Everlasting escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 21
Capítulo 20: Família


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, pessoal!
Como está o Carnaval de vocês?

Bem, eu passei escrevendo depois de uma estranha crise de inspiração... E saiu capítulo novo de 'Everlasting', o que é um verdadeiro milagre, concordam? HUAHUASHUAHUAS

De qualquer forma, espero que gostam!
Tem muito do drama, das prováveis reviravoltas e de toda a dor que vocês amam nessa fanfic... Boa leitura!

PS: Eu acho que muita gente vai querer matar a Quinn no final desse capítulo :P



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04 de Dezembro de 2012. Lima, Ohio.

“Is you family just a memory? Once again, hell frozen rain falls down...”

( Hell Frozen Rain, Silent Hill: Shattered Memories OST)

Nossa volta para Lima foi feita, em sua grande parte, no mais absoluto e total silêncio. Rachel se perdia em suas divagações enquanto seu peito subia e descia, em respirações profundas e suspiros pesados... Eu sabia a bagunça que se encontrava em sua cabeça. Sabia também de seus medos. Mas eu não queria tranqüilizá-la, ao menos, não agora. Eu não sabia o que me esperava na cidade. Eu sequer sabia se ainda existiria um “nós” depois do reencontro com nossas famílias...

Por isso, eu apertava as mãos no volante a ponto dos nós em meus dedos doerem. Piscava várias vezes e retomava o foco da estrada. Ritmava minha respiração e orientava meus pensamentos para que os mesmos pudessem acalentar meu coração. Eu já passara pela incerteza diversas vezes desde que iniciara aquela confusa jornada de volta... E eu não podia deixar de acreditar depois de tudo que nós duas passamos. Ainda deveria restar esperança. Senão era por mim, que fosse por Rachel. Eu não assumiria um comportamento suicida porque nós duas chegamos a um ponto em que minhas atitudes a feriam, assim como as atitudes dela me destruíam.

Quando chegamos à entrada de Lima, escutei o respirar ofegante de Rachel. Mas não consegui olhar para ela. Apenas continuei a dirigir e chegamos a sua casa em questão de minutos, meus amigos desviaram seus caminhos para suas próprias casas e agora, éramos nós duas contra todos, mais uma vez. Parei o carro em frente à residência dos Berry e engatei o freio de mão, ainda olhando para frente. Sabia muito bem como minha expressão se encontrava: lábios crispados em uma fina linha rósea, olhos verdes intentos e frios, expressão dura e trincada... Eu sabia que estava assustando Rachel.

E, honestamente? Eu queria assustá-la. Porque eu estava com o coração apertado desde que a vira com Puck e desde que decidi voltar, por ela... Pela primeira vez, eu estava me sentindo passageira. Parecia que as coisas estavam pequenas, invisíveis aos olhos dela... Senti Rachel distante de mim, como há muito não sentia. Rachel pareceu perceber porque senti suas mãos pequenas repousarem sobre a minha mão que estava sob o freio de mão. Não pude olhar para ela, escutei quando ela pigarreou e perguntou preocupada:

– Está tudo bem?

– Só estou preocupada, não tem nada a ver com você. - Assim que terminei de falar, percebi que meu tom de voz soou mais agressivo do que o normal. Eu não pude controlar, dentro de mim, parecia existir uma besta... Uma fera que estava se alimentando de todo o medo da volta, do provável reencontro infernal com meu pai e, principalmente, daquele desconhecido amargo que estava incomodando minha cabeça desde que eu vira Rachel sair do quarto do hotel de mãos dadas com Noah.

Eu não podia evitar, parecia que eu simplesmente sabia que minutos antes dos dois nos encontrarem, acontecera alguma coisa. E mais importante que isso, me incomodava que Rachel não falasse nada. Senti que apertara minha mão e eu, instintivamente, a puxei para meu colo. Senti os olhos tristes dela sobre mim, respirei fundo e eu mesma notei a impaciência em meu tom de voz quando disse:

– É sério, eu estou bem. Por que não estaria?

