Maybe escrita por BlueSupGirl


Capítulo 8
Sad Days




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Algumas vezes Jeevas me irritava também, mas ele sempre me compreendeu e sempre esteve ao meu lado, assim como Lawliet e Beyond. De certa forma Near era diferente de todos eles. Ele era irritantemente chato e ele não demonstrava absolutamente nada, e bem, nem que fosse uma brincadeira ninguém adivinharia. Eu estava em duvida, não sabia se eu gostava daquilo mas achava chato ou eu odiava aquilo e ponto final. Eu não sabia e eu sentia um certo medo de ficar sabendo o que eu realmente sentia...


Sad Days.


Acordei pela manhã com o barulho do Matt tropeçando e caindo no chão. O olhei e ele sorria abobalhado enquanto se levantava rapidamente. Pelo barulho que fez aquele sim devia ter sido o melhor tombo do mundo, eu devia ter acordado antes pra ter visto... Me levantei e saimos do quarto juntos. Near estavano sofá, sentado da mesma maneira de sempre. Matt me olhou e empurrou para o lado da sala, saindo correndo logo em seguida. O xinguei mentalmente e fui para perto do sofá, me sentando ao lado do Near.


–Posso falar com você?


–Se não for pra gritar comigo... - Engoli minha propria lingua pra não o xingar.


–Desculpa. - Ele me olhou, frio como sempre.


–Como?


–Eu já disse, desculpa Near! - O joguei no sofá e acabei ficando por cima do albino...


–-Cinco dias depois--

Matt continuava me zoando mesmo depois de cinco dias do ocorrido. A primeira vez e unicas vezes que Near demonstrou algo era quando tocavamos no assunto, ele conseguia ficar mais vermelho que eu, coitado, a culpa era do Matt de ter entrado na hora errada... Estava tudo quase que as mil maravilhas, L estava bem, mandava noticias todos os dias, nos deixando um pouco aliviados sobre isso. Beyond estava passando esses dias aqui em casa, na verdade ele ficava aqui até tarde depois ia pro apartamento dele. Matt nos zoava enquanto Beyond estava distraido ou havia saido. Near estava na mesma de sempre, mas era adoravel quando ele ficava vermelho com as brincadeiras de Matt... Hoje ainda não haviamos recebido nada de Lawliet, mas estavamos animados para o proximo telefonema. O de ontem havia sido bem cedo, ele estava demorando demais com isso. Então do nada a campainha tocou, Beyond correu para atender. Ficamos olhando ele, que estava imovel na porta. Então o vimos desabar, ali mesmo. Sai correndo para tentar não deixar ele cair por inteiro, Matt foi logo atrás de mim e Near somente olhava a situação. Beyond estava chorando, senti parte mim morrer. Eu já sabia o que era, mas tinha que perguntar.

–O que foi Beyond? - Minha voz saiu falha, eu não queria escutar. Por que eu perguntei!?

–O Lawliet...

–DESENROLA HOMEM! - Disse Matt já deseperado.

Ele se levantou e sorriu entre as lagrimas, me abraçando logo em seguida. Não consegui conter as lagrimas, e acabei chorando junto com ele. Matt também nos abraçou. Near continuava parado na cadeira, parecia ainda não ter entedido a situação. Me levantei e fui em direção ao Near, me sentando ao lado dele. Não sei a ficha dele caiu ou não, mas do mesmo jeito me aproximei e falei.

–Lawliet morreu, o assassino foi pego mas o matou antes de ir preso.

Os olhos dele se arregalaram. E ele me abraçou, me surpreendi com o ato. Ficamos assim por uns cinco minutos, até que os meninos vieram ficar junto conosco. Iriamos nos trocar, o corpo já estava na nossa cidade.


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Olhavamos o tumulo de Lawliet, não fizemos enterro nem nada. Somente o tumulo para um dos maiores detetive e amigos existentes. Matt e eu estavamos abraçados, afinal "irmãos" são para isso. Near estava somente olhando, ele não parecia muito abalado enquanto Beyond... Ele estava mal, MUITO mal. Estava ajoelhado na frente do tumulo aos soluços. O levantamos e levamos para casa, não podiamos fazer mais nada além disso. Matt colocou Beyond para dormir no quarto dele, Near ficaria no meu quarto como sempre. Entramos e Near me olhou.

