Crying In The Rain. escrita por deathcocktail


Capítulo 12
Would you love a monster? PART. II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.
Ainda vai ter a terceira parte! HAHAHA



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Hesitei, porém respirei fundo e manti a calma. Peguei as pedras que estavam no chão e joguei de forma leve na janela do quarto que eu sabia que era de Carolline.

Joguei uma. Duas. Três. E então, quando ia jogar a quarta, a mulher apareceu na janela. Seus cabelos estavam até a cintura e totalmente lisos e continuavam loiros. Sua pele ainda era pálida e seus olhos, mesmo distantes, ainda eram aquele verde cuja sempre me impressionou.

Fiquei parado, sem expressão, apenas a observando. Respirei fundo e senti meu coração bater mais forte, estava nervoso. Guardiã do inferno, não é? Precisava pensar nela como aquela garota que eu conhecia e fui apaixonado.

Quando vi que meus nervos já haviam se acalmado, dei o sorriso mais sincero que eu podia dar. Primeiro vi que, mesmo ao longe, a expressão de Carolline era de confusão, mas, assim que viu meu sorriso, ela sorriu timidamente.

Vi Carolline sumir do meu campo de visão e inclinei minha cabeça até a porta e, como eu pensei, em questão de alguns segundos, a porta se abriu, mostrando-a em um shorts jeans escuro e uma regata decotada cinza.

Dei um sorriso torto que, para minha surpresa, não era fingido. Tinha que admitir, ela podia ter me arruinado, arruinado Katerina e podia ter sugado a alma dos meus pais, mas… Ainda era Carolline. E, eu não podia evitar, sempre que a olhava, a nostalgia voltava. Mas eu a odeio agora. Isso posso ter certeza.

– James? - A voz de Carolline parecia ter soado um tanto insegura.

– Carolline… - Disse chegando mais perto dela, com passos curtos. Por algum motivo, ela foi um passo para trás. - Calma. Eu vim aqui por que… Bom, por que eu sinto sua falta.

Respirei fundo, meu coração estava começando a acelerar novamente, porém precisava manter a atuação. Mentir. Mentir como nunca havia mentido na vida.

– Sente minha falta, James? - Ela perguntou, ficando com suas bochechas coradas e dando um sorriso fraco. - Sabe… Eu sinto muito pelo que fiz, ter te expulsado de casa. Eu tenho uma boa razão para isso.

– E qual foi? - Quis saber, curioso.

Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. Dei uma risada fraca.

– Você não tem, não é? - Perguntei, sério. Minha atuação estava começando a ir embora, porém precisava manter o foco.

– James… - Ela murmurou meu nome, chegando perto de meu rosto.

– Eu te perdoo. - Sussurrei e então Carolline roçou seus lábios nos meus.

Puxei ela pela cintura e a beijei. E então a nostalgia tomou conta de mim. O beijo estava muito parecido com o da primeira vez que a beijei, porém, agora, eu não sentia alegria, sentia nojo.

E agora eu queria que no lugar dela, estivesse Leana.

Carolline entrelaçou seus braços em volta do meu pescoço e, pela cintura, eu a levava até a parede. Quando cheguei na mesma, pressionei seu corpo contra o meu, e o dela contra a parede gelada, passeava minhas mãos em seu corpo, na tentativa de deixá-la excitada. Mordi seu lábio inferior e o puxei, Carolline me olhou nos olhos e eu fiz o mesmo.

– Vamos para o meu quarto. - Sussurrei. Ela sorriu maliciosamente.

– Você tem um quarto? - Carolline me perguntou, ofegante.

– Eu aluguei um quarto de hotel aqui perto. - Sussurrei novamente, também ofegante. Porém estava fingindo na maior parte do tempo.

Sorri maliciosamente e ela correspondeu meu sorriso, a puxei pela mão, em direção ao hotel.

O plano estava dando certo.

xxx

Subi as escadas e, antes que eu pudesse abrir a porta, senti uma mão me puxando e, infelizmente era a mão de Carolline.

Trouxe ela para perto de mim e selei nossos lábios, a beijando com intensidade. Abri a porta do quarto, ainda beijando-a e sorri maliciosamente.

Dei uma olhada para dentro do quarto. Não havia ninguém e eu não fazia a menor ideia do que Leana e Brian estavam tramando.

