Ponto de Vista: 3ª pessoa.

O lugar que antes era seu lar, agora é apenas o cenário de lembranças ruins, e sem ter forças para ficar mais tempo ali Percy levanta-se da árvore, onde estava encostado decidido resolve que hoje mesmo ele iria embora dali.

Foi até o chalé e tirou tudo que tinha guardado lá, ao longo desses anos, roupas e outros objetos eram jogados em uma mala qualquer, até que um porta retrato chamou atenção do mesmo, ali havia uma foto dele e de Annabeth, guiado pela raiva o jogou no chão fazendo com que o barulho chamasse a atenção de Quíron que passava não muito longe dali.

– Percy! – o garoto de dentro do chalé ouviu ser chamado enquanto batiam na porta.

– O que é? – respondeu abrindo a porta bruscamente com a mala já em mãos preparado para ir.

– Aonde vai? O verão não acabou ainda, só tem permissão para ir ao final deste.

– Pra mim sim. Não agüento mais ficar nesse lugar – falou saindo rapidamente, dando as costas para Quíron que ficou lá parado sem entender nada.

– Quíron o que houve? – perguntou Grover, vindo de dentro da floresta.

– Percy, foi embora. Só não entendo porque, mas acho que ele sabe o que faz. – respondeu olhando para frente, onde se via distante Percy saindo das fronteiras.

– Mas por quê? O que houve? Estou indo lá. – falou Grover, correndo atrás de seu amigo. – Percy! Percy! Espere! – chamava ele já sem fôlego.

– Fala logo, quero sair o mais rápido possível daqui. – respondeu Percy rudemente, deixando Grover muito confuso, ele nunca me tratou assim, pensava ele.

– O que está fazendo você ir embora assim? E o que está havendo com você? Nunca falou desse jeito com ninguém.

– Estou falando agora. Estou indo embora porque quero, e não se meta onde não é chamado. Vai lá namorar sua árvore. – respondeu irritado, terminando de descer a colina, agora correndo, meio em dúvida do que fazer, sabia que tinha que ir para New York, só não sabia como.

De repente lembrou-se de algo, procurou rapidamente na sua mochila, e encontrou um saco com algumas dracmas de ouro e outras coisas próprias para semideuses.

– Stêthi Ô hàrma diabolês – gritou enquanto atirava uma dracma, que em vez de cair no asfalto, afundou, bem no lugar onde desaparecerá o asfalto escureceu e borbulhava um líquido vermelho sangue, de repente se transformou em um carro, um taxi cinza-escuro parecido com fumaça.

A janela do passageiro se abriu e uma velha senhora pôs a cabeça para fora, Percy, simplesmente entrou no carro sem dizer nada, além do endereço de sua mãe. O carro corria pelas movimentadas ruas de New York, mas Percy não estava se importando, quando chegaram ao prédio, ele saiu jogando algumas dracmas sobre o banco e entrou no prédio.

– Boa Noite, Senhor Jackson. – cumprimentou o porteiro, recebendo apenas o silêncio como resposta, Percy subiu até o apartamento que morava junto com sua mãe e Paul e já chegou abrindo a porta e abraçando sua mãe que estava ali perto, deixando algumas poucas lágrimas caírem de seus olhos.

– Percy, meu filho o que está havendo? Não chora por favor o que houve? – perguntava Sally já desesperada, era horrível ver filho assim, ainda mais ele que aguentou muito coisa sem reclamar e de repente desaba desse jeito.

– Vou dormir um pouco depois falo com a senhora. – respondeu com uma voz mais calma, a presença de sua mãe o acalmava.

– Está bem, amanhã agente conversa. - falou Sally olhando preocupada para o filho que subia as escadas até seu quarto.

Acordou tarde da noite, a única luz dentro de casa era a da cozinha, Percy não tinha comido nada desde o almoço então resolveu ir comer algo, mas não foi fácil sua mãe estava arrumando algo no armário e assim que o viu, pediu explicações pelo fato dele está em casa antes das férias terminarem, então ele contou toda história para ela.