A pergunta saiu diferente do resto da frase, eu estava sendo irônica e mesmo sabendo disso, não evitei. Eu percebi que queria que feri-la e me assustei diante de tudo aquilo... A aura de tranqüilidade que me envolvera antes estava dissipando-se, em seu lugar, uma pesada neblina de dor e angústia estava me sufocando. E quando sufocada, eu sabia que feria todos aqueles que me amavam. Mesmo diante desse pensamento, eu não consegui relaxar minha postura, eu estava odiando todo o meu amor naquele momento.

– Porque você está com rugas em sua testa, e suas mãos estão geladas. Você não está respirando direito. Sem mencionar esses seus olhos verdes vívidos e frios. - Rachel me rebateu corajosa e me surpreendendo, eu não esperava que existisse coragem naquele corpo pequeno e ofegante. Eu finalmente me virei para ela e nossos olhares se encontraram, fui recepcionada por um castanho furioso e intenso que quase quebrou tudo que eu reconstruíra desde que saímos daquele quarto. Bufei, irritada com ela e com todo aquele ódio canalizado dentro de mim em pouco tempo e sibilei:

– Eu só quero ver meus pais e tentar conversar com eles. Depois, nos resolvemos, Rachel.

– Eu não vou te deixar sair daqui desse jeito, Quinn! Sabe-se lá o que pode acontecer contigo! - Rachel exclamou preocupada e as lágrimas que ela tanto segurara em nossa volta, finalmente, caíram. Porém, eu não fui impulsionada a limpá-las de suas bochechas dessa vez, olhei para ela e senti minha sobrancelha arquear em meio a um sorriso que eu sabia ser irônico... Se ela ao menos soubesse... - Você está trêmula...

Pelo canto da cabeça dela, vi uma luz se acender no térreo da casa dos Berry. Eu tornei a olhar para frente e apertei minhas mãos no volante, eu precisava liberar aquele ódio de alguma forma, ou acabaria quebrando Rachel de vez. Respirei fundo e fechei os olhos, procurando uma calma não em mim, mas no que eu tinha com ela. Aliviada, suspirei quando as lembranças da nossa noite no quarto de hotel me vieram à mente... Ainda distante, física e mentalmente dela, disse mais calma:

– Seus pais já estão te esperando, Rach. É melhor você sair.

– Tudo bem, Quinn. - Rachel finalmente deu-se por vencida e saiu do carro, batendo a porta com força, em seguida. Engatei o freio de mão e ela debruçou-se sobre a janela do carona, eu não fiz questão de olhar para ela. - Só faça o favor de voltar viva dessa merda na qual está se afundando.

O que ela disse finalmente fez algo dentro de mim, explodir. Assim que percebi que ela estava longe o bastante do carro, saí a toda velocidade pela rua e minhas mãos sequer gelaram quando eu perdi o controle por alguns minutos e derrapei sobre a pista.

Naquele momento, morrer não parecia tão amedrontador assim.

###

Quinze minutos. E eu ainda não havia saído do carro.

Nesses 900 segundos que se passaram desde que eu havia parado o carro na frente da Mansão Fabray, Rachel me ligara 3 vezes a partir do sétimo minuto e suas ligações possuíam um intervalo de 2 minutos entre cada uma. Nesses segundos todos, eu também percebi que nenhuma luz sequer se acendera na minha antiga casa. Tudo estava às escuras.

Bela forma de se preocuparem comigo.

Continuei dentro do carro e sequer fiz qualquer menção de me movimentar para fora dele. Olhei para o teto almofadado do carro em busca de uma resposta, estava me sentindo perdida diante de todas as reviravoltas às quais fui submetida. Achava que minha segunda chance era por causa de Rachel e somente por causa dela... Mas agora, ela estava distante de mim (por minha culpa, isso eu admitia) e a coisa que parecia mais palpável, ironicamente, era a reunião de minha família.

Olhei para a janela do carona e imaginei, em meio aquela escuridão e falsa calma que, talvez, meu pai estivesse adormecido na poltrona me esperando em meio a um sono leve e preocupado. E que minha mãe estivesse caminhando às escuras até a cozinha para tomar o terceiro ou quarto copo de água com açúcar da noite, porque ela mesma parara com os calmantes e o álcool depois que fizemos as pazes...

Ou eles só estivessem na sala de estar. Meu pai segurando uma garrafa de uísque nas mãos, adormecido pelos efeitos da bebida e minha mãe jogada aos seus pés, no mesmo estado lastimável que ele se encontrava... A segunda opção me parecia mais plausível diante do meu humor e das lembranças que eu tinha dos dois.

