecia um pouco cansado, o olhar dele se voltou pra mim, os olhos pareciam escuros à iluminação um pouco falha da sala. Levantei também e ele abriu um leve sorriso pra mim.

- Ficou tão calada hoje.

- Só não quis interromper nada.

Com um pouco de força ele me puxou pelo braço, fazendo com que meu corpo minúsculo se chocasse no tórax dele, seu polegar deslizou suave pela minha maçã do rosto.

- Estou feliz que tenha deixado de trabalhar com aquele magrelo pra ficar aqui comigo.

Eu sorri e ele se aproximou de mim, dando um beijo suave em meus lábios.

- Vamos pra casa, to com saudade dessa bunda magra.

Meu coração começou a bater forte e ele me conduziu rumo ao carro, alguns minutos depois, chegamos a casa dele. Não tive muito tempo de olhar em volta, ele veio ansioso para cima de mim, beijou eu pescoço e foi descendo lentamente, dando suaves mordidas em minha clavícula. As mãos dele deslizaram devagar e puxaram minha blusa, eu já estava tremendo de ansiedade, eu iria provar do corpo dele.

Me pegou no colo e levou até o quarto, me jogando sorridente na cama. Tirou a própria camisa e permitiu que eu visse a coleção de tatuagens que ele tinha, desabotoei minha calça e ele a puxou do meu corpo com um pouco de pressa. Logo eu estava sobre ele, meu corpo nu ligado ao dele, rebolando sobre seu membro ereto, a imagem do prazer em seu rosto só me deixava mais excitada, os olhos azuis reluziam.

Minutos depois eu caia ofegante sobre o corpo dele, ele saiu de dentro de mim e me abraçou.

- Eu preciso te falar uma coisa.

- O que?

Eu fechei os olhos amedrontada, minha voz saiu quase um sibilo.

- Eu não sou a Allie.

Os olhos dele se voltaram para mim, seu rosto estava sério.

- Eu sei.

Allie

- Não consigo sentir minhas pernas – ele se jogou exausto na cadeira ao meu lado, a testa branca reluzindo por causa das gotículas de suor, ele voltou os olhos negros pra mim – Ele ainda não apareceu?

- Não – Minha voz saiu fraca.

- Levanta, eu vou te levar pra casa.

- Não precisa, ele já deve estar chegando, talvez só tenha se atrasado por causa do trabalho.

Ele arqueou uma das sobrancelhas incrédulo.

- Acredita mesmo nisso? E se ele estiver drogado outra vez? Não vou arriscar – ele se levantou, tirou o avental e o jogou sobre a mesa – Vamos Alison, já ta tarde e você está cansada demais pra ficar esperando por ele.

Suspirei alto, ele tinha razão, minhas panturrilhas pulsavam do tanto que eu havia corrido por aquele restaurante hoje. Por causa de um festival que tivera na praia o número de clientes quase triplicou e quase não conseguimos atender a todos. Eu estava exausta.

- Tudo bem então.

Ele gritou para Timmy avisando que estávamos indo embora e saiu na frente, entrei no carro que há um mês me socorrera no meio da chuva. Minha cabeça, porém, não esquecia Jimmy por um segundo sequer. Onde ele estava? Tinha medo de que estivesse fazendo besteira outra vez. Olhei para Sam que mantinha os olhos no trânsito, estava sério, talvez sério demais.

- Hey Samuel, qual o problema?

- Nada.

- Vai tomar no cu, me fala logo porra.

Ele riu.

- Você devia ser mais delicada sabia.

- E você é um gay.

- Para de me xingar caralho, eu só estou preocupado

- Eu também – falei baixo.

- Não estou preocupado com o Sullivan, estou preocupado com você. Ele vai te machucar de novo Allie.

- Eu sinto isso também, mas eu não posso largá-lo, ele precisa de mim e eu dele.

- Não vou discutir mais sobre isso com você, sua cegueira não tem cura.

O carro parou na frente de casa.

- Está entregue – ele olhou para a casa – Hum, acho que sua irmãzinha está dormindo.

- Falando nela, como se conheceram?

- Eu pensei que ela fosse você – enfim ele voltou o olhar pra mim – Mas agora a diferença entre vocês duas é nítida, ela tem a cabeça de uma criança mimada.

- Ela ainda vai mudar, garanto.

- Tem certeza? Ela me parece um caso perdido.

- Eu já fui um caso perdido também, até que a vida tirou o que eu tinha de mais precioso.

- O que?

- Minha luz.

- Não entendi.

- É complicado demais.

Ele levou a mão até a barriga e fez uma careta.

- Anda, desce logo do meu carro vadia, preciso ir pra casa comer.

