Kira escrita por atalanta


Capítulo 7
Capítulo 7




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— Aconteceu alguma coisa? — Derek perguntou quando já havíamos terminado o café da manhã e nem Sed nem eu trocamos uma palavra. — Tem algo muito errado por aqui. Sed, você não disse nada, nem mesmo para ofender a Kira. E você Kira, porque ficou o tempo todo olhando para o seu prato?

 

 

— Não é nada, só não queremos conversar. — eu justifiquei.

 

 

— Tudo bem eu vou deixar que vocês resolvam isso sozinhos. Vamos Kira está na hora de você ir ao templo. E como eu tenho que resolver algumas coisas, você vai levá-la, Sed.

 

 

— Não, eu não posso. Acredito que ela pode ir sozinha.

 

 

— É verdade, eu me lembro do caminho, eu posso ir sozinha.

 

 

— Já está decidido. Você vai com ela e se eu suspeitar que você a abandonou, você não imagina o castigo que te aguarda.— disse Derek sério, encarando friamente Sed.

 

 

— Tudo bem, eu levo.

 

 

Nós saímos logo depois de Derek, ele partiu dizendo que voltaria à tarde, mas não nos contou aonde ia. Sed me explicou que ele sempre viajava, mas normalmente o levava junto aonde quer que fosse. Nós caminhamos lado a lado mantendo a distância entre nós. Eu caminhava distraidamente pela rua, andar por ali sempre me encantava, eu menti quando disse que sabia onde ficava o templo, quando eu fui pela primeira vez, eu fiquei o tempo todo observando a rua, o movimento, as pessoas, as casas.

 

 

Eu queria me lembrar de tudo quando fosse embora. Sed por outro lado, andava como se não houvesse nenhuma novidade naquele caminho, de vez em quando ele cumprimentava algum conhecido, mas nunca me apresentava. Nós paramos alguns quarteirões a diante, quando eu comecei a ouvir música, Sed estava indo para o lado oposto, mas eu caminhava em direção a música.

 

 

Ele me chamou algumas vezes, mas eu não lhe dei atenção. Eu virei numa esquina que estava completamente tomada por véus de um tecido fino. Havia muitos deles de todas as cores expostos em varais nas paredes.

 

 

— Vamos voltar, não tem nada de mais aí.

 

 

— Eu quero ver.

 

 

Eu andei e mais a frente havia uma casa e identifiquei de onde vinha a música, havia uma grande porta que estava totalmente aberta, no interior da casa estava um grupo de músicos, que tocavam instrumentos rústicos, um parecia um violão, era um instrumento longo, com cordas e o interior era oco, no canto um homem tocava algo parecido com uma flauta. No meio de todos os músicos uma mulher tocava uma grande harpa, aparentemente era ela que dirigia os músicos, eles seguiam apenas o ritmo que ela determinava, Sed estava sempre um passo atrás de mim, parece que ele levou a sério as ameaças de Derek. Eu parei logo atrás de algumas crianças quando eu vislumbrei o que estava acontecendo.

 

 

Moças do templo estavam dançando maravilhosamente, Anath, já havia mencionado que as servas de Bastet aprendiam a dança do ventre e que ás vezes se apresentavam no palácio. Era tão bonito, era como se toda a sensualidade atribuída a uma mulher, se tornasse visível enquanto elas dançavam. Os movimentos eram extremamente coreografados, elas eram tão harmoniosas e unidas.

 

 

Todas usavam túnicas curtas, num tom de rosa bem claro, que se moviam de acordo com o movimento de dança. O vento soprava suavemente, enquanto elas dançavam. Eu estava hipnotizada, pela beleza do espetáculo, era como um jogo de esconder e mostrar, revelar as curvas do corpo e logo depois escondê-las, para mostrá-las de novo e de novo. Eu já havia presenciado isso antes, um ano antes quando, eu estava passeando pelo grande mercado no Cairo, eu vi algumas mulheres realizando esse mesmo ritual antigo, eu estava fotografando as ruas quando eu fui atraída pela música, quando cheguei eu simplesmente juntei ao grupo e dancei.

 

 

— Vamos, Kira. Eu já vi isso dezenas de vezes e garanto que não é tão interessante quanto parece. — Sed me puxava pelo braço tentando me tirar do meu estado de transe.

