Crying In The Rain. escrita por deathcocktail


Capítulo 11
Would you love a monster? PART. I


Notas iniciais do capítulo

Voltei, sentiram minha falta? HAHAHAHA.
Boa leitura, espero que gostem. :)



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– O que? - Perguntei, incrédulo.

– Sim, James. Sabe, eu não entendo… - Leana olhava para os lados, procurando alguma explicação. - Digo… Por que ela escolheu vocês?

– Não sei por que as palavras continuam saindo de sua boca. - Falei diretamente e seco. - Eu vou para o Canadá. Agora.

– O que?

Leana se exaltou, porém eu já estava abrindo o portão, minhas lágrimas caiam e eu desejava que tudo fosse apenas um pesadelo.

E então, em questão de segundos, vi Leana pular e parar na minha frente, me impedindo de passar.

– Você não pode fazer isso!

– Eu vou matá-la. - Falei com a voz ríspida.

– Não, você não pode matá-la! Ela vai acabar contigo antes, está louco?

– Eles são meus pais, Leana!

– Eu não ligo! - Ela gritava, apavorada, sem se preocupar com quem estivesse ouvindo. - Eu não posso deixar com que se machuque.

– Sinto muito, Leana. - Minha voz agora soava mais calma, porém triste. Levei um de meus braços até sua cintura, empurrando-a para o lado, para que eu pudesse passar.

– James! - Ouvi ela gritando ao longe, porém, é claro. Ela é uma vampira.

Sempre estará em vantagem comigo. E então, ela já corria ao meu lado. Fui parando aos poucos, visualizei seu rosto.

– Leana. Carolline arruinou minha vida, arruinou a vida de Katerina. Por que ela não quis nossas almas? Por que apenas as almas de meus pais?

– Não sei. Mas nós vamos descobrir. Ok?

Levei uma das minhas mãos até minha cabeça, olhando para os lados, inquieto e com ódio.

– Sim, nós vamos descobrir! Assim que eu chegar lá!

– James, olhe para mim! - Leana segurou meu rosto com suas mãos, me obrigando à olha-la, e assim eu fiz. Nossos rostos estavam a um centimetro de distância, conseguia sentir sua respiração se misturar com a minha. E então ela continuou. - Você vai passar por isso. Ok?

Olhei para baixo e respirei fundo, tentando acalmar meus nervos.

– Leana, sinto muito. Não há nada que você diga ou faça que me impedirá de ir atrás dessa vadia!

– James… Carolline irá te matar.

– Eu não ligo. - rosnei.

– Você não sabe como matar um demônio!

Leana gritava novamente, desesperada, e eu já estava andando, em direção à minha casa, para fazer minhas malas e ir o quanto antes para o Canadá.

– Eu sei como matar um demônio! - Leana continuou.

Virei-me para trás.

– Então me diga.

– Não. - Leana falou seca. - Você não pode ir sozinho, James! Sabe que precisa de mim!

Em questão de segundos, Leana já estava na minha frente novamente.

– Sim, Leana. Eu preciso! Mas você vai me ajudar? - Perguntei, olhando em seus olhos, sentindo seu sentimento de desespero penetrar sob minha pele.

Vi que seus olhos estavam aguados, ela parecia querer chorar.

– Vou.

Suspirei fundo, comecei a andar e ela me puxou, para que a olhasse novamente.

– Não deixarei ela te matar, James. Você tem a minha palavra.

Respiramos juntos e assenti com a cabeça.

xxx

– Então… - cortei o silêncio, sussurrando, dentro do ônibus com Leana. - Como se mata um demônio?

Seus olhos se arregalaram ao olhar para mim, ela virou os olhos para os lados, parecia se certificar se havia alguém ouvindo.

Leana chegou com seu rosto perto do meu. Estremeci. Tinha que admitir que, sentia vontade de beijá-la, ao chegar sua boca tão perto da minha.

– Você precisa queimá-los. Ou afogá-los. - Leana olhou para baixo, parecia pensar. Alguns instantes depois, fitou meus olhos novamente. - Mas Carolline me preocupa. Ela parece ser diferente dos outros.

– Diferente? - Franzi o cenho. - Diferente como?

– Não sei, James… Já matei demônios antes, mas, não sei. Eu tenho esse pressentimento. Carolline parece ser diferente.

Assenti com a cabeça e virei meus olhos para estrada. Por mais que tentasse, não podia evitar de pensar nisso.

Senti dedos gelados me cutucarem.

– Vem, chegamos. - Leana disse com uma expressão preocupada e me puxou pela mão e saímos do ônibus.

Segui ela por alguns segundos, sem dizer nada, mas logo Leana cortou o silêncio.

– Você que conhece melhor aqui. Onde tem um hotel?

Pensei por alguns segundos e puxei a mão de Leana. Logo estávamos em frente à um hotel barato, porém aconchegante.

– A gente vai ficar quantos dias aqui? - Quis saber.

– Não sei, James. Mas precisamos de um lugar privado. E, relaxa, você não irá pagar.

Ela deu um sorriso divertido antes de entrar no hotel e se debruçar sobre o balcão.

– Bom dia, vai querer um quarto? - A velha senhora perguntou.

Fiquei encostado na parede atrás do lado do balcão, observando o rosto de Leana. Ela me lançou um olhar travesso e se direcionou à mulher novamente.

