Bitter Revenge escrita por Fadaf


Capítulo 9
Capítulo Nove - Bury Me In Black


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Mais um capítulo para vocês. Se algo está desagradando vocês, não hesitem em me falar. :3



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Eu odiava ficar doente.

Não que eu ficasse muito quando morava em Newsletter, porém quando eu conseguia ficar, era horrível.

Eu tinha febre alta, dores no corpo, parecia que eu ia morrer.~

E não tinha ninguém para cuidar de mim, já que minha mãe era louca e meus irmãos, pequenos. Então, mesmo doente, eu tinha que nos sustentar.

Porém, eu estava agora, pela primeira vez, sendo cuidada por alguém que, digamos, eu nunca esperaria.

Eu nunca iria imaginar que Chad pudesse ser tão delicado e cuidadoso. Ele deixava Ciel e Alois entrarem no quarto e, com uma voz doce, dava instruções para eles, como pegar uma tigela de água ou um pano.

Em meu estado, eu deixava Chad fazer tudo sem reclamar. Mas não conseguia distinguir se o que ele fazia era apenas uma ilusão causada pela febre ou algo que de fato aconteceu.

E ainda tinha os momentos em que eu dormia e tinha pesadelos horríveis, com Alois e Ciel, minha mãe, Chad....

Não era algo que eu gostava.

Mas, depois de alguns dias, a febre foi abaixando e eu já conseguia me sentar sem ver minha visão ficar negra.

Chad começou a voltar ao seu antigo eu, aquele que eu tinha me acostumado, e eu quase agradeci por ele ter deixado de ser tão amável. Era simplesmente estranho.

– Helen, querida, em pouco tempo, traçaremos uma rota. - disse Chad, um dia, interrompendo minha leitura.

– Uma rota? - perguntei, minha voz ainda muito rouca.

– É, uma rota. Sam está maluco para sairmos daqui. - ele disse, e eu pude perceber um tom contido de ira em sua voz.

– Ele acha que está no controle, h,? - perguntei, contendo o riso na garganta.

Chad deu uma bufada e se levantou, andando até meu lado. Serviu-se de um bule de chá que estava presente 24h por dia ao meu lado, embora eu nunca visse quem levava o chá quando este acabava e trazia o bulé cheinho.

– Não existem dois líderes, Helen querida. - ele falou, sentando-se na beirada da cama. - O que está lendo?

– A história de Newsletter. - respondi, impressionada por sua aproximidade não me incomodar mais tanto assim.

Na verdade, eu até achava reconfortante. Chad era um ótimo escudo entre eu e Samuel.

– E o que leu até agora? - ele perguntou, levando a xícara aos lábios.

– Que a cidade foi construída praticamente para expulsar os loucos da sociedade "normal". Todos que tivessem problemas mentais iriam para lá. E tem os Mansion, os sociopatas e psicopatas, divididos em um prédio diferente. Mas houve algum erro no sistema e o controle de Newsletter fugiu das mãos das pessoas "normais". Então fomos abandonados a nossa própria sorte.

Chad abriu um sorriso, pegando distraidamente uma mecha do meu cabelo.

– Somos os pobres coitados. - ele disse, e eu apenas afirmei com a cabeça. - Por isso quero sair.

– Para quê? - perguntei, levantando a cabeça para encontrar seus olhos, de um castanho intenso.

Ele me fitou sem dizer nada por alguns minutos, até que sorriu, daquele jeito bem maléfico, e disse:

– Eu teria que te matar se soubesse, Helen.

***

Horas depois que Chad foi embora, eu ainda estava na minha cama, pensando, quando ouço alguém entrar no quarto.

– Quem é? - pergunto para o vulto que se movia cambaleante até mim.

– He... leeeeeeen...

A voz era arrastada e grossa, e eu a tinha ouvido poucas vezes, mas o suficiente para ficar na memória.

– Reggie? - perguntei, hesitante. Que droga, não era do meu fetio sentir medo. Eu não podia sentir.

– Helen... - o vulto se aproximou e, pela fraca luz da lua que entrava pela janela, eu podia ver que sim, era o Reggie.

Mas o que tinha acontecido com ele?

Ele estava muito mais cadavérico e seus cabelos, mais sujos. Parecia que não tomava banho fazia séculos. E ele não usava seu casaco de mangas compridas, então eu podia ver direitinho seu braço esquerdo todo deformado.

Eu me levantei, rápido demais, e logo a tontura me invadiu. Eu não estava cem por cento ainda. Segurei-me na cabeceira da cama até a escuridão em minha visão sumir.

– Reggie, o que houve, você... - as palavras morreram em meus lábios ao ver Reggie no chão, em uma posição fetal.

Ele estava tremendo muito, e pela luz eu podia ver que suas pupilas estavam muito dilatadas. Eu percebi que ele não teria muito tempo.

– Por que veio até mim? - perguntei, desesperada, nunca me sentindo tão inútil quanto agora.

A verdade era que eu não me importava que ele morresse, desde que eu tivesse tentado alguma coisa para impedir. E eu não podia impedir, eu sabia disso. A morte chega e te leva, simples assim.

Ele parecia estar fazendo muito esforço para se manter vivo e eu me perguntei porque ele não se deixava levar logo. Então, ele agarrou na barra da camisola que eu usava e me puxou, até eu cair de joelhos.

– Helen.... - ele falou, mas não focava em mim. Ele estava tremendo tanto que eu temia que estivesse tendo uma convulsão. - Cui... Da... Cuidado... Com...

Ele tossiu, uma, duas vezes, e aquele som de líquido preso na garganta ressou em meus ouvidos.

– Cuidado com o que? - perguntei, querendo que ele terminasse, que se agarrasse ao que lhe restava de vida para eu sobreviver.

– Com.... Ele, Helen. - Reggie disse, e tossiu mais uma vez, dessa vez espirrando sangue na minha camisola.

– Quem? Quem? - eu estava quase berrando.

Então, algo passou zunindo por cima do meu ombro e Reggie arregalou os olhos. Rapidamente, sua camisa começou a ficar manchada na parte esquerda do ombro de um líquido vermelho e isso era tudo que Reggie precisava para morrer.

Eu não me virei, não precisava adivinhar quem estava parado ali, com um possível sorriso cínico no rosto. Arranquei a kunai do ombro de Reggie e me virei com raiva e ódio para trás.

– Engraçado como os viciados morrem rápido, não é? - disse Samuel, com outra kunai em sua mão, sorrindo como eu sabia que ele estava.


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Notas finais do capítulo

Reviews, por favor U_U
OBS: Uma kunai é aquela faca com argola no final, vista em Naruto e pans. ( é a melhor explicação qeu posso dar e_e')



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