Zacky’s POV.

- Era só o que me faltava agora. – ouvi Brian resmungar, seu punho cada vez mais cerrado. Se é que isso era possível.

- Que tal irmos pro outro lado? – Johnny sugeriu. Marie ainda parecia estática. Não falava e também não demonstrava nenhum sinal de vida. O que piorava as coisas, pois ela estava encarando sem piedade o cara e ele percebeu isso. A pior parte de tudo era ele vindo em nossa direção.

- Olha quem encontro por aqui! – falou feliz demais pro meu gosto. Certo, Brian pode socar a cara do babaca.

- Oi. – ela falou sem graça. Droga sai daqui seu babaca! Daqui a pouco quem vai partir pra cima desse idiota vai ser eu. O que não seria legal... Sabe... Ele é forte pra caralho e tal... Hm.

Marie’s POV.

Droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga... DROGA! Pior do que encontrar alguém realmente indesejado no aeroporto é você ficar totalmente sem reação quanto a isso. Digo. Ok, talvez nem tão indesejado assim né... Mas porra!

- Não é coincidência te encontrar por aqui? – sorriu. Aquele sorriso arrebatador! Socorro.

- Nem tanto... – pausa pra suspirar – Veio atrás de mim Michael?

- Olha, ela lembra meu nome! – Esse sotaque britânico filho de uma puta ainda vai me matar, fala sério. Tirem-me daqui, cadê minha mãe? Ah não, pera, vamos ter que pegar um táxi. Droga.

- Claro que sim. – sorri. Tenho seu celular, esqueceu?

- E não me ligou. – gargalhou. – Certo, estou atrapalhando em algo? – olhou pros outros. O olhar dele parou em Brian, que continuava com o punho cerrado e uma cara nem um pouco amigável. Ele sorriu. Não provoca porra!

- Anh... N... – fui cortada.

- Sim. – Matt respondeu. Todos congelaram menos o Sonic ali. Não seria legal ver uma briga entre Michael e Matt... Tipo, eles são uma competição extraordinária de músculos...

Dei uma olhada de relance pra Zacky e percebi que Matt e Brian não seriam os únicos a socarem o cara até a morte... Isso ajuda um pouco ou não? Hm.

- Desculpe, falei com você? – ele perguntou, dirigindo-se agora para Matt. Terceira Guerra Mundial começa em cinco minutos.

- Não, mas eu sim. Cai fora. – eles começaram a se encarar, sabe daquele jeito bem de perto pronto pra meter um soco? Então.

- Gente, vamos ficar calmos, por favor! – meti-me no meio dos dois. – Matt, vamos pra casa. Não quero ver briga hoje, por favor. – choraminguei.

- Escute ela Matt, caia fora. – Você não ta ajudando oh brutamontes! O Armário sorriu ironicamente.

- Não pense que acabou por aqui. – e saiu empurrando o carrinho. Os outros foram atrás menos Brian que ficou ali parado do meu lado encarando Michael com um olhar extremamente mortal.

- Ok nos vemos qualquer dia Michael. – sorri sem jeito. – Vamos logo Sonic.

Puxei Brian comigo, contra vontade dele, é claro. Depois de finalmente conseguir tirá-lo de perto do outro Armário de Músculos, ele afastou-se de mim e foi pra perto do Johnny.

Sério mesmo? Acabei de te salvar de uma boa surra e você se afasta? Babaca. Devia ter deixado lá pra ver se apanhava o suficiente ao ponto de recuperar o bom senso. Pensando bem, acho que vou chamar Michael.

Ou melhor...

- Ei! – virei-me.

Zacky’s POV.

Sinceramente penso, milhões de vezes, em desistir de muitas amizades que tenho. Qual o problema desse pessoal?

- Marie volta já aqui! – Matt berrou, mas foi tarde demais. Lá estava ela com o babaca do Michael. Que tipo de nome ridículo é esse? Idiota.

- Você fica aqui Brian! Nem pense em ir atrás. – resmunguei.

- Ela foi lá com o babaca! – berrou irritado.

- Problema dela! Vamos embora. Deixamos as malas dela com Thomas.

- Sempre pago o pato. – resmungou o mesmo.

- O que vamos fazer agora? – Johnny perguntou. – Não quero voltar pra casa nem fodendo. Amanhã tem aula.

Concordei com a cabeça. A ultima coisa que queria era voltar para casa.

- Bar, urgentemente. – foi a única coisa que Brian conseguiu dizer com toda a raiva que transbordava.

- Ok, vamos pra minha casa, passamos na casa de cada um pra largar as malas e vamos pro bar. – Matt deu as ordens. Todos concordaram.

Marie’s POV.

Largamos as malas dele em algum hotel ao qual nem vi o nome direito e fomos pro bar mais próximo. O legal era andar de moto. Sim, ele tinha uma moto. O vento batendo nos cabelos é a sensação mais deliciosa do mundo, confesso que estava com frio por causa do short que estava usando, mas qual é. Moro na California. Não posso sentir frio.

Contudo, ele era quente. Em todos os sentidos, fazia qualquer frio passar... Tá, essa frase ficou bem pervertida, mas e dai?

