Gina havia acabado de sair para o jogo. Ergui a cabeça do travesseiro e pude ver o relógio que havia na mesa de cabeceira, ao lado da minha cama. 13:00h .

Não tinha conseguido dormir muito bem na noite anterior, milhares de pensamentos se passavam pela minha cabeça. O que aconteceria agora, depois de eu beijar Draco? Eu não sabia. A cena se repetia em minha cabeça: Eu colando meus lábios aos seus, ele me abraçando, nos aproximando ainda mais... Foi inesquecível.

Lamentei por ter esquecido de pedir à Rony que não contasse à mais ninguém além de Gina. Prossivelmente, em meia hora, metade da escola já saberia.

Empurrei o cobertor vermelho-sangue, e me levantei da cama. Procurei minhas roupas, e desci para minha sala comunal.

Droga. Eu estava morrendo de fome. Provavelmente todos já haviam almoçado, antes de sair para o quadribol. Ergui um exemplar de “O profeta diário” que havia em cima de uma das mesas, que ficava logo abaixo da janela da sala. Nada de interessante.

Decidi afinal, ir ao jogo. Passei pelo buraco no retrato e me dirigia até a saída do castelo, quando vi Malfoy.

Ele não tinha mais a expressão de preocupação no seu rosto, mas também não parecia ter dormido à noite.

Ele andou em minha direção.

–Oi, Hermione. – Percebi que ele não me chamava mais por “Granger”

– Ahn. Oi Draco. Não vai ao jogo? – Disse a primeira coisa que veio à minha cabeça.

–Não... Precisava resolver algumas coisas. Você vai?

– Hum... Eu ia. Até agora. – Eu me vi refletindo comigo mesma o que ele queria dizer com “algumas coisas”. Ficamos em um silêncio constrangedor por alguns segundos.

–Er... Sobre o que aconteceu ontem... –Ele começou.

–Você acharia melhor que ninguém soubesse não é? – Continuei.

–Se você também acha... Então tudo bem. – Comecei a contar quantas pessoas saberiam depois que Gina fofocasse pela escola inteira. Droga, porque Rony tinha que contar pra ela? não era nem pra ele saber. – Mas isso não quer dizer que tenhamos que parar. – Ele pôs as mãos em minha cintura.

–Com certeza não. – Eu pus as minhas mãos em seu rosto e o beijei.

...

Pouco tempo depois o jogo acabara. Eu ainda me encontrava entrelaçada com Draco, na sala comunal da grifinória. Nós nos levantamos, já ouvindo os gritos das crianças da Corvinal. Draco se vestiu, e se despediu de mim, e logo se encontrava, correndo em direção à sala comunal da sonserina, fingindo que havia ficado lá o dia inteiro.

Gina entrou pelo buraco do retrato, e se dirigiu à mim, com os olhos faiscantes.

– Poisé. Draco não apareceu no jogo... – Indiretas não eram o ponto alto dela.

– sim. Eu também fiquei por aqui. Acordei quando o jogo já devia estar pela metade, e resolvi ficar no castelo mesmo.

– Encontrou alguma pessoa? – Eu repito. Indiretas não são o ponto alto de Gina.

– Sim. Draco. – Eu disse, francamente.

–Hum. O que rolou?

–Ah... Nada demais.

Rony, que se sentara perto de nós o suficiente para ouvir, subiu imediatamente ao dormitório masculino.