This Feeling That I Get escrita por Schmerzen


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Certo, vamos lá. Nesse capítulo as coisas começam a entrar nos eixos...



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Com o avanço de dezembro, as férias de inverno logo chegaram e uma visita a Hogsmeade foi marcada. Todos estavam entusiasmados, apesar das montanhas de neve que despencavam do céu a cada instante.

– Todos os alunos em fila! – a voz de Filch tentava organizar os alunos.

– Vai se encontrar com a Evans? – Peter perguntou a James.

– Sim... Oh, ali vem ela – Potter abriu um grande sorriso, vendo a namorada se aproximar.

– Olá, garotos – o cabelo ruivo da garota saia de uma toca branca que parecia acentuar a cor das madeixas. – Como estão?

– Com frio – Peter comentou, sorrindo.

– Você está linda hoje, Srta. Lily – Sirius beijou a mão da namorada do amigo, arrancando risos dos outros.

– Obrigada, Sr. Black – ela entrou na brincadeira, curvando graciosamente o corpo em um cumprimento.

James revirou os olhos. Sirius sempre dava tudo de si para tornar o momento engraçado.

– Vamos, Lily?

– Claro.

– Vá lá, Sr. Potter. E não me envergonhe.

– Cale a boca, Sirius.

Eles continuaram rindo até James e Lily desaparecerem, de mãos dadas.

– Parece que somos apenas três hoje, caros amigos.

– Ah, na verdade, não, Sirius, eu – Peter ficou vermelho – tenho um encontro também.

Remus o encarou.

– Sério? Quem é?

– Uma corvinal. Vou até ela agora, desejem-me sorte.

– Vá lá, Peter. E não me envergonhe – Sirius repetiu, enquanto Pettigrew sumia no meio dos alunos. – Então somos nós dois mesmo, Remus – ele sorriu atravessado para o amigo, colocando o braço em volta de seus ombros.

– Fomos abandonados, cara – Lupin brincou.

– Ah, não veja por esse lado. O que faremos primeiro?

– Ir ao Três Vassouras? Preciso de uma cerveja amanteigada.

– Precisa de alguém para te aquecer?

– O que disse?

– Ahn... perguntei se precisa se aquecer.

– Ah. Sim. Esse inverno está bem pior do que o último, não é verdade?

– Está falando sobre o tempo comigo?

Remus o encarou confuso.

– Cale a boca – um sorrisinho apareceu em seus lábios.

– Certo, só quis descontrair.

Eles continuaram até chegar ao bar, onde entraram após limpar a neve dos sapatos. Madame Rosmerta não achava pegadas de neve particularmente engraçadas.

– Uma garrafa de cerveja amanteigada e uma de uísque de fogo, por favor – Sirius se dirigiu a bela mulher, enquanto Remus achava uma mesa.

– Você não tem idade, Sr. Black. Bela tentativa.

– Certo – ele revirou os olhos –, duas cervejas amanteigadas, então.

Rosmerta riu, entregando a ele o pedido.

Remus olhava pela janela, absorto na neve que caia, quando o moreno se sentou defronte a ele.

– Aqui está.

– Obrigado.

O garoto passou a mão pelos cabelos castanhos, dando um grande gole na bebida. Sentiu a quentura chegando ao seu corpo enregelado e se preparou para perguntar algo que o estava incomodando. Ele sabia que era algo muito idiota com o qual se preocupar, mas não aguentava mais aquela dúvida.

– Sirius?

– Sou eu.

– Ah, eu sei.

O moreno olhou para ele interrogativamente.

– Quer dizer, é claro que eu sei. Quero perguntar algo.

– Pergunte.

– Por que você não contou... quer dizer, por que você não queria que Peter e James soubessem que você... hum... que você foi até a Casa dos Gritos aquele dia? – ele se sentiu ruborizar e bebeu mais um pouco, para ter uma desculpa.

Sirius abriu a boca para responder, mas se deteve. Por que ele não queria que os outros dois soubessem? Ele realmente não queria? Não tinha nada de errado em ter ajudado o amigo.

Se você foi ajudar um amigo, então não tem nada de errado – uma voz sussurrou sugestivamente para ele.

– Não foi por mim, sabe? – ele se ouviu falando. – Não sabia se você iria querer que eles soubessem que eu te desobedeci – Sirius riu.

– Ah... – Remus pensou na resposta. – Não é como se você realmente obedecesse alguém, certo?

– Pensando por esse lado... É verdade. Por que a pergunta?

– Só queria saber, mesmo. Afinal, eu te ajudei a esconder, me devia a resposta – ele brincou, mudando o assunto. Não iria deixar Sirius saber que estava com medo dele ter se arrependido do que fez.

– Então, pelo tanto que já te ajudei, mereço milhares de respostas.

– Não se empolga...

– Certo. Vamos comprar doces?



Sirius e Remus estavam sentados em frente à Casa dos Gritos, comendo doces como se a vida dependesse disso. O vento e a neve haviam dado um descanso às pessoas, mas o clima continuava gélido.

– É incrível o quanto essa parte de Hogsmeade é vazia. Como as pessoas são medrosas.

– Bom, se eu não soubesse da onde saem os gritos – Remus falou após engolir a cabeça de um sapo de chocolate –, ficaria assustado também. Acredito que o barulho aqui fora deve ficar assustador.

– Bom, não é um dos sons mais agradáveis do mundo.

– Imagino.

– Desculpa, não foi algo legal de se dizer.

– Não, eu concordo.

Sirius sabia que ele concordava, mas percebeu que Remus havia entendido errado. Sentiu necessidade de explicar toda sua aversão aos urros do castanho.

– É desagradável de ouvir porque significa que você está sofrendo – os cabelos pretos cobriram o rosto que se abaixou ao admitir a verdade.

Lupin ficou em silêncio, a mão meio levantada, querendo erguer o rosto de Sirius para ver se ele estava falando sério. Abaixou a mão e sussurrou:

– O que você quer dizer?

– Que eu odeio ouvir sua dor – ele levantou o rosto. Remus o encarava confuso.

Todo o sentimento reprimido pelos dois veio à tona naquele momento. Estava tudo escrito em seus olhos.

O lobo tomava consciência das palavras de Sirius, encarando as orbes acinzentadas; ele nunca havia falado daquele jeito com ninguém... O carinho em sua voz, a preocupação.

Sirius tentava não abraçar o garoto que o olhava e prometer que iria fazer de tudo para aplacar sua dor. Sentiu que tinha se traído ao contar a verdade; ao contar o quanto sofria com a dor de Remus.

Um sapo de chocolate saiu pulando. O âmbar ainda encarando o azul acinzentado. As mãos se encaminharam para perto uma da outra, tocando-se levemente. Naquele momento nada mais importava e nem mesmo a neve que recomeçara a cair conseguiu aplacar a onda quente que invadiu os dois.

De repente, tudo o que merecia atenção era a mão quente sob a sua e Sirius a apertou de leve. Sentiu a pele macia e acariciou, fazendo círculos com o polegar. Pensou em um milhão de coisas para dizer, um milhão de explicações, perguntas, dúvidas, temores... Viu nos olhos de Remus a resposta para cada uma delas. Eles estavam nessa juntos, desde o início.

– Acho que estamos ferrados.


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Notas finais do capítulo

OWNT!! Sério, muito cute esses dois :')



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