Bitter Revenge escrita por Fadaf


Capítulo 10
Capítulo Dez - I Don't Love You




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/182455/chapter/10

– Seu maldito. - falei, olhando com toda a raiva que possuia para Samuel.

Nesse momento, toda a sua fisionomia me irritava. Eu estava com um sentimento dentro de mim que transpassava o ódio, e quando apertei com mais força a kunai em minha mão, pude sentir meu próprio sangue escorrendo.

– Não precisa se refrear tanto. - disse Sam, olhando minha mão, o sangue que aos poucos saiam. - Ficará mais doente assim, querida.

– Como se ligasse. - cuspi as palavras, minha visão já meio embaçada.

Eu sabia que esse sentimento mais profundo que o ódio não era apenas por causa da morte de Reggie. Era por tudo, por tudo que aquele Mansion tinha feito. Eu já tinha aguentado demais.

– Aí que você se engana, meu amor. Eu sou totalmente ligado a você. - ele deu um passo pra frente, passando a mão pelo brinco em sua orelha. - Você é meu ideal, Helen, tudo em você me agrada.

– Pare com isso, seu rídiculo. - falei, dando um passo pra trás, me sentindo cada vez mais encurralada. - Nós sabemos que eu não vou acreditar em nada disso.

– Pouco me importa se acredita ou não. - Sam diz. dando de ombros. Deu mais um passo em minha direção. - Ideal, você é ideal. Tem tanto ódio dentro de si, um ódio tão magnifico que fico cheio de tesão só de pensar nisso.

Avaliei suas palavras, mas ainda estava em alerta. Seu monologo estava tomando um rumo que eu não queria saber o final. Precisava sair do quarto. Precisava chegar na cozinha e pegar uma faca comprida e afiada. Precisa enfiar essa faca no peito de Sam.

– Nâo conseguirá, Helen. Eu esperei e planejei muito por isso, nenhuma rota de fuga existe. - ele falou, como se lesse meus pensamentos. - Agora, somos só eu e você.

O jeito que ele falou que aquilo, o modo que me olhou dizia tudo.

– Fi... Fique longe de mim. - falei, apontando a kunai ensanguentada pra ele, mas eu sabia que seria inútil.

– Oh, Helen, você não pode ficar com medo. A graça vai toda embora. - ele disse e se aproximou do cadáver de Reggie, ajoelhando-se perto do corpo. - Pergunto-me se Big D será o próximo nesse estado.

Congelei. Big D já havia se tornado uma pessoa importante para mim, apesar dos pesares. Era mais uma das minhas crianças, e eu precisa proteger ele.

– O que acha, Helen? Matar, mutilar, esquartejar... Palavras atraentes, não? - ele continuou, o olhar um pouco maníaco agora, e passou a kunai no rosto de Reggie. - A morte em si não é bonita, mas o liquido vermelho que escorre dela é.

– A morte em si é bonita. - falei, tentando não gaguejar ou tremer. - Porém triste. Ela não tem cor, as cores todas morreram junto com o corpo. Nâo podemos manchar a morte.

– E se eu quiser manchar, Helen? Quem vai me impedir? - ele olhou pra mim sobre o ombro, claramente debochando de mim.

Respirei fundo e deixei todo o medo sair de mim nessa respiração. Podia acontecer qualquer coisa agora, mas o prazer de ver com medo Sam não teria.

– Se quiser manchar a morte, terá que se ajustar com ela depois. - coloquei a mão na cintura, em um gesto de ousadia. - Da morte ninguém escapa, Sam, principalmente quem a derrespeita.

Sam riu baixo por alguns minutos e em seguida se levanta.

– Aí está ela. A impertinente, ousada, mórbida e insolente Helen. - ele falou, e mais rápido do que consegui fugir, ele me segurava em seus braços.

– ME SOLTE! - gritei, na esperança que alguém viesse ao meu socorro.

Quando fui que fiquei tão dependente? Não, não era dependência. Eu sabia que não podia contra Sam, não sozinha.

– Desista, boneca. As crianças estão dormindo profundamente com a porta fechada e Big D está com elas. Chad está lá fora pegando lenha e vai demorar um pouco. Reggie está morto.

MInha garganta fechou na medida que Sam me puxava mais para perto. Eu conhecia isso, imagens borradas me vinham a cabeça e me causavam náusea, eu queria fugir.

– Você está suada, Helen. Acho que devemos tirar sua roupa. - ele falou, porém não esperou eu concordar.

A camisola grossa tinha virado apenas um tecido rasgado no chão. Eu estava doente e vulnerável como nunca havia estado antes. E estava com muito medo.

Tentei me esconder com as mãos, porém ele havia me prensado contra a mesa que tinha no quarto. Ele cheirou meu cabelo e sussurrou em meu ouvido:

– Só vai doer um pouquinho, Helen.