Joguei Carolline na cama e continuei beijando-a. Sorri entre o beijo e parei, olhando em seus olhos. Ela acariciou meu rosto suavemente e sorriu também. Sai da cama e fui até a prateleira onde estava um vinho.

Franzi o cenho, não havia visto esse vinho antes. E então, nele, havia uma etiqueta, que assim dizia:

“Ofereça vinho, faça com que ela vá pegar a taça. Sente na cama. E então nós vamos entrar.”

Suspirei fundo e puxei a etiqueta, guardando-a no meu bolso. Virei para ela, sorrindo. Meu coração estava batendo forte novamente e eu precisava manter a calma.

Derramei vinho em uma das taças que lá havia e virei para Carolline novamente, que estava sorrindo.

– Quer um pouco de vinho suave?

– Adoraria.

Ela sorriu, indo em minha direção. Pegou a taça da minha mão, sorrindo e lançando olhares sexys para mim, tomou um gole.

Sorri do mesmo jeito e sentei na cama devagar, sem pressa. Tentando manter a calma. Observei Carolline terminar de beber a taça e colocar no lugar, e então, ela começou a vir até mim.

E então por um momento parou. Seus olhos se arregalaram e ela parecia surpresa. E eu também, não imaginei que isso ia acontecer.

Ela olhou para cima e eu acompanhei seu olhar. No teto estava um círculo gigante, em vermelho, e vários simbolos dentro do mesmo. Parecia que, de alguma forma, Carolline estava presa dentro desse círculo.

Então ouvi uma porta rangendo. Olhei para trás e a porta do banheiro do quarto estava se abrindo e consegui avistar Leana. Dei um sorriso de alívio, vendo que não estava sozinho nisso, afinal.

Leana lançou um dos seus olhares travessos para mim e se apoiou na parede, de braços cruzados, sorrindo de forma divertida.

Carolline também ficou de braços cruzados, ora olhando para mim, ora olhando para Leana.

– Ok. - Carolline cortou o silêncio. - Como você descobriu, James? - E então ela lançou um olhar travesso para Leana. - Acho que sua amiga vampira que descobriu pra você, não é mesmo?

Ela deu uma gargalhada.

– Se vocês acham que vão conseguir me matar, estão muito errados.

Levantei da cama e logo vi Leana do meu lado. Ela tinha dado umas daquelas corridas super rápidas de vampiro.

– Não chegue perto dela. Não entre no círculo, Carolline é rápida. - Leana falou em meu ouvido.

– Ela não consegue sair? - Sussurrei em seu ouvido.

– Não.

– Por que estão sussurrando? - Carolline perguntou, fazendo um biquinho debochado. - Compartilhem a informação comigo.

Ela sorriu e então a proxima cena que eu vi me impressionou. Os olhos verdes de Carolline sumiram. Seu bloco ocular inteiro ficou preto.

Senti o olhar preocupado de Leana em cima de mim. Olhei para ela de lado e assenti com a cabeça, tentando mostrá-la que estava tudo bem.

Já havia visto muitas coisas em pouco tempo, acho que estava preparada para ver os olhos de Carolline ficarem totalmente pretos.

Então começou um silêncio constrangedor, até que a porta do quarto se abriu, mostrando Brian. Carolline arregalou seus olhos, definitivamente parecia não estar preparada para isso.

Brian sorriu maleficamente, chegando perto de Carolline.

– O que está fazendo aqui? - Ela perguntou, seca.

Mesmo sabendo que Brian não seria burro o suficiente para entrar no círculo onde Carolline se encontrava, ela deu alguns passos para trás, para ficar o mais longe possível do mago.

– Eu estou aqui para terminar o que eu havia começado a muito tempo, Carol. - Brian começou a andar calmamente em volta do círculo, sorrindo e falando devagar. - Sabe, demorou anos para descobrir como te matava. Não morre afogada, nem queimada, como os outros demônios. - Brian agora olhou diretamente nos olhos de Carolline que, agora, estavam verdes. Ela parecia intimidada. - É por que você não é um demônio qualquer, não é mesmo?

Ele dei um sorriso fechado e foi em direção à uma mala que se encontrava fechada com cadeado em cima da cama. Brian levou uma de suas mãos para o cadeado e o mesmo se abriu, com mágica. Tirou calmamente um… Revólver?

