Percy Jackson E O Mundo Na Escuridão. escrita por Chiclete


Capítulo 12
Somos Perseguidos Por Bichos Peludos.


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse foi o capitulo que eu mais gostei de escrever! Espero que gostem!



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Nós acordamos um pouco antes do trem parar, e deu tempo de comer alguns salgadinhos.

Para a infelicidade, a guinada do trem veio para interromper nosso descanso.

–Pelo menos o trem parou dessa vez. – resmunguei

A viajem deveria ter durado umas quatro a cinco horas. Eram quase nove horas da noite agora.

Só hoje nós voamos de pégaso, fomos para o submundo, depois para o tártaro, então saímos correndo atrás de um trem. Que dia e tanto, não?

Lyssa já estava abrindo a porta do vagão. Como já havia me acostumado, o tempo estava escuro e nevando.

Ela ia falar alguma coisa mas foi interrompida por Pollux:

–Sim nós já sabemos: “vocês querem vir logo, ou morrer?” – imitou ele, fazendo a voz dela parecer dez vezes pior.

Eu achei que ela ia atirar dois blocos de feno na cara dele, mas ao invés disso, ela só sorriu.

–Bom saber que vocês estão aprendendo. – ela pulou da pequena plataforma.

Nós a seguimos.

Fora do trem, nós nos encontrávamos em uma espécime de porto de cargas, onde haviam caixas para todo o lado. Parecia bem velho. Se não fosse pelas caixas aparentemente novas, eu acharia que o lugar estava abandonado. Haviam muitas teias de aranhas, e as luzes eram muito fracas. Todas as salas só tinham móveis quebrados. Realmente, era de arrepiar os pelos do braço. E nós teríamos que atravessar por dentro, era o jeito mais fácil de chegar ao mar.

Coloquei mais um casaco em mim, cobrindo o rasgão que a Lyssa havia feito na blusa de baixo quando me puxou. Todos estavam bem apreensivos quanto ao lugar. Pegamos nossas lanternas – no meu caso eu usei a contracorrente – e fomos iluminando por onde andávamos.

Viramos algumas salas correndo e muitas vezes tropeçando em tudo. Fomos parar em um corredor largo cheio de caixas lacradas.

Então Lyssa – que estava na frente como sempre, – derrapou de repente, fazendo nós todos trombarmos um nos outros.

–Ai! O que aconteceu Lyssa? Desse jeito... –Annabeth não conseguiu terminar a frase, Lyssa tampou a boca dela e começou a correr na direção contraria puxando eu e Pollux com ela.

As vezes eu penso comigo: ela que deveria ser a líder dessa missão.

Lyssa mandou nós entrarmos atrás de uma pilha de caixas ao lado da parede, e nós ficamos sentados obedientes, enquanto ela empilhava mais algumas caixa para nos proteger melhor.

–Ok, agora você pode explicar por favor? – reclamei ainda massageando meu braço, que estava com uma marca e tanto de uma mão.

Ela colocou o dedo indicador na frente da boca com urgência, e em seguida bateu com o dedo de leve no ouvido para sinalizar que era para prestar atenção no barulho.

Então, eu consegui ouvir passos vindo da direção para onde nós estávamos correndo. Os passos soavam como grandes pantufas pisando brutalmente no chão.

Poderia simplesmente ser uma vovó tamanho GG perdida em um porto de cargas velho que parecia mais uma grande fábrica mal assombrada, mas meus extintos semideuses diziam que aquilo era bem mais maldoso que uma vovó.

Espiei pela fresta entre duas caixas.

O que eu vi não foi nada legal.

Seja lá o que era aquilo, me lembrava um bicho de um filme... qual era o nome dele?... Chewbacca. Isso mesmo.

Pra quem não sabe, ele é um bicho inteiramente peludo, com pelos longos, e parece mais um cachorro em forma humana gigante.

Exceto pelo fato de que esse tinha olhos nas mãos também, e o pelo dele era totalmente preto.

–Mas que diabos... – escapou pela minha boca.

O monstro se virou imediatamente para o som da minha boca.

Nós congelamos.

Ele olhou atenciosamente para as caixas que estavam nos escondendo, semi cerrou os olhos, e depois de um tempo, se virou e foi embora.

–Ok, plano B... – disse Lyssa quase inaudível.