Chegamos e todos os olhares foram direcionados a mim. Esses homens estão todos no cio. Nunca viram uma garota usando short? Mas credo. Michael colocou o braço ao redor de minha cintura, trazendo-me para mais perto dele de um jeito extremamente possessivo. Tive um pequeno surto de arrepio, controlei ao máximo para o mesmo não perceber. Um vislumbre de uma cena conhecida passou pela minha mente, mandei-a de volta pro fundo do baú de memórias e segui em frente.

Sentamos em uma mesa distante e finalmente pude ver aonde estávamos. Costumava ir ali sempre com os garotos. Bom, na verdade ainda íamos. Não hoje, contudo.

- E o que faz na California? – perguntei após recebermos nossas bebidas.

- Me mudei.

- Por quê?

- Digamos que... Tanto faz onde more desde que seja longe o bastante de casa. – deu de ombros, dando um longo gole no liquido dentro do copo.

- E por quê? – certo, sou chata quando quero saber as coisas. Mas olha o que ele fala!

- Meus pais são ricos. Do tipo ricos mesmo. – deu de ombros – E eu sou tipo a ovelha negra. Eles têm os filhos perfeitos, educados, politicamente corretos e então nasci. Quando comecei a me meter em muitas brigas, eles compraram um apartamento no centro de Londres e fizeram com que morasse lá.

- Quantos anos você tem?

- 18.

- E...

- Comecei a morar sozinha aos treze. Tanto faz. Decidi vir pra California e cá estou. Eles só precisaram liberar um cartão de crédito e pronto.

- Entendi.

Droga. Ele veio pra ficar. Isso não seria legal. Bom, quer dizer. Seria, mas não tão legal assim. Quando Londres vai me deixar em paz?

Johnny’s POV.

- Melhora essa cara vocês dois! – reclamei. Matt e Brian estavam insuportáveis. – E ai Jimmy. Como foi a viagem?

- Bacana demais! Agora me explica uma coisa... – e apontou pros dois emburrados ali.

- Falta de sexo. – apontei pro Matt e recebi o dedo do meio como resposta. – E ex-namorada-que-ele-ainda-ama-e-parece-cada-vez-mais saindo com um cara fortão-armário tipo o Shads.

- E isso tudo acontece enquanto eu to fora?

- Mais ou menos. – Zacky falou.

- Então tá né.

Chegamos, finalmente, no bendito bar e pegamos a mesa mais isolada do mundo. Ou seja, a mesa de sempre. Era tão bom estar ali.

- Que tal sentarmos em outro lugar? – Jimmy falou.

- Por quê? Aqui é a nossa mesa! – protestei.

- Acho que acabei de conhecer o Fortão-Armário do qual tu acabou de falar.

E todos olhamos pra mesma direção.

Brian’s POV.

MAS QUE PORRA! SERÁ QUE NEM PRA UMA PORCARIA DE BAR POSSO VIR? ESSE IDIOTA VAI APARECER SEMPRE? PORCARIA! DEVIA TER FICADO EM LONDRES ASSOMBRAÇÃO. PORRA!

- Brian, fica calmo. – Zacky tentou falar.

- Se você for eu vou. – ouvi Matt dizer. Foi o incentivo de que precisava. Levantei-me imediatamente e Sanders fez o mesmo.

- Vamos acabar logo com isso. – falei.

Marie’s POV.

Droga.

- Olha só quem acabei de encontrar por aqui. – Matt exclamou sorrindo, puxando uma cadeira e sentando ao lado de Michael.

- Que presença maravilhosa. – Brian completou, sentando-se no outro lado.

- Galera, por favor. Vamos parar com isso.

- Marie, que tal ir com o pessoal lá? Vamos bater um papo com o seu amiguinho.

O olhar de Matt era tão ameaçador que não pude ter outra reação a não ser sair dali. Lancei meu melhor olhar de “Sinto muito” para Michael e caminhei até a outra mesa. Jimmy olhou-me piedosamente e a única reação que pude ter, era pedir mais uma dose de tequila.

As horas passaram-se lentamente. Matt e Brian não fizeram absolutamente nada, apenas conversaram com Michael, o que achei estranho. Um tempo depois o convidaram a sentar-se na nossa mesa.

Olhei para Zacky incrédula e ele deu de ombros não entendo tanto quanto eu.

- Só isso? – perguntei – Jurava que ia ter sangue e mortes...

- Se você quiser... – Matt começou.

- Não, fico feliz com a resolução da coisa. Viraram amigos?

- Digamos que... Fizemos um trato. – olhei de relance para Michael, ele apenas esboçou um sorriso breve, algo nele estava diferente. O que quer que eles tenham falado mexeu com ele.

- Certo... – respondi desconfiada.

- Que tal bebermos agora? – Jimmy finalmente pronunciou alguma coisa. Concordei com ele em um breve aceno de cabeça.

- Senti tanto sua falta Jimmy. – choraminguei indo abraça-lo.

- Lá vem. – fingiu revirar os olhos. – Cansei de ser gostoso.

- Gostosão. – mordi seu pescoço.

- Que isso. Ela voltou selvagem de Londres. – gargalhei tão alto que todos olharam para nossa mesa, ignorei.

- Você não imagina o quanto. – não resisti em lançar um breve olhar para Brian.

O mesmo levantou-se da mesa e disse que iria até o banheiro. Não pude, simplesmente não pude resistir.

- Já volto. – todos lançaram um olhar que provavelmente continha a mesma pergunta: Será?

Ignorei-os. Minha atenção estava voltada praquele gostoso caminhando na direção do banheiro. Fui atrás.