E eu resolvi fechar os olhos até que tudo passasse.

***

" 'Ela havia trazido mais um para dentro de casa. Ciel e Alois estavam assustados, mas conseguiram dormir depois de algumas histórias. Será que essa mulher não vê aonde essa profanidade está nos levando?'

Parei de escrever em meu diário assim que os gemidos do quarto ao lado começaram. Toda noite era um diferente.

Olhei para Ciel e Alois, que dormiam com tampões nos ouvidos em minha cama. Pelo menos eles não seriam afetados.

Ia recomeçar a escrever quando a porta de meu quarto se abriu. Eu tinha esquecido de trancar!

Prendi a respiração, pois dessa vez ela não tinha trazido apenas um, mas dois. DOIS, pelo amor de Deus.

– Onde fica a cozinha, menina? - perguntou o sujeito que tinha apenas colocado a cabeça pra dentro. Não respondi, apenas fiquei parada sentindo meu coração martelar incessantemente contra meu peito. - Está tudo bem com você?

Engoli em seco, e me obriguei a responder.

– L-lá embaixo, senhor.

Ele se demorou alguns minutos, talvez pensando sobre algo enquanto olhava meu quarto. Finalmente suspirou e disse:

– Uma menina boazinha como você com uma mãe dessas. Espero que Deus te abençoe, criança. - e saiu, fechando a porta com um suave click.

– Eu também espero, senhor. - murmurei, antes de levantar para trancar a porta."

***

Eu estava deitada sobre uma mesa quebrada. Meu corpo doia em lugares que eu nem sabia que existiam. Eu podia sentir o cheiro de sangue, que preenchia aquele quarto.

Eu não conseguia me mexer, estava dificil respirar. A morte seria bem vinda naquele momento.

"Mas você já está morta, Helen."

Foda-se, me mate de novo. Só quero que a dor acabe.

Fiquei um tempo deitada até ouvir zunidos, provavelmente de moscas. Forcei-me a sentar, e uma grande dor tirou meu folêgo.

Inspirei e soltei o ar, olhando o cadáver de Reggie em seguida.

– Não conte a ninguém, ok? - falei, tentando puxar algum humor para mim, porém me sentindo pior.

Eu tinha que me livrar daquele corpo e em seguida tomar um banho demorado. Mas eu sabia que a sujeira não ia sair tão fácil assim.

Tirei meu cabelo do rosto e limpei as lágrimas ainda presentes. Ser forte. Eu precisava ser forte.

Peguei um roupão e o vesti, apertando bem a corda. Em seguida, olhei o corpo de Reggie e decidi empurrá-lo pela enorme janela no outro extremo do quarto.

Ainda bem que era uma janela baixa, porque içar seu corpo naquela minima altura havia me drenado mais do que eu pensei. Porém eu estava quase agindo no automático, seguindo ordens mentais que eu impunha para mim mesma.

"Agora vai tomar banho, Helen."

Entrei no banheiro, jogando o roupão para o lado e abrindo a torneira. Entrei direto na ducha, sendo recebida pela água gelada.

Com a visão menos embaçada, reparei nos diversos hematomas e arranhões que estariam piores de manhã. Fiquei embaixo da água sem mover um músculo até que a porta se abrindo me fez dar um salto.

Seria ele de novo?

– Helen?

– Chad? - perguntei, não tendo certeza. Surpreendi-me de como minha voz soava trêmula e ele também percebeu.

Chad abriu a porta e parou assim que me viu. Eu olhei pra baixo, para a água que estava manchada de vermelho.

– Meu Deus.... - ouvi ele dizer, antes de dar mais alguns passos e me abraçar. - Helen, o que aconteceu?

Eu queria contar, estava em uma necessidade urgente para contar, porém a ameaça feita entre gemidos de dor e prazer me impedia.

– Reggie me atacou. Eu matei ele. - menti, sentindo lágrimas em meus olhos, porém eu não deixaria elas escorrerem.

Chad não disse nada, apenas assentiu, e me ajudou a tomar banho. Não sei porque, mas com Chad eu não sentia nenhum pudor, nenhuma necessidade extrema de fuga. Não mais, pelo menos.

Quando estava deitada novamente, em uma cama com lençois novinhos e limpos, a voz de Sam veio a minha mente.

"Muito bem, Helen. Não contou. Dessa vez, eu pouparei seus irmãos e Big D."

E fechei os olhos, entrando em um mundo onde a cor vermelha predominava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, eu gostei desse capítulo :3
Não sei se reparam, mas a Helen está mudando muito, assim como os demais personagens.
Enfim, mandem reviews, por favor. :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bitter Revenge" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.