Bitter Revenge escrita por Fadaf


Capítulo 2
Capítulo Dois - The World Is Ugly




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Eles queimaram a casa da Marie.

Simplesmente riscaram um fósforo e incineraram a casa dela, com a família toda lá dentro.

Depois pegaram suas motos sinistras com crânios e foram embora, deixando para trás aquela sensação de medo e o desespero.

Alguns até tentaram salvar a Marie e sua família, mas só acabaram queimados. Bando de idiotas.

Eu fui uma das que ficaram olhando com desprezo.

Em Newsletter, quem não se importa sobrevive.

Fechei a cortina, evitando assim que a luz das chamas alaranjadas iluminassem a sala onde todos dormiam.

Alois e Ciel estavam no berço compartilhado, dormindo tranquilamente, seus rostinhos angelicais e serenos. Big D e Reggie escolheram o canto perto da lareira, longe de mim e de minha mãe, que deve ter dormido no canto.

O garoto sem-nome estava encolhido como uma bola perto do meu sofá poeirento, roncando levemente.

Eu ia deixá-los ficar mais um pouco e depois expulsá-los. Ainda não tinha certeza de que os Mansion tinham de fato ido, apesar de suas motos não estarem mais ali fora.

Mas os Mansion sempre fazem isso. Castigam as pessoas que covardemente se esconderam deles em suas casas que parecem tanques de guerra.

Andei pela pequena sala até a mesa no outro lado e peguei a faca de cortar carne. Era grande, afiada e letal.

Olhei para minha mãe, os pensamentos obscuros dominando minha mente.

Eu não tinha culpa de estar viva quando devia estar morta. Não tinha culpa de ter acordado no necrotério pedindo uma bebida quente.

Eu não sabia o que tinha acontecido, mas eu simplesmente deixei de ser Helena Carmem Oshiro. Agora é só Helen.

Helen, com pensamentos de vingança em relação a mãe. Helen, que sente uma vontade enorme de matar a maioria de pessoas aqui de Newsletter. Helen, apenas Helen.

Suspirei, e coloquei a faca de volta na mesa, virando-me. o garoto sem-nome tinha acordado, estava me observando atentamente.

– O quê? - perguntei rispidamente.

Ele apenas deu de ombros.

– Você é esquisita. - falou, passando as mãos no cabelo e bocejando em seguida.

– Fale-me de alguém normal por aqui, jovem cidadão. - debochei, colocando as mãos na cintura. - Ou será que o jovem cidadão se acha bom demais para os malucos de Newsletter?

Ele riu, alto, fiquei com medo dele acordar alguém, mas todos continuaram em seu sono.

– Acho que é o contrário, minha jovem. Você é a única de nós que acha que não devia estar aqui. - ele falou, levantando, as mãos ainda no cabelo castanho.

Seu corpo era esbelto e magro, mas possuia músculos que era difícil ignorar, e com muito autocontrole eu consegui.

– Mortos não dormem. - falou, os olhos escuros me fitando com um certo tipo de desejo assassino.

Não falei nada, mas minha garganta fechou.

– Os mortos não dormem. - ele repetiu, aproximando-se. Fiquei em posição de ataque, pronta para o caso dele querer começar a brigar.

– Helen Oshiro está morta. - ele cantarolou, aproximando-se rápido demais, mas apenas para pegar uma mecha de meu cabelo cacheado.

Enrolou-o no dedo, sorrindo como se soubesse de um segredo que eu desconhecia.

– Você é muito louco. - falei, começando a sentir o nervosismo em meu estômago. Minhas voz saiu trêmula. - Como posso estar morta? Acha que sou algum tipo de ilusão de ótica, jovem cidadão?

– Chad. Meu nome é Chad. - falou, puxando a mecha de meu cabelo com mais força. - Os mortos não dormem.

– Você já falou isso. - eu disse, tentando empurrá-lo para longe de mim sem sucesso.

De repente, ele agarrou meus pulsos, o rosto a centímetros do meu.

– Quero sua ajuda. - falou, dando enfâse em cada palavra.

– Não devo nada a você. - respondi, sem deixar transparecer o medo que se formou dentro de mim.

O garoto sem-nome; Chad, nunca tinha ouvido falar dele.

Ele simplesmente surgiu na gangue de Derick um dia.

– Não ligo, não foi um pedido. - ele soltou meu pulso esquerdo, passando o braço ao redor de mim.

– Não te obedeço.

Ele riu, o desejo assassino de volta a seus olhos. Tinha uma pitada de loucura ali e outra coisa que eu não entendia o que era.

A faca estava em sua mão.

Ele saiu de perto de mim, aproximando-se do berço.

– Não... - falei, mas a palavra ficou presa na garganta.

Ele tirou Ciel do berço, a faca dançando sobre a pele de meu irmãozinho.

– Prometa que me ajudará, ou tiro um dos olhos dele. - o garoto ameaçou, a faca agora a milimetros do olho esquerdo de meu irmão.

Eu olhei, sem saber o que fazer, o choque havia me tomado.

Estiquei a mão, pronta para falar sim, mas alguém começou a berrar. Minha mãe.

– Merda, Big D, era para deixá-la dormir por mais um tempo. - o garoto gritou, e meu coração quase começou a bater de novo quando a faca atingiu o olho de meu irmão. - Opa.

Ciel começou a chorar tão alto que acordou Alois, e eu corri para perto do berço. Ouvi o som de um tapa e minha mãe se calou.

– Prometa. - falou Chad de novo, a faca apontando para mim agora.

Comprimi meus lábios e olhei para Ciel em seus braços, o sangue escorrendo pelo seu rosto que a minutos estava tão sereno.

– Reggie, cuide do outro. - disse Chad.

Reggie se levantou, como se nem estivesse dormindo antes, e pegou Alois no colo. Olhou para o fogo e sorriu.

– NÃO! - gritei, agarrando Reggie antes de ele jogar Alois. - EU PROMETO, EU JURO, POR FAVOR...

Chad sorriu, como se tivesse ganho uma aposta, e passou a mão no rosto de Ciel, que parou de chorar.

– Diga-me, Helen, o que é mais perigoso do que loucos problemáticos? - perguntou Chad, dando-me Ciel.

Não tive coragem de olhar para Ciel, para o rosto angelical que agora estava sem um dos olhos.

– Não sei. - respondi, mas Chad não ia dar a resposta. Estava brincando comigo.

Big D e Reggie se colocaram ao seu lado.

– Vamos. - Chad falou, esperando eu levantar. - Leve-os também, vão ser útil.

– Para onde? - perguntei e eu não ia me mover até que ganhasse uma resposta.

Chad sorriu com ironia, aproximou-se novamente. Com um único golpe, fez um corte em minha bochecha.

– Querida Helen, vamos matar os Mansion. Coisa de louco, não? - ele disse, abrindo a porta de minha casa e saindo.

Eu o segui, com meus irmãos no colo, sentindo a pior parte de meu coração tomando poder.

Lá atrás, na porta da minha casa, ouvi minha mãe repetir as palavras de Chad:

– Os mortos não dormem, Helen.




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