Heaven escrita por lostinethiopia


Capítulo 11
Novamente, pelos mesmos motivos.


Notas iniciais do capítulo

O que acharam??? Dixem um review sobre a sua opinião!
Beijossss @lostinethiopia_



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Bom, já se fazia três meses que eu e Kate estávamos juntos, mas não se faziam três meses que eu estava totalmente livre das drogas. Quando Kate saia com as suas amigas eu ia correndo para o beco consumir alguma coisa, eu não agüentava ficar sem aquilo, e na presença de Kate eu fumava, portanto não estava completamente limpo.

Em uma noite de sábado, enquanto Kate estava dormindo, eu acordei coloquei meu casaco e peguei minha carteira. Abria a maçaneta da porta com cuidado para não fazer barulho e também não acordar Kate. Tomei todo o cuidado do mundo para que não acordasse ninguém. Finalmente consigo sair de casa sem maiores problemas, ainda bem que ninguém havia acordado.

Kate Winsted:

Assim que senti que John não estava mais ao meu lado, acordei e fui para a sacada do nosso quarto. Avistei-o saindo pela porta dos fundos como se fosse um fugitivo da policia, a aquela altura ele deveria estar pensando que o seu plano ridículo havia dado certo, e que ninguém saberia que ele havia saído escondido aquela noite. Coitado, estava redondamente enganado.

Eu estava de pijama, coloquei uma calça qualquer, a primeira que encontrei no chão e desci as escadas correndo, estava pouco me fudendo para quem eu acordasse, John estava prestes a fazer uma burrada, como sempre.

Eu pensei em pegar o carro que estava na garagem, mas seria muito obvio. Resolvi segui-lo a pé, mantendo uns bons metros de distancia. John a cada esquina que virava olhava para os lados, parecendo um psicótico louco. Eu via aquilo, e a minha tristeza aumentava cada vez mais, John estava fazendo uma ferida tão grande, mas não tinha noção daquilo. Tentei me acalmar, para que ele não percebesse minha presença, até que ele vira em uma rua escura, a mesma rua onde eu trabalhei por um tempo, o maldito beco estava lá.

John:

Havia dado tudo certo até aqui. Kate estava dormindo em casa, os rapazes também, e aparentemente não havia ninguém me seguindo. Encontrei um de meus colegas, cumprimentei-o apertando sua mão. Ele olhou para os lados e disse:

– Bom, hoje conseguiu escapar da sua menina? Porque, para estar aqui, a essa hora só uma coisa dessas pode ter acontecido. – Ele soltou uma risada sarcástica.

– É hoje ela me deixou em paz, e eu consegui dar uma escapada. – Eu também ri.

– Estou vendo... O que vai querer pra hoje?

Eu pensei, olhei para os lados para ter certeza de que não havia ninguém, e disse:

– O mesmo de sempre cara.

–É pra já John! – Ele revirou uma de suas mochilas, e retirou o conteúdo que eu havia pedido.

Fui para um canto, onde tinha um poste, e do lado uma pilastra sustentando um prédio caindo aos pedaços. Aquela merda ainda existia? Enfim, sentei-me no banco de concreto e injetei, quando estava me preparando para cheirar, eu escuto algumas palmas, feitas em um tom de deboche:

– Parabéns, Sr. John Frusciante. Parabéns pela sua capacidade ridícula, de vir ate aqui e não conseguir agüentar uma crise. Você é um estúpido John, eu realmente não sei como pude ser enganada tantas vezes por suas palavras falsas!

Kate? Ela havia me seguido até aqui? Não pude acreditar, ela não deixava escapar uma vez sequer.

– Ka...Ka...Kate?!?! – Eu olhava fixamente para ela, paralisado, sem saber o que falar.

– Como sempre, não tem nada a dizer não é? – Ela indagou.

A minha cara afirmava que sim, e ela lançou-me um olhar decepcionado.

– John, você não sabe o quanto me machucou, e repetidas vezes. Eu realmente cansei de tentar te ajudar e você não reconhecer isso. Eu me esforço, e muito mas para você isso não é nada, parece que não esta nem aí para os outros que se importam com você. Chega, cansei. Não vou agüentar viver com um cara que não tem capacidade própria, que não reconhece nada do que os outros fazem por ele... – Ela saiu com passos rápidos do local, e eu não consegui acompanhar pois as drogas já estavam fazendo efeito.

Enquanto Kate caminhava, desaparecendo na escuridão eu a observava, com o pacotinho de cocaína na mão. Encostei a cabeça na parede que estava atrás do banco, esperando o efeito da droga passar, e pensando nas merdas que eu havia feito.

Levantei-me e sai pelas ruas correndo, em direção a casa, cheguei lá a tempo de pegar Kate, ainda fazendo suas malas, e desta vez ela estava decidida. Nunca mais iria voltar.

– Kate, Kate! Por favor, não vá, eu realmente preciso de você aqui comigo, não se vá... - Implorei, ajoelhando-me no chão e deixando as lagrimas tomarem parte do meu rosto.

– Não John, eu não vou ficar. Pare com este show ridículo que esta fazendo, e também pare de gritar, tem pessoas dormindo neste mesmo corredor, se não sabe. Não implore não me peça mais nada. Já está decidido, levante-se deste chão, o que esta fazendo não vai alterar em nada na minha decisão.

Eu a olhei e, aquelas palavras foram como flechas, cheias de veneno me atingindo, Kate havia me magoado, mas eu, eu havia feito isto dez vezes pior com ela. Continuei no chão, chorando. Não tive coragem de ao menos levantar o rosto para ver sua partida. Só escutei um barulho, a porta sendo batida com toda a força por Kate lá embaixo.

Pelo resto da noite, fiquei almejando a minha dor, sem perceber que a dor de Kate era muito maior do que a que eu sentia.






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