A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 43
Capítulo 42 - Acordo


Notas iniciais do capítulo

Demorei. Eu sei. Me desculpem! Me desculpem! Me desculpem! Eu me perdi nos diaaaas!
Mas relaxem o capítulo está bem grandão, então vocês vão me perdoar - espero.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183585/chapter/43

Jake


-Viu o que você fez?

Perguntou o sanguessuga Jr., empurrando-me de forma provocativa. Empurrei-o de volta, o que o fez cambalear para trás.

-Eu ?! Eu, seu porco hipócrita?!

-Não havia a menor necessidade de me ofender na frente dela. Você não tem a menor ideia de como ela está fragilizada.

-Ah, eu tenho...

-Não, não tem! – Ele me interrompeu, tremendo de raiva – Você não tem ideia de tudo o que ela passou! Não tem a menor noção do que significa morar nessa casa! Está cego pela ideia de um amor antigo, mas eu tenho uma notícia para você, colega – Ele disse, se aproximando. Empurrei-o para longe. Seu rosto encheu-se de fúria e ele gritou o que parecia pretender sussurrar – A GAROTA QUE VOCÊ AMAVA ESTÁ MORTA! Klaus a matou e aquela que saiu correndo é apenas uma sombra do que ela foi uma vez. E enquanto você não a conhecer novamente, vai magoá-la a cada vez que respirar. Então se não quiser conhecê-la, e compensar os anos que você a abandonou...

-Aband...?!

Comecei, mas ele me interrompeu, apontado o dedo indicador para mim.

-Não houve um dia em que ela não desejou que você estivesse aqui. Sabe como é difícil amar alguém que ama outra pessoa?!

Baixei os olhos, lembrando dos anos nebulosos de antes da vinda de Nessie. Sim, eu sabia bem.

-Sei.

Ele bufou.

-Eu duvido disso. Mas não importa. De qualquer modo, se não quiser conhecer quem ela se tornou, sugiro que fique longe dela.

Suspirei, baixando os olhos novamente e comecei a brincar com os meus dedos. A adrenalina da briga estava indo embora, deixando um grande cansaço pesando sobre meus ombros. A verdade é que eu não esperava que Nessie precisasse me repelir, e apesar de ver o motivo que a levara a isso, não podia deixar de me sentir de for. E, como a lembrança de um trauma, aquilo doía, embora eu jamais fosse admiti-lo.

-Eu não... Posso. Ficar longe dela.

-É claro que pode. Fez isso por 5 anos.

-Eu a procurei. Pelo país todo. Todos os dias, todas as noites, sem descanso a menos que eu estivesse a ponto de desmaiar. Abandonei a minha casa, a minha família e a minha matilha. Eu. Não. Posso. Ficar. Longe. Dela.

-Acha que é o único que sacrificou coisas por ela?

Suspirei, trincando os dentes e fechando as mãos em punhos. O simples pensamento de ficar longe de Nessie me fazia sentir como se agulhas estivessem sendo enfiadas por baixo das minhas unhas.

-Dói. Fisicamente.

Ele balançou a cabeça, como se não acreditasse no que eu dizia. Tive vontade de espremeu seu pescoço fino entre as mãos até que seu rosto ficasse roxo e os lábios azuis.

-Olhe só para você. Dramático feito uma garotinha.

Fechei minha mão ao redor do seu pescoço, pressionando-o como um aviso.

-Não. É. Drama. Ela não te contou a história toda. – Soltei-o, desejando tê-lo apertado mais forte – Eu não sou um só uma droga de apaixonado idiota. Eu tive um imprinting. É uma conexão única da minha raça.

-E que tipo de conexão é essa?

Ele perguntou, ajeitando o colarinho. O gesto era tão esnobe que tive vontade de socá-lo no rosto.

-Não tem como explicar... – Suspirei – Ela... Ela é o meu mundo. É a gravidade. É como se... Quando não estamos juntos, meu coração batesse pela metade. Como se o chão fosse espinhos e chovessem navalhas. E estar com ela é... O céu. É como está completo. É como...

-Um dia de Sol depois de uma temporada de chuva.

Ele completou. Assenti.

-Ainda melhor que isso.

Ele bufou e assentiu.

