Juntos Até O Fim escrita por Monaliza, Micaela


Capítulo 43
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo, enjoy :)



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3 meses depois.

Pedro tinha acabado de chegar em casa. Não estava vendo ninguém, então começou á procurar. Achou seu filho, Matheus, no quarto dele, jogando vídeo game.

– Matheus, cadê todo mundo? – Pedro perguntou ao filho, que estava concentrado em seu jogo.

– A mamãe foi na casa da tia Roberta, porque a tia Carla ligou pedindo pra se encontrar com elas. E a Clarisse tá chorando no quarto dela. – Matheus explicou, sem ao menos tirar os olhos da TV.

– Ah tá... Peraí, por que a Clarisse tá chorando?! – Pedro perguntou, preocupado.

– Não sei, pai. A mamãe saiu, e ela ficou brincando na sala. Ai eu vi ela passando correndo pro quarto dela, chorando. – Matheus se mantinha concentrado.

– Eu vou ver porque ela tá chorando... – Pedro disse, saindo do quarto do filho.

Quando entrou no quarto de Clarisse, viu a menina deitada em sua caminha, aos prantos.

– Ôh minha princesinha, vem cá, conta pro seu papai o que aconteceu. – Pedro se sentou na caminha da filha e a puxou para seu colo.

– Eu não mandei uma cartinha pro Papai Noeeeeeeeeel! – Clarisse responde, chorando.

– Mas filha, não tem problema, por que você tá triste assim? – Pedro perguntou, preocupado.

– Mas e o meu presente? – Clarie olhava pro pai, com os olhos ainda avermelhados do choro. Soluçou.

– Princesinha, ele vai se lembrar da sandália que você quer ganhar. Lembra que nós fomos lá no Shopping, e você falou com o Papai Noel? Você não contou pra ele o que queria ganhar de presente?

– Contei... – A menina sussurrou, pra depois, abrir o berreiro de novo.

– O que foi dessa vez, Clarisse? – Pedro pergunta.

– É que eu não falei que número eu calçaaaaaaaaaava! – Clarisse diz entre soluços.

– Mas tudo bem meu amor, ele vai saber que número você calça. – Pedro ria. – E além do mais, ainda faltam alguns dias pro Natal, dá tempo da gente ir no Shopping de novo. Aí quando você ver o Papai Noel, você avisa á ele que número que você calça, tá bom?

– Tá bom. – Clarisse concorda, ainda com um biquinho pendurado nos lábios.

– Agora vamos lá atrás da sua mãe, vem. – Pedro se levantou, abrindo os braços. Clarisse logo se jogou nos baços do pai.

Pedro avisou ao filho que iria para o apartamento de Roberta, atrás de Alice, e o menino foi junto com o pai e a irmã.

Quando Matheus tocou a campainha do apartamento, ouviu o latido de Pipoca, avisando que tinha alguém na porta. Logo Rodrigo atendeu a porta. Após se cumprimentarem, Rodrigo e Matheus disseram que iam brincar com Pipoca no quarto de Rodrigo, e foram pra lá com o cachorrinho Angellina e Thiago também estavam lá no quarto de Rodrigo. Tomás e Diego estavam no sofá da sala, assistindo á algum jogo de futebol, nem ao menos perceberam que Pedro havia chegado, de tão concentrados que estavam.

Pedro e Clarisse foram para o quarto de Roberta e Diego, onde estavam Alice, Carla e Roberta.

– Mamãe! – Clarisse correu até a mãe, que estava sentada na cama junto com Roberta e Carla. Ela parou no meio do caminho ao ver Alice com Bella nos braços.

– Oi amorzinho! – Alice cumprimentou a filha, ainda balançando Bella levemente.

– É a minha mamãe! – Clarisse disse, fazendo beicinho ao ver a mãe segurando um outro bebê que não fosse ela. Pedro pegou a filha no colo, mesmo conta sua vontade.

– Sim, ela é. Mas ela está apenas segurando a Bella. – Pedro tentava explicar á menina. Clarisse se remexia no colo do pai até que ele a soltou. Carla e Roberta riam do ciúme de Clarisse.

Assim que ela escapou dos braços do pai, correu novamente até sua mãe, e se inclinou sobre ela e a pequena Bella.

