This Feeling That I Get escrita por Schmerzen
Notas iniciais do capítulo
Certo, vamos lá. Nesse capítulo as coisas começam a entrar nos eixos...
Com o avanço de dezembro, as férias de inverno logo chegaram e uma visita a Hogsmeade foi marcada. Todos estavam entusiasmados, apesar das montanhas de neve que despencavam do céu a cada instante.
– Todos os alunos em fila! – a voz de Filch tentava organizar os alunos.
– Vai se encontrar com a Evans? – Peter perguntou a James.
– Sim... Oh, ali vem ela – Potter abriu um grande sorriso, vendo a namorada se aproximar.
– Olá, garotos – o cabelo ruivo da garota saia de uma toca branca que parecia acentuar a cor das madeixas. – Como estão?
– Com frio – Peter comentou, sorrindo.
– Você está linda hoje, Srta. Lily – Sirius beijou a mão da namorada do amigo, arrancando risos dos outros.
– Obrigada, Sr. Black – ela entrou na brincadeira, curvando graciosamente o corpo em um cumprimento.
James revirou os olhos. Sirius sempre dava tudo de si para tornar o momento engraçado.
– Vamos, Lily?
– Claro.
– Vá lá, Sr. Potter. E não me envergonhe.
– Cale a boca, Sirius.
Eles continuaram rindo até James e Lily desaparecerem, de mãos dadas.
– Parece que somos apenas três hoje, caros amigos.
– Ah, na verdade, não, Sirius, eu – Peter ficou vermelho – tenho um encontro também.
Remus o encarou.
– Sério? Quem é?
– Uma corvinal. Vou até ela agora, desejem-me sorte.
– Vá lá, Peter. E não me envergonhe – Sirius repetiu, enquanto Pettigrew sumia no meio dos alunos. – Então somos nós dois mesmo, Remus – ele sorriu atravessado para o amigo, colocando o braço em volta de seus ombros.
– Fomos abandonados, cara – Lupin brincou.
– Ah, não veja por esse lado. O que faremos primeiro?
– Ir ao Três Vassouras? Preciso de uma cerveja amanteigada.
– Precisa de alguém para te aquecer?
– O que disse?
– Ahn... perguntei se precisa se aquecer.
– Ah. Sim. Esse inverno está bem pior do que o último, não é verdade?
– Está falando sobre o tempo comigo?
Remus o encarou confuso.
– Cale a boca – um sorrisinho apareceu em seus lábios.
– Certo, só quis descontrair.
Eles continuaram até chegar ao bar, onde entraram após limpar a neve dos sapatos. Madame Rosmerta não achava pegadas de neve particularmente engraçadas.
– Uma garrafa de cerveja amanteigada e uma de uísque de fogo, por favor – Sirius se dirigiu a bela mulher, enquanto Remus achava uma mesa.
– Você não tem idade, Sr. Black. Bela tentativa.
– Certo – ele revirou os olhos –, duas cervejas amanteigadas, então.
Rosmerta riu, entregando a ele o pedido.
Remus olhava pela janela, absorto na neve que caia, quando o moreno se sentou defronte a ele.
– Aqui está.
– Obrigado.
O garoto passou a mão pelos cabelos castanhos, dando um grande gole na bebida. Sentiu a quentura chegando ao seu corpo enregelado e se preparou para perguntar algo que o estava incomodando. Ele sabia que era algo muito idiota com o qual se preocupar, mas não aguentava mais aquela dúvida.
– Sirius?
– Sou eu.
– Ah, eu sei.
O moreno olhou para ele interrogativamente.
– Quer dizer, é claro que eu sei. Quero perguntar algo.
– Pergunte.
– Por que você não contou... quer dizer, por que você não queria que Peter e James soubessem que você... hum... que você foi até a Casa dos Gritos aquele dia? – ele se sentiu ruborizar e bebeu mais um pouco, para ter uma desculpa.
Sirius abriu a boca para responder, mas se deteve. Por que ele não queria que os outros dois soubessem? Ele realmente não queria? Não tinha nada de errado em ter ajudado o amigo.
Se você foi ajudar um amigo, então não tem nada de errado – uma voz sussurrou sugestivamente para ele.
– Não foi por mim, sabe? – ele se ouviu falando. – Não sabia se você iria querer que eles soubessem que eu te desobedeci – Sirius riu.
– Ah... – Remus pensou na resposta. – Não é como se você realmente obedecesse alguém, certo?
– Pensando por esse lado... É verdade. Por que a pergunta?
– Só queria saber, mesmo. Afinal, eu te ajudei a esconder, me devia a resposta – ele brincou, mudando o assunto. Não iria deixar Sirius saber que estava com medo dele ter se arrependido do que fez.
– Então, pelo tanto que já te ajudei, mereço milhares de respostas.
– Não se empolga...
– Certo. Vamos comprar doces?
Sirius e Remus estavam sentados em frente à Casa dos Gritos, comendo doces como se a vida dependesse disso. O vento e a neve haviam dado um descanso às pessoas, mas o clima continuava gélido.
– É incrível o quanto essa parte de Hogsmeade é vazia. Como as pessoas são medrosas.
– Bom, se eu não soubesse da onde saem os gritos – Remus falou após engolir a cabeça de um sapo de chocolate –, ficaria assustado também. Acredito que o barulho aqui fora deve ficar assustador.
– Bom, não é um dos sons mais agradáveis do mundo.
– Imagino.
– Desculpa, não foi algo legal de se dizer.
– Não, eu concordo.
Sirius sabia que ele concordava, mas percebeu que Remus havia entendido errado. Sentiu necessidade de explicar toda sua aversão aos urros do castanho.
– É desagradável de ouvir porque significa que você está sofrendo – os cabelos pretos cobriram o rosto que se abaixou ao admitir a verdade.
Lupin ficou em silêncio, a mão meio levantada, querendo erguer o rosto de Sirius para ver se ele estava falando sério. Abaixou a mão e sussurrou:
– O que você quer dizer?
– Que eu odeio ouvir sua dor – ele levantou o rosto. Remus o encarava confuso.
Todo o sentimento reprimido pelos dois veio à tona naquele momento. Estava tudo escrito em seus olhos.
O lobo tomava consciência das palavras de Sirius, encarando as orbes acinzentadas; ele nunca havia falado daquele jeito com ninguém... O carinho em sua voz, a preocupação.
Sirius tentava não abraçar o garoto que o olhava e prometer que iria fazer de tudo para aplacar sua dor. Sentiu que tinha se traído ao contar a verdade; ao contar o quanto sofria com a dor de Remus.
Um sapo de chocolate saiu pulando. O âmbar ainda encarando o azul acinzentado. As mãos se encaminharam para perto uma da outra, tocando-se levemente. Naquele momento nada mais importava e nem mesmo a neve que recomeçara a cair conseguiu aplacar a onda quente que invadiu os dois.
De repente, tudo o que merecia atenção era a mão quente sob a sua e Sirius a apertou de leve. Sentiu a pele macia e acariciou, fazendo círculos com o polegar. Pensou em um milhão de coisas para dizer, um milhão de explicações, perguntas, dúvidas, temores... Viu nos olhos de Remus a resposta para cada uma delas. Eles estavam nessa juntos, desde o início.
– Acho que estamos ferrados.
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OWNT!! Sério, muito cute esses dois :')