-Ela é incrível – Disse. Ele respirou fundo e soltou o ar – Eu sei que você deve me achar um idiota por me apaixonar por alguém que não estava disponível...

-Um grande idiota.

Corrigi, rindo de leve. Ele assentiu e aliviou a tensão no rosto com um sorriso leve – E um pouco estranho, como se não soubesse como sorrir decentemente.

-Um grande idiota – Concordou – É só que... Ela me mostrou que ser um híbrido não é o fim do mundo. Você ainda é humano, e se você é humano... Alguém pode acabar gostando de você.

Solitário. A simples palavra parecia descrever o garoto a minha frente e ecoava a cada ação dele. Não era a toa que Nessie gostava dele. Ela adorava consertar coisas quebradas, como nas vezes em que a levava para a minha oficina.

-Isso realmente... Não é da minha conta, cara.

-Não, acho que não – Ele suspirou – Eu só quero que você saiba... Que eu quero protegê-la. Eu conheço Klaus, e eu posso fazer isso. Eu sei que eu não sou muito grande, mas eu sei que eu posso. Ela pode não me querer, mas eu a quero e vou protegê-la. Até o amargo fim. Esse é o meu maior objetivo.

Assenti, calado.

-Esse é meu objetivo também. Ela é minha vida. Não vou perdê-la.

-Acho que podemos combinar então... – Ele estendeu a mão – Vamos parar de brigar. Isso só vai machucá-la. Não precisamos ser amigos, nem gostar um do outro. Mas vamos protegê-la. Seja do mal... Ou de nós mesmos.

Não precisei pensar para apertar sua mão.

-Feito.

Eu disse. Ele assentiu.

-Feito.

Repetiu.


Nessie

“Querem brigar, não é?! Briguem comigo então! Vou mostrar a vocês o que é brigar de verdade”. Esses eram os meus pensamentos – muito sadios aliás – enquanto matava tempo na aula de Habilidades Físicas, socando o saco de pancadas com luvas de boxe. No ringue no centro do ginásio, o professor gritava ordens para Jeremy e Matt, que se encontravam em um embate nada mais do que entediante. Enquanto esperávamos nossos próprios embates, tínhamos três opções: Assistir as lutas – o que eu passava, pular corda – a escolha de Lizzie e da maioria das meninas, ou socar os bonecos de treino de borracha os sacos de pancadas vermelhos dispostos rentes à parede. “Queria que fossem castanhos, ou pretos. Fingir que são pessoas seria muito mais fácil. Quem sabe minha raiva fosse embora.”.

Soquei novamente e mais uma vez até que minhas mãos começassem a doer e latejar.

-Eu não gostaria de ser esse saco.

Disse uma voz. Jake se encostou ao saco de pancadas. Soquei seu ombro com força. Era pouco provável que eu o tivesse machucado, mas mesmo assim ele se afastou, segurando o braço.

-Ei, essa doeu! Você está mais forte! – Ele disse, sorrindo como se o dia fosse lindo – O que foi isso?

Ele perguntou, ofendido.

-Oh, desculpe. – Eu disse, o sarcasmo envenando minha língua. – Eu me confundi.

Ele riu de leve, enquanto voltava a socar o saco, mantendo em mente o som e a sensação do soco verdadeiro, em seu ombro. Era mais doce a sensação, mas ainda não aliviava toda a raiva. O fato de ele estar ali, sorrindo irritantemente para mim, como se tudo estivesse bem, e como se eu não tivesse chorado até dormir na minha banheira e adormecido ao lado do meu cachorro de 90 KG e acordado debaixo dele e cheia de dores da pedra e do metal frio da banheira. Ainda estava com brutas dores, que me impediam de socar com mais força.

Continuei a agredir o saco de pancadas, aproximando-me cada vez mais e socando com cada vez mais força. Já não perdia mais tempo imaginando que era alguém – fosse Jake, Elijah, Scott ou Klaus, ou quem quer que fosse que eu estivesse realmente com raiva. Precisava dar vazão à toda aquela tensão e toda aquela energia negativa. Valia a dor nas mãos.

-Nessie – Ele chamou, em um tom cuidadoso – Ei. Nessie. Pare. Nessie! Hey!