– Ei, não vai se acostumando não, ‘puque’ essa não é sua mamãe. – Clarisse sussurrava para Bella. Isabella abriu os olhos e olhou em volta. Olhou para cima, para Alice. Encarou o rosto dela antes de abrir um sorriso, mostrando sua minúscula boquinha sem dente algum, apenas as gengivas. Carla e Roberta soltaram “Awwwns” e “Owwwnts”.

– Querida, eu estou apenas segurando ela. – Alice explicava para a filha.

– Então me segura também! – Clarisse puxou o braço da mãe.

– Clarisse, sua mãe tá segurando a Bella agora. Depois ela pega você, tá bom? – Pedro novamente pegou a filha no colo.

– Ei Clarie, você também quer segurar a Bella? – Roberta sugeriu, para que ela visse que não havia nada demais em apenas segurar a Bella e que Alice continuaria sendo sua mãe.

– Quero! – A menina sorriu, animada.

Pedro sentou a filha na cama, com alguns travesseiros apoiando as costas dela, para que ficasse firme. Roberta colocou no colo da pequena um travesseiro especial para que Bella não caísse, e então, Alice deitou cuidadosamente a pequena bebê no colo da filha.

– Espera! Clarisse, lindinha, fica aí quietinha que eu vou tirar um foto, tá? – Carla se levantou e rapidamente pegou uma máquina fotográfica.

– Dá um beijinho na sua priminha, Clarisse. – Pedro sugeriu, e a menina abaixou a cabeça, e depositou um beijinho na testa de Isabella. Carla fotografou o momento.

– Que lindas! – Alice disse, encantada.


Pedro, depois de deixar a filha com Alice, foi para a sala para ver o jogo junto com Diego e Tomás. Roberta, Carla e Alice ficaram também no quarto conversando, enquanto olhavam Clarisse e Bella. Enquanto isso, no quarto de Rodrigo, ele, Angellina, Thiago e Matheus estavam fazendo nevar. Isso mesmo, estava “nevando”.

– AEEEEE! – As crianças gritavam, correndo pelo quarto, enquanto uma chuva de papel caia sobre eles. Eles haviam picotado várias e várias folhas de papéis, até terem quantidade suficiente para que a “neve” caísse sobre ele. Enchiam a mão de pedacinhos de papéis e jogavam para o alto, rindo e pulando. E claro, Pipoca estava no meio da bagunça, correndo junto com os meninos, latindo, e pulando.

– Mas que diabos está acontecendo aqui?! – Roberta se espantou ao entrar no quarto do filho. Logo em seguida seu olhar zangado fuzilavam as cinco crianças.

Matheus, Thiago, Angellina e Rodrigo, parados um do lado do outro, olhavam desconcertados para seus pés.

– Acha que vamos ficar encrencados? – Matheus sussurrou para Rodrigo.

– Com toda a certeza. – Rodrigo sussurrou de volta.

– Ai meu Deus! Um furacão passou por aqui?! – Alice disse, enquanto entrava no quarto. Carla havia ficado no quarto com Bella e Clarisse, enquanto Roberta vinha ver o que estava acontecendo com as crianças, pois estavam fazendo muito barulho. Alice veio atrás de Roberta.

– Não mamãe, a gente tava fazendo neve. – Matheus explicou.

– Como?! Andem, comecem á explicar. – Roberta falou, firme. Nenhum dos meninos dizia nada.

– Nós ainda estamos esperando uma explicação. – Alice dizia, séria. Cruzou os braços sobre o peito.

– Bem, a gente corta o papel bem pequenininho, e quando já tiver muito papel, você pega, joga pro alto, e finge que tá nevando. – Thiago disse baixinho. Roberta rolou os olhos.

– Vocês já sabem que vão ter que limpar toda essa bagunça, não sabem? – Alice disse, ainda os encarando.

– Sim. – As crianças responderam em uníssono.

– Dessa vez não vai ter castigo. Apenas arrumem tudo isso, ok? – Alice falou.

– É, e quando terminarem podem voltar á brincar, mas nada de neve, chuva, ou qualquer outro fenômeno natural. Obrigada. – Roberta os avisou, depois saindo do quarto junto com Alice. As duas voltaram para o quarto.

***

– Tomás! – Carla chamou, parada em frente á TV.

– Carlinha, meu amor, tá passando o jogo! – Tomás falava, tentando olhar em volta de Carla. Diego e Pedro faziam o mesmo.

