De manhã cedo, Shaka e Miro, já se encontravam no centro da vila, vendo o que era preciso para a festa que iria decorrer, esta noite, na Casa de Aquário.

- Você acha que vai caber toda aquela gente, dentro da Casa de Aquário? – Miro, perguntou de repente para Shaka.

- Isso não interessa – Shaka respondeu se dirigindo para dentro de uma venda – O que importa é que os Teufels não sintam o cheiro da Calipso – Completou baixinho.

Miro, assentiu.

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Calipso acordou com chamado de Kamus, que trouxe uma bandeja com copo de suco, café, frutas, manteiga e pão.

Viu-o depositar a bandeja em cima do criado mudo, enquanto esta, sentava de vagar na cama.

- Eu tenho que sair – Kamus começou, ainda de pé, fitando Calipso – Não sai daqui, eu vou tentar não demorar.

Calipso apenas concordou balançando a cabeça positivamente, de leve. Kamus hesitou um pouco mas logo saiu do quarto.

Caminhou pelas casas que antecediam a Casa do Mestre, pois assim havia ficado combinado. Kamus avisaria os restantes Cavaleiros de Ouro, Saga e Kanon as Amazonas e, Mu e os de Bronze os restantes Cavaleiros. Tudo com muito cuidado para que Mascara da Morte não soubesse.

Kamus havia decidido começar do 12º templo e ir descendo. Apenas não encontrou Donhko, que não estava na Casa de Libra, decidindo que na volta trataria falar com ele.

Feito sua parte, começou a subir tranquilo.

Quando chegou na porta da Casa de Libra sentiu o cosmo de seu guardião, entrou encontrando Donhko em pé na sala, com um copo de água na mão. Este sorriu ao ver Kamus.

- Bom dia – Donhko cumprimentou.

- Bom dia – Kamus disse, com sua expressão sempre séria – Você já está sabendo…

- Da festa surpresa para o Mascara da Morte!? – Donhko completou.

- Sim.

Donhko assentiu. Kamus deu um pequeno sorriso e começou a caminhar para a saída, mas parou ao ouvir a voz do Cavaleiro de Libra.

- Muito estranho… - Donhko começou pensativo.

- O que? – Kamus perguntou já virando para o amigo.

- Nós nunca comemoramos aniversários aqui – Donhko começou Sem ver reação nenhuma da parte de Kamus – E decidem comemorar justamente o aniversário do Mascara da Morte.

- É – Kamus começou tentando parecer normal, conseguindo se controlar – Mais uma ideia louca do Miro, que por acaso calhou em Junho e…

- Algo não está bem, Kamus! – Donhko cortou, fazendo Kamus se surpreender um pouco – Algo está acontecendo, não pensem que não reparei.

Kamus se recompôs, não colocaria tudo a perder agora. Logo tratou de fazer cara de quem não sabia do que o outro estava falando.

- Nos vemos mais tarde – Disse Kamus, saindo rapidamente pela porta, antes de ouvir a resposta do Cavaleiro de Libra.

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No começo da tarde, Shaka e Miro chegaram com tudo que era preciso e, Mu e os rapazes de Bronze chegaram logo em seguida.

- Ele não vai gostar – Disse Shaka na cozinha para Miro, que colocou uma caixa grande, retangular em cima da mesa.

- O que? – Perguntou Hyoga parando na porta, olhando com curiosidade para a caixa.

- Bolo – Respondeu Miro como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Festa de aniversário tem que ter bolo…

- O Mascara da Morte vai nos matar – Disse Shaka um tanto irritado – Ele comprou até vela…

- Claro tem que cantar parabéns – Miro, disse simplesmente.

Hyoga ria, imaginando a cena. Via exactamente a cena: todas as pessoas, começando a cantar “Parabéns para você”, e metade dos presentes sendo mandados para o Seikishiki.

- Nós falamos que a ideia foi só do Miro – Disse Shiryu passando por Hyoga, entrando na cozinha, rindo.

- Vocês querem fazer a coisa direito ou não? – Perguntou Miro.

- Deixem ele e o bolo, eu preciso de ajuda lá fora – Disse Mu, carregando alguns doces para a mesa que já estava posta no jardim.

Terminaram os preparativos no fim da tarde, e logo começou a chegar os Cavaleiros e Amazonas convidados.

Logo a Casa de Aquário estava tão cheia, que havia pessoas nas escadas entre a casa de Aquário e de Peixes e Capricórnio.

