Eu estava dormindo no avião quando ouvi o piloto anunciar que estávamos pousando no Egito, foi uma longa viagem, fizemos escalas em três países diferentes. Eram quase nove da manhã quando eu desembarquei no Cairo. Meu pai estava me esperando no estacionamento, ele caminhou até mim e me abraçou forte. Disse que estava contente por me ver, eu também estava feliz. Sou meio inglesa, meio francesa, mas me sinto em casa quando estou no Egito.

Quando entramos no carro, um enorme Jeep, eu insisti para que ele me levasse diretamente para a expedição. Meu pai não queria, disse que eu parecia cansada, que eu poderia dormir e depois eu poderia ir até a pirâmide. Ele queria me levar para casa primeiro, não era bem uma casa, era como um alojamento comunitário. Meu pai tinha alguns privilégios por ser o chefe da expedição, portanto seu quarto era uma pouco mais confortável.

Ele comentou que eu estava pálida, tentando dar uma desculpa. Eu estava decidida se ele não me levasse eu encontraria outro jeito de ir para lá. Para evitar problemas ele concordou, mas não ficou nada contente por eu ter feito essa chantagem.

Nós levamos alguns minutos na rodovia perto do aeroporto, depois seguimos por uma estrada secundária, de terra, com certeza não era por ali que os turistas chegavam a Gizé.

Chegamos a um dos maiores mistérios do mundo, parafraseando Napoleão Bonaparte, meu pai me disse: “Observe, Kira, quatro mil anos de história”.

Tenho medo de que essa tenha sido a ultima vez que vi meu pai.