Daughter Of Sun escrita por Katie Anderson


Capítulo 2
Capítulo 2 - Minha entrada no A.M.S


Notas iniciais do capítulo

Again, desculpa pela enrolation *-*



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Capítulo 2

            – Filho de quem? – Perguntei, arqueando as sobrancelhas.

            – Poseidon. O deus dos mares, sabe. – Ele soltou uma risadinha irônica.

            – Mas isso é apenas um…

            – Mito? Creio que não. Sou um meio-sangue, afinal. Você também.

            – Meio-sangue?

            – Eu disse que vamos explicar tudo, mas não aqui e não agora. – Ele pegou um saquinho plástico com umas coisas que pareciam pudim cortado em cubinhos. – Coma isso, você vai se sentir melhor.

            Peguei um pedaço e coloquei na boca. Estranho, tinha gosto de pizza.

            Mas estranho ainda foi que, assim eu o engoli, comecei a me sentir instantaneamente melhor. Meus cortes já não doíam e eu conseguia andar normalmente. Mas vi o três olhando estranhamente pra mim, aí me toquei que ainda usava pijamas.

            – Hm, será que podemos fazer uma pequena pausa? – Perguntei, com minha melhor voz de garota inocente.

            – Claro. – David resmungou. Paramos no banheiro mais próximo e eu pude me trocar. A sorte é que eu coloquei sapatos na minha bolsa, porque minhas havaianas estavam num estado crítico.

            Quando voltei, os três levantaram as sobrancelhas levemente. É, acho que devia ter escolhido um short um pouquinho mais comprido. A alguns metros, duas criaturas negras que eu não soube identificar.

            – Então, você prefere voar ou viajar pelas sombras? – Percy perguntou, apontando para um enorme cachorro preto e um cavalo alado, também preto.

            – Hm, voar, eu acho. – Não sei por quê. Sempre me senti a vontade voando. Jatos, helicópteros, aviões… no céu e com alta velocidade, isso sim é bom.

            – Ótimo, você e Percy vão com Blackjack e eu e Paul vamos com a senhora O’Leary.

            – Não, viagem pelas sombras de novo não. – Paul estremeceu e eles montaram no enorme cachorro e desapareceram.

            Acho que desaparecer do nada deve ser uma coisa de meio-sangue.

            – O que exatamente era aquilo?

            – Ah, só a senhora O’Leary. – Percy respondeu, sorrindo. – Ela é um cão infernal muito adorável. E esse é meu pégaso, Blackjack. Blackjack, Katie; Katie, Blackjack. – O pégaso relinchou. Eu dei um leve sorriso em resposta. – Vamos? – Ele me ofereceu a mão, e subimos no cavalo.

Foi a viagem mais legal que eu já fiz.

            Não sei bem, mas era divertido. Voamos em silêncio por um tempo, até que Percy começou a me encher de perguntas.

            – O que você gosta de fazer?

            – Bem, eu sempre…

            – É boa em algum esporte, ou algo do tipo?

            – Desde que me deixem longe de…

            – Mas o que você…

            – PERCY! Quer me deixar falar um instante? – Perguntei, já irritada e ele assentiu, com aqueles olhos verdes que deveriam estar morrendo de rir. – Pra onde estamos indo?

            – Chama-se acampamento meio-sangue. É um lugar seguro para pessoas como nós.

            – Pessoas como nós? Mas por quê? O que temos de especial? – Nesse momento Blackjack começou a descer. E então estávamos em frente a uma enorme… plantação de morangos.

            – Aqui? Sério?

            Percy gargalhou.

            – Olhe com mais atenção. – É, ainda era uma plantação de morangos. Mas eu podia ver um pequeno vale. Campos de morangos, e era cercado por colinas ondulantes, e uma bem alta tinha um pinheiro no topo. E mais para trás, uma fileira de casinhas coloridas, na forma de um U de cabeça pra baixo. Tipo… um Ω.

            Entramos. Estava cheio de crianças, adolescentes e alguns jovens, todos usando camisetas laranja com os dizeres acampamento meio-sangue. Muitas me encaravam, acho que por Percy estar me conduzindo. Uma delas, uma bela garota loira, veio até nós, não parecendo muito contente. Quando ela se aproximou, Percy tirou rapidamente a mão da minha cintura.