Ele gritou, e eu o ignorei, socando com o máximo de força, fazendo o saco voar para trás e minhas costas doerem como se facas incandescentes fossem enfiadas simultaneamente entre minhas omoplatas. Antes que o saco voltasse, Jake surgiu a minha frente, segurou meus punhos em guarda juntos e me puxou da frente do arco do pêndulo do saco de pancadas, que voltou com força total, fazendo o vento uivar onde um segundo atrás eu estivera.

-Me solta!

Gritei, sacudindo-me. Ele não se mexeu.

-Você está brava. Tudo bem. Eu fui um idiota.

-Pode apostar. Um grande idiota.

Disse, rabugenta, sacudindo-me novamente violentamente na tentativa de livrar meus pulsos de suas grandes mãos morenas. Ele me segurou com mais força.

-Ei. Ei. Olha para mim. Olha para mim.

-Não! – Gritei, fechando os olhos, teimosamente. – Eu não vou olhar nos seus olhos, porque se eu olhar eu vou te perdoar, e eu não quero te perdoar. Me deixa em paz!

-Me escuta, por favor.

Soltei o ar com força, trincando os dentes e desistindo, abrindo os olhos. Ele não me deixaria ir até que conseguisse o que queria. Senti o meu queixo tremer, predizendo as lágrimas.

-O é que foi agora? Tem alguma razão melhor do que ciúmes para atacar o meu melhor amigo?

Ele parecia prestes a dizer algo, mas se deteve, com uma sombra atravessando seus olhos negros.

-Achei que eu era seu melhor amigo.

-Ah é? Bem, você esteve um pouco ausente nos últimos anos – Observei a mágoa em seus olhos e amoleci, suspirando – Você é o amor da minha vida. Mas você não pode negar que ele estava aqui quando você não estava, e embora você não tivesse escolha, você também não pode mudar isso. Não pode mudar o fato de que ele estava lá quando eu precisei. Não pode simplesmente vir aqui e...

-Eu falei com ele.

Ele disse, me interrompendo. Eu já estava prestes a continuar quando entendi o que ele quis dizer. Fiquei congelada no lugar, de boca aberta, surpresa como se Scott tivesse me mandado flores. Jake engolira o seu orgulho e realmente conversara com Elijah? Aquilo era... Algum tipo de sonho? Não. Nos meus sonhos tudo pegava fogo, e o clima lá fora estava agradável.

-O quê?

Perguntei, confusa. Minha mente mudara tão rápido da raiva, para a dor e para o orgulho que eu me sentia meio atordoada.

-Depois que você saiu. Nós conversamos.

Ele ficou em silêncio, olhando-me nos olhos, como se eu fosse me sacudir para fugir de novo. Balancei-me de leve, acertando seu peito com as luvas de leve algumas vezes, impaciente.

-E então? Vocês são... Amigos agora?

-Não. – Ele disse, mais na defensiva do que eu gostaria – Mas nós prometemos não brigar mais. Por você.

Suspirei. Era mais do que eu podia querer, naquelas circunstâncias. Abri a boca para responder-lhe, mas antes que eu pudesse formular uma resposta, o professor gritou para a nossa direção, caminhando, trovejante, até nós, apontando para Jake como se pretendesse matá-lo com uma bala que saísse de seu indicador.

-Ei garoto! Largue essa menina agora mesmo! – Disse, empurrando-o com uma das mãos. Jake soltou-me e deu um passo atrás, um pouco incomodado que alguém pensasse que ele jamais faria alguma coisa para me machucar. – O que é que está achando? Sou um grandalhão idiota e por isso vou atormentar menininhas inocentes? Você me dá nojo...

-Eu dou conta dele, treinador. Só estávamos conversando.

Eu disse, olhando para o homem compelido de Klaus. Parecia agir como um simples treinador de ginástica, com o seu agasalho, apito, boné com as iniciais CdK e sua aparência sempre furiosa, se não fosse pelo fato de sua pontualidade tão acentuada a ponto de ele fugir da sala no meio de uma frase quando o sinal tocava.