Minha amargura, minha dor e toda aquela torrencial chuva de sentimentos ruins que habitavam meu peito, nesse momento, com certeza, não trariam bons resultados para aquela pequena reunião familiar. Eu precisava despejar todo o ódio que eu tinha dentro de mim... Rachel fora a primeira vítima, simplesmente por ter sido ela a razão dos turbilhões que borbulhavam e queimavam dentro de mim. Meus pais só pagariam pelo que já haviam plantado há anos.

Parecia ser justo no meio do tempo contado que eu tinha de vida e da inevitabilidade de ter que deixar Rachel para outras pessoas. Obrigada, de verdade. Seja o destino, a força maior ou qualquer quem ou o que tenha regido toda essa volta. Muito obrigada, por ser justo (ou justa) pelo menos para meu ódio em relação ao meu pai e a incapacidade de minha mãe em se manter sozinha.

Saí do carro e bati a porta com força. Estava frio e ainda não nevava em Lima. Um vento cortante me fez arrepiar e eu me agasalhei melhor em meu casaco enquanto não saía do lugar, ainda observando aquela casa. Demorei, mas percebi que meus arrepios não eram do frio e sim, do medo e da raiva. Eu odiava estar ali, ainda mais diante da última lembrança que tinha dali...

Coloquei minhas mãos nos bolsos e tranquei o carro. Eu não tinha pressa nenhuma em preencher meu corpo, meu coração e minha alma com um pouco mais de escuridão. Afinal, eu já estava cheia quase pela metade disso tudo... Os olhares trocados entre Puck e Rachel ainda estavam vívidos em minha mente, assim como o toque entre suas mãos. Faltava pouco para chegar à borda e eu realmente gostaria de saber o que aconteceria quando assim acontecesse. Quem sabe, meu sofrimento acabasse por fim...

– Eu sempre soube que você voltaria, Q. Só não sabia que ainda era covarde a ponto de não conseguir encará-los.

Eu sabia que reconhecia aquela voz, mas me recusava a acreditar que ela estava ali. Já fazia um bom tempo desde que ela saíra de casa, casada e fugira para o outro lado da América com o suposto príncipe encantado que encontrara. Ela fugira da embriaguez de nosso pai, a qual eu tive que enfrentar sozinha e sequer se preocupou quando nossa mãe entrou em depressão. Francine Fabray me deixou sozinha enquanto nossa família toda desmoronava e tudo que eu precisava era de um pouco de segurança no meio do inferno no qual fui abandonada.

Ironicamente, ela voltava quando o inferno estava em mim e não em Judy ou em Russell. E ela realmente ainda achava que poderia me dar lições de moral depois de tanto tempo? Foi com raiva em todos os movimentos de meu corpo que eu me virei e olhei para ela, ela ainda permanecia a mesma... A filha modelo de meu pai. Os cabelos loiros tinham o mesmo tom do meu, os traços dela eram mais aristocráticos e mais semelhantes aos de meu pai e os olhos dela continuavam naquele azul-mar que em nada lembrava os meus verdes... Porém, os olhos dela estavam preenchidos com carinho e esperança, diferente de sua voz que continuava sarcástica e desdenhosa. A nossa troca de olhares foi intensa, eu apertei meus punhos ao questionar indignada:

– O que você está fazendo aqui?!

– Alguém tinha que voltar para casa enquanto você decidia fugir, Lucy! - Francine sibilou o nome que eu tanto detestava com a expressão maldosa, o canto da boca bem desenhada dela estava levemente repuxado e eu sabia que ela procurava esconder um sorriso venenoso. Fechei meus olhos e respirei fundo, surpresa, senti o tique-taque esmurrar as paredes de meu cérebro e a sensação de vazio me envolver. Apoiei-me discretamente no carro enquanto a escutava se aproximar. - Você sabe pelo que os dois têm passado desde que você resolveu se jogar nessa aventura amorosa? O papai mal conseguiu dormir hoje à noite, ele quase voltou a beber e mamãe me prometeu ficar aqui, do lado de fora, te esperando para que ela pudesse se deitar tranqüila!