            – Percy? Quem é ela? – Ela perguntou, nos olhando.

            – Olha, Annabeth, não é o que você está pensando…

            – Oi, eu sou Katie. – Falei, começando a corar e já entendendo a situação. – Percy, David já chegou?

            Acho que com isso a garota ficou um pouquinho mais relaxada.

            – Imagino que sim. Annie, você a leva até a casa grande? E explica a situação pra ela?

            – Ela não sabe ainda?

            – Você podia fazer esse favorzinho pro seu Percy? – Ele fez um biquinho.

            Credo, eu odeio casais melosos.

            – Tá, cabeça de alga. – E saiu e ela olhou pra mim, já bem mais amigável. – Eu sou Annabeth, filha de Atena. Vamos?

            Comecei a segui-la, imaginando que ela fosse me levar para uma casa razoavelmente longe dos tais chalés, mas ela sentou-se num banco, perto de uma arena de combates.

            Acredito que esse era o propósito. Se eu respondesse algo errado, a arena estava próxima, as chances de ela me matar aumentavam.

            Enfim.

            – É, você é uma meio-sangue, dá pra notar. Escuta, Katie, o quanto você sabe sobre mitologia grega?

            – Não muito, mas até sei algumas coisas.

            – Tipo o nome dos deuses e monstros?

            Assenti. Ela era realmente bonita, mas tinha olhos cinzentos muito intimidadores.

            – Olha, esses deuses não estão mortos. Ainda estão por aqui, vivos nos Estados Unidos. E um deles é seu pai. Ou sua mãe.

            – Meu… pai?

            – Sim. – Algo me disse que ela já havia tido essa conversa com outras crianças. – Mas me surpreende o fato de você não ter sido reclamada ainda.

            – Então meu pai é um deus grego?

            – Há vários sinais pra reconhecer um semideus. Você é disléxica, certo? – Corei. Eu nunca tinha contado aquilo pra ninguém além de David. – É porque sua mente está programada para o grego antigo. TDAH? Reflexos de batalha.

            Até que aquilo fazia certo sentido pra mim. Tipo, eu fiquei me perguntando de onde havia surgido aquela energia enquanto eu lutava com Ashley.

            – As pessoas costumavam ficar no chalé de Hermes até serem reclamadas, mas agora isso mudou. Bem, vamos à casa grande?

            Começamos a andar, ela continuava a falar sobre mitologia. Não se porque, não estava muito surpresa. Sempre me interessei por esse tipo de assunto. No meio do caminho, um garoto de cabelo castanho, imagino que da minha idade, gritou o nome de Annabeth.

            – O que você aprontou agora, Connor? – Ela revirou os olhos.

            – Eu não tinha a intenção de fazer a porta do chalé de Ares explodir! E agora o Travis e… muito prazer, sou Connor Stoll. – Ele deu um sorriso sedutor e eu não pude deixar de rir.

            – Katie Anderson. – Respondi, ainda entre risos.

            – Você sempre tem essa intenção, Stoll. – Então ela se virou pra mim. – Katie, se importa de continuar sem mim? Preciso resolver isso aqui. – Annabeth olhou feio pra Connor. – Procure Quíron. Ele é fácil de ser encontrado. – Quíron… esse nome era muito familiar. Alguma coisa com Hércules e… não. Se bem que eu vim até aqui num pégaso, então…

            – Um centauro?

            Ela pareceu impressionada.

            – Ahã. Depois a gente se fala, certo?

            – É, Katie. Depois a gente se fala? – Connor se intrometeu.

            – Claro, Annabeth. Vou pensar, Connor. – Sorri. E os dois começaram a andar. Seguindo na direção oposta, fui até a Casa Grande.

– Quíron? – Chamei, batendo na porta levemente.

            – Ela DEVIA ter sido reclamada, Quíron! – Pude ouvir a voz de Percy. – Os deuses juraram que reclamariam aos 13 anos! Ela tem 15!

            – Percy, os deuses tem seus motivos. Talvez o pai tenha permanecido silencioso por alguma razão. E ela está viva, então imagino que ele tenha se comunicado com ela, mesmo que indiretamente.