–Como é?

–Hm? - Perguntei o olhando.

–Como é?

–O que?

–O que você tá sentindo.

–Como assim?

–Eu esqueci como é.

–Como assim?

–ESSE SENTIMENTO MIHAEL! Que coisa!

–Qual?

–A dor no coração, o sentimento de perda...

–Ahh. Não sabe o que é?

–Se eu to perguntando né.

–Como você não sabe? -Ele me olhou seco, okay, agora que eu percebi como estava sendo chato.

–Era uma coisa do meu pai. - Olhei-o, do que ele estava falando? - Eu tinha quatro anos...

Flashback On (Near's POV)

...Meu pai sempre foi assim comigo, era estranho o jeito que ele sempre me tratou. Ele era frio comigo, até parecia que ele sabia o que iria acontecer dois anos depois. Acabei me acostumando com os "Bom dia" vagos, os "Eu te amo" sem sentimento e coisas do tipo e acabei pegando o jeito dele. Alguns dias antes do "acontecimento" ele me falou: Algum dia você vai entender porque eu sou dessa maneira. Uma semana depois minha mãe me jogou para dentro do armario e me mandou ficar quieto, me trancando lá e jogando a chave por baixo da porta. Eu vi tudo pela persiana da porta. Os homens entrando, matando primeiro minha mãe e logo após meu pai, que antes de morrer olhou para o armario. Logo que aqueles assassinos sairam eu abri a porta e fiquei aos pés deles dois chorando, mas logo vi o que ele quis dizer. Me levantei e peguei os brinquedos no meu quarto, eu estava sujo do sangue deles. Me sentei aos pés da minha mãe e começei a brincar, tentando disfarçar a dor. Isso tudo foi o tempo de alguém ligar pra policia e eles chegarem. Os assassinos fugiram e não deixaram nenhuma pista. Eu fui pra um orfanato horrivel, se eu não escondesse meus sentimentos os garotos daquele lugar iriam fazer coisas horriveis comigo... E foi também por justa causa que eu fugi.

Flashback Off (Near's POV Off)

–É por isso que eu não demonstro nada. Eu me acostumei com a situação...

Eu não sabia o que fazer, se eu o abraçava ou se eu ficava ali na cama, em estado de choque. Novamente a frase do L veio a minha cabeça e então tudo realmente se encaixou. Minha mente funcionou, Near não era mais o vilão da história, mas sim o "pobre coitado que foi esfaqueado sem querer na rua". Eu estava tão feliz que as piadinhas mais inuteis passaram pela minha cabeça, então a felicidade foi embora quando o vi abaixar a cabeça. Escutei um soluço leve vindo dele, então eu vi uma pequena lagrima descer por seu rosto. Ele estava... Chorando? Me levantei abraçando-o.

–Near você...

–Quanto tempo isso não acontece... - Olhei-o enquanto ele soluçava e limpava as lagrimas.

–Calma. Você não chora ha muito tempo não é?

–Aham.

–Chora um pouco, coloca tudo pra fora. Naquele dia que você foi na casa do L com ele, o que aconteceu?

–Nós viramos... Amigos. Ele me escutou, me ajudou e tudo mais. É por isso que eu to triste...

–Eu acho que não é só isso...

–Hm?

–Pra você chorar agora depois de tanto tempo deve ter algo mais te incomodando...

–O que aconteceu com o Lawliet foi o principal mas... Eu fiquei meio mal porque você gritou comigo por causa daquilo. E porque vocês esconderam o que podia acontecer com ele.

–Você sabe que eu sou meio explosivo.

–Meio? - Ele riu entre as lagrimas. Segunda do dia, só falta ele perder o controle e me socar aqui e agora.

–Você três nunca vão parar com isso?

–É legal te zoar.

–Obrigado Near. Ta mais calmo?

–Sim.

–Então se sente no seu colchão que eu vou pegar um copo d' água pra você.


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