–Existe um plano B? – perguntou Pollux.

–Existia um plano A? – completei.

–Cala a boca e me segue. – ela levantou cuidadosamente, e nós voltamos pelo corredor.

Andamos por alguns corredores, entramos em salas, subimos escadas. O lugar era enorme.

Lá pelo segundo andar, nós andávamos por um corredor com vários canos no teto, quando Pollux sem querer tropeçou em uma caixa.

–AI! – ele gritou abafado – Mas que tipo de coisa...

Ao cair no chão, a caixa rompeu o lacre e nós pudemos ver o que havia lá dentro.

–Santa mãe de Zeus! – disse Annabeth chocada enquanto agarrava um machado caído no chão.

–Isso é um porto de exportação de armas?! – perguntei analisando a adaga que havia rolado para fora da caixa.

–Esse machado é feito de... – Pollux começou a dizer, meio paralisado.

–Ouro imperial. – Annabeth completou, admirando o machado, com o queixo caído.

Eu revirei aquela mesma caixa. Continha mais dois facões e alguns shurikens. Todos de ouro imperial, bronze celestial e até mesmo ferro estigio.

–Não é possível... – Lyssa pegou a ponta da sua espada e abriu uma caixa maior. Nela haviam arco e flechas, e espadas – Se é isso mesmo o que eu estou pensando... – ela abriu mais algumas caixas, todas elas contendo armas de todos os tipo – Nós temos que dar o fora daqui agora.

Realmente, todas aquelas armas não significavam coisas boas.

–Mas nós não sabemos nem em que direção estamos indo! – Annabeth largou a arma no chão cuidadosamente.

–Espera, alguém pode me explicar o que essas armas significam? – reclamou Pollux.

–Me sigam enquanto eu explico. – ela começou a andar apressadamente pelo corredor, dando uma espiada em cada janelinha das portas – Se o Princesa Andrômeda realmente está ancorado por aqui, eles estão usando esse porto abandonado para levar armas pra seja lá que ataque eles estão planejando.

–E deixa eu adivinhar, aqui é coordenado por monstros? – eu tinha certa experiencia com monstros lidando com fabricamento de armas...

–Muito provavelmente – ela disse enquanto parou na frente de uma porta – Pronto, aqui nessa sala tem uma janela.

Nós entramos na sala e seguimos até a janela velha onde havia uma vista para o mar.

–Então o mar está pra esse lado... – murmurou Lyssa baixinho.

–Olha o Princesa Andrômeda ali! – o barco estava parado a uns cem metros da margem. Aquilo soou mais alegre do que eu queria.

–Vamos ver se a gente consegue enxergar alguma saída daqui... – Annabeth colocou as mãos na fechadura da janela, e puxou.

Ai então, os alarmes começaram a soar.

–Ah não... – Annabeth lamentou.

–Não precisa nos puxar Lyssa, nós sabemos que temos que correr. – afirmou Pollux.

–E o que vocês estão esperando? – disse ela, enquanto saia em disparada. Nós a seguimos. – Quer saber? Esqueçam todos os planos, só corram.

Nenhuma objeção contra.

Saímos correndo em qualquer direção, na esperança de achar uma porta de saída.

Se antes nós tínhamos alguma relação de onde estávamos, agora nós não tínhamos nenhuma.

Ao atravessar um corredor, demos de cara com os primeiros "Chewbaccas" vindo atrás de nós. Demos meia volta. Viramos mais e mais corredores, subimos escadas, e os monstros com mais frequencia. Nós matávamos alguns no caminho caso fosse preciso, mas haveria uma hora que a quantidade seria mais do que nós poderíamos aguentar.

Fomos parar em um lugar que parecia ser o coração do porto. Era uma sala gigante circular, com saída para vários corredores. Parecia uma aranha gigante cheia de pernas.

Corremos no meio da sala para entrar em qualquer corredor possível, mas então os monstros peludos começaram a sair de todos os cantos, nos emboscando naquela sala. Eles eram de cores diferentes. Poderiam até ser bonitinhos se não fossem... bem, monstros.

–Os Deuses devem estar com raiva de nós porque, olha, hoje não tá fácil não. – murmurei.

Ficamos colados de costas um nos outros com as nossas armas levantadas. Lyssa estava com uma espada totalmente negra. Nunca tinha visto ela com aquela espada...