            – Quíron tem razão, Percy. – David se pronunciou. – Ela não esteve entre semideuses antes, então não adiantaria de nada se ela fosse reclamada. Seu pai provavelmente esperou até que ela entrasse no acampamento.

            – É David, mas ela já entrou no acampamento. Por que ela não foi reclamada ainda? Pelo que me lembro, foi assim que aconteceu com você. – Percy respondeu.

            David permaneceu em silêncio.

            – A discussão está encerrada por enquanto. Precisamos descobrir o que fazer com ela, antes de…

            Quando tentei me aproximar mais um pouco, tropecei. A porta estava entreaberta, então não serviu de muito apoio. Acabou que eu caí e olhei pra cima, onde vi quatro pares de olhos olhando pra mim fixamente, de uma maneira surpresa e assustada.

            – Você está bem, Kat? – David veio me ajudar a levantar, seguido de Percy.

            – Hm, desculpe. Eu não queria interromper. – Sorri, sem graça. Quíron estava em sua forma de centauro, me olhando curiosamente no canto da sala. E o outro, bem, era apenas um baixinho loiro que nem deve ter tirado os olhos da revista que lia por um segundo. Mas algo me disse pra não mexer com ele. – Hm, eu sou Katie.

            – Sabemos, querida. – Quíron falou, sorrindo. – E se você estava fazendo o que eu penso que estava deve saber que sabemos disso também.

            – Hein? – Percy levantou uma sobrancelha, confuso. Ele era um amor, sem dúvida, mas era incrivelmente lerdo. Me perguntou como ele namora alguém tão inteligente como Annabeth.

            – Enfim, eu sou Quíron, o diretor de atividades. E esse é o senhor D, o diretor do acampamento. – D… quem da mitologia começa com d? Mas parei de pensar quando vi Percy mandando um olhar meio desesperado pra mim, como se implorando pra eu ficar quieta. Acho que ele notou que eu tenho o costume da falar o que vem a minha mente. – Annabeth já conversou com você? Ótimo, já está quase na hora do almoço. David vai lhe mostrar os quartos, e depois conversamos, ok? Tenho umas coisas pendentes com Percy.

            David me conduziu em silencio para fora da sala, me levando até uma escada, que deveria levar até os quartos. Entramos em um, coloquei minhas coisas e sentei na cama.

            – David, o que está acontecendo? Deuses gregos? Reclamações? – Perguntei, confusa.

            – Shh, tudo vai ficar bem, eu já disse isso. – Ele se sentou do meu lado e me abraçou. Esse era David, sempre fazendo eu me sentir melhor.

            – Posso te fazer uma pergunta?

            – Isso é uma pergunta. – Ele riu levemente. – Mas, vá em frente.

            Hesitei por alguns segundos, então finalmente falei:

            – Percy disse que você tinha sido reclamado assim que chegou no acampamento. Quem é seu pai?

            Isso parecia ser um assunto delicado, mas mesmo assim ele respondeu.

            – Estou aqui há alguns meses. Cheguei no fim do último verão, um dos verões mais tenso que já passei. Logo depois da batalha final. Meu irmão me contou um resumo. Cronos se revoltou e queria destruir o Olimpo, mas Percy e vários outros semideuses o impediram. Mas Rachel, o oráculo, recitou uma nova grande profecia. E Quíron acha que estamos lidando com algo maior do que Cronos, agora. Bem, é isso o que está acontecendo, mais ou menos. – Ele sorriu torto. – Meu pai? Não sei se é seguro te contar. Pelo menos não agora, você com esse estado.

            – Dave…

            – Estou falando sério, Katie. Ele não é um dos mais agradáveis.

            – Você já escondeu de mim o fato de ser um meio-sangue. Eu sempre conto tudo pra você! Por favor? – Ele negou. – Por favorzinho? – Ele negou novamente. – Please, please, pleeeease! – Cantarolei.

            É meio estranho, mas as pessoas nunca resistem quando me ouvem cantar.

            – Não sei como você consegue fazer isso. – Ele resmungou. – Ok, você venceu. Meu pai é… hm, eu sou filho de Hades, o deus dos mortos.


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