As palavras dela bateram em minha mente e a compreensão delas fez eco em meu coração. Meu pai parara de beber? E por que minha mãe não conseguira dormir? E o que Francine estava fazendo parada, na minha frente, com os olhos perdendo lentamente o veneno e começando a brilhar? Eu respirei fundo e finalmente retomei o controle do meu corpo, o vazio em meu peito ainda me sufocava, mas eu o controlava e, ainda fria, disse:

– Não era a obrigação de nenhum de vocês se preocuparem comigo... Vocês abriram mão disso há muito tempo! Ninguém dessa família tem direito algum sobre mim! Vocês fecharam os olhos para tudo que acontecia comigo há anos! Russell com a bebida, Judy com a distância e a depressão e você, Francine, com esse maldito casamento e essa maldita mudança!

O tapa em meu rosto veio sem que eu o enxergasse, mas a ardência em minha face direita me deu plena consciência que, naquele instante, o corpo que me empurrava e me esmurrava era o de minha irmã. Nossos corpos, embolados e em plena luta, deslizaram pelo capô do carro e caímos no asfalto. Eu sentia todas as minhas dores emocionais e da alma travarem um conflito de sofrimento com os arranhões e puxões de cabelo que Francine me presenciava.

Cega pela dor, eu tentava me defender sem atacá-la porque eu bem sabia que o peso de minhas palavras doía mais que qualquer sofrimento físico que eu pudesse infringir a ela. Não soube quanto tempo se passou até que senti o corpo de Francine ser tirado de cima de mim e o meu ser puxado do chão. O canto de minha boca ardia e eu desvencilhei dos braços que me envolviam para limpar o sangue que ali escorria.

Francine estava descabelada, sendo envolvida pelos braços fortes do meu pai enquanto esperneava e... Chorava? Minha expressão ficou mais suave quando eu vi que ela finalmente se rendeu ao choro e se escondeu no pescoço de meu pai que, como sempre, a consolou. Olhei por cima dos meus ombros para encontrar minha mãe me observando preocupada. Reparei, a minha volta, que as luzes de algumas casas se acendiam devido à gritaria de Francine durante sua agressão. Envergonhada, retirei as chaves do bolso e me virei para ir embora mais uma vez.

– Não ouse entrar nesse carro novamente, Lucy Quinn Fabray! - A voz de Russell soou autoritária no meio dos suspiros pesados e da respiração inquieta de minha mãe, mesmo depois de tanto tempo, pude sentir o medo caminhar dos meus ouvidos até a ponta dos meus pés e eu, silenciosamente, me detestei por ainda ter medo daquele fracasso de pai e homem. Me virei para ele e os olhos azuis dele me localizaram, sem frieza e sem decepção, eu consegui enxergar a esperança dentro deles. Mas a ignorei e, arrogante, questionei:

– E quem você pensa que é para me dar ordens depois de todo esse tempo?!

– Ele ainda é seu pai, querida... - Minha mãe murmurou baixinho em meu ouvido, pelo tom de voz dela, percebi que ela queria soar gentil. Me virei para ela, com a expressão traída e o ar ainda mais furioso, ela tentou tocar meu braço e eu desvencilhei, enojada. Aquela não era a Judy Fabray que se aproximara de mim nas últimas semanas.

Esbarrei no frágil corpo de minha mãe e caminhei novamente em direção ao carro, porém, braços fortes ergueram meu corpo do chão e quando dei por mim, eu estava sendo carregada para dentro de casa. Meu pai me carregava enquanto Francine e Judy fechavam o cortejo. Assim que chegamos à porta da mansão, meu pai caminhou até a sala e jogou meu corpo sobre o sofá, sem a menor cerimônia.

As luzes se acenderam e foi como se dentro de mim algo também se iluminasse.

Meu pai, antes tão distante e frio, me observava ansioso e suas mãos acariciavam levemente meu joelho que, agora, eu percebia que estava esfolado devido à luta com Francine. Minha irmã, por sua vez, vinha da cozinha com um sorriso de lado e um enorme chumaço de algodão sobre a testa que também estava ralada e me observava com esperança e resignação. Minha mãe estava atrás de mim, acariciando meus cabelos enquanto eu a observava cautelosamente pelo reflexo da nossa TV de plasma.