 

 

— Eu vou dançar. — Eu não esperei que ele respondesse ou questionasse. Eu apenas me movi em direção ao centro. Eu caminhei pela pequena platéia e me posicionei bem no meio do grupo.

 

 

A harpista parou de tocar por um momento para que elas pudessem reorganizar as posições. Quando ela voltou a tocar era como se não tivesse nenhuma interrupção. As servas de Bastet começaram a dançar e eu permaneci imóvel. Nenhuma delas pareceu se importar, apenas realizava os passos sem se preocupar comigo e continuamos assim por algum tempo. Quando a música acelerou, a harpista deixou que os demais músicos guiassem, tambores fortes tomaram conta da música e eu soube que era esse o momento. As dançarinas profissionais chamariam esse momento de solo, onde uma bailarina dança sozinha.

 

 

As moças afastaram-se de mim e me deixaram sozinha. Eu fui tomada por um grande desejo de me apresentar, como se meu corpo gostasse disso, como se meu corpo conhecesse cada passo de dança. Era como libertar o espírito, era um grande alívio. Eu dancei ao ritmo da música rápida e agitada. Meus movimentos eram fluidos e naturais, eu me senti o coração disparar e o sangue correr mais rápido.

 

 

Eu dançava de forma provocante sempre fitando a expressão surpresa de Sed, isso me deu vontade de rir, mas eu não podia parar. Ele estava parado agora bem próximo de mim, eu me aproximei e comecei a me exibir para ele, eu o puxei para o meio da roda, para que todos vissem, mesmo que inconscientemente era para ele que eu dançava. Quando o ritmo reduziu eu senti que o momento já havia acabado e que eu devia deixá-las continuar com a dança.

 

 

Eu voltei com Sed, ele me puxando pelo braço, eu apenas caminhava pelo caminho que ele seguia. Eu percebi que havíamos voltado para o caminho correto e estávamos agora na entrada do templo.

 

 

— Como você fez aquilo?

 

 

— Eu não sei, era como se eu soubesse o que devia fazer, como um instinto natural. Não é a primeira vez que isso acontece então eu já estou considerando normal. — eu brinquei.

 

 

— Você é esquisita.

 

 

— E você é um doce de pessoa.  Você não gostou de me ver dançar?

 

 

— Não, você é muito desajeitada.

 

 

— Tudo bem, então. — eu dei de ombros eu sabia muito bem que no fundo Sed gostou de tudo. — E agora que já me deixou no templo você pode voltar para casa.

 

 

— De jeito nenhum, com você pegando atalhos pela cidade eu não posso te deixar sozinha.

 

 

— Duvido que você esteja preocupado comigo. Eu acho que você só quer ver a Iaret.

 

 

— O que te faz pensar dessa forma?

 

 

— Será que você não notou? Aquela noite em ela foi jantar em casa, para mim ela deixou bem claro que gosta de você. “Oh, eu acho que Sed vai ser um ótimo marido.” — eu imitei o modo dela falar.

 

 

— Não conta se eu não corresponder.

 

 

— Nós temos um nome para isso na minha época, amor platônico.

 

 

— Chame como quiser.

 

 

— Pense bem, Sed. Talvez você precise de alguém como ela. Ela poderia ser uma boa esposa para você. — eu pensava que se havia uma possibilidade dele se tornar um faraó, não havia porque ele reinar sozinho.

 

 

— Por que você acha que eu vou discutir as qualidades de uma esposa como você? Pare com isso agora, ou prometo que arrumo um marido para você, ou será que não há ninguém a sua altura, princesinha. Já imaginou se você tem a sorte de casar com alguém da realeza?

 

 

— Essa frase me parece tão familiar. Você não vai se livrar de mim assim tão fácil.

 

 

— Vamos entrar ou você quer se atrasar no seu primeiro dia?

 

 

Meu coração disparou quando ele disse isso, eu me lembrei de quais eram as minhas obrigações no Egito, Sed que nem gostava de mim e sua irmã que ele nem sabia que tinha, estavam agora sob minha responsabilidade, não sei quais são as circunstancias em que o momento de agir se revelará, mas mesmo assim eu estou preocupada.

 

 

Em casa minhas maiores responsabilidades eram a escola e as vezes ajudar minha mãe no museu. Seria terrível se algo acontecesse a Sed ou a Nefertiti, para evitar isso eu deveria aprender ao máximo tudo o que Anath me ensinasse.