– Qual o problema dos homens com futebol? – Alice reclamou. Ela estava sentada no sofá, enroscada em Pedro.

– Não importa, eu nunca vou entender. – Roberta revirou os olhos. Ela andava de um lado pro outra pela sala, balançando Bella em seus braços.

– Vamos pra casa Tomás, é importante! – Carla insistia.

– Vai logo cara, eu quero ver o jogo sem ficar com torcicolo. – Diego despachava o amigo.

– Tá, tá... Eu vou. – Tomás disse, e Carla finalmente saiu da frente da TV. Tomás não se moveu, e ela o encarou.

– Você vem ou não?! – Carla impôs. Tomás não tirou os olhos da TV. – Vou buscar o Thi e a Angie ali no quarto e quando eu voltar nós vamos pra casa.

– Hum hum. – Tomás não prestava a mínima atenção no que a esposa dizia.

– Tomás, você me ouviu?!

– Thi. Angie. Quarto. Buscar. Casa. – Ele disse, ainda vidrado na TV como Pedro e Diego. – Entendi.

Como Carla havia dito, buscou os filhos, que estavam brincando com Rodrigo, Clarisse e Matheus. Se despediram de todos ali. Alice disse que esperaria o jogo terminar, pois sabia que Pedro não iria embora antes disso. Roberta estava com Bella no colo. Carla repreendeu Tomás mais algumas vezes, até que ele se levantou e acompanhou a esposa e os filhos até em casa.

Carla tinha uma coisa muito importante para contar, e queria estar sozinha com Tomás. Estava tão ansiosa! “Isso já devem ser os hormônios...” Pensou a morena.

Imaginou como o marido reagiria á noticia. Quase desmaiaria como da primeira vez? Riu com seus pensamentos.

Ao chegar em casa, Thiago e Angellina correram para o quarto deles. Ainda estavam elétricos e com nem um pingo de sono. Tomás terminava de assistir a partida de futebol pela TV da sala, enquanto aos pés do sofá, estavam Angellina e Tiago brincando. Tinham despejado os brinquedos que guardavam em um cesto sobre o chão da sala. Parecia um mar de brinquedos, não se podia ver o chão e onde pisava.

Enquanto isso, Carla estava em seu quarto, planejando como contaria da grande noticia á Tomás. Já sabia como, e sorriu.

Logo ela levantou, e disse aos filhos que já era hora de dormir. A partida de futebol já havia acabado, e Tomás ajudou a pôr os filhos na cama. Depois de tomarem banho, colocarem seus respectivos pijamas, escovarem os dentes, foram para a cama. Os filhos pediram á Tomás para que lhes contasse uma história, e ele se sentou entre as duas camas, onde os gêmeos dormiam, e logo já contava uma história produzida por sua fértil imaginação. Carla ficou na porta, apenas observando.

Ali ela teve a certeza absoluta que havia escolhido perfeitamente o pai de seus filhos, seu companheiro. Estava imensamente feliz, e acabou deixando uma lágrima rolar por sua bochecha, mas mantinha um belo sorriso nos lábios.

Depois de algum tempo, os filhos já haviam adormecido, antes mesmo do final da história. Tomás saiu do quarto, apagando a luz, deixando apenas o abajur ligado. Fechou a porta quando saiu.

Tomás e Carla voltaram para a sala e, não muito contentes, começaram a arrumar a bagunça que os filhos haviam feito. E parecia que os brinquedos se multiplicavam magicamente. Colocavam um no cesto, apareciam mais cinco no chão. Depois de um certo tempo, finalmente tinham juntado tudo. Se jogaram sobre o sofá, cansados e ofegantes.

– Nunca pensei que ser pai fosse tão cansativo. – Tomás reclamou.

– Por que? Você se arrepende? – Carla perguntou, já preocupada.

– Não, claro que não. – Tomás disse, incrédulo. – Nossos filhos são as melhores coisas que você poderia me dar. Eu amo eles e você acima de qualquer coisa. – Ele se inclinou sobre a esposa, e lhe deu um selinho.

– Bom, já que é assim, eu tenho que te contar uma coisa... – Carla dizia, sorrindo. Se levantou e foi até seu quarto, deixando Tomás no sofá, confuso. Ela voltou com um sorriso maior ainda, e tinha nas mãos uma pequena caixinha.