– A escolha é sua, se você acha melhor não voltar pra lá, então que assim seja. – falou ela colocando um pedaço de torta na frente dele. – Coma, deve estar com fome.

– Obrigada, mãe. Sabe eu estava pensando em começar ver as coisas para a universidade.

– Como é? – perguntou Sally olhando confusa para o filho, seu menino nunca falaria algo assim. – Você quer fazer faculdade?

– Pessoas normais não fazem faculdade? – perguntou e sua mãe assentiu. – Então quero me afastar desse mundo, quero fazer faculdade como qualquer pessoa normal.

– Claro meu filho, amanhã mesmo agente começa a resolver isso.

Na manhã seguinte, eles pesquisaram sobre faculdade onde Percy poderia fazer Direito, já que era a única coisa que interessava a Percy, defender as pessoas, mandaram cartas de inscrições para várias universidades. Percy sabia que seria difícil entrar em alguma delas, já que seu histórico escolar, como podemos dizer... era um pouquinho grande demais, já que o mesmo tinha freqüentado milhões de escolas e sido expulso de todas elas.

De todas as cartas de inscrição foi aceito em apenas uma das 15 universidades, claro que Paul estava por trás disso, mas é algo que Percy não precisa saber. O lado bom de ser aceito era que poderia enfim fazer a faculdade e o ruim a faculdade ficava na Inglaterra.

Ele queria ir, mas sua mãe fazia de tudo para que ele não fosse. Ela tentou tanto que resolveu procurar Poseidon, alguém tinha que fazer esse garoto ficar, ele não poderia ir pra outro continente não o seu menininho. Foi até a praia onde se conheceram e esperou, de algum jeito ela sabia que ele iria lá, ela estava certa, mais tarde um pouquinho Poseidon apareceu na praia e foi falar com ela.

– Sally, como ele está? – perguntou sentando-se ao lado.

– Ele está bem, mas resolveu que quer ir pra faculdade. Eu não sei o que fazer. – falou ela já em um tom desesperado.

– Mas o que tem de ruim, em ele ir pra faculdade? – perguntou Poseidon dessa vez curioso.

– A faculdade fica na Europa, não quero meu filho longe de mim. Por favor fala com ele. – pediu ela olhando para ele, vendo como os dois eram parecidos.

– Posso tentar falar, só que ele é teimoso demais. Acho que o melhor a se fazer é deixa-ló ir , não é como se ele não fosse voltar nunca mais.

– Pode ser, mas tente pelo menos falar com ele.

– Vou tentar sim, vou agora mesmo. – falou ele saindo em uma fumaça meio azul esverdeada, Sally pegou seu carro e voltou pra casa, chegando lá já encontrou Poseidon e Percy na sala conversando e pela conversa parecia que ele não tinha conseguido fazer o menino ficar.

–É isso mesmo que você quer? – perguntava novamente Poseidon preocupado, Percy era seu único filho semideus, e claro Poseidon tinha uma preferência.

– Pai, eu quero ir. Quanto mais longe daqui melhor quero me afastar desse mundo um pouco. – perguntou Percy, sentindo-se envergonhado por dizer ao seu pai que queria ficar longe do mundo a qual ele fazia parte.

– Então tudo bem. Vou dar uma olhada e arranjarei uma casa pra você ficar por lá, enquanto tiver estudando.

– Ah eu quero um lugar com piscina. – falou Percy, fazendo Poseidon e Sally que tinha acabado de chegar rirem

– Ta bom, um lugar com piscina.

Os meses passaram rapidamente e chegou o dia de que Percy teria que ir ao porto, iria de navio. Por que obviamente ele não podia ir por ar. Poseidon tinha arranjado uma casa para Percy (com piscina), em uma cidade vizinha aonde era a Universidade.

– Sentirei sua falta mãe.

– Também meu filho. – falou Sally enquanto abraçava fortemente seu filho.

Os dias de viagem passaram rapidamente para Percy e logo ele chegava ao seu destino. Fez uma pequena viagem até a casa que seu pai tinha comprado e se instalou no próximo dia iria até a universidade para resolver as coisas antes do começo das aulas.