 

 

— Olá Kira. Olá Sed — eu ouvi a voz de Anath atrás de mim.

 

 

— Oi. — Sed respondeu secamente.

 

 

— Como está Anath? — eu perguntei

 

 

— Sim, eu estou bem e você? Aconteceu alguma coisa?

 

 

— Não aconteceu nada. Porque pergunta?

 

 

— Você demorou.

 

 

— Ela se distraiu no caminho. — respondeu Sed.

 

 

— É foi isso.

 

 

— Bom, então vamos entrar.

 

 

Nós entramos no templo, ele estava totalmente iluminado. As altas pilastras adornadas com pinturas sobre as rotinas do templo decoravam a entrada, curiosamente uma delas parecia ser a representação de Anath. Nós seguimos por uma porta central e entramos num lindo jardim. Havia uma fonte bem no centro e gramados nas laterais, o piso era de mármore branco e marfim negro, as linhas do piso eram triangulares e se encaixavam perfeitamente. A organização das placas no piso me lembrou uma rosa dos ventos. Várias arcadas delimitavam o jardim e davam para entradas de outros aposentos do templo. Grandes palmeiras faziam sombra por todo o jardim.

 

 

— Eu quero te apresentar o templo de Bastet. — Anath me disse.

 

 

— Anath se você não se incomoda eu vou para a sala de oferendas. — Sed disse. Quando ele queria podia ser bem educado, eu pensei.

 

 

— Tudo bem, Sed.

 

 

Ele saiu por um outro corredor do jardim e eu fiquei com Anath.

 

 

— Você está bem, Kira?

 

 

— Não, mas vou ficar.

 

 

— Conte-me o que está havendo. — ela me disse e apontou um banco para que nos sentássemos.

 

 

— Eu estou um pouco preocupada, não comigo, mas com Sed. Entende?  — eu suspirei. — Não sei como me aproximar dele, ele parece realmente não gostar de mim.

 

 

— Ele só está um pouco confuso, sua presença aqui ainda é uma incógnita para ele. Deixe-o pensar a respeito, talvez se tornem amigos.

 

 

— Eu queria ter sua fé.

 

 

— É só praticar. — ela sorriu.

 

 

— Anath, eu não compreendo. O que eu devo fazer para ajudar? Não vejo que grande diferença minha presença causa.

 

 

— Você é muito especial, Kira.

 

 

— Será? — eu disse olhando para o céu, estava tão azul e uma brisa fresca soprava no jardim.

 

 

— Não apresse as coisas, as flores brotam quando tem que brotar e elas não fazem esforço algum para isso. Tudo está onde devia estar. Eu posso sentir, o mundo está entrando em equilíbrio e você é parte importante disso.

 

 

— Que bom, por que eu me sinto desequilibrada. — Anath gargalhou alto.

 

 

— Vai melhorar.

 

 

— Eu vou te fazer uma pergunta estranha. — eu disse a ela.

 

 

— O que você quiser.

 

 

— Porque eu? É estranho que tenham tanto trabalho para me trazer até aqui. Eu podia simplesmente nascer aqui, como você. — eu apontei.

 

 

— Mas você nasceu aqui, aqui e em muitos outros lugares e muitas vezes. Todas as pessoas encontram seu caminho, não importa quando. Pense um pouco você é tão ligada ao Egito. Talvez exista um motivo para esses acontecimentos.

 

 

— Entendo. — Eu não era adepta, desse tipo de assunto particularmente, mas sabia que no mundo antigo, reencarnação era um assunto amplamente discutido, considerado natural.

 

 

Anath se levantou e disse que agora poderíamos começar nosso passeio. Nós andamos por um corredor de altas colunas e piso claro, quase reflexivo. Esse corredor levava a uma pequena sauna, restrita apenas para a sacerdotisa e suas servas, havia algumas roupas e piscinas de água aquecida. Num outro corredor havia uma biblioteca pequena, com muitos rolos de papiro. Inúmeros desenhos e arvores genealógicas dos faraós e outros documentos e uma série de histórias e lendas egípcias que foram transcritas em papiros para sua conservação.

 

 

— Você poderá vê-la mais tarde. — Anath me disse quando eu demonstrei interesse em visitar a biblioteca.