Dei um soco no braço dele

- Seu idiota – fui abrir a porta, mas antes disso me voltei pra ele – Pode comer aqui se quiser.

- Ótimo! – em menos de um segundo ele já estava do lado de fora, me apressando. Entrei em casa, todas as luzes estavam apagadas, Joy já devia estar dormindo. Tirei os sapatos e senti o chão frio dar um choque em meu corpo. Sam já estava atacando a geladeira, pegou o pão e presunto, depois apareceu com dois sanduiches e se jogou ao meu lado no sofá. Fui indo pegar um dos sanduiches, mas ele bateu na minha mão e fez cara feia.

- Vá fazer os seus esses aqui são meus.

- Cala a boca que você está comendo de graça na minha casa – o empurrei e peguei um dos sanduiches.

- Joy está dormindo? – ele falou com a boca cheia.

- Deve estar

- Ótimo, preciso te contar uma coisa sobre ela, não sei se vai gostar.

Nesse instante senti uma dor súbita em minha cabeça, larguei o sanduiche no prato e apertei minhas têmporas. Memórias. Minha mente estava confusa. Um par de olhos negros lentamente se fechava enquanto o rosto se aproximava de mim, o sabor dos lábios dele transbordou em minha memória.

- ALLIE? – ele me sacudia espantado – Está se sentindo bem?

- V-você – minha respiração estava falha – Você me beijou?

- Não, eu nunca beijei você, o que está sentindo?

- Minha cabeça – eu respirei fundo – Você beijou a Joy?

- O quê? – Os olhos dele se espantaram e se desviaram envergonhados.

- Me responde Samuel!

Ele repirou fundo.

- Sim, eu pensei que ela era você.

Uma pontada forte na minha cabeça e outro par de olhos vindo à tona, agora azuis. Se revirando de prazer, enquanto eu rebolava promíscua sobre seu corpo, mas aquela memória não era minha. Era dela.Um grito agudo escapou pela minha garganta, minha cabeça sentia uma pressão muito forte.

- Precisa ir ao médico, vamos agora – Sam se levantou e tentou me tirar do sofá.

- NÃO!

- Você está passando mal Allie!

- Liga pro Max, ele é o único que vai saber o que fazer.

- O Max não é médico Allie!

- Acredita em mim, liga pra ele!

Ele suspirou fundo

- Vou acordar sua irmã.

- Ela não está aqui.

- Mas você disse que...

- Ela está se passando por mim agora, está com meu Jimmy – a frase saiu seca, minha cabeça doía, como eu tinha sido capaz de confiar nela? Era óbvio que não éramos a mesma pessoa.

- Ah não! – ele levou as mãos aos cabelos negros aflitos – Não acredito que ela foi capaz!

- Espera, você sabia disso?

- Sim – ele abaixou o olhar envergonhado – Ela pediu minha ajuda

- O QUE? EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ...

- Não! Eu não aceitei a proposta dela, não sou um canalha.

- Devia ter me contado!

- Eu ia contar! Só ainda não tinha conseguido uma oportunidade.

Um gemido escapou pelos meus lábios, minha cabeça pulsava dolorida. Sam pegou meu celular e ligou aflito para Max, conversaram rápido e em seguida ele desligou.

- Ele está vindo pra cá o mais rápido que puder. O que quer que eu faça agora? Quer que eu ligue para o Sullivan?

- NÃO! Ele pensa que está comigo.

- E vai deixar que ele continue pensando?

- Não tenho muitas opções agora.

Ele se sentou ao meu lado novamente.

- Onde dói? – perguntou e eu apertei as têmporas, fez com que eu deitasse no sofá e pousasse a cabeça sobre seu colo, os dedos frios e brancos dele massagearam com cuidado a região apontada por mim.

- Obrigada

Abri os olhos e encarei seus olhos sombrios, havia muita ternura neles, minha cabeça latejava e talvez eu não estivesse muito sã, mas sem pensar direito, estiquei meu corpo e o beijei. Com uma das mãos ele segurou meu rosto e com a outra puxou meu corpo para que eu ficasse mais ereta, ele era muito suave, seus lábios mornos e calmos tinham o gosto da memória. Tudo era tão confuso agora. 


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Notas finais do capítulo

Gente ficou confuso? Qlqr duvida pode perguntar pra titia.
Ah, então, já faz um tempinho que eu uso um garoto ai pra me inspirar pra escrever sobre o Sam, nunca mostrei antes pq ele é só meu, mas como eu sou uma excelente pessoa vou mostrar ele agora pra vcs, olhem só por um segundo ok? Nada de ficar piriguetando se não leva um tiro de escopeta https://p.twimg.com/ApvwMg-CAAIcckD.jpg