Mascara da Morte foi arrastado por Mu e Shaka para Casa de Aquário, onde foi surpreendido por aplausos, que eram mais por praxe do que por simpatia e boas vindas ao convidado de honra. Estranho e se irritou no começo, mas resolveu aproveitar, depois que uma aprendiz que ao seu ver era muito jeitosa lhe deu um sorriso sedutor.

Estava correndo tudo como o previsto. A festa estava animada.

Calipso estava no quarto a espera da ordem de Kamus. Seiya estava com Shun, passando música. Shiryu estava lá fora, para sinalizar quando Seiya deveria anunciar uma espécie de concurso de dança, para atrair as pessoas para fora do jardim. Mu, Shaka, Saga, Kanon e Hyoga, estavam a volta do lago, olhando em volta, para ver se viam algo se mover na escuridão.

Kamus entrou no quarto, encontrando Calipso sentada na cama olhando para o nada.

- Vamos? – Chamou a atenção da Ninfa.

Calipso assentiu, levantou e caminhou até Kamus.

- Eu estou com você – Disse tentando esconder o nervosismo. Não sabia porque mas perto dela não conseguia esconder ou simplesmente ignorar os seus sentimentos. – Vai correr tudo bem – Completou abraçando-a e levando-a para fora.

A confusão era tanta, que ninguém deu pela moça que acompanhava Kamus. Ou pelo menos quase ninguém...

Estes saíram para o jardim, em direção ao outro lado do lago, ficando de frente para a casa.

- Fique aqui – Kamus ordenou, deixando Calipso parada de frente para o lago.

A uns passos atrás de Calipso, passou Jabu que começou a vomitar, parecia estar muito mal. Hyoga ao ver aquilo veio ao socorro deste, levando-o para dentro.

Era tanta gente, que esbarravam constantemente uns nos outros. Um desses esbarrões foi dado por aspirante a Cavaleiro, do tamanho de Aldebaran, em Saga, que com força empurrou Kanon, caindo sobre este no chão.

- O que houve? – Kamus perguntou se aproximando de Shiryu, que estava no Jardim a alguns passos da porta de entrada, parecia inconformado.

- O Seiya – Shiryu começou aflito – Já tentei falar com ele até por cosmo, mas parece estar alheio.

- E o Shun?

- Não está com ele, não sei onde está.

- Então vá até lá rápido. – Kamus ordenou. – “O universo se alinha e, tudo passa a correr como o planeado para o melhor acontecer.” – Repetiu balançando a cabeça negativamente, virando no próprio corpo, de forma a olhar Calipso.

- Calipso?! – Se surpreendeu, franzindo a testa, ao não vê-la onde deveria estar. –" NÃO!!!"

Correu entre as pessoas, as empurrando para que lhe dessem passagem. Foi em direção a penumbra. Viu o corpo de Calipso ser arrastada pela grama. Não conseguiu ver o que a arrastava. Correu na direção do corpo que foi solto e deixado no meio do caminho.

- Calipso!!! – Chamou assustado, passando a mão, aflito, pelo rosto pálido, pegando a Ninfa desacordada no colo.

Correu para uma porta que dava acesso a cozinha, quase nunca utilizada.

Saga e Kanon viram Kamus com Calipso no colo entrando pela porta da cozinha. Acenaram para Shaka e Mu que correram para onde o Cavaleiro de Aquário tinha ido.

Shiryu, também havia visto a cena e, correu para dentro, encontrando Shun conversando com Ikki.

- Alguma coisa deu errado - Avisou assustando os dois - eles levaram-na para a cozinha - Completou tentando chegar na cozinha o mais rápido possível, com Shun e Ikki no encalço.

Seiya percebeu a movimentação e pediu para Aldebaran passar a musica por ele. Este atendeu ao pedido prontamente.

- O que houve? - Perguntou chegando na cozinha.

- Feche a porta - Shaka ordenou.

Seiya obedeceu.

Calipso estava deitada no chão com a cabeça apoiada no colo de Kamus. Tinha cortes profundos nas pernas e nos braços.

Kamus olhava preocupado.

Mu se aproximou, abaixou diante de Kamus e tomou Calipso nos braços, colocando uma mão nos na perna direita, sobre os ferimentos.

- Calipso! - Mu chamou ascendendo o cosmo - Volta!!! Por favor!!!

Abriu os olhos sem entender. Nada havia acontecido.

- Isso não deveria resultar? - Perguntou indignado para Kamus.

Kamus não sabia o que dizer. Olhou para Shaka, sendo acompanhado pelos outros.

- O que fazemos Shaka? – Miro, perguntou um pouco aflito.

Shaka suspirou pesadamente.

- Não sei.

Continua...