 

 

Cada ambiente do templo era delicadamente perfumado, aparentemente essência de rosas. Nós passamos brevemente pela sala da deusa, mas Anath justificou que não era hora ainda de entrar lá. Ela apontou brevemente a sala da iniciação que eu já conhecia e caminhamos até a sala das oferendas.  Eu sentia que havia muito mais do que Anath pretendia me mostrar nesse pequeno passeio.

 

 

Agora eu podia admirar a sala de oferendas. Grandes piras ardiam perto das paredes, a brasa iluminando todo o lugar. Minha primeira surpresa foi ver o enorme afresco de Bastet, ocupava praticamente toda a parede. Havia alguns degraus que elevavam a esse altar. No topo havia uma liteira, usada para transportar a estátua durante os festivais, em cada lado da liteira havia seis altas colunas, Anath me disse que o nome de toda sacerdotisa de Bastet era escrito ali quando ela morria. Muitas vezes foi ali que Anath encontrou sabedoria e apoio, era naquelas mulheres que serviram antes dela que a inspirava. E ela também gostaria de ter seu nome gravado ao lado do de Bastet, algum dia. Em cada parede, estava posicionada uma estátua da esfinge, não muito grande, cerca de um metro e meio.

 

 

Cada visitante que adentrava o templo acendia velas, trazia oferendas. Flores e perfumes para adornar o templo, muitos traziam véus coloridos e os mais ricos traziam sua oferenda em peças de ouro. Era como uma capela, muitos fiéis oravam a deusa, agradeciam, faziam pedidos. Eu era uma dessas, pedia ajuda e esclarecimento. Eu avistei Sed perto do altar, Iaret estava com ele. Será que havia algo entre eles, não seria tão ruim se houvesse. Por um instante eu achei que Iaret podia ouvir meus pensamentos sobre os dois, pois ela se virou e me encarou nervosamente. Anath fez um sinal para ela e eles se aproximaram de nós. Anath recebeu a irmã com um abraço e beijou Sed na testa.

 

 

— Vocês podem ficar o quanto quiser ou ir para casa. Eu preciso ficar e atender algumas pessoas. — Anath disse e se afastou de nós.

 

 

Eu disse a Sed que gostaria de acender uma vela, em oferenda, antes de ir, gostaria de poder passar mais tempo aqui. Eu queria descobrir algo que pudesse me ajudar. Eu parei diante da pintura e por um instante eu me senti muito calma, mas foi só por um instante. Logo depois minha mente voou para Sed e me lembrou do risco que ele corria.

 

 

Por fim decidimos que era melhor irmos para casa. Mesmo que eu ainda quisesse passear.

 

 

— Podíamos ir pelo mercado. — Iaret sugeriu. — Passamos por ele e depois vamos para sua casa.

 

 

— Eu tenho escolha? — Sed disse parecendo um pouco contrariado.

 

 

— Não. — Iaret respondeu. Ela foi até Sed e segurou pelo braço, puxando-o pela saída, eu estava logo atrás deles e vi como ela ficava contente perto dele. Eu me enganei numa coisa sobre ela. Ela era jovem, verdade, mas não era boba e conhecia Sed muito bem para conseguir algumas coisas com ele. Ela tinha uma vantagem real e uma proximidade muito grande com ele.

 

 

Nós saímos do templo e voltamos pelo mercado, que agora estava lotado, eu esperava poder ouvir música pelo caminho novamente, mas o som era abafado pelas conversas. Sed e Iaret iam à frente e eu seguia logo atrás deles. Era divertido era a primeira vez que eu realmente podia observar as ruas, o movimento e principalmente as barracas e seus mais diversificados produtos.

 

 

Vez ou outra um vendedor me oferecia um maravilhoso véu, mas eu recusava educadamente, não pretendia ter que pedir nada para Derek. Eu passei por um homem sentado no chão, com um pequeno véu onde ele expunha delicados brincos, eram todos encantadores e coloridos.

 

 

— As filhas de Bastet merecem algo especial. — o misterioso homem me disse. Eu me perguntei como ele sabia disso. Do bolso ele tirou um pequeno lenço, dentro dele havia um brilhante par brincos dourado, com uma bela pedra de esmeraldas em formato de gota. Eu fiquei maravilhada pela peça, mas não podia comprar.

 

 

— É um belo trabalho, muito bonito, mas obrigada.

