As cinco garotas viajaram por um bom tempo em uma carroça. Se quisessem chegar ao seu destino, teriam que viajar bastante. A prisão ficava a alguns quilômetros de Magnólia, portanto teriam que arrumar algum lugar pra ficar no meio do caminho.

O destino era a grande cidade de Patronos, uma grande capital comercial. Todo dia milhares de pessoas circulavam por lá, para comprar, vender, trocar, qualquer tipo de mercadorias existentes, desde lacrimas para funcionamento de objetos mágicos, roupas mágicas que combinavam sua estampa de acordo com suas outras peças de roupa até objetos mágicos pra arrumar a casa.

Porem, elas ainda não estavam em Patronos.

Bisca se encontrava na frente da carroça, guiando-a enquanto cantarolava alguma musica num ritmo country. Ela parou por um momento e murmurou:

“Eu falei pra irmos todas de cavalo, seria mais rápido, mas nããão... vamos de carroça, deixem a Bisca dirigir sozinha...”

E então voltou a cantarolar.

As cinco chegaram a uma pequena estalagem que ficava no meio da estrada, alugaram um quarto que seria o suficiente para as cinco e foram se hospedar e foram para seu quarto, carregando a pouca bagagem que haviam levado.

O quarto não era muito grande. Havia duas camas duplas e um colchão separado em um canto, uma mesa redonda com quatro cadeiras, um armário sem portas e com algumas divisórias para que se colocassem as malas e uma janela grande com vista para a entrada da pousada.

O céu se encontrava alaranjado, anunciando o pôr-do-sol. As meninas depositaram as malas as malas em cima da mesa e então fecharam a porta.

“Ai-ai... Eu estou quebrada...” disse Lucy enquanto se alongava, levantando os braços. “Ainda não estou acostumada a viagens muito longas, mesmo com todas essas missões.”

“Amanha tudo vai estar bem Lucy-san.” disse Mira. Ela havia se sentado em uma das cadeiras da mesa e apoiava o rosto com as mãos.

“Vamos ter que sair cedo amanha.” disse Erza. Seu corpo começou a brilhar e então, no lugar de sua habitual armadura e saia jeans, um pijama se materializou em seu corpo.

Erza estava preocupada. Jellal não parecia estar muito saudável quando apareceu para ela e também parecia estar usando toda sua força para enviar a ela aquela mensagem. Se demorasse muito, ele já poderia estar morto quando chegasse.

“Temos que traçar rapidamente um plano pra amanha e então ir dormir. Temos que estar preparadas pra tudo!”

“Erza-san! Eu tenho algumas idéias!” disse Levy “Temos a oportunidade perfeita para invadir a prisão amanha.”.

“Por que Levy?”

“Amanha, justamente em Patronos, vai haver um desfile real. Toda a segurança da redondeza vai focar justamente na proteção do rei, deixando a prisão desprotegida.”

“É por isso que podemos sempre contar com a Levy-chan!” disse Lucy.

“Só tem um problema, existe a possibilidade de que nada aconteça com o rei amanha, então depois do desfile, todos os guardas vão voltar a prisão.”

“E se estivermos lá, seremos todas pegas.” finalizou Bisca.

“Nesse caso, vamos precisar de alguém pra chamar a atenção dos guardas sem ser pega...”

“Eu vou.” Disse Mirajane “Minha magia é perfeita para essa situação. Alem disso, eu posso voar com o take-over completo, podendo fugir com mais facilidade dos guardas.”

“Mas Mira-chan! Vamos precisar da sua força dentro da prisão!” disse Lucy. “Tirando a Erza e a Bisca, eu e Levy-chan não somos muito fortes.”

“Não se preocupem.” Disse Mirajane. Um sorriso tranqüilizador se formou em seu rosto, fazendo com que a tensão na sala fosse quebrada. “Eu vou distraí-los de alguma maneira e, assim que eu fizer isso, vou ir direto para onde vocês estiverem.”

“Vamos contar com você Mira. Agora vamos todas dormir.” disse Erza.

As garotas trocaram de roupa, vestindo seus pijama e então indo deitar em suas camas. Lucy dividiu uma das camas com Levy, Mira dividiu a outra com Bisca e Erza dormiu no meio, em no colchão.

Erza estava muito cansada. Não havia dormido direito na noite passada. Assim que deitou na cama, foi como se seu corpo desligasse, dormindo profundamente, enquanto as outras meninas ainda conversavam.

Aquela sala escura apareceu novamente na mente de Erza. O cilindro de vidro continuava lá e o homem em seu interior se encontrava basicamente na mesma posição. A luz iluminava seu corpo que se encontrava muito magro, as unhas em suas mãos maiores do que o comum.

Era como se sua vida estivesse sendo drenada por aqueles tubos, fazendo com que ele enfraquecesse daquela maneira.

Um som de ferro sendo contorcido ecoou pela sala e então uma porta se abriu, fazendo com que um pouco mais de luz entrasse pela sala. Um homem não muito alto passou pela porta, andou ate o cilindro e começou a fita-lo.

“Você não parece muito bem, caro Jellal, parece fraco...” disse o homem. Logo após pronunciar essas palavras, o homem bateu no cilindro com se batesse em uma porta. “Não me deixe falando sozinho...” e então riu.

O homem não parecia muito velho. Devia ter a idade de Macao. Ele tinha cabelos pretos e lisos que davam formato ao seu rosto, usava óculos redondos que brilhavam com a pouca luz da sala e roupas parecidas com o uniforme dos magos que trabalham para o governo, porem, em suas costas, a palavra “prisão” se destacava.

“Seu corpo pode estar fraco, porem, seu poder mágico está longe de se esgotar. O homem que conseguiu absorver toda a energia do etherion e sobreviver ao processo! Não me surpreende você ter conseguido o titulo de mago santo...”

O homem continuava a falar com Jellal, mesmo com ele sendo incapaz de responder. Era como se ele se divertisse ao vê-lo preso naquele estado.

O homem se dirigiu a porta da saída novamente. Ele caminhava lentamente enquanto pronunciava as seguintes palavras:

“Seu poder mágico será meu. Pouco a pouco eu posso senti-lo crescendo dentro de mim. Até ele ser todo transferido, trate de não morrer.”

O homem saiu fechando a porta com um baque metálico, fazendo com que a sala escurecesse novamente.