Ela pegou qualquer caixa que ela viu na frente, a abriu e começou a lançar as armas na direção dos monstros.

–Me ajudem fazendo favor?! – Lyssa gritou.

O plano deu bem certo no começo, mas então nós descobrimos que eles também sabem lançar as armas de volta.

–Abortar plano! – nós voltamos a sair correndo, e abrimos caminho de qualquer jeito por entre os monstros, destruindo tudo o que podíamos. Lyssa sabia lutar muito bem para uma novata.

Subimos escadas e mais escadas, com os monstros urrando atrás de nós.

Os monstros nos encurralaram dos dois lados em um corredor, e sem opção nenhuma, nós entramos em uma sala.

–Ok, se tem uma pessoa que tem que sair vivo daqui é o Pollux. – bem, não foi exatamente a coisa mais decente a se falar porque Annabeth e Lyssa me deram olhares mortais.

–Você também vai sair vivo, lembre-se da minha promessa. –disse Annabeth

–Ah parem com essa melosidade, pelo amor dos Deuses, todos vão sair vivos – ela reclamou.

Os passos e urros estavam mais perto.

–E você tem alguma ideia, senhora gênia? – perguntei a Lyssa.

–Bom... não. Mas eu posso distrair eles enquanto vocês bolam um. – ela se sentou em uma cadeira velha, e fechou os os olhos forte.

Logo em seguida nós conseguimos ouvir barulhos horríveis saindo dos monstros, como se eles estivessem se estrangulando.

–O que você está fazendo?! – perguntou Pollux aterrorizado.

–Ah eu tenho um certo poder de fazer as criaturas ficarem com raiva entre si. Mas bolem o plano logo, os meus poderes não duram para sempre.

Ahn... Bizarro.

–Olha se nós abríssemos um buraco na parede, talvez nós conseguiríamos... – começou Pollux.

–Isso levaria mais tempo do que temos... – lamentou Annabeth – Se ao menos tivesse uma tubulação de ar por aqui...

Nós vasculhamos a sala, mas nenhum sinal de tubulação.

–Vão logo! Eles estão chegando perto demais! – Lyssa estava com gotas de suor se formando no rosto.

O panico começou a tomar conta de nós.

–A janela... – eu a quebrei com a contracorrente – Pollux, talvez suas vinhas...

–Eu posso tentar mas não garanto nada.

Ele começou a fazer vinhas descerem ao longo da parede. Nós estávamos mais ou menos no quarto andar do porto. E sim, era bem alto.

Enquanto Pollux fazia vinhas e Lyssa enlouquecia monstros, eu e Annabeth esperávamos nossa provável morte.

Os monstros chegaram na porta.

Lyssa se levantou da sua transe:

–Viu só! Da próxima vez deixe que eu faço planos! – ela berrou – Encostem se na parede!

Assim que o fizemos, ela com um movimento de mãos fez todos os objetos da sala voarem para bloquear a porta.

–Mas que diabos é isso?! – todos nós perguntamos

–São algumas coisas que eu aprendi durante a vida, agora calem a boca e colaborem!

Ela estava realmente irritada. Toda vermelha e rosnando.

Os monstros começaram a tentar arrombar a porta.

Lyssa quebrou o resto do vidro que havia na janela com o próprio punho. Em seguida, ela olhou para o mar que havia logo em baixo e deu um olhar significativo para mim.

–Espera... Você acha mesmo que... – eu disse.

–Vocês por acaso tem outro plano melhor? – ela perguntou, dessa vez, com um tom de lamentação.

Eu já estava experiente em quedas não é? Primeiro no arco a uns três anos atrás, depois naquele vulcão. Mas ainda assim, aquilo não parecia nada legal.

–Você vai ter que proteger a gente com a água. – ela afirmou.

Eu assenti. Não havia nenhuma outra alternativa.

Subi no largo parapeito da janela.

–Então vamos não temos muito tempo. –murmurei

Annabeth e Pollux estavam chocados, mas não contrariaram a ideia.

Eles subiram no parapeito também. Nós demos as mãos uns para os outros.

–3... –começei a contar.

–2... – Annabeth continou.

Os monstros entraram na sala.

–1. – Lyssa finalizou.



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Notas finais do capítulo

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