 

 

— Mas você quer, não quer? — era impressionante, como a habilidade dos vendedores perdurou com o tempo.

 

 

— Deve ser muito caro, eu não posso comprar.

 

 

Sed já estava bem a frente com Iaret, quando percebeu que eu não os seguia. Ele olhou para trás alarmado procurando por mim. Ele me avistou falando com o homem e correu até mim, deixando Iaret no meio do caminho.

 

 

— O que você está fazendo? — Ele me perguntou avaliando de cima a baixo o pobre vendedor.

 

 

— Desculpe, eu apenas me distraí. E ele me oferecia esses brincos.

 

 

— Vamos embora. — ele exigiu. Eu estava preparada para ir com ele quando o vendedor chamou por ele.

 

 

— Por que não compra para sua noiva? — o homem disse sorrindo. Sed parou bruscamente e olhou para o homem me puxando de volta com ele.

 

 

— Ela não é minha noiva. — Sed explicou. — É minha prima.

 

 

— Você se preocupa tanto assim com suas primas? — o homem perguntou fazendo Sed perceber que me segurava junto ao corpo. Ele me soltou um pouco constrangido.

 

 

— Você quer? — Sed me perguntou.

 

 

— É lindo, mas… — ele sequer me esperou terminar.

 

 

— Vou levar. — ele disse decidido ao homem, que sorriu satisfeito. Ele simplesmente agira num ímpeto e comprou os brincos para mim. Ele deu algumas moedas ao homem e partiu me puxando com ele.

 

 

— Obrigada. — eu disse contente. — Porém não precisava gastar seu dinheiro comigo.

 

 

— Por que não? Você queria, não vejo problema em te dar. E tente ficar perto de mim. — eu concordei segurando o pequeno embrulho com meus brincos forte junto ao peito. Eu percebi o olhar cortante que Iaret me lançou quando a alcançamos, mas eu não ia me deixar influenciar por seus caprichos. Ele me puxou de volta e continuamos nosso caminho até nossa casa. Pelo cheiro de comida, Derek já havia voltado e trazia nosso almoço.

 

 

Ele recebeu Iaret como se não a visse há muito tempo, ele a abraçou forte e disse o quanto ela parecia crescida. Eu mostrei a Derek, os belos brincos que eu havia ganhado.

 

 

— São realmente bonitos, Kira. Você tem bom gosto.

 

 

— Na verdade, foi Sed quem me deu. Um vendedor insistente conseguiu convence-lo a comprar para mim.

 

 

— Ah, que ótimo! Vejo que Sed está cada dia mais generoso.

 

 

— O homem era um pobre coitado, não estava em seu juízo perfeito. Disse que Kira e eu parecíamos noivos. — Sed explicou.

 

 

— Que absurdo. — Derek disse e Sed rapidamente concordou com ele.

 

 

Nós quatro almoçamos juntos e depois conversamos por algum tempo. Depois Sed acompanhou Iaret até a casa dela. Apenas Derek e eu ficamos na casa. Derek disse que tinha algo para mim e foi até seu quarto para buscá-lo. Ele trazia um saquinho nas mãos e depositou em cima da mesa na minha frente.

 

 

— Abra. — ele pediu. Eu fiquei espantada quando vi o conteúdo do saco.

 

 

— Derek, não precisa fazer isso. — eu disse afastando o saco.

 

 

— Entenda uma coisa. Isso é para você, pode ter certeza que não me fará falta alguma. Você pode usar isso caso tenha alguma necessidade pessoal, como comprar coisas para você. — eu olhei para o saco cheio de moedas de ouro e prata, estupefata. Era uma grande quantidade de dinheiro que ele me oferecia.

 

 

— Eu não preciso de tanto.

 

 

— Você vai perceber que algumas coisas por aqui podem custar muito caro. E se eu puder oferecer esse tipo de conforto, não pouparei dinheiro.

 

 

— Então é uma espécie de mesada? É assim que chamamos em Londres e no resto do mundo. — eu completei.

 

 

— Exato e se precisar de alguma coisa é só me pedir.

 

 

— Tudo bem. — eu concordei, mas certa de que não poderia gastar tanto dinheiro assim.

 


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Notas finais do capítulo

Existem milhares de palavras em nossa língua, mas a boca mente. Se esconde.


Olhares são mais complexos e verdadeiros.
Revelam segredos íntimos para quem sabe lê-los.



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