Não me dei ao trabalho de responder e o puxei pra um beijo violento, descontando tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Dane-se o Taylor. Se ele não estava sentindo a minha falta, porque eu deveria sentir a dele?

Josh retribuiu o beijo de uma forma inesperada pra mim, mas se separou rapidamente como se estivesse desconfiado do porquê de eu ter feito aquilo.

– O que você quer, Hay?

Eu só olhei pra baixo, balançando a cabeça.

– Só me ajuda a te entender, porque fica meio difícil ter que fazer isso sozinho.

Eu não estava ouvindo-o direito. Não conseguia tirar os olhos de Taylor, que agora também olhava pra mim. Ele fez aquilo pra me provocar também, então? Era esse o ponto?

– Ah – disse Josh, seguindo meu olhar. – Já entendi. E eu por um momento ainda pensei que você realmente se importava comigo – ele bufou. – Mas saiba que eu não vou ser uma marionete sua, Hayley. Não mais – ele disse, levantando bruscamente da mesa.

Perfeito, era tudo o que eu precisava agora. Me sentia uma inútil ali, sentada naquela mesa sozinha e com os olhos transbordando. Fiquei alguns minutos (ou horas) sentada ali, então decidi usar o resto da dignidade que eu ainda tinha pra levantar e sair andando decentemente dali, não vendo Taylor no estabelecimento enquanto me dirigia a porta. Quando tive certeza que estava longe o bastante do local, deixei as lágrimas em meus olhos escaparem de uma vez.

Que idiota eu era. Nunca devia ter reagido daquela forma infantil. Mas, como de praxe, minha impulsividade sempre falava mais alto. Eu tinha magoado a Taylor e a Josh. Minha vida não podia ficar melhor, podia?

Andando com passos lentos, finalmente cheguei em casa, mas tive uma surpresa bem na porta do meu prédio.

Taylor estava lá, sentando e tocando em seu violão a introdução de My Heart. A música chegou na parte em que eu devia cantar, então eu o fiz.

I am finding out that maybe I was wrong.

Taylor não havia me notado e me olhou surpreso, ao mesmo tempo mantendo a expressão indecifrável.

That I’ve fallen down and I can’t do this alone.

Stay with me, this is what I need, please?

Ele parou de tocar e olhou tão fundo em meus olhos que eu me senti constrangida.

– Ok Taylor, só me explica quem é... Quem é aquela garota que tava com você lá na sorveteria. – agora eu encarava o chão.

– Ah, então você viu? Hayley, ela é namorada do meu irmão. Eu nem sei porque ela fez isso, e eu não deixaria, seria errado fazer isso com o Justin. Eu fui pego de surpresa e...

– Tá, e por que eu deveria acreditar, Taylor? Por que eu deveria acreditar que não foi você que a beijou quando você não acreditou que não fui eu que beijei o Josh aquele dia em meu apartamento?

Ele ficou um tempinho em silêncio. – Olha, me desculpa. Eu errei. Eu devia ter confiado em você. – ele agora encarava o chão. – Mas e o Josh? Você tava lá com el...

– Na verdade – eu o interrompi – Eu só fiz aquilo pra... Meio que pra... Dar o troco – corei completamente, pela forma como essa frase soava ridícula.

– Hummm, acho que você também me deve algo.

– É, eu sei. Eu também deveria ter confiado em você. Desculpa.

Ele respirou fundo, largando o violão e me puxando pro seu peito em um abraço apertado.

– De verdade, me desculpa por tudo, Tay. Por tudo mesmo, por ser uma idiota, e por ser uma tola de quase te perder.

– Você nunca chegou nem perto de me perder, Hayles. Minha vida ficaria completamente sem sentido...

Olhei pra cima, dando de cara com aqueles lindos olhos castanhos brilhando. Ele puxou meu rosto mais pra perto, finalmente me beijando. Ah, como eu sentia falta disso... Como eu sentia falta dele. Daqueles braços, daqueles lábios nos meus.

Recostei a cabeça novamente em seu peito. – Me promete que não vamos mais brigar tanto?

Ele consentiu com a cabeça. – Brigar não vale a pena se eu tiver que ficar todo esse tempo longe de você.

E era disso que eu mais sentia falta, o jeito que ele sempre era carinhoso e falava as coisas mais bonitas pra mim. Deixei cair uma lágrima, molhando sua camisa.

– Você tá chorando? – ele disse. – Ei, não chora. – ele limpou a lágrima do meu rosto com o polegar. – Ei, ei. Eu te amo. – ele pegou as chaves do meu apartamento que estavam no bolso de minha calça.

– Taylor, não precisa...

– Eu te amo. – ele me pego no colo e começou a me carregar escada acima, e eu me pus a balançar os pés no ar.

– Sério, eu tô bem, não precisa...

– Eu te amo.

– Para, Taylor...

– Eu te amo.

Dei um longo suspiro. – Bobo. – ele meu deu um beijo rápido, enquanto abria a porta do meu apartamento. – Eu também te amo.

Ele fechou a porta com o pé e sentou no sofá comigo ainda em seu colo. Nós nos beijamos por um bom tempo, calmamente e como se não houvesse mundo ao nosso redor.

Nos separamos e ele deu um sorriso malicioso pra mim. Eu não pude deixar de retribuir, partindo com fúria pra cima dele. Nós nos beijamos mais intensamente dessa vez e, bem... O resto é imaginável.

E foi assim que eu decidi de uma vez por todas o que eu queria. Queria alguém que me compreendesse, que me valorizasse e que acima de tudo, fosse meu melhor amigo. Aquele era o Taylor. O meu Taylor Benjamin York, só meu e meu de uma vez por todas.