Os três pareciam diferentes para mim e eu me vi sendo a estranha naquela família. As lágrimas começaram a cair antes mesmo que eu pudesse disfarçá-las com um acesso de raiva. Meu pai afagou meus cabelos, mas um corpo chocou-se com o dele e ocupou seu lugar. Francine abraçava meu corpo trêmulo, depois de tantos anos. Eu me agarrei a ela que soltou um grunhido de dor em meio ao cheiro adocicado de seu perfume, entre suspiros pesados, ela murmurou:

– Nós estamos aqui, Quinnie. Nós finalmente estamos aqui para você.

Senti que meu pai envolveu seu pesado braço sobre nós duas e puxou minha mãe em nosso abraço coletivo. Eu solucei sem medo agora, mas com muita dor. A amargura dentro do meu peito diminuiu grandemente e eu não me vi querendo explodir em raiva, decepção e fúria. Minhas lágrimas e o calor daqueles três corpos me envolviam e lavavam tudo que me apertara e me sufocara naqueles dias.

Lentamente, meus soluços se acalmaram e os três foram se afastando. Frannie deitou no sofá e trouxe meu corpo junto ao dela, me agarrei a sua cintura e a escutei rir enquanto murmurava algo semelhante a um “Bebezona”. Ignorei e fechei os olhos, Frannie acariciou meus cabelos e escutei meu pai pigarreou e disse desconfortável:

– Não quer nos explicar porque Leroy e Hiram Berry nos ameaçaram de morte quando fomos procurá-la na casa deles?

– Agora não é hora, Russell. - Escutei minha mãe bronquear temerosa aos meus pés, eu estava sendo mimada agora por suas mãos que massageavam minhas coxas. Frannie deu um muxoxo alto e fez um som de indignação enquanto dizia:

– Acho que Quinn vai falar sobre seu tórrido romance com a Little Berry quando ela estiver pronta. E o senhor vai esperar, como prometeu. E não vai julgar, senão eu mesma vou tocá-lo para fora daqui.

Frannie e eu tínhamos uma conexão especial antes que ela se casasse com Henry. Tanto é que nós realmente brigamos quando ela decidiu se casar com ele e eu me recusei a ser sua madrinha pelo fato de que eu não confiava nele e achava que Henry não a amava como ela merecia. Esse foi o grande estopim para que a Família Fabray começasse a ruir. Depois veio a crise financeira e meu pai começou a beber para fugir dos nossos problemas, eu engravidei e meus pais se separaram depois de uma traição. Eu dei minha criança à adoção e minha mãe entrou em depressão, Frannie se afastou e quando eu me dei por mim...

Eu não era mais capitã das Cheerios, eu não tinha lugar no McKinley exceto entre os losers do Glee, Rachel Berry se tornou uma grande amiga e minha família perfeita havia se desintegrado.

A distância, a revolta, a fúria... Tudo isso foi calado até aquele acidente em que tudo se fora.

Lembrar do acidente me fez levantar do colo de Frannie em um salto. Os três me olhavam preocupados e eu respirava com dificuldade enquanto era invadida por uma onda de pânico e de dor. Meus sentidos foram se perdendo enquanto eu sentia os cacos de vidro penetrando lenta e dolorosamente em minha pele, o gosto de sangue chegou à minha boca e a familiaridade de seu sabor me fez perder, completamente, os sentidos.

Estava tudo escuro novamente.

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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam?

Esse capítulo foi MUITO legal de se escrever. Eu adorei explorar esse lado mais "obscuro" da Quinn em relação a Rachel e podem ter certeza que ele não vai sumir tão cedo... Porém, também foi muito bom escrever Frannie / Quinn porque essas duas me lembram eu e a minha irmã HASUHASUHUAS (Aliás, Frannie, em minha cabeça, é a atriz / modelo Amber Heard, ok?)

Bem, a relação da Família Fabray ainda não se resolveu. Isso só foi o começo. Ainda temos cerca de 15 capítulos (correspondentes aos cerca de 15 dias de Quinn até o acidente). Então, acalmem-se! HAUHAUASHUAS

E por favor, comentem! Também peço que dêem uma passadinha em uma nova oneshot que postei, chamada 'I Choose You' e, obviamente, Faberry!

Beijos e até a próxima,
FerRedfield