Se sentou novamente ao lado do marido, e seu olhar parecia cada vez mais confuso.

– O que é...? – Ela ia perguntando, os olhos grudados na caixinha.

– Abra. – Carla estendeu a caixinha para o marido que a pegou, um pouco receoso.

Carla olhava ansiosa para o marido. Ele abriu a caixinha, e seu rosto de repente pareceu não ter expressão alguma. Seus olhos estavam vidrados no que tinha dento da caixinha.

Tomás simplesmente não podia acreditar no que via. Era mais que incrível. Pegou o bilhete que tinha ali dentro, as mãos um pouco tremulas. Começou á ler o que estava escrito no bilhete.

Oi papai,

Daqui á alguns meses vamos finalmente nos ver. Por enquanto, vou ficar quentinho na barriga da mamãe, mas eu também te amo. Ansioso pra estar nos seus braços.

Seu bebê.

– Veja o que tem embaixo do bilhete. – Carla sorria, os olhos já marejando.

Tomás arfou ao ver um pequenino par de sapatinhos brancos. Ele os pegou e os colou na palma de sua mão. Sorriu, deixando uma lágrima escapar.

– Vo-você está...? – Tomás não conseguia falar, tamanha a felicidade que estava sentindo naquele momento.

– Sim. Estou com um mês, descobri semana passada. – Ela sorriu, levanto a mão ao abdômen. – Os sapatinhos ainda são brancos, porque não sei se vai ser menino ou menina.

– Eu não consigo acreditar... Nós vamos ter outro bebê! Isso é magnífico! Temos que contar pra todos! – Tomás parecia ter saído do choque, se levantou rapidamente do sofá. Carla também se levantou, rindo.

– Não acha melhor contarmos amanhã? Á essa hora já devem estar dormindo. – Ela riu.

– Tem razão. – Ele concordou. – Mas é que eu to tão feliz com a ideia de termos mais um bebê, que eu não me aguento! – Carla ria da animação do marido. O sorriso dele mal cabia em seu rosto.

Tomás beijou a esposa. Estava feliz, muito feliz. Em pouco tempo estariam com mais um bebê nos braços.

– Não vejo a hora de ver a sua barriga enorme e de poder sentir o bebê mexer. – Ele disse, e tocou o ventre da mulher.

– Eu também. ­– Ela sorriu, olhando para o marido.

– Mais alguém sabe? – Tomás perguntou, sem olhar para ela.

– Sobre o bebê? – Indagou. Tomás concordou com a cabeça. – Só eu e você. Pensei em contar hoje para as meninas, mas queria que fosse o primeiro á saber.

– Como será que nossos bebês vão reagir ao saber que vamos ter outro bebê? Será que a Angie e o Thi vão encarar numa boa a chegada de um novo irmão? – Tomás se perguntava, receoso.

– Eu sinceramente não sei, mas espero que eles entendam. – Carla falou, e bocejou.

– Tudo bem, vamos deixar esse assunto pra outro dia. Agora você precisa descansar, meu amor. – Tomás disse, levando cala pro quarto.

– Olha só quem de repente ficou super protetor. – Carla riu.

– Como assim? Eu só me preocupo com minha esposa, e quero o melhor pra ela e pro nosso filhinho que está aí dentro. – Ele riu e tocou a barriga dela.

– Tudo bem papai coruja, eu vou ir dormir. – Carla sorriu, se aproximou do marido e lhe deu um selinho. – Você vem?

– Eu vou só tomar um banho e já vou me deitar. Boa noite. – Ele sorriu e lhe deu mais um selinho, agora um pouco mais demorado.

Tomás entrou no banheiro, para tomar seu banho, enquanto Carla tirava sua roupa para colocar uma camisola. Assim que a vestiu, se deitou em sua cama macia. Estava cansada, e dormiu antes mesmo de Tomás voltar do banho. Quando ele voltou, encontrou a esposa já adormecida. Lhe deu um beijinho na testa e se deitou ao seu lado.

Enquanto olhava ela dormir, ele pensava em como era sortudo em ter uma esposa como ela. Sempre tão linda, compreensiva, uma ótima mãe, companheira, tão doce. Realmente tinha tirado a sorte grande. Sorriu, e logo tinha adormecido.


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