-É claro que dá conta, garota. Sou seu treinador, já vi você lutar. Mas alguns espertinhos gostam de brigar sem regras – Ele nos observou por alguns segundos, como se decidisse o que faria conosco – PARA O RINGUE VOCÊS DOIS! – Gritou de repente, assustando Jake. Ele não estava acostumando com a bipolaridade do treinador como eu estava. – Quero ver o valentão que você é na frente de todo mundo. – Ele foi na frente, enquanto nós dois trocávamos um olhar – MUDANÇA DE PLANOS! FORBES! TIRE ESSA BUNDINHA SEM CARNE DO MEU RINGUE E VÁ COMER UM HAMBURGUER! COM QUEIJO, BACON E MOLHO! QUEM SABE EU CONSIGA TE VER! PRÓXIMA LUTA: CULLEN VS. BLACK! BENNET! VAI NA LANCHONETE E ME TRÁS UMA ROSQUINHA ANTES QUE EU COLOQUE VOCÊ NA DROGA DESSE RINGUE COM O IDIOTA DO LOCKWOOD!

O professor foi ocupar seu lugar ao lado do gongo enquanto nos dirigíamos ao ringue.

-Ele é sempre assim?

Dei de ombros.

-Nem sempre. É o açúcar das rosquinhas. Deixa ele alterado.

Jake riu baixinho e então ficou sério, olhando o ringue como Lizzie olhava para a porta entreaberta do armário a noite.

-Néss. Eu não vou machucar você.

-É claro que não. – Eu disse dando de ombros – Porque sou eu é quem vou te dar uma surra.

Eu disse, sorrindo, mas ele não pareceu achar graça.

-Eu não vou fazer isso.

Dei de ombros, abrindo meu próprio caminho através dos elásticos do ringue, antes que ele tivesse chance de abri-los para mim. Ele me observou, abestalhado por um segundo e então pulou por cima dos elásticos.

-Nessie, esqueça. Esse cara é louco. Eu não vou lutar com você.

Balancei a cabeça.

-Então prepare-se para apanhar.

Eu disse, batendo as luvas uma contra a outra.

-Cullen – Chamou o treinador. Olhei para ele, pendurado no elástico do lado da sua cadeira com o gongo pousado sobre ela – Tire essas luvas. Não vou deixar ele te bater com esses presuntos que ele chama de braços – Assenti, soltando as luvas dos pulsos e tirando-as. Enquanto atirava-as no chão fora do ringue – Ele continuou – E é claro, quero cuidar da carinha bonita dele. Afinal, o que mais ele tem? – Reprimi o riso. As sobrenaturalidades ao redor não tiveram o mesmo decoro. Jake uniu as sobrancelhas e vi seus dedos tremerem de leve, no que ele abriu e fechou os punhos – Quem imobilizar o outro está dispensado por hoje. O outro, 200 voltas ao redor da clareira da Casa. Se eu ver um soco sequer, 300 voltas. Se correr com peso sobre as costas, deixo fazer 100, mas sem mais acordos. Se tudo correr bem, vocês podem terminar hoje ainda. – Ele riu sozinho – Correr... Bem... Voltas... Entenderam? – O silêncio foi mortal. Ele fez uma careta, resmungou e saltou do tablado – Isso é ouro, entenderam?! – Ele pegou o gongo, sentou-se em sua cadeira e o fez soar. – LUTEM!

Está bem Nessie. É uma disputa de velocidade. Sem socos. Você pode vencê-lo. É grande e desajeitado. Só encontre uma brecha. Olhei para Jake, que não se mexia. Como se encontra uma brecha numa pedra? Tenho que fazê-lo se mexer. Pulei no lugar duas vezes, depois de um lado para o outro. Ele só me seguiu com os olhos.

-Vamos lá Jake. Entre no jogo. Deixo você fazer o primeiro movimento.

Ele riu e balançou a cabeça, cruzando os braços.

-Você deve estar brincando com a minha cara.

Sorri, tendo uma ideia.

-Venha Jake. Venha campeão. Vamos, vamos, vamos, vamos! Jake, Jake, Jake, Jake!

Dizia, dando pequenos pulinhos no lugar, como uma criança irritante tentando convencer o irmão mais velho a brincar com ela.

-Você não vai conseguir me irritar.

Ele disse, balançando a cabeça.

-Hey Jake. Vamos. Um passo! Um passinho! Vai, vai, vai, vai, vai, só unzinho! Se você fizer isso, vou te amar para sempre! Vai, vai, vai, vai, vai...

-Nessie, fica quieta. Não vai funcionar.

-Jake, Jake, Jake, Jake, Jake, Jake! Qual o problema? É só uma luta amigável. Finja que sou um dos seus irmãos...

-Nessie...

-E roubei seu muffin! Você odeia isso! – Ele se limitou a revirar os olhos, mas estava claramente funcionando – Quem é que vai correr em volta da clareira?

Perguntei, cantarolando irritantemente.

-Renesmee...

-O que é aquilo? – Perguntei, fazendo minha melhor expressão de surpresa para a aula de teatro – É uma raposa? Um esquilinho? Um coelho? Não! É o Jake correndo! Oi Jake! Quantas voltas faltam? 148?

-O...

-Perdedor. Perdedor. Perdedor. Perdedor – Eu disse, fazendo sinal de L sobre a testa e mostrando-lhe a língua. – Tem medo de perder para uma garota? Tem medo de perder para a monstrinha sanguessuga?

Ele pareceu ofendido.

-Nessie, eu nunca...

-Não se preocupe. Quando você lamber o chão ele vai estar limpinho. Klaus higieniza a cada... 100 anos!

Ele revirou os olhos mais uma vez.

-Néss...

-Vou contar até três. Sua última chance.

-Nessie...

-Um...

-Néss...

-Dois...

Ele grunhiu descruzando os braços e estendendo-os na minha direção.

-Venha aqui e fiquei quieta!

Disse, precipitando-se na minha direção com as mãos estendidas. Percebi um vão entre suas pernas durante os passos largos. Bingo! Black vai para o chão e Cullen marca!

-Três!

Gritei, logo antes de desviar-me no ultimo segundo. Abaixei-me, saindo do alcance de suas mãos enormes e poderosas, e passei pelo meio de suas pernas, puxando suas canelas comigo quando me pus de pé. Ouvi-o cair pesadamente de barriga no chão e soltei suas canelas, contornando-o. Dei dois tapinhas no cotovelo preparando-o para a dor, e lembrando-me de toda a raiva que sentira mais cedo, deixei-me cair sobre ele usando o cotovelo como arma contra suas costelas, tirando-lhe o ar. Enquanto ele se recuperava, rolei para cima dele, costas cós costas e puxei seus braços com os meus e as pernas com as minhas prendendo-o no chão. Três segundos pareceram voar e o gongo soou.

-FIM! CULLEN VENCE!

Gritou o treinador, batendo com a mão aberta no tablado. Virei-me, ainda em cima dele, pressionando meus seios contra as suas costas.

-Me conta. Quando você nos imaginava nessa posição, isso não era exatamente o que você tinha em mente, não é?

Sussurrei em seu ouvido, beijando sua nuca de leve.

-Adivinhona.

Ele sussurrou de volta, gemendo. Rolei de cima dele e me pus de pé, estendendo a mão para ele. Ele levantou-se com dificuldade, afagando o flanco sobre o qual eu me jogara.

-Você está bem?

Perguntei, receosa de que eu o tivesse machucado. Ele assentiu, olhando em volta, como se não conseguisse me encarar de frente. Tive vontade de rir. A única coisa que eu lhe ferira fora o orgulho. Mas isso era bom. Orgulho podia ser perigoso na Casa de Klaus.

-Você... Está mais calminha agora?

Assenti, sorrindo.

-Estou sim. Vem, vamos dar o fora daqui – Pulei por cima das cordas e ele me seguiu. Pousamos depois do tablado, no chão de madeira – Você me deve 200 voltas. Quer companhia?

Ele assentiu.

-Eu adoraria.

-Se eu sentar nas suas costas, o exercício vai ser dobrado, e você pode fazer 100, o que acha?

Ele deu de ombros.

-Você não é peso digno de se rebaixar uma punição. Contanto que você ande comigo, não me importo em fazer as duzentas.

Sorri para ele e baixei os olhos. Podia me esquecer o quão charmoso ele era.

-Eu senti falta disso.

-Do que?

Perguntei, sorrindo novamente. Ele tocou meu queixo de leve.

-Seu sorriso.


Quando voltamos à Casa, estávamos completamente exaustos. Acenei para Lizzie, aninhada no sofá com Elijah, assistindo à Hora de Aventura. Ambos responderam ao meu aceno. Elijah sorriu,como que feliz ao saber que eu não estava chateada com ele. Sorri de volta para tranquilizá-lo.

Subimos a escadas e eles abriu a porta dos seu quarto para mim. Estava dolorosamente vazio, da mesma forma que eu o deixara da ultima vez que estivera ali, antes de Jake chegar. Como se não fosse o bastante matar e torturar nossos amigos e nos obrigar a assistir, Klaus nos fazia arrumar suas coisas. Apropriar-nos do que precisávamos e empacotar o resto para levar para o porão. Eu me lembrava de chorar quase o dia seguinte inteiro, agarrada a uma antiga fotografia de Rose em preto e branco, quando seu cabelo ainda era longo.

-Algum problema?

Jake perguntou, fechando a porta. Percebi que eu olhava para o quarto com melancolia e um olhar nublado.

-Não. Não. É só que... Minha amiga... Costumava morar aqui.

Ele assentiu, olhando em volta.

-O que houve com ela?

-Klaus a matou. Foi isso que houve com ela. – Respondi, engolindo o bolo que se formava na minha garganta todas as vezes em que eu me lembrava daquele dia – Eu te mostrei a morte dela aquele dia no porão. Ele a envenenou, e como se não fosse o bastante, misturo verbena ao veneno, para que ela queimasse por dentro, para que sofresse. – Suspirei – Mesmo que não fosse culpa dela.

Trinquei os dentes, determinada a não derramar mais uma lágrima sequer por Rose. Ela me ensinara que perder alguém querido não era o fim do mundo – pelo menos, não do seu. Ela me ensinou a ser forte. O mínimo que eu podia fazer por ela era honrar sua memória.

-Hei – Disse ele, pousando as mãos sobre meus ombros e pressionando os músculos tensionados com os polegares, massageando-os devagar – Não deixe isso te abater.

Assenti.

-Eu sei. Eu sei. É que... É estranho.

-O que é estranho?

-Parece que a dor nunca vai embora.

Ele assentiu e baixou a voz.

-É. Parece mesmo, não é?

Suspirei, voltando-me para ele, de costas para o quarto vazio.

-Vamos até o porão amanhã – Prometi. – Arranjar uns móveis para você. E roupas. – Jake não fora capturado em casa como a maioria das sobrenaturalidades. E por isso não tinha mais do que os calções simples e a camiseta de algodão branca, que ele usava desde que chegara à casa – Onde é que você tem dormido?

Perguntei, com a pergunta incomodando-me no meu íntimo. Ele deu de ombros.

-Eu me transformo e deito no carpete.

Assenti.

-Posso pedir para Elena emprestar seu colchão de ar. – Ele abriu a boca para me dizer que não precisava mas eu levantei a mão para tocar seus lábios, calando-o – Você não dorme bem como lobo. Fica agitado.

Eu disse, pousando a mão sobre o seu rosto. Senti o sangue pulsar mais forte onde eu o tocava. Ele sorriu e pousou a mão sobre a minha.

-Eu já te disse hoje o quanto eu te amo?

Ele perguntou, acariciando minha mão.

-Não. Não disse.

Ele sorriu, levantando uma das minhas sobrancelhas.

-Gostaria de ouvir?

Estava prestes a assentir efusivamente quando me detive, puxando a coleira da minha paixão com força.

-Jake, é perigoso.

Sussurrei. Ele sorriu com o canto da boca, como se esperasse que eu dissesse isso e se aproximou, ignorando meu aviso. Ele tirou minha mão de seu rosto e entrelaçou nossos dedos. Senti meus lábios formigarem, ansiando pelos dele, tão próximos.

-Nesse caso... – Ele sussurrou. Sua respiração quente em meu rosto fez arrepiar todo o meu corpo. – Eu vou ter que te mostrar.

Disse, extinguindo a distância entre nós. Só muitos minutos mais tarde, quando pude respirar, eu disse, baixinho.

-Nós não somos muito discretos.

Observei. Ele riu baixinho.

-Não.

Concordou.

-Isso é perigoso.

Sussurrei, sentindo-me um disco riscado. Ele assentiu.

-Eu sei. – Ele acariciou meu rosto com a ponta dos dedos, espalhando suas carícias pelas bochechas – Mas por você, vale a pena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Deixei reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Casa De Klaus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.