A Dama no Santuário escrita por Danda


Capítulo 3
Capítulo 3




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Kamus não demorou muito até entrar no salão principal da casa de Escorpião.

- MIRO?! – Gritou

- Não grite!!! Estou com uma dor de cabeça horrível – Respondeu o Escorpião com uma voz que mostrava sono.

- Você devia ter vergonha…

- E você menos juízo – interrompeu o rabugento Miro – quem sabe se a sua vida fosse mais cheia de emoção. Sempre mal humorado…

- Olha quem fala!? Pelo menos sou mau humorado sem dor de cabeça.

- Se você veio só para me censurar pode rodar nos calcanhares…

- Não é nada de disso. Só que quando você bebe de mais parece outra pessoa…

- A não…sem essa. O da dupla personalidade não sou eu...

De súbito um estalo surgiu na cabeça de Kamus.

- É isso – Falou em um tom mais alto do que costumava usar.

- Não grita…AI!!!… - Disse Miro irritado – Isso o que?

- “A princípio era um, depois tornou-se dois” – Kamus pensava em voz alta. – Saga…

- O que…EI!!!...ai!!

Kamus não deu tempo para Miro se expressar, correu o mais rápido que pode até a Casa de Gémeos.

Passado um tempo, encontrava-se no salão principal da Casa de Gémeos.

Kanon estava em pé diante do companheiro.

- O que te trás aqui Kamus? – Perguntou em um tom calmo.

Ao olhar Kanon a certeza de que era Saga a pessoas procurada pela ninfa das águas desaparecera. Começava a se perguntar qual dos irmãos era a pessoa escolhida.

- Vim procurar o Saga. Mas agora que te vejo me pergunto se você também não gostaria de comparecer na Casa de Aquário!?

- Era um convite para o Saga, e agora um convite para mim, também!? – Estranhou Kanon – Porque?

Boa! Veio com tanta afobação para a Casa de Gémeos que esquecera de arrumar uma desculpa.

- Quero que vocês conheçam uma pessoa – Respondeu Kamus, se arrependendo depois.

- Conhecer uma pessoa? Na Casa de Aquário? – Perguntou intrigado, o irmão de Saga.

- Sim, é importante – disse sério – Muito importante, Kanon.

Kanon, apesar de surpreso e desconfiado, aceitou, prometendo que levaria o irmão consigo.

Kamus partiu na frente, esperando que Kanon cumprisse o prometido.

No caminho de volta, Kamus parou na Casa de Virgem, encontrando Shaka meditando.

- Shaka!? – Chamou.

- Você anda muito agitado hoje – Observou o companheiro – Está acontecendo alguma coisa?

- Não – tentou disfarçar – Apenas queria saber mais algumas coisas sobre o assunto de hoje de manhã.

- Oceanídes? – Shaka perguntou sorrindo.

- Sim

- Pergunte…

- Quando uma Oceanide encontra a pessoa que procura – Kamus fez uma pausa pensativo – o que acontece depois…digo…nas histórias que contam…

- Segundo as histórias, depois que as Oceanídes encontram a pessoa escolhida, elas devem ir para o local que viveram até então para serem levadas para sua casa.

- Quem as leva?

- Dizem que o próprio pai vem buscá-las.

Kamus sorriu. Agradeceu e se dirigiu para a saída.

No caminho, pensava que antes de anoitecer estaria tudo resolvido. Chegou na Casa de Aquário e encontrou Miro na sala remexendo nos seus cd’s franceses.

- O que faz aqui? – Indagou com um ar admirado.

- Credo! Parece que viu um ladrão – Disse rindo o Escorpião – Você está muito estranho, mas também ouvindo essas porcarias...

- Miro…

- Aqui estamos como prometi – Entrava na sala: Kanon acompanhado de Saga.

- Quem é essa pessoa que você quer que conheçamos – disse Saga desconfiado.

Kamus olhou para Miro, que lhe olhava intrigado.

- Nada de gracinhas! – Kamus disse em tom de aviso, olhando para Miro

Miro sem entender nada, mas, no espírito de brincadeira bate continência.

- Eu já venho – Disse indo em direcção ao quarto.

Entrou no quarto onde viu Calipso dormindo em sua cama, envolta em frascos de perfumes e tranqueiras que adornavam o quarto do Cavaleiro. Aproximou-se, tocou-lhe no rosto carinhosamente e, chamou por ela, baixinho, com intuito de não assustá-la. Calipso abriu lentamente os olhos.

- Quero que venha comigo. Que veja alguém. – Disse ajudando-a a se levantar e a conduzi-la para fora do quarto. Calipso se deixava guiar.

Ao entrar na sala, os três jovens não puderam esconder o espanto. Não só por avistarem uma beleza em forma de mulher…mas por esta ter a camisa de Kamus vestida. Em rápidos segundos pensaram mil e uma, coisas pela cabeça dos homens ali presentes. Mas logo afastaram o pensamento, pois, sabiam que Kamus não era desse tipo de homem.

- Esta é Calipso – apresentou a jovem aos três cavaleiros.

Calipso olhou primeiro Miro, depois Kanon e em seguida Saga…e foi ai que estremeceu o corpo e arregalou os olhos. E percebeu que ali estava quem procurava. Saga estreitou os olhos, olhou para o irmão com um ar desesperado.

- Saga, você esta bem? – Perguntou Kanon, ao ver o irmão perder as forças, segurando-o pelo braço.

Saga voltou a olhar para a moça ruiva, que o olhava intensamente.

- Não sei…- Voltando sua atenção para Kamus – Eu tenho que ir, não estou muito bem…

- O que houve? – Kanon perguntou vendo o irmão cambalear quando tentou solta-lo. – Me ajuda Miro…

Miro, rapidamente, ajudou Kanon a sustentar Saga.

- Fico feliz de ter-te encontrado – Disse Calipso.

Os quatro homens olharam com estranheza para a ninfa.

Saga assentiu com um piscar de olhos.

- Vamos embora – Disse Kanon.

- Vocês não querem deixa-lo no meu quarto, até ele se sentir melhor? – Kamus perguntou.

- Não – Saga falou olhando para Calipso, com um ar um tanto assustado – É melhor ir para casa.

Kanon assentiu.

- Você me ajuda Miro?

- Claro – Respondeu o Cavaleiro de Escorpião.

Saga passou um braço em volta do pescoço do irmão e, o outro, no pescoço de Miro e os três foram para fora, caminhando de vagar em direção a Casa de Gémeos.

Kamus olhou para Calipso sem entender, mas tinha medo de perguntar o que se passou.

- Eu tenho que ir embora – Calipso disse baixinho.

- Você tem que sair para o jardim? – Kamus perguntou.

Calipso acenou positivamente com a cabeça.

Os dois se dirigiram até a porta do jardim.

- Eu posso observar? – Perguntou olhando para a ninfa.

- Não – Responde baixinho.

- Tudo bem – Kamus disse.

Abriu a porta devagar, sem tirar os olhos da bela moça.

- Obrigada – Disse Calopso.

Caminhou sem pressa para fora, ouvindo a porta fechar logo em seguida.

Kamus sentara novamente no chão de costas para a porta, como fizera de manhã, mas desta vez sentia-se bem, aliviado.

Levantou, comeu algo e foi para a cama, que se encontrava bagunçada. Jogou tudo de qualquer jeito no chão e deitou, caindo em um sono profundo e tranquilo.

Continua…


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