Franzi o cenho e olhei para Leana, que também olhou para mim. Estava com uma expressão de dúvida também. Nós dois, quase que ao mesmo tempo, olhamos para Carolline.

Ela estava apavorada.

– O que é isso? - Perguntou, com a voz falhando.

Brian gargalhou.

– Isso mesmo que está pensando, Carolline. Um tiro dessa bala feita por um caçador muito dedicado e… - Brian posicionou a arma em direção à cabeça dela. - Você morre.

Meu coração começou a bater forte. Minha vida inteira, sempre amei Carolline, nunca pensei que um dia ia presenciar sua morte. Porém, nunca pensei também que, aquela minha doce e inocente Carolline seria a guardiã do inferno.

– Já chega! -

Uma voz grossa e demoníaca veio de algum lugar. Demorei um pouco para perceber que vinha da boca de Carolline e quase me assustei. Ela agora estava com os blocos oculares pretos novamente.

Carolline levantou as mãos e a cabeça em direção ao teto, onde estava o círculo. Olhei para Brian que parecia surpreso. Então ele puxou o gatilho. Um tiro.

Porém não foi como ele imaginou que fosse. Quase que ao mesmo tempo, Carolline fez uma raxadura no teto e, mesmo pequena, ela conseguiu sair do círculo. A bala passou raspando pelo seu braço e ela riu maleficamente, antes de pular a janela.

– O que?! - Brian gritou furioso.

Leana botou a mão no rosto, indignada.

– Você consegue ouvir os passos de Carolline? - Perguntei.

– Consigo.

– Então vá atrás dela! - Brian gritou para nós. - Essa era minha ultima bala, porém, por sorte, eu sei fazer mais. Vai demorar um pouco porém não a perca de vista, nenhum dos dois.

Eu e Leana nos entreolhamos assustados e assentimos.

– Segure minha mão. - Leana pediu e eu obedeci, segurando em seus dedos gelados.

Ela pulou a janela e por um momento achei que estava enlouquecendo, porém, ao segurar em sua mão, me senti seguro.

A sensação de cair de um hotel pela janela era de liberdade. Ao chegar no chão, estava intacto, sem nenhum ferimento e também não havia caído de cabeça, de joelho, ou quebrado algum osso.

– Vamos. - Ouvi a voz de Leana e ela ja estava dentro de uma floresta que havia lá por perto.

Ela estava correndo de forma normal, para que eu pudesse alcançá-la.

– E agora?

– Não consigo ouvir mais seus passos. - Leana falava, olhando para os lados, atenta.

Então, de repente, vi uma figura pulando em cima dela. Era Carolline.

Fiquei paralisado, não sabia o que fazer. Porém Leana reagiu, agora ela estava em cima de Carolline.

O rosto de Leana mostrava suas delicadas veias um pouco acima da bochecha, seus caninos e seus olhos vermelhos e pretos. Carolline também estava com outra forma, mostrando seus blocos oculares pretos.

Quando Leana havia conseguido imobilizar Carolline, sorri. Nós estávamos ganhando. Porém, meu sorriso durou pouco tempo.

Carolline, rapidamente, buscou um pedaço de árvore e deitou-se em cima de Leana. Pedaço de árvore? Parecia uma… Uma estaca de madeira.

Meus olhos se arregalaram, olhei para os lados. Precisava pensar rápido.


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Queria agradecer a recomendação da minha querida leitora JuliaRadke, agora que eu vi. *-*

Julia, obrigada de coração por ter tido a paciencia de ler essa fic até agora, e eu tento me esforçar o máximo pra divertir todos vocês que estão lendo com as minhas histórias. :3

São graças à todos vocês, que eu continuo escrevendo. Isso me incentiva, ver que alguém gosta das minhas fanfics e do jeito que eu escrevo.

Eu tento o máximo possível escrever os capítulos para postá-los todos os dias, ou, pelo menos, dois ou três por semana, para não deixar vocês esperando muito tempo, por que eu sei como é chato ficar esperando alguma coisa, por que, afinal, a vida é uma espera, e isso cansa demais! HAHAHA.

Peguei um carinho muito grande por vocês, obrigada.


Com amor,

Denise Miranda.


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Notas finais do capítulo

Eai? Terceira parte já tá ficando pronta. HAHA