– Vou sim. Mas, você vai fazer de graça para mim e para o meu amigo.

Os olhos de Leana ficavam menores e maiores enquanto falava, e parecia que a mulher estava hipnotizada. Porém, só não parecia, como estava.

– Sim, eu faço de graça para você e para seu amigo.

– Obrigada. - Disse sorrindo, por fim, e buscou minha mão para que subisse as escadas até chegar o quarto com ela.

Leana jogou sua mala em cima da cama e, ao abrí-la, tirou uma cambuca, pegou algumas ervas e despejou na mesma.

– Preciso de um favor seu. - Disse, chegando mais perto de mim com uma faca.

Fui um pouco para trás, Leana mudou de expressão.

– Você acha que eu vou te machucar? - Me perguntou, por algum momento, seus olhos pareciam carregar decepção.

– Não… É que é estranho.

– Você que me arrastou aqui para matar um demônio. Acha que eu vou fazer tudo isso sozinha?

Dei um meio sorriso e peguei a faca.

– O que eu preciso fazer?

Leana foi em direção à cama e pegou a cambuca que lá estava e deixou em cima da mesa que havia em um canto do quarto.

– Despeja um pouco de seu sangue aqui dentro. A receita para chamar um mago é essa. Ervas medicinais dentro de uma cambuca com gotas de sangue humano e… - Ela buscou algo dentro de sua mala e posicionou em cima da cambuca. - Carvão.

Soltou dentro do recipiente e, de repente, aquilo explodiu. Foi uma explosão pequena, porém o bastante para eu dar um pulo para trás. Não danificou nada, apenas havia explodido os ingredientes dentro da cambuca.

E então, de repente, uma luz surgiu dentro do quarto. E, essa luz, aos poucos, foi se transformando em uma figura com um sobretudo preto e uma calça jeans com tênis.

Quando fui visualizando melhor, pude perceber que o homem tinha algumas tatuagens expostas no pescoço e nos dedos, as unicas partes que dava para ver de sua pele. Tirando seu rosto com sua barba mal feita.

O mago olhou para os lados, parou seu olhar em mim, o que me deixou desconfortável. A expressão do homem era indiferente, e então ele virou o olhar para Leana e deu um sorriso.

– Leana…

Ela foi chegando mais perto com um sorriso no rosto e o abraçou forte e o mago fez o mesmo.

– Por que me chamou aqui? - O mago perguntou.

– Brian, - Ela se dirigia ao homem. - Este daqui é o James.

O homem que, agora eu sabia que seu nome era Brian, foi se aproximando mais de mim, andando vagaorsamente em círculos em minha volta.

– Então esse é o famoso James. Você só sabe falar dele. O que vieram fazer aqui? - Leana abriu a boca, porém foi cortada. - Já sei. Vieram matar Carolline, certo?

– Como você sabe de Carolline? - Perguntei, fiquei surpreso pela minha voz estar tão diferente, e falhando.

– Sei que é um demônio.

– Como? - a voz de Leana entrou nos meus ouvidos. - Eu não te falei nada sobre ela.

Brian deu um sorriso cínico antes de continuar.

– Carolline é diferente dos outros demônios. - Brian olhou para mim. - Desde que aquela vadia formou um plano para poder entrar em sua casa, eu venho te protegendo.

– O que? - Perguntei, franzindo o cenho. - Você acabou de falar “Esse é o famoso James”.

Brian deu outro sorriso cínico, novamente.

– Ela me falava de um tal de James, não sabia que era o mesmo cuja eu protegi sempre que esteve dentro daquela casa.

– Se… - Leana começou a formular uma pergunta. - Se matar Carolline, todas as almas que ela conquistou saem do inferno?

– Sim. - Brian molhou os lábios antes de continuar. - Mas, Leana, - Disse chegando perto dela e acariciando seu rosto. - sabe por que Carolline tem tantas almas em sua volta?

– Não… É isso que eu queria descobrir, Brian.

– Por que ela é mais do que um demônio. - O mago olhou para mim antes de continuar. - Ela é a guardiã do inferno.

Fiquei perplexo, não estava conseguindo raciocinar mais. Senti a mão suave e gelada de Leana em meu braço, me olhando preocupada.

– Vamos… Vamos matá-la. - Falei com a voz falhando, porém não tendo muita certeza de minhas palavras.

Brian deu uma gargalhada. Eu e Leana o olhamos.

– Sério? Vocês querem matar Carolline?

– Sim. - Falei firme.

– Você vai ser morto.

– Nós faremos de tudo para conseguir, Brian… - Leana entrou na conversa.

– Leana, Carolline vai tentar te matar. Não posso deixar com que ela faça isso.

– Eu tenho um plano. - Leana olhou para mim antes de continuar. - James, vá encontrá-la, arrume alguma desculpa. A distraia, e a traga para cá daqui a uma hora e meia. Ok?

Assenti com a cabeça e perguntei, antes de sair pela porta, atrás de Carolline:

– O que você pretende fazer, Leana?

– Confie em mim. - Seus olhos penetravam nos meus. Assenti com a cabeça e sai.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que acharam? Parte II estará postada em breve. HAHA
PS: Gostaram da participação